12
de Outubro - sexta feira
NOSSA SENHORA APARECIDA – SEXTA FEIRA 12/10/2012
1ª Leitura Ester 5, 1b-2; 7,2b – 3
Salmo 44
(45), 11.12 a
2ª Leitura Apocalipse 12, 1.5 13ª. 15-16ª
Evangelho
João 2, 1-11
“Aparecida e o Vinho Novo” - Diac. José da Cruz
Pertencemos a uma sociedade sacudida
pela violência, diante da qual nos sentimos impotentes, onde predomina o
sentimento de insegurança e medo, a chacina de jovens e adolescentes vai
ganhando proporções alarmantes e assustadoras, há, por outro lado, uma falta de
perspectiva por parte dos jovens, os escândalos de ordem moral, em instituições
consideradas inabaláveis, são denunciados a cada dia pela grande mídia. Dizem
que o Brasil, não tem mesmo jeito, porque a nossa origem lá na época do
descobrimento, já estava podre e corrompida, e quem veio para cá era gente sem
moral, sem escrúpulo e sem nenhum compromisso com a ética e a moral.
Na família, há centenas de casamentos
de curta duração, uniões ilegítimas aumentam, o estado quer reconhecer como
legítima, uma horrível caricatura da Instituição Familiar, desmantelam e
desmoronam valores sagrados na ética e na moral cristã, se de um lado a
humanidade avança em velocidade espantosa no mundo científico, tecnológico, nas
comunicações e informática, por outro, as pessoas vão sendo acometidas de
inúmeras enfermidades orgânicas e psicossomáticas, as coisas boas e os
acontecimentos alegres duram pouco, e não conseguem nos livrar do peso das
forças do mal, que vão nos levando para o caos em meio a desordem estabelecida.
Nem o fenômeno religioso consegue
reverter esse quadro, os templos suntuosos cada vez mais lotados, tomados por
uma multidão de coração vazio, que busca muitas vezes na espiritualidade algo
que ela não pode dar: a solução de tantos problemas originados pelo pecado,
como o egoísmo, a luxúria, a proliferação de falsas divindades que prometem
vida, felicidade e liberdade, e que arrebanham a cada dia novos adeptos,
arrastados impiedosamente para a desgraça e a morte, entre eles a Droga e a
Prostituição, uns dizem que já chegamos ao fundo do poço, outros mais pessimistas,
acham que o pior ainda não aconteceu. O fato é que certa tristeza tem invadido
o coração do homem deste terceiro milênio.
Em uma sociedade assim, inquieta,
insegura e temerosa, traumatizada por tanta dor e sofrimento, marcada pela
injustiça e desigualdade, a V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano
e do Caribe, realizada de 13 a 31 de maio de 2007 em Aparecida, resgata o nosso
papel de Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, fazendo um forte apelo para
que proclamemos aos homens a Verdade de Deus, revelada em Jesus Cristo, porém,
o que leva alguém a ser cristão não é uma decisão ética ou uma grande idéia, ,
mas sim um encontro com um acontecimento, com uma pessoa: Jesus Cristo, que dá
um novo horizonte à vida, e com isso uma orientação decisiva de se viver bem,
vivendo em Deus. Foi essa a experiência dos primeiros discípulos, que os
evangelhos nos apresentam, um encontro de fé com a pessoa de Jesus.
Neste dia de Nossa Senhora Aparecida
– Padroeira do Brasil, o evangelho das Bodas de Caná é um convite a irmos ao
encontro do único e verdadeiro amor de nossas vidas, Maria aparece como a
intercessora e mediadora, aquela que sabendo olhar a necessidade dos irmãos,
vai dizer ao Filho que está faltando algo essencial para uma festa.
A devoção popular é citada pelo
documento de Aparecida, que tornou-se uma importante referência nas reflexões
da Igreja, como um dos muitos elementos que propiciam esse encontro pessoal com
Jesus Cristo e nesse sentido, considerando-se toda a história de Aparecida, desde
o século XVIII, podemos afirmar sem medo, que Maria nunca deixou faltar no
coração dos cristãos da América Latina, esse vinho novo da graça de Deus.
O Deus dos cristãos continua
obstinado em seu amor pelos homens. Com a mediação de Maria, Jesus oferece em
nossos conturbados tempos, o Vinho novo, de incomparável sabor, que não caiu do
céu, mas surgiu a partir da água da purificação, Jesus transforma a antiga
forma de se relacionar com Deus, no Judaísmo, em uma relação nova, onde basta
ao homem crer e abrir o seu coração para esta graça que une para sempre Deus e
o homem, solidificando a comunhão um dia rompida, e pela qual Jesus pagou com a
vida ao morrer na cruz., descendo com o homem ao fundo do poço para de lá
resgatá-lo e libertá-lo, vitorioso e ressuscitado, arrancando-o da vida sem
graça, dominada pela morte do pecado, e devolvendo-o ao paraíso, na condição de
Filhos e Filhas de Deus.
Esse processo de ressurreição é
dinâmico e acontece todo dia, hora e momento, o Cordeiro Santo, Perfeito e
Imaculado, se casa com a sua Igreja, tornando-a sem ruga e sem mancha, de modo
que nem os pecados da Igreja conseguem abalar esta íntima comunhão. Esse
casamento de Deus com o homem, na encarnação de Jesus, deverá ter um final
feliz, porém, como povo da Nova Aliança, não teremos uma segunda chance, quem
recusar esse amor e buscar os amores ilusórios e efêmeros, nos amantes e deuses
da Modernidade, sentirá um dia na pele e no coração, a dor de ter perdido para
sempre o autêntico e verdadeiro amor de sua vida.
Somos essa Igreja, a noiva do Senhor,
por quem ele dá a vida, a espera da Lua de Mel, da Vida Eterna, para a qual ele
nos conduzirá. Por hora, só é preciso uma coisa: FAZER TUDO O QUE ELE NOS
DISSER, como nos pede Maria, Mãe de Jesus, a primeira a experimentar a delícia
desse amor Divino.
Essa noiva das Bodas de Caná tem um rosto e um nome, é você, sou eu, são
todos os que buscam a Deus em Jesus Cristo, é também o rosto de cada homem,
desfigurado pela tristeza do pecado, a espera desse vinho da eterna alegria...
Nenhum comentário:
Postar um comentário