SÁBADO DA 17ª SEMANA DO TC – 04/08/2012
1ª Leitura Jeremias 26, 11-16.24
Salmo 68 (69) “Minha oração sobe até vós, Senhor, na hora da vossa
misericórdia”
Evangelho Mateus 14, 1-12 ou 9,35 -10.1
“Incomodou o poder e perdeu a cabeça...” - DIÁC. JOSÉ DA CRUZ
Se no tempo de Herodes tivesse uma imprensa livre,
esta seria a manchete no dia seguinte á festa de aniversário de Herodes.
A elite palaciana dos que ocupam algum poder temporal, tornam-se deuses de si
mesmo e fazem o que bem entendem. Herodes gostava de ouvir João Batista,
apreciava suas pregações...até o dia em que o Batista denunciou o seu pecado de
adultério contra seu irmão, tomando a Herodíades, sua cunhada, por
esposa.
Herodes é o mais puro retrato do homem da pós
modernidade, que ouvem a Palavra de Deus, chegam a se empolgar com ela, mas
quando essa Palavra exige uma mudança de mentalidade e de postura, no campo da
ética e da moral, aí a menosprezam pois não admitem ser contrariados na busca
da felicidade que é o gozo de todos os prazeres que o mundo oferece.
Mas todos precisam ouvir o anúncio da Palavra de
Deus, e não anunciá-la a essas pessoas seria uma grave negligência de todos nós
cristãos, pois o anúncio não tem como objetivo condená-los mas sim salvá-los.
Nesse sentido a dimensão profética da nossa Igreja deve cumprir com mais
fidelidade a missão que lhe foi confiada e aí talvez esteja um grande
pecado da omissão, quando temos um certo receio de anunciar o evangelho ás
classes elitizadas, ou anunciando um evangelho menos comprometedor.
João estava preso mas era um homem livre, que
anunciou a Palavra da Verdade a Herodes. E na sua festa de aniversário, deixou
seus caprichos falarem mais alto ao esnobar o seu poder real “peças tudo o que
quiseres que eu te darei”. Também o Homem da pós modernidade, seduzido pelo
avanço científico de que é capaz, ocupa o lugar que é de Deus, e julga-se
poderoso, para dar o que quiser a quem assim o desejar.
A Filha de Herodíades e sua mãe, a exemplo também
da pós modernidade, corre dos ideais fúteis, da busca do prazer em um
egocentrismo exacerbado e assim, João Batista é decapitado. Sem a cabeça estará
morto e irá silenciar-ser para sempre, ficando os poderosos livres de sua voz
perturbadora. João é o precursor também por isso, por preceder Jesus
Cristo, aquele cujo anúncio irá perturbar a corte palaciana e o poder
religioso, e que irão matar na certeza de que estarão enterrando
definitivamente com Jesus, o projeto daquele Reino estranho que não oferecia
felicidade alguma a quem optou apenas pelo poder dominador e opressor.
Como seria bom se todos nós batizados tivessemos a coragem de joão Batista, nosso mundo seria bem melhor, porque todos coheceriam a verdadeira felicidade.
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