sexta-feira, 30 de abril de 2021

NA CASA DE ME PAI HÁ MUITAS MORADAS-Olivia Coutinho

 REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA – 30/04/21 – Jo14,1-6

SEXTA-FEIRA DA 4º SEMANA DA PÁSCOA

"NA CASA DE ME PAI HÁ MUITAS MORADAS."

Caros irmãos e irmãs em Cristo! 
A trajetória de Jesus aqui na terra, ficou marcado pela dedicação carinhosa a todos os que o Pai lhe confiara! Todo o cuidado que Jesus teve para com os seus primeiros discípulos, tanto na formação deles, quanto na parte afetiva, Ele continua tendo para com cada um de nós, através de seus enviados. Em toda mão estendida para ajudar o outro, em toda pessoa, que nos oferece o ombro amigo, que enxuga as nossas lágrimas, está a presença de Jesus, cuidando de nós...
Não tivemos o privilégio de conviver com Jesus fisicamente, de andar com Ele pelas vielas da vida, como tiveram seus primeiros colaboradores, mas temos a alegria de conviver com Ele através do Espírito Santo. Esta relação de amor e de intimidade com Jesus, através do seu Espírito, deixa-nos seguros quanto ao nosso futuro, pois sabemos que pela a cruz, Jesus já conquistou uma morada definitiva para nós, na casa do Pai! O que não podemos, é perder a chave que abre esta casa, que são as coisas boas que fazemos enquanto peregrinos aqui na terra.... 
Depois de ter passado pela cruz, de ter nos possibilitado uma vida nova, Jesus não mais precisará afastar-se de nós, como precisou afastar temporariamente dos primeiros discípulos até a sua ressurreição. Hoje temos a alegria de poder contar com a sua presença permanente no meio de nós...
No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus, em mais um dos seus discursos de despedida por ocasião da proximidade de sua volta para o Pai, faz chegar ao coração dos discípulos e hoje ao nosso, uma grande consolação! 
Os discípulos estavam passando por momentos angustiantes, eles tinham muitas dificuldades em entender as últimas revelações de Jesus, que lhes indicava uma separação. Aquele pequeno grupo, que havia  deixado tudo para seguir Jesus, que tinha apostado o destino de suas vidas inteiramente Nele, sentiam-se frustrados, não conseguiam imaginá-los, sem a presença física do Mestre, do amigo, do companheiro de todas as horas. E Jesus, desejoso de suscitar em seus corações pensamentos positivos, empenhava-se em faze-los compreender, que aquela separação não seria definitiva e que não deveria ser vista como motivo de tristeza e sim, de alegria, pois com a sua partida, Jesus abriria o caminho para o encontro deles com o Pai!
Jesus lhes assegura: “Vou preparar um lugar para vós, e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, afim de que onde eu estiver estejais também vós.” E acrescentou: “Para onde eu vou vós conheceis o caminho.” Tomé, não entendendo o sentido destas palavras de Jesus, interpela-o dizendo: “Nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” Esta imaturidade de Tomé, pode ser encontrada também, em muitos de nós. A imaturidade na fé, nos leva a questionar, a querer desvendar mistérios, a buscar explicação para o que já está claro.

Para quem tem fé, nenhuma explicação é necessária, mas para quem não tem fé, nenhuma explicação é suficiente! 
“Eu sou o caminho a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai se não por mim.”
É pela fé que reconhecemos Jesus como o Senhor de nossas vidas, que o acolhemos como caminho verdade e vida...

QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!

FIQUEM NA PAZ DE JESUS!

Reflexão de Olivia Coutinho


quarta-feira, 28 de abril de 2021

QUEM ME RECEBE, RECEBE AQUELE QUE ME ENVIOU-Olivia Coutinho

 REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 29/04/21 - Jo13,16-20

QUARTA-FEIRA DA 4º SEMANA DA PÁSCOA


“QUEM ME RECEBE, RECEBE AQUELE QUE ME ENVIOU."

Caros irmãos e irmãs em Cristo

Para o mundo, ser grande é possuir bens, ter fama, poder, já para Deus, ser grande é tornar-se pequeno, é ser servidor do outro...

A grandeza de uma pessoa, não está no que ela possui e sim, no que ela é, na sua capacidade de amar...

No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus, depois de uma aula prática para os discípulos, lavando seus pés, numa atitude de humildade e serviço, orienta-os, no sentido de conscientizá-los de que a missão, confiada a eles, deveria ser exercida no espírito da humildade e do serviço. Jesus conhecia a fundo, os seus escolhidos, sabia de suas qualidades, mas conhecia também as suas  fraquezas  por isto Ele estava sempre alertando-os sobre o perigo da vaidade, deles se deixarem contaminar pela mentalidade do mundo, e transformarem a autoridade a eles outorgada, em vaidade. 
Esses alertas de Jesus, valem também para nós, que somos os discípulos de hoje, principalmente para os que exerce cargos de lideranças na Igreja.
Quando lavou os pés dos discípulos, Jesus inverteu o sentido da autoridade, mostrando-nos que a autoridade de quem recebe um cargo de liderança, é estar por baixo e não por cima; é servir e não ter a pretensão de ser servido. Toda autoridade é “poder para servir.” 
Numa comunidade, cujo centro é Jesus, um líder, não se destaca pela a sua autoridade, e sim, pelo o seu amor a Jesus transformado em serviço...
Lavando os pés, até mesmo do seu traidor, Jesus nos ensina  que não devemos escolher a quem servir, devemos servir a todos sem distinção, até mesmo os nossos inimigos, Ele nos mostrou, com as suas atitudes, a importância de nos entregarmos ao amor serviço, de vivermos a humildade...
“O servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou.”
Se Jesus, o Mestre de todos os mestres, se inclinou para lavar os pés dos discípulos, nós também, devemos fazer o mesmo.
Um líder, quando comprometido com a causa do Reino, não busca honrarias, o que ele quer mesmo, é servir, nada além de servir. “Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.” Com essas palavras, Jesus enfatiza a importância de acolher os seus enviados, aqueles que vêm nos trazer o recado de Deus, e que geralmente, são pessoas simples, pessoas que se prontificam a propagar o evangelho, na intensão de colocar o povo mais próximo de Deus. 
Um enviado de Jesus, não deve ter a pretensão de chamar a atenção para si mesmo, e sim, para aquele que o envio, a palavra que sai de sua boca, não é sua, é Deus falando através de seu mensageiro!
A humildade é a característica marcante de quem continua a presença de Jesus aqui na terra, é a virtude que mais nos aproxima da perfeição, que nos torna parecidos com Jesus, mas é importante compreendermos: ninguém é humilde de nascença, uma pessoa vai se tornando humilde, à medida em que ela reconhece as suas imperfeições, a sua dependência de Deus...
Como continuadores da missão de Jesus aqui na terra, devemos nos espelhar Nele, e para que a nossa missão produza frutos, precisamos esvaziar de nós mesmos para nos encher da graça de Deus.  A graça de Deus é a força motivadora que nos possibilita viver a nossa humanidade de forma Divina... 

