Dia
13
Pe. Antônio Queiroz CSsR -Amai os
vossos inimigos.
Neste Evangelho, Jesus nos pede para amarmos os nossos inimigos. E ele
baseia o pedido na frase: "Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que
está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a
chuva sobre os justos e injustos". Os filhos se parecem com os pais; nós
precisamos ser parecidos com o nosso Pai do Céu. E no final deste Evangelho,
Jesus fala: "Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito".
A nossa meta é arrojada, alta e bonita: ter Deus Pai como modelo de vida
e imitá-lo. Ser cada vez mais parecidos com ele. E Jesus é para nós a
"imagem de Deus invisível". Imitar a Deus é imitar a Jesus, nosso
caminho, verdade e vida. Quem pensa que já alcançou esta meta, é sinal que está
bem longe dela, porque o amor de Deus é infinito.
Todos temos inimigos. São aquelas pessoas que nos fazem o mal, que nos
prejudicam, que nos detestam, que são ruins para nós. O que faz a diferença do
cristão é o amor a essas pessoas. Amor prático, manifestado na oração por elas
e por fazer bem a elas. A própria oração pela pessoa nos acalma e desperta em
nós o amor a ela.
Em seguida, Jesus se refere à obrigação que temos de dar testemunho,
tendo um comportamento "extraordinário", em relação ao comportamento
do mundo pecador: "Se amais somente aqueles que vos amam... E se saudais
somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a
mesma coisa?" O nosso comportamento no mundo deve ser extraordinário,
porque o comportamento "normal" do mundo pecador é amar os amigos e
detestar os inimigos. Esse comportamento diferente nos torna luz, sal e
fermento no meio de Deus no mundo.
Como os nossos inimigos geralmente não reconhecem o bem que lhes
fazemos, Deus reconhece e nos recompensará. E a recompensa de Deus nós
conhecemos: é uma medida cheia, sacudida e transbordante, quer dizer, é muito
maior do que a ação boa que fizemos.
"Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis
condenados; perdoai e sereis perdoados. Daí e vos será dado. Uma medida boa,
socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a
medida que usardes para os outros, servirá também para vós" (Lc 6,37-38).
Havia, certa vez, um homem que era muito bravo e violento. Andava sempre
com um revólver na cintura, e do outro lado uma faca. Todo mundo no bairro
tinha medo dele. A esposa tentava mudá-lo, mas não conseguia. Então ela arrumou
um terço, deu para ele e disse: "Só peço uma coisa para você: Ande sempre
com este terço no bolso. Não o abandone para nada". O homem começou a
carregar o terço, o revolver e a faca. Tempo depois, ele largou o revólver e
ficou com a faca de um lado e o terço do outro. Ele dizia para a esposa:
"A faca eu carrego porque preciso dela de vez em quando para descascar uma
laranja etc". A esposa ficou calada e continuou rezando. Logo ele deixou
também a faca e ficou só com o terço.
Quem conta essa história é o próprio filho desse homem. E ele concluiu
dizendo: "Foi assim que meu pai morreu, como um homem pacífico e
bom". Nossa Senhora é mãe. Devagarinho, ela vai mudando os corações dos
seus filhos e filhas. Se carregar o terço já é bom, imagine rezá-lo!
"Quem semeia ventos colhe tempestade" Quem semeia paz, colhe
paz e alegria. Maria Santíssima não semeou ventos, e sim paz, pois nos deu o
seu Filho Jesus, a própria paz encarnada. Por isso foi coroada como Rainha.
Rainha da paz, rogai por nós!
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