Sábado, 15 Setembro de 2012.
Evangelho: Jo 19,
25-27 ou Lc 2, 33-35
Muita força encontrou tanto Jesus na cruz para dirigir palavras para sua mãe e para seu discípulo amado quanto Maria assistir o sofrimento do filho nas mãos dos malvados romanos. Uma cena que entra na história da salvação, pois o Messias que veio ao mundo para salvar o homem do pecado foi morto pelo homem que não aceitou sua proposta de vida e Maria que gerou o Salvador chorava a perca do rebento que cuidou com muito carinho. Portanto, fazer parte desta história que mudou o mundo é motivo de orgulho e compromisso com a transformação do meio social.
Neste sentido a crucificação de Jesus simboliza a transformação, mudanças,
novas tomadas de atitudes e o querer algo que seja primado para o homem.
Ao morrer na cruz Jesus concretizou suas ações, pois morreu para o mundo sujo,
opressor, explorador, que dividia o povo e fazia a maioria padecer por causa
dos privilégios de alguns. Na verdade era um mundo para ser usufruído, de todas
as maneiras, por uma gama ínfima da parcela social que não exaltava a
vivacidade do povo.
O trabalho do cristão hoje não consiste em olhar piedosamente para Cristo morto
e lamentar as atrocidades cometidas ou ficar com pena de tanto sofrimento. O
trabalho do cristão almeja ir ao encontro do Cristo Morto para o mundo
insensível, abastecer de sua libertação e convicção, ouvir seus ensinamentos
chamativos para a labuta, encher de glória e persuasão e fazer acontecer a
transformação no meio da sociedade.
Cristo instigou novos olhares, novos afazeres ou novos caminhos para superar as
dificuldades inseridas. Veja que Ele morreu na Cruz para abrir os olhos de
muitos cegos, falou para sua mãe e seus irmãos aos pés da cruz para que suas
palavras fossem ouvidas pelos surdos, foi pregado no lenho para mostrar o
caminhar para os coxos, isto é, Cristo na cruz é o ponto de referência
para o homem encontrar novas formas de viver coletivamente.
Outra referência que nota-se na cena da crucificação está no choro da mãe
de Jesus. Claro que para uma mãe ver seu filho sendo trucidado pelos soldados
não é muito fácil. Mas o choro de Maria contempla uma missão que a preparou com
muito carinho e amor. Seu filho morreu lutando, trabalhando em prol do de uma
classe. Ele FEZ, CULTIVOU E ENSINOU.
Entretanto, quantas mães choram ao lado do caixão pela perca de seu amado filho
pela drogas, pelas bebidas, pelo trânsito, pela violência urbana, pelas
ideologias totalitárias, pela falta de referência educacional e pedagógica. São
mães reais que geraram seus filhos com amor e deu toda a vivacidade ao
crescimento, foram responsáveis pelo afeto, pelo caminhar, pela moral e pela
ética. Mas desviaram do projeto das mães e caíram na maldade do mundo. Seus
filhos morreram sem deixar um legado favorável ou sem uma caminhada de
transformação, simplesmente morreram por não compreender a lógica da formação
das mães ao absorver os ensinamentos do mundo sujo.
Portanto, a crucificação de Jesus revela o real motivo de sua morte: morreu a
favor dos pequenos e desvalidos e por querer uma mudança radical na sociedade.
Que está idéia não se perca sem que chegue aos homens que necessitam de novos
olhares e novas atitudes de vida em equidade. Que Cristo ressuscitado abençoe a
todos lutadores do reino. Amém!
Claudinei M. Oliveira
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