 

QUE DEUS ABENÇOE A TODOS!

FIQUEM NA PAZ DE JESUS!

Reflexão de Olivia Coutinho

 

Senhor, mostra-nos o Pai-Dehonianos

 

 

1 Maio 2021

4ª Semana - Sábado

Lectio

Primeira leitura: Actos 13, 44-52

44No segundo sábado em que Paulo e Barnabé estiveram em Antioquia da Pisídia, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra do Senhor. 45A presença da multidão encheu os judeus de inveja, e responderam com blasfémias ao que Paulo dizia. 46Então, desassombradamente, Paulo e Barnabé afirmaram: «Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os pagãos, 47pois assim nos ordenou o Senhor: Estabeleci-te como luz dos povos, para levares a salvação até aos confins da Terra.» 48Ao ouvirem isto, os pagãos encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé. 49Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda aquela região. 50Mas os judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade, desencadeando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos do seu território. 51Estes, sacudindo contra eles o pó dos pés, foram para Icónio. 52Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

É breve o intervalo que separa o discurso de Paulo em Antioquia e a continuação do seu ensino, no sábado seguinte, na sinagoga. Mas este intervalo tem por fim mostrar o interesse que a pregação do Apóstolo desperta entre judeus e pagãos. Querem ouvir mais, e Paulo exorta-os a permanecerem na graça de Deus, isto é, na escuta do Evangelho. De facto, no sábado seguinte «quase toda a cidade» (v. 44) acorre a escutar a Palavra de Deus. Mas os judeus encheram-se de inveja e «judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade» contra Paulo e Barnabé, que são expulsos do território. É nesse momento que se dá a separação definitiva entre o Evangelho e o Judaísmo.
Paulo reafirma o direito dos judeus a serem evangelizados antes de mais ninguém... Mas, uma vez que recusavam o evangelho, era a vez de o anunciarem aos pagãos. Em Antioquia, os missionários declaram que se voltam para os pagãos, não só por causa da recusa dos judeus, mas também por causa das palavras de Isaías que fala da luz para todos os povos (49, 6). Os cristãos são herdeiros do destino glorioso que estava reservado a Israel, que se tornou incapaz de o realizar, uma vez que recusou Jesus Cristo. Lucas termina a narrativa de um modo positivo: «Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo» (v. 52).

Evangelho: João 14, 7-14

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «7Se ficastes a conhecer-me, conhecereis também o meu Pai. E já o conheceis, pois estais a vê-lo.» 8Disse-lhe Filipe:
«Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!» 9Jesus disse-lhe: «Há tanto tempo que estou convosco, e não me ficaste a conhecer, Filipe? Quem me vê, vê o Pai. Como é que me dizes, então, 'mostra-nos o Pai'? 10Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim?As coisas que Eu vos digo não as manifesto por mim mesmo: é o Pai, que, estando em mim, realiza as suas obras. 11Crede-me: Eu estou no Pai e o Pai está em mim; crede, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome Eu o farei, de modo que, no Filho, se manifeste a glória do Pai. 14Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu o farei.»

«Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta!». Jesus, no quarto evangelho, fala frequentemente da sua relação com o Pai, da sua união com Ele, do facto de ter sido enviado por Ele. Os discípulos, agora representados por Filipe, queriam algo mais: uma visão directa do Pai. Mas esse desejo estava em contradição com aquilo que já nos aparece no prólogo de João: «A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer» (Jo 1, 18). Mas os discípulos não souberam reconhecer na presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do Pai (cf. v. 9) porque, para ver o Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que existe entre ambos. Só pela fé se reconhece a mútua imanência entre o Jesus e o Pai. Por isso, a única coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiadamente esse dom. Jesus ao apelar para a fé, apoia os seus ensinamentos em duas razões: a sua autoridade pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das suas obras (cf. v. 11).
A obra de Jesus, inaugurada pela sua missão de revelador, é apenas um começo. Os discípulos hão-de continuar a sua missão de salvação, farão obras iguais e mesmo superiores às suas. Jesus quer mesmo dar coragem, aos seus e a todos os que hão-de acreditar n´Ele, para que se tornem participantes convictos e decididos na sua própria missão.

