sexta-feira, 31 de agosto de 2012

“Jesus e a tradição dos judeus” - Claudinei M. Oliveira.



Domingo, 02  de Setembro  de 2012.
Evangelho: Mc  7,1-8.14-15.21-23


            Estamos no primeiro domingo de setembro, mês dedicado a Bíblia, livro Sagrado que contem as leis da justiça para o seguimento do caminho reto e justo. Momento oportuno para conhecer um pouco mais da palavra que leva o homem ao encontro com Deus e dirime na virtude do bem todos os passos para o bem viver.
 Conhecer as entranhas da Bíblia é conhecer a história da salvação e a história dos cristãos que dedicaram a vida para fomentar a palavra no meio do povo com intuito de revelar o rosto do Senhor e de seu Filho Jesus.
Moisés foi um grande cristão que levou para seu povo os mandamentos certos a partir da vivência com o Senhor. Revelou para o povo de  Israel toda a severidade  dos ensinamentos  que preservava a dignidade e o respeito ao homem. Declarou  para seu povo escolhido que “nada acrescenteis, nada tireis à Palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus que vos prescrevo. Vós os guardareis, pois, e os poreis em prática, porque neles está vossa sabedoria e inteligência perante os povos” ( Dt 4, 2.6). Os mandamentos do  Senhor deve ser exemplo de vida para estar em sintonia com o Pai, assim, toda a sabedoria divina estará voltada para o seio da humanidade favorecendo o crescimento e a honradez.
Compreender e atentar-se para as leis do Senhor é fundamental para fazer o reino acontecer ainda na terra. As regras do Senhor não taxam e nem impedem o homem de viver a beleza do mundo. Assim, o homem não tornou escravo das leis do homem que são interesseiras e voltadas para atender privilégios individuais. As leis do Senhor contemplam todos na sua amplitude e para gozar delas basta o homem abrir o livro Sagrado e absorver suas lições.
Dificilmente o homem hoje faz  da lei do Senhor regras para o amadurecimento pessoal. Não observa na essência aquilo que o Senhor colocou para ser instigada por excelência. Despreza os mandamentos, não ama a Deus acima de qualquer coisa, ama o luxo, a cobiça, o dinheiro, a avareza e o desprezo a vida. O homem não honra os seus pais, mas honra seus ídolos do capital, dos meios de comunicação e do futebol. Não atenta para preservar a vida, mas mata o outro por prazer, retira do outro a dignidade e a felicidade por capricho. O homem não vai à igreja nos finais de semana, mas vai ao bar, à casa de show, aos parques e  aos lugares proibidos. Enfim, o homem não atenta-se  para o crescimento da alma e da fé, mas para o crescimento do mal e da discórdia.
Tanto que os judeus ficaram  bravos com Jesus ao perceber que os discípulos não estavam cumprindo as leis do homem. Jesus retrucou na hora, pois as leis dos homens não correspondem ao princípio da divindade. Como já afirmamos as leis do homem mata, destrói e cria ilusões para uma camada empobrecida. Assim, acredita que a vida vai mudar, mas ao passar do tempo percebe que tudo não passou de enganação e a vida continua dura e sem perspectiva de transformação.
            Jesus para desbancar os Judeus afirmou: “Escutem todos o que eu vou dizer e entendam! Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro, isto é, do coração da pessoa, é que faz com que ela fique impura”.  Claro que muitos ficaram chocados com a argumentação do Mestre. Como podemos ficar impuros com as coisas que saem de dentro?  Como podemos pecar contra nós mesmo através da fala? Eram palavras que incomodavam muitos seguidores. Afinal, Jesus não estava para fazer “bons” amigos mesmo, Jesus estava para orientar e falar a verdade, mesmo que magoassem seus ouvintes.
            Mas o que levou Jesus a evocar com tenacidade certos argumentos que causariam comoção até entre os discípulos? Talvez fosse a maneira das pessoas se comunicarem com outras. Muitas vezes o cristão pensa estar falando bonito e acertando as ponderações, porém, na verdade, está matando através da fala seu irmão. Aquilo que está saindo da boca vem do coração e, ao invés, de ajudar, pode estar destruindo vidas. Logo a impureza toma o Ser do indivíduo mesclado com ações maléficas.
            Todo o cristão deve atentar-se para a fala. Não deve encher o coração e alma com pensamentos pecaminosos, destrutivos. Quanto mais lixo envolvendo a vida, mais impuro fica o homem. Assim, ao dirigir às pessoas de bens não vai favorecê-las com boas mensagens.
            Jesus termina o Evangelho com palavras que parecem ser ditas hoje, para nós neste momento: O que sai da pessoa é o que a faz ficar impura. Porque é de dentro, do coração, que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas conseqüências. Tudo isso vem de dentro e faz com que as pessoas fiquem impuras.  Em negritos não são minhas palavras, são palavras do Santo Evangelho. Veja o quanto nos comove os ditos de Jesus. Ele sabia o que estava dizendo. Queria o bem da humanidade e, portanto, todos deveriam orientar com bons pensamentos para crescer na fé os ensinamentos da libertação.
            A libertação pode levar o homem a esfera da bondade e retirar da agonia em viver presos as pressões. Tornar-se limpo para ouvir e falar com alegria algo que possa trazer a paz e a fraternidade junto à sociedade. Talvez se tornasse desafiadora, mas com justiça e libertação do mal que engana o Ser, o homem pode oferecer aquilo que tem de melhor: a solicitude e o serviço para com os irmãos.
            Diante deste Evangelho e vivendo numa sociedade opressora como a nossa, entendemos os porquês de tantas impurezas. São pessoas que guarda no coração a virilidade do engodo, do desprazer, da maldade, da violência e da rejeição. Tornam-se fúteis, não dão sentido para a vida e carregam o ódio na expressão facial na tentativa de mostrar serem as mais fortes e poderosas.
            Sabemos que está prática não condiz com os ensinamentos do Mestre. Ainda não acordamos para a vida em comunidade, não olhamos para o irmão e enxergamos o irmão, mas enxergamos a extensão do obstáculo do nosso dia-a-dia. Que pena! Somos surdos, cegos e mudos. Temos muitos que aprender para crescer no amor de Cristo Ressuscitado.
            Enfim, que a impureza não  envolva nosso ser e não esfacela a nossa compreensão das coisas do Pai, mas tornemo-nos ouvintes corretos do bem para encher o coração de coisas boas. Amém.  
            Claudinei M. Oliveira

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