quarta-feira, 12 de setembro de 2012

“A crucificação de Jesus” - Claudinei M. Oliveira.



Sábado, 15  Setembro  de 2012.
Evangelho: Jo 19, 25-27 ou Lc 2, 33-35

           
            Muita  força encontrou tanto Jesus na cruz para dirigir palavras para sua mãe e para seu discípulo amado quanto Maria assistir o sofrimento do filho nas mãos dos malvados romanos. Uma cena que entra na história da salvação, pois o Messias que veio ao mundo para salvar o homem do pecado foi morto pelo homem que não aceitou sua proposta de vida e Maria que gerou o Salvador chorava a perca do rebento que cuidou com muito carinho. Portanto, fazer parte desta história que mudou o mundo é motivo de orgulho e compromisso com a transformação do meio social.
            Neste sentido a crucificação de Jesus simboliza a transformação, mudanças, novas tomadas de atitudes e o  querer algo que seja primado para o homem. Ao morrer na cruz Jesus concretizou suas ações, pois morreu para o mundo sujo, opressor, explorador, que dividia o povo e fazia a maioria padecer por causa dos privilégios de alguns. Na verdade era um mundo para ser usufruído, de todas as maneiras, por uma gama ínfima da parcela social que não exaltava a vivacidade do povo.
            O trabalho do cristão hoje não consiste em olhar piedosamente para Cristo morto e lamentar as atrocidades cometidas ou ficar com pena de tanto sofrimento. O trabalho do cristão almeja ir ao encontro do Cristo Morto para o mundo insensível, abastecer de sua libertação e convicção, ouvir seus ensinamentos chamativos para a labuta, encher de glória e persuasão e fazer acontecer a transformação no meio da sociedade.
            Cristo instigou novos olhares, novos afazeres ou novos caminhos para superar as dificuldades inseridas. Veja que Ele morreu na Cruz para abrir os olhos de muitos cegos, falou para sua mãe e seus irmãos aos pés da cruz para que suas palavras fossem ouvidas pelos surdos, foi pregado no lenho para mostrar  o caminhar para os coxos, isto é, Cristo na cruz é o ponto de referência  para o homem encontrar novas formas de viver coletivamente.
            Outra referência que nota-se na cena  da crucificação está no choro da mãe de Jesus. Claro que para uma mãe ver seu filho sendo trucidado pelos soldados não é muito fácil. Mas o choro de Maria contempla uma missão que a preparou com muito carinho e amor. Seu filho morreu lutando, trabalhando em prol do de uma classe. Ele FEZ,  CULTIVOU E ENSINOU.
            Entretanto, quantas mães choram ao lado do caixão pela perca de seu amado filho pela drogas, pelas bebidas, pelo trânsito, pela violência urbana, pelas ideologias totalitárias, pela falta de referência educacional e pedagógica. São mães reais que geraram seus filhos com amor e deu toda a vivacidade ao crescimento, foram responsáveis pelo afeto, pelo caminhar, pela moral e pela ética. Mas desviaram do projeto das mães e caíram na maldade do mundo. Seus filhos morreram  sem deixar um legado favorável ou sem uma caminhada de transformação, simplesmente morreram por não compreender a lógica da formação das mães  ao absorver os ensinamentos do mundo sujo.
            Portanto, a crucificação de Jesus revela o real motivo de sua morte: morreu a favor dos pequenos e desvalidos e por querer uma mudança radical na sociedade. Que está idéia não se perca sem que chegue aos homens que necessitam de novos olhares e novas atitudes de vida em equidade. Que Cristo ressuscitado abençoe a todos lutadores do reino. Amém!
            Claudinei M. Oliveira

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