Meditatio

Jesus falou muito do Pai. Filipe entusiasmou-se e pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai. Mas o Senhor respondeu-lhe: «Quem me vê, vê o Pai». Filipe queria ver o Pai, mas não conseguiu vê-lo em Jesus. Ao contemplar o Mestre ficou pela realidade externa, não conseguindo atingir o interior, a sua realidade íntima, com o olhar penetrante da fé. O verbo «ver», para João, indica duas ordens de realidades: a do sinal visível (a realidade natural) e o da glória do Verbo (realidade sobrenatural).
«Quem me vê, vê o Pai... Eu estou no Pai e o Pai está em mim». Jesus é a revelação de amor, de um amor generoso que quer espalhar-se sem limites, que não tem ciúmes: «quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas» (v. 12). Nós pensaríamos que, sendo Jesus o Filho de Deus vindo ao mundo, é a Ele que pertence fazer as obras maiores. Mas não é essa a lógica do amor de Deus, que é generoso e enriquece de modo ilimitado aqueles nos quais se derrama.
Deus não tem ciúmes. Mas os judeus têm-nos. É o que nos mostra a página dos Actos que hoje escutamos. Quando vêem a multidão, que o discurso de Paulo atraiu, enchem-se de inveja. A mensagem deve ser reservada para eles, é seu privilégio. Ao verem que era oferecida a «quase toda a cidade» organizaram uma perseguição contra Paulo e Barnabé. Os judeus não toleravam que a fé fosse oferecida também aos pagãos. Mas Deus não cede e, Paulo, atento à vontade de Deus (cf. v. 47), declara: «Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os pagãos».
Há que alegrar-nos com o bem dos outros, para estarmos com o Senhor.
Quando vemos o bem que Deus faz a outros, não há que ficar invejosos, mas que dar graças.

Infelizmente nas comunidades cristãs, e até mesmo nas comunidades religiosas, também nascem inimizades geralmente causadas pela mesquinhez, pela tacanhez de espírito, pelo ciúme e pela inveja. São inimizades que provocam muito sofrimento em quem delas é objecto, sem culpa. Valem, então, as palavras de Jesus: "Amai os vossos inimigos, fazei bem àqueles que vos odeiam (ou que, sem um verdadeiro ódio, são invejosos, ciumentos), bendizei aqueles que vos amaldiçoam (no sentido de que falam mal de vós), rezai por aqueles que vos maltratam (não fisicamente, mas moralmente) (Lc 6, 27-28). "Para que sejais filhos do vosso Pai celeste, que faz nascer o sol para os bons e para os maus, e manda a chuva para os justos e os injustos... Sede, portanto, perfeitos como é perfeito o Pai celeste" (Mt 5, 45-46).

Oratio

Senhor, dá-me aquela abertura de coração que é fonte de alegria perene, que é dom de amor generoso, que se alegra com o bem e com a felicidade dos outros, com todo o bem que há no mundo. Dá-me também aquele olhar penetrante da fé que me permite observar a tua presença e acção no mundo. Ensina-me a ler os sinais dos tempos para que não oscile entre o pessimismo e o optimismo. Ensina-me a arte do discernimento, para que Te veja onde actuas e como actuas. Purifica o meu coração, para que me deixe guiar, não pelos meus estados de espírito, mas pela tua luz, que me mostra onde estás. Então poderei tornar-me teu colaborador na obra da redenção que realizas no coração do mundo, e amar-Te como queres e tens direito a ser amado. Amen.

Contemplatio

«Se me tivésseis conhecido como devíeis, diz Jesus, teríeis também conhecido o meu Pai, porque o meu Pai e eu somos um; mas em breve o conhecereis, ao receberdes o Espírito Santo, e já, ao me verdes, o vistes.
– Senhor, disse-lhe Filipe, mostrai-nos o Pai celeste, por alguma visão miraculosa, e isso nos basta. –
O quê? diz-lhe Jesus, com uma doce censura, há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheceis? Não sabeis ainda que eu sou o Filho único e consubstancial do Pai? Filipe, quem me vê, vê também o Pai, e não tem necessidade de outra revelação, porque o Pai e eu somos um só na unidade da essência divina. Como dizeis então: Mostrai-nos o Pai? Não credes que eu estou no Pai e que o meu Pai está em mim? As palavras, que vos digo, não as digo de mim mesmo; elas não são o fruto de uma inteligência humana; e os milagres que eu faço são a obra de meu Pai que permanece em mim. São a prova da minha missão e da minha natureza divina. Não credes que eu estou no meu Pai e que o meu Pai está em mim? Ainda uma vez, se não crerdes nas minhas palavras, crede ao menos por causa das obras que faço».
– Somos cegos como os apóstolos. Vendo as obras de Nosso Senhor, deveríamos ver claramente que é o nosso Deus (Leão Dehon, OSP 3, 448).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Quem crê em mim fará obras maiores do que estas» (Jo 14, 12)».

 

Na casa de meu Pai há muitas moradas-Dehonianos

 

30 Abril 2021

4ª Semana - Sexta-feira

Lectio

Primeira leitura: Actos 13, 26-33

Naqueles dias, disse Paulo na sinagoga de Antioquia da Pisídia: 26Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que de entre vós são tementes a Deus, a nós é que foi dirigida a palavra de salvação. 27Sem dúvida, os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não quiseram reconhecer Jesus, mas, condenando-o, cumpriram, sem disso se aperceberem, as profecias que são lidas todos os sábados. 28Embora não tivessem encontrado nele motivo algum de morte, exigiram a Pilatos que o mandasse matar. 29Quando cumpriram tudo o que acerca dele estava escrito, desceram-no do madeiro e sepultaram-no. 30Mas Deus ressuscitou-o dos mortos 31e, durante muitos dias, apareceu aos que tinham subido com Ele da Galileia a Jerusalém, os quais são agora suas testemunhas diante do povo. 32E nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais, 33Deus a cumpriu em nosso benefício, para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no Salmo segundo: Tu és meu filho, Eu hoje te gerei!

