terça-feira, 28 de agosto de 2012

“Jesus-tronco, nós os ramos”- Claudinei M. Oliveira.





Quarta-feira, 09 de Maio de 2012.
Evangelho: Jo 15, 1-8

            A comunidade de João instiga a reflexão da prática atualizada de Jesus, por isso continua debatendo os pontos ainda não claros para sua comunidade, ou seja, quais realmente são as práticas de Jesus que devem ser observadas e vividas como diferencial das práticas  anunciadas e não vividas. Uma coisa e relevar, anunciar, projetar, querer e divulgar para  as práticas e ensinamentos de Jesus como fundamental para a vida digna, mas não viver; entretanto,  outra coisa e viver intensamente as práticas de Jesus, pois, para permanecer ligado a Jesus e suas propostas, faz-se necessário o trabalho convincente no Reino, abraçar a causa, doar-se.
            Para exemplificar como Jesus quer uma comunidade, Ele faz uma comparação com  a videira e os ramos.  A videira é um dos símbolos belíssimo  do povo de Deus como anunciou  o salmo 80 ao afirmar que o povo de Deus é como uma parreira que Javé arrancou do Egito e transportou na terra da promessa e com este povo fez uma aliança para que produzisse frutos da justiça e do direito.  Nada de injustiça, competição, avareza ou usura. Javé  levou seu povo escolhido para bem longe das injustiças como videira para prosperar-se, engrandecer e multiplicar em dons do bem e do amor. Todavia, a videira de Javé, na sua maioria não cortou os ramos para frutificar-se e, por ironia do desprazer, produziu somente violações do direito e clamor por justiça.
            Contudo, o grande projeto do Pai, Nosso Deus,  é a prática  do direito e da justiça,  prescreve indubitavelmente nas palavras de Jesus  quando João escreveu: “Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor”.  Se não estiver unido a Jesus não tem  como colaborar com o projeto libertador, veja que os ramos para produzir os frutos bons precisam estar ligados ao tronco da videira e,  sempre que possível, estarem podados, caso contrário não tem como  produzir bons frutos. Da mesma forma, se não estiver sintonizado com o desejo de Deus, consistirá ser cortado, dissipado e seco, ou seja, estará morto/sem vida.
            Para a comunidade de João o cristão deve comprometer-se com o mesmo caminho de Jesus, seguir a  mesma estrada com propósito sólido, percorrer toda a extensão do caminho com objetivo missionário, e ao mesmo tempo, envolvendo no Todo do Deus Salvador. Tudo isso deverá ser feito por amor, sem o amor nada corresponderá para o grande projeto de Jesus.  Para tanto, o projeto de amor de Jesus dependerá dos ramos em sua proporção maior. Para que continuei a existir vida, frutos e bom discernimento, os ramos urgem produzir bons frutos, estarem ligados ao tronco que é Jesus, darem sinal de presença certa e instigarem o bem-fazer  na sociedade.
            Nesta sociedade ligada ao Tronco-Jesus, todos são iguais, não existe privilégio individual, pois tudo estará para a comunidade, porém a igualdade acontece na união com Jesus e na produção de frutos verdadeiros.  Numa sociedade que existe hierarquia sempre alguém terá mais privilégios do que outros e com certeza muitos ficarão com a sobra, desse modo, a videira-tronco-Jesus não prosperará na totalidade.
            Contudo o fruto que a comunidade unida a Jesus poderá gerar é o amor manifestado no direito, retidão e fraternidade, por isso Jesus insiste: “o meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos”. Isso só será possível se fizesse como Jesus fez: comprometer-se plenamente com a vida.
            Portanto, Jesus não quer empregados, executores de ordens, Jesus quer uma comunidade unida, justa e fraterna, onde todos os males sejam podados, exauridos do seio da sociedade  do Pai, com uma proposta clara e objetiva: dar a vida como Jesus deu. Caros irmãos, comprometamo-nos com a videira-tronco na busca de justiça e no direito para todos. Amém.
            Claudinei M. Oliveira. 

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