20 de agosto - Segunda Feira
SEGUNDA FEIRA DA 20ª SEMANA DO TC 20/08/2012
1ª Leitura Ezequiel 24, 15-24
Salmo Dt 32 “ 18-21 “Esqueceram o Deus que o gerou”
Evangelho Mt 18, 16-22
O Cristianismo não pode ser confundido com as
virtudes morais ou código de ética, sem dúvida que há uma moral e uma ética
cristã, enquanto consequência de algo maior que é a opção radical por Jesus
Cristo em uma experiência amorosa que o coloca como Absoluto em nossa vida, sem
isso, até a moral e a ética cristã tornam-se vazias e sem sentido.
O evangelho nos traz essa profunda reflexão de
alguém que aproximou-se de Jesus em busca de uma virtude humana aprimorada, de
uma moral que superasse tudo o que já se conhecia enquanto norma de Vida de Fé,
por aqueles tempos. Na verdade cabe a nós buscarmos incansavelmente uma
perfeição que nesta terra jamais alcançaremos, e que compreende a Salvação e a
Graça de Deus que nos é oferecida em Jesus Cristo, não enquanto recompensa ou
resposta á essa nossa busca incansável, mas enquanto puro dom e graça, dada
gratuitamente sem qualquer merecimento de nossa parte.
Se o Cristianismo fosse apenas um conjunto de regras
morais, ou um elenco de virtudes a ser seguido, estaríamos dando continuidade
ao Judaísmo, em cujo seio surgiu o
Cristianismo. Em um primeiro momento Jesus cita esse código de leis,
estabelecido para o Povo da Antiga Aliança, e que têm na expressão “Não
Matarás” o centro maior do decálogo, os demais são consequência dele. Jesus
Cristo não queima nenhuma etapa, não despreza o que diz a Lei de Moisés, mas
cita-a como uma referência até então.
Porém, em seguida, percebendo sinceridade em seu
interlocutor, lança o desafio e o convida para ir além da Lei, da questão ética
e das virtudes morais. O Ser humano é o centro da Lei, porque têm um caráter
sagrado e a razão primeira de todo Ser Humano é Deus, quer o homem creia ou
não, essa Verdade é Imutável. Não Matar o irmão, significa afirmar que o Dom da Vida que é Deus está em cada Ser
humano que é intocável em sua Dignidade e por isso é chamado pelo próprio Deus
a viver, sentir e experimentar essa nova realidade que transcende a sua própria
natureza humana.
O
texto afirma que o homem foi embora triste diante do convite feito por Jesus,
pois era muito rico. Não quer este evangelho debater a questão social, ou a
posse dos bens materiais enquanto causa de perdição para o homem. O que
encontramos aqui é a capacidade de cada homem e mulher, em perceber que a
existência humana não se limita a peregrinação nesta terra, mas vai muito além.
A riqueza que muitas vezes nos prende, impedindo-nos de responder positivamente
a esse chamado de Jesus para vivermos o Transcendente, conseguindo em uma visão
de Fé contemplarmos um Horizonte além desta Vida.
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