O discurso de Paulo, em Antioquia da Pisída, pode resumir-se assim: o evangelho é a consumação de tudo quanto Deus fez, anunciou e prometeu ao seu povo. No fundo, Paulo usa os mesmos argumentos de Pedro no seu primeiro discurso, no dia de Pentecostes. Provavelmente era um esquema habitual para quem anunciava o Evangelho em ambientes judaicos. Jesus, injustamente condenado, foi reconhecido justo por Deus na ressurreição. É esta a palavra de salvação, a boa nova, a realização da promessa feita aos pais (cf. v. 32). Deus é suficientemente forte para vencer o mal, ainda o mais horrível. Deus salva aqueles que acreditam no seu poder, esse poder com que ressuscitou Jesus.
Ao anunciar a ressurreição, Paulo fundamenta-se em «testemunhas» (v. 30), transmitindo aquilo que recebeu. Sabe que não é testemunha, como Pedro e os outros Apóstolos, mas tem consciência de pertencer ao grupo dos missionários. Por isso, acrescenta: «nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais».

Evangelho: João 14, 1-6

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar? 3E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também. 4E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.» 5Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?» 6Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».

As primeiras palavras de Jesus, no quarto evangelho, «Que procurais?»(1, 38), têm resposta neste capítulo 14: «Na casa de meu Pai há muitas moradas» (v. 2). Jesus anunciara a sua partida no capítulo 13. A afirmação de fidelidade, por parte de Pedro, é contrabalançada pelo anúncio da sua negação. Os discípulos estavam decepcionados. No capítulo 14, João apresenta-nos Jesus a inculcar-lhes segurança e confiança. Eles devem acreditar em Jesus como acreditam em Deus. E devem confiar que a sua partida os favorece. Mais ainda: conhecendo a Jesus, conhecem o caminho para o Pai, porque é Ele o caminho. É tudo o que o homem precisa para se salvar, porque o Pai está em Jesus para salvação do homem.
A partida de Jesus implica o seu regresso, para completar a missão que o Pai lhe confiou. Jesus voltará aos seus amigos depois da crucifixão; Ele e o Pai viverão naqueles ques os amam e guardam as suas palavras; não se trata de uma manifestação expectacular, mas de uma manifestação captada pela fé, através do Espírito; ainda que Jesus volte, depois da sua morte, permanece em pé a sua vinda no fim dos tempos.
«Na casa de meu Pai há muitas moradas» (v. 2), dizia Jesus. Na mentalidade da época, o mais além tinha uma capacidade limitada. Por isso, havia que pesar os vícios e as virtudes dos candidatos à entrada. Só entraria quem tivesse um peso de virtudes superior ao dos vícios. Jesus afirma que, na vida do além, há lugar para todos os seus discípulos. Estarão com Ele. E Ele é o caminho que leva à vida eterna:
«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».

Meditatio

«Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim» (v. 1). A crucificação de Jesus causará grande perturbação aos discípulos. Por isso, Jesus prepara-os dizendo-lhes palavras de consolação e de esperança. Irá repeti-las depois da ressurreição. Essas palavras mostram aos apóstolos que a paixão era o meio querido por Deus para renovar e salvar o homem. Também para nós chegará, mais cedo ou mais tarde, o momento da perturbação, motivado pelos ódios, pelas vinganças, pelas violências, pela corrupção, pela indiferença, pela fome de dinheiro e de poder que campeiam pelo mundo. As nossas cidades tornaram-se semelhantes a Sodoma e a Gomorra. Como é possível não ficar perturbados? A perturbação do coração acrescenta dificuldades às dificuldades. É uma reacção natural. Mas o Senhor diz-nos que podemos ultrapassar tudo com uma atitude de fé, apoiando-nos no seu poder, na sua riqueza. Somos fracos e pobres. Mas as riquezas do Senhor são também nossas, e Ele está connosco sempre. Quando diz que nos vai preparar um lugar, não quer dizer que nos abandona, mas que sofrerá para transformar o homem, para o tornar capaz de se aproximar de Deus. «Em Cristo, mediante a fé nele, temos a liberdade e coragem de nos aproximarmos de Deus com confiança», escreve Paulo aos Efésios (3, 12). E acrescenta «por isso, peço-vos que não desanimeis com as tribulações que sofro por vós; elas são a vossa glória» (3, 13). Graças à morte e à ressurreição do Filho, o homem pode aproximar-se de Deus sem tremer, e cheio de um amor confiante e agradecido. Foi desse modo que Jesus nos preparou um lugar na casa do Pai. Ele continua a ser para nós, hoje, o caminho a verdade e a vida. Só com Ele podemos ultrapassar os ciclones da ganância e da sensualidade sem limites, e os ventos gélidos da injustiça e do cinismo. Se alguém nos quiser levar por outros caminhos, não esqueçamos que só Ele é o caminho. Se nos propuserem soluções mais avançadas, lembremo-nos que só Ele é a verdade.
Se nos quiserem ensinar a viver mais intensamente e com mais liberdades, recordemo-nos de que só Ele é a vida.

Oratio

Senhor, ampara o meu coração vacilante. Como é difícil resistir a tantos vendavais que parecem varrer da face da terra o património espiritual acumulado durante séculos pelo trabalho generoso dos teus missionários e pastores. As nossas comunidades envelhecem, declina a prática religiosa, são cada vez menos as vocações. Vem, Senhor, em auxílio da minha fé vacilante. Não quero abandonar-te, porque és tudo para mim. Apoia a minha esperança fraca, que gostava de ver os novos tempos iluminados pela tua verdade. Atiça a frágil chama do meu amor pelos irmãos, que gostaria de ajudar a pôr em contacto Contigo. Sê para mim o caminho, a verdade e a vida. Amen.

Contemplatio

Jesus é o caminho. «Para onde vou, vós sabeis e sabeis o caminho». A questão de Tomé é surpreendente, Jesus falou sempre tão claramente!
Para onde vai? Vai para o seu Pai, disse-o muitas vezes e acaba de o repetir:
«Vou preparar-vos um lugar na casa de meu Pai».
Jesus é o caminho. Não disse ele a todos os que chamava: «Sequere me, segui-me? Mostrou-nos o caminho que conduz ao céu, é aquele que ele mesmo percorreu primeiro. É o caminho da humildade e da doçura, é o caminho do desapego e da renúncia, a via da penitência e da reparação, é a via da dedicação e do sacrifício.
É também a via de união e de amor. Quantas vezes, Nosso Senhor nos disse:
«Vivo no meu Pai, e o meu Pai em mim; faço sempre a vontade de meu Pai; amo o meu Pai, observo os seus preceitos e permaneço no seu amor». Eis o caminho: manter-nos unidos a Jesus, ao seu divino Coração: fazer em tudo a sua vontade, permanecer no seu amor; aprender dele que é doce e humilde, que foi sacrificado e imolado, que se abandonou nas mãos do Pai (Leão Dehon, OSP 3, p. 441s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Eu sou o Caminho» (Jo 14, 6).

 

O servo não é maior do que o seu Senhor-Dehonianos

 

29 Abril 2021

4ª Semana - Quinta-feira

Lectio

Primeira leitura: Actos 13, 13-25

Naqueles dias, Paulo e os seus companheiros, largaram de Pafos, e dirigiram- se a Perga da Panfília. João, porém, separando-se deles, voltou para Jerusalém.
14Quanto àqueles, deixaram Perga e, caminhando sempre, chegaram a Antioquia da Pisídia.
A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. 15Depois da leitura da Lei e dos Profetas, os chefes da sinagoga mandaram-lhes dizer: «Irmãos, se tiverdes alguma exortação a dirigir ao povo, falai.»16Então, Paulo, levantando-se, fez sinal com a mão e disse:«Homens de Israel e vós os tementes a Deus, escutai: 17O Deus deste povo, o Deus de Israel, escolheu os nossos pais e engrandeceu este povo durante a sua permanência no Egipto. Depois, com a força do seu braço, retirou-o de lá 18e, durante uns quarenta anos, sustentou-o no deserto. 19A seguir, exterminando sete nações na terra de Canaã, conferiu-lhes a posse do seu território, 20por cerca de quatrocentos e cinquenta anos. Depois disso, deu-lhes juízes até ao profeta Samuel. 21Em seguida, pediram um rei, e Deus concedeu-lhes, durante quarenta anos, Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim. 22Pondo este de parte, Deus elevou David como rei, e a seu respeito deu este testemunho: 'Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará todas as minhas vontades.'
23Da sua descendência, segundo a sua promessa, Deus proporcionou a Israel um Salvador, que é Jesus. 24João preparou a sua vinda, anunciando um baptismo de penitência a todo o povo de Israel. 25Quase a terminar a sua carreira, João dizia:
'Eu não sou quem julgais; mas vem, depois de mim, alguém cujas sandálias não sou digno de desatar.'

Lucas empenhou-se em realçar a importância e a transcendência decisiva do momento em que a igreja de Antioquia organizava oficialmente a grande missão. Barnabé, Saulo e João Marcos partem. Em Chipre alcançam a conversão do procurador romano, Sérgio Paulo. Saulo passa a ser chamado com o nome romano de Paulo e, torna-se o chefe da expedição, até aí dirigida por Barnabé. E começam os chamados «Actos de Paulo». De facto, o centro da narrativa recai sobre o discurso de Paulo em Antioquia da Pisídia, perto da Galácia. Este discurso, que tem um tom programático, faz lembrar o discurso de Jesus na sinagoga de Nazaré. A história de Israel é apresentada nas suas linhas gerais, centrando-se em David, a quem ficou ligada a promessa do Salvador. A alusão a João Baptista tem dois objectivos: situar no tempo a actividade de Jesus e apresentar João como precursor e testemunha. Paulo quer chegar rapidamente a Jesus, Aquele em quem se realizam as promessas. As comunidades da Diáspora estavam mais preparadas para acolherem a mensagem dos primeiros missionários cristãos. É, pois, a elas que Paulo se dirige, em primeiro lugar. Só depois, quando se sente recusado, se dirige aos pagãos.

Evangelho: João 13, 16-20

Naquele tempo, depois de ter lavado os pés aos discípulos, Jesus disse-lhes:
16Em verdade, em verdade vos digo, não é o servo mais do que o seu Senhor, nem o enviado mais do que aquele que o envia. 17Uma vez que sabeis isto, sereis felizes se o puserdes em prática. 18Não me refiro a todos vós. Eu bem sei quem escolhi, e há-de cumprir-se a Escritura: Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar.
19Desde já vo-lo digo, antes que isso aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo: quem receber aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.»

Este texto conclui a secção do lava-pés. Esse gesto de Jesus, para além de muitas outras lições, quer ser uma explicação do provérbio que diz: «o servo não é maior do que o seu Senhor» (cf. Jo 15, 20; Mt 10, 24). O discípulo não experimentará menos perseguições do que o seu mestre. Provavelmente este provérbio surgiu do silêncio ou dos protestos diante das palavras de Jesus: «dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também», tomadas muito à letra (Jo 13, 15). O provérbio que vem a seguir: «não é o servo mais do que o seu Senhor, nem o enviado mais do que aquele que o envia» (v. 16) acrescenta um outro aspecto que ilustra a relação entre Jesus e os discípulos. Maltratar um embaixador, constitui uma gravíssima injúria àquele que representa, àquele que o envia. Esta analogia é aplicada por Jesus aos seus discípulos, que são enviados por Ele, tal como Ele foi enviado pelo Pai. Quem receber um enviado de Jesus, não só recebe o próprio Jesus que envia, mas também o Pai que enviou Jesus. Assim se chega à raiz última da missão. Um dos melhores modos de lavar os pés aos outros, talvez o mais importante, é anunciar-lhes Cristo, tornando-O presente no meio deles.

Meditatio

Deus prepara-nos para os acontecimentos da vida, por meio das Escrituras, por meio da história do povo eleito, por meio da história de Jesus. Sem essa preparação, correríamos o risco de ficarmos desconcertados, escandalizados, de não os compreendermos de modo justo. Mas se os enfrentarmos e vivermos à luz de Deus, podemos dar-nos conta da graça que o Senhor nos oferece em cada um deles. Esta afirmação não é uma teoria mais ou menos rebuscada. É o próprio Jesus que o diz:
«Desde já vo-lo digo, antes que isso aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou» (v. 19).
Jesus disse estas palavras referindo-se à traição de Judas evocada nas palavras: «Não me refiro a todos vós. Eu bem sei quem escolhi» (v. 18). Entre os discípulos há alguém que não será fiel, que trama traição. A fé dos restantes receberá um rude golpe. Parece que Jesus se enganou ao escolher um deles. Na verdade, apenas obedeceu ao Pai, para que se cumprissem as Escrituras. Era preciso que Cristo enfrentasse o mal e o vencesse. Era preciso que o mal chegasse muito perto de Jesus, e que a acção do maligno se verificasse também no grupo dos mais íntimos do Senhor. Deviam cumprir-se as Escrituras: «Aquele que come do meu pão levantou contra mim o calcanhar» (v. 18). Quando os discípulos verificaram que tudo se tinha realizado, puderam compreender o desígnio de Deus e verificar como, por meio da traição, esse projecto se realizou. Puderam dar-se conta de como o amor vence o ódio.
Paulo, ao pregar em Antioquia da Pisída, revela a mesma mentalidade. Para falar de Jesus, da sua morte e da sua ressurreição, ao seu povo, começa muito longe; começa pela eleição do mesmo povo, percorrendo a sua história, até chegar a David. Aí repete a promessa de Deus: «Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração... Da sua descendência, segundo a sua promessa, Deus proporcionou a Israel um Salvador, que é Jesus» (vv. 22-23).
Esta longa história é o fundamento da nossa fé. A morte e a ressurreição de Jesus não foram obra do acaso. Foram longamente preparadas por Deus na história. Por isso, iluminam toda a história futura. Mergulhados como estamos nos acontecimentos, nem sempre nos damos conta do seu sentido, correndo o risco de ficarmos desorientados. Por isso, devemos meditar demoradamente no Antigo Testamento e no mistério de Cristo, sempre disponíveis a fazer o que Ele quer, aqui e agora, ainda que seja algo de imprevisto. A fé robusta e consistente não vem de fórmulas mais ou menos perfeitas, que lemos ou ouvimos. Vem da experiência da vida, iluminada pela palavra de Deus. Algo de parecido ao que aconteceu aos discípulos de Emaús, na tarde da Páscoa. Estavam desiludidos e desorientados pelos acontecimentos. Mas, uma vez iluminados esses acontecimentos pela Palavra, logo adquiriram sentido, se lhes aqueceu o coração e se lhes abriram os olhos.

Oratio

Pai santo, infunde em mim uma fé robusta, uma confiança inabalável. Sei que jamais faltas às tuas promessas, porque és um Deus fiel. Dá-me olhos para ver, na vida e nos acontecimentos que me envolvem, a realização do teu projecto de salvação, apesar de tantos sinais contrários. Faz-me compreender que continuas a salvar o mundo e cada um dos homens, também na conturbada situação histórica em que nos encontramos, e que o mistério de Cristo, teu Filho, continua a realizar-se. Amen.

Contemplatio

Havia em Antioquia um grupo de padres, de profetas e de doutores. O Espírito Santo revelou-lhes positivamente a missão de Paulo e de Barnabé para a conversão dos gentios. Enviaram, portanto, estes dois apóstolos para os países do ocidente. Barnabé e Paulo passaram na ilha de Chipre onde fizeram maravilhas e ganharam para a fé o próprio procônsul, Sérgio Paulo. De lá foram para a Ásia Menor e pregaram em Pisídia, em Perga, em Antioquia, em Icónio, em Listra. Foi uma alternativa de sucessos e de perseguições.
Em Listra um curioso incidente mostra bem como os dois apóstolos eram admiráveis no seu zelo, no poder da sua palavra e na sua dignidade de vida. O povo, testemunha dos seus milagres, tomou-os por deuses. Paulo, o brilhante orador devia ser Mercúrio, Barnabé, o santo levita com porte majestoso parecia ser Júpiter. Já lhes queriam oferecer sacrifícios. Tiveram de se desembaraçar para impedirem este sacrilégio. Mas no dia seguinte Judeus de Antioquia e de Icónio vêm persegui-los com as suas calúnias, e o povo tão móvel nos seus sentimentos expulsa-os à pedrada. Regressaram a Antioquia e separaram-se em seguida. Barnabé voltou a passar por Chipre e aí consolidou as cristandades que tinha fundado precedentemente. Foi em seguida pregar na Itália, e depois regressou a Chipre onde morreu (Leão Dehon, OSP 3, p. 644s.).

Actio

19).

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Já vo-lo digo, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou» (Jo 13,

 

 

terça-feira, 27 de abril de 2021

-A minha paz vos dou-José Salviano

 

04 de Maio de 2021-Ano B

 

Evangelho Jo 14,27-31a

 


PRIMEIRA LEITURA

1ª Leitura - At 14,19-28

Reuniram a comunidade.
Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles.

Leitura dos Atos dos Apóstolos 14,19-28

Naqueles dias:
De Antioquia e Icônio chegaram judeus
que convenceram as multidões.
Então apedrejaram Paulo
e arrastaram-no para fora da cidade,
pensando que ele estivesse morto.
Mas, enquanto os discípulos o rodeavam,
Paulo levantou-se e entrou na cidade.
No dia seguinte, partiu para Derbe com Barnabé.
Depois de terem pregado o Evangelho naquela cidade
e feito muitos discípulos,
voltaram para Listra, Icônio e Antioquia
Encorajando os discípulos,
eles os exortavam a permanecerem firmes na fé,
dizendo-lhes: 'É preciso
que passemos por muitos sofrimentos
para entrar no Reino de Deus'.
Os apóstolos designaram presbíteros para cada comunidade.
Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor,
em quem haviam acreditado.
Em seguida, atravessando a Pisídia,
chegaram à Panfília.
Anunciaram a palavra em Perge,
e depois desceram para Atália.
Dali embarcaram para Antioquia,
de onde tinham saído, entregues à graça de Deus,
para o trabalho que haviam realizado.
27Chegando ali, reuniram a comunidade.
Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles
e como havia aberto a porta da fé para os pagãos.
28E passaram então algum tempo com os discípulos.
Palavra do Senhor.

 

REFLEXÃO

 

Apedrejaram a Paulo, deixando-o derrubado, tão destroçado que até pensaram que ele estivesse morto. Porém, pela força de Deus, Paulo se levantou e continuou a sua missão indo para outros lugares.

Muitas vezes nós podemos até pensar que Deus nos abandou no sofrimento, e outros até duvidam da existência de Deus quando o sofrimento é muito grande.  Amigos. O sofrimento é exatamente para testar a nossa fé. Lembra de Jó? Lembra de Abraão quando Deus lhe pediu o seu próprio filho em sacrifício?

Nunca devemos nos desesperar diante das dificuldades, diante da dor, pois o Senhor Deus nunca nos abandona. E é nestes momentos que Ele está mais perto de nós, nos observando, porém nos amando. Confiemos nele, peçamos a sua  cura, e logo  tudo passará, assim como se dissipou aquele vento forte que deixaram os discípulos apavorados na barca! Prezadas irmãos e irmãos. O sofrimento é necessário para a nossa purificação. É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus. Confia em Deus, nosso Pai amoroso.

EVANGELHO

Evangelho - Jo 14,27-31a

A minha paz vos dou.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 14,27-31a

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
Deixo-vos a paz,
a minha paz vos dou;
mas não a dou como o mundo.
Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
Ouvistes que eu vos disse:
'Vou, mas voltarei a vós'.
Se me amásseis,
ficaríeis alegres porque vou para o Pai,
pois o Pai é maior do que eu.
Disse-vos isto, agora, antes que aconteça,
para que, quando acontecer,
vós acrediteis.
Já não falarei muito convosco,
pois o chefe deste mundo vem.
Ele não tem poder sobre mim,
amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai,
eu procedo conforme o Pai me ordenou.
Palavra da Salvação.

 

REFLEXÃO

 

A melhor paz é a paz de Cristo. É a paz da consciência limpa, tranquila, e sem pecado.  A paz de Cristo é a paz verdadeira. É quando estamos bem conosco, com os irmãos, e acima de tudo  na amizade com Deus.

A paz de Jesus é a paz de quem está  contente, feliz, com o que tem, sem aquele dessespero de querer sempre mais, e mais. A ambição exagerada nos deixa inquietos, no desconforto da alma e do corpo, e não nos faz nenhum bem, ao contrário do que pensam os ambiciosos.

A paz do mundo é uma paz mentirosa. Ou seja, ela na verdade não existe em profundidade. Pode-se até ter uma certa calma no relacionamento entre as pessoa, porém, se formos verificar a fundo, há muito interesse e  falsidade envolvida.

De modo geral, o ser humano acredita que para se viver em paz, é preciso estar preparado para a guerra. O poderoso, se reveste de toda proteção, para poder viver em paz.  A paz do mundo.  Países para viver em paz, se armam até os dentes, gastando grandes verbas em todo um aparato de guerra, dinheiro este que poderia ser direcionado para melhorar a vida de muitos necessitados e famintos.

Estamos nos referindo a chamada PAZ ARMADA! Para se evitar uma guerra, acreditam que é necessário estar armados, preparados para o que der e vier.

Na paz de Cristo mesmo, eles nem pensam!

Neste Evangelho, Jesus nos lembra de uma verdade muito importante a respeito do capeta. ...pois o chefe deste mundo vem.
Ele não tem poder sobre mim...

Você viu isso? O DEMÔNIO NÃO TEM PODER SOBRE JESUS. Então para nos livrarmos dele, é só chamar o nome de Jesus. É só nos apegar a Jesus, e estaremos livres do maligno!

Não tenhamos medo do demônio. Para nos livrar dos seus laços e armadilhas, basta nos aproximar cada dia mais de Jesus. Pois se estamos com Jesus, com Deus, quem poderá contra nós?

Antes de partir, Jesus desejou aos apóstolos a sua paz. Não a paz do mundo, mas a sua paz.

E Jesus avisa que o diabo, aquele que nos dá uma falsa paz, aquele que nos tira a verdadeira paz, aquele que nos induz à guerra, ao sofrimento, e ao inferno, virá para nos atormentar.

Nos noticiários temos todos os dias um desfile de falta de paz. Mortes, brigas, desafetos de todos os tipos entre os filhos de Deus, que vivem sem Deus. Vivem segundo os ditames do “chefe do mundo”, o diabo que os atentam 24 horas.

Paz não é só ausência de conflitos entre nós. Paz é viver em harmonia com Deus, conosco, com nossa consciência, e com as irmãs e os irmãos.

Aquela e aquele que está em paz consigo e com Deus, não tem por onde fomentar a intriga entre os irmãos.  Se vivo em paz, não quero a desarmonia para os outros.

A paz consigo mesmo é a paz da consciência limpa, por não ter cometido atos injustos, sujos, corruptos, etc.

Por isso, a paz depende de cada um de nós, pois ela começa dentro de nossa mente. Para alcançar a paz, devemos parar e pensar: Vou voltar para Deus, viver com Deus e em Deus. Vou largar tudo o que faço de errado, e seguir os ensinamentos de Jesus. Pois só assim terei a paz que Jesus nos deseja!

Do que adianta roubar milhões dos cofres públicos, e ter uma vida atormentada pela consciência pesada? Sabendo que aquele dinheiro fez falta na manutenção das escolas, na manutenção das instalações da polícia e dos hospitais, que estão sucateados.

A FALSA PAZ DO MUNDO – O mundo nos propõe uma falsa paz baseada em festas, bebedeiras, na hipocrisia, no acúmulo de bens materiais, e na superficialidade. Como exemplo disso poderemos citar, que a Páscoa de muitos por aí, significa dar presentes, comer chocolate, e apenas dizer uns aos outros: Boa Páscoa.

Eles ignoram a verdadeira alegria pela comemoração da Páscoa, que é a RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO que vive no meio de nós, e quer que nós vivamos em paz uns com os outros, tolerando-nos, suportando-nos, desejando para os outros o mesmo que desejamos para nós.

E Deus quer que nós agimos assim, não para satisfazer a sua autoridade, mas sim por que VIVER EM PAZ É BOM PARA NÓS MESMOS. A paz faz bem à saúde da mente, do coração e de todo o corpo.

Ao contrário, o desassossego, a ameaça de morte, nos deixa em frangalhos, nos deixa em pânico, em desespero tão grande que não dormimos, não comemos e a nossa saúde vai por água a baixo, chegando até a ocasionar a nossa própria morte.

Não é isso que Jesus nos deseja, meus irmãos. Jesus nos deseja a paz. A sua paz, e não essa falsa paz do mundo!

 

Fica em paz. José Salviano

 

 

 

 

 

 

-Jesus, caminho, verdade e vida-José Salviano

 

03 de Maio de 2021-Ano B

 

Evangelho Jo 14,6-14

 

PRIMEIRA LEITURA

1ª Leitura - 1Cor 15,1-8

O Senhor apareceu a Tiago e, depois,
apareceu aos apóstolos todos juntos.

 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 15,1-8


Irmãos, quero lembrar-vos
o evangelho que vos preguei e que recebestes,
e no qual estais firmes.
Por ele sois salvos,
se o estais guardando
tal qual ele vos foi pregado por mim.
De outro modo, teríeis abraçado a fé em vão.
Com efeito, transmiti-vos, em primeiro lugar,
aquilo que eu mesmo tinha recebido,
a saber:
que Cristo morreu por nossos pecados,
segundo as Escrituras;
que foi sepultado;
que, ao terceiro dia, ressuscitou,
segundo as Escrituras;
e que apareceu a Cefas e, depois, aos Doze.
Mais tarde,
apareceu a mais de quinhentos irmãos, de uma vez.
Destes, a maioria ainda vive
e alguns já morreram.
Depois, apareceu a Tiago
e, depois, apareceu aos apóstolos todos juntos.
Por último, apareceu também a mim,
como a um abortivo.
Palavra do Senhor.

 

REFLEXÃO

Paulo faz um breve resumo das aparições de Jesus Cristo.  As aparições do ressuscitado nos provam que Ele é Deus, provam  o que Ele havia prometido. Voltar a vida no terceiro dia.

Jesus não apareceu somente aos seus amigos, mais sim, também a muitos desconhecidos, como já sabemos que aconteceu na estrada de Damasco.

E estas aparições nos garante que a ressureição foi realmente um fato histórico,  que sustenta a nossa fé.  Pois se não acreditarmos nela,  a nossa fé é vã. E tem mais. Não nos basta crer, mais sim testemunhá-la por onde andamos. Este é o nosso  objetivo, nosso dever de cristão, e nossa tarefa missionária durante a nossa estada nesta vida passageira, para que mereçamos  entrar na Gloria eterna um dia.

 

EVANGELHO

Evangelho - Jo 14,6-14

Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces?

 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 14,6-14


Naquele tempo, Jesus disse a Tomé:
"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim.
Se vós me conhecêsseis,
conheceríeis também o meu Pai.
E desde agora o conheceis e o vistes".
Disse Filipe:
"Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!"
Jesus respondeu:
"Há tanto tempo estou convosco,
e não me conheces, Filipe?
Quem me viu, viu o Pai.
Como é que tu dizes:
`Mostra-nos o Pai'?
Não acreditas que eu estou no Pai
e o Pai está em mim?
As palavras que eu vos digo,
não as digo por mim mesmo,
mas é o Pai que, permanecendo em mim,
realiza as suas obras.
Acreditai-me: eu estou no Pai
e o Pai está em mim.
Acreditai, ao menos, por causa destas mesmas obras.
Em verdade, em verdade vos digo,
quem acredita em mim
fará as obras que eu faço,
e fará ainda maiores do que estas.
Pois eu vou para o Pai,
e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei,
a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
Se pedirdes algo em meu nome,
eu o realizarei".
Palavra da Salvação.

 

REFLEXÃO

Jesus afirmou que Ele é o caminho, a verdade e a vida.

CAMINHO = Por caminho nós entendemos, um local de passagem que liga duas pontas, dois lugares.  É o conduto que nos conduz a algum lugar, é a ligação, a comunicação, uma comunicação terrestre, que liga um ou mais lugares.

Jesus é o conduto, que nos conduz ao Pai. Somente por meio dele nós conseguiremos um chegar ao Criador. Sua palavra nos orienta  no que fazer e no que devemos evitar, para  poder conquistar o Céu. Seu corpo que nos foi dado como alimento,  nos fortalece para vencer  o pecado, e estar em comunhão com Deus e com os irmãos. Pois quem come a sua carne terá um dia a vida eterna. Quem segue os meus ensinamentos, e come a minha carne, viverá eternamente. Assim, Jesus é o nosso caminho para irmos direto para o Pai.

Prezadas irmãs e irmãos. Não procuremos o caminho certo nos caminhos do mundo, mas sim, busquemos a  Jesus que é o caminho certo para a casa do Pai. Somente através de Jesus chegaremos um dia à glória eterna. E é através da sua Igreja, que podemos seguir Jesus, verdade e vida.

Os caminhos desse mundo são tortuosos, cheios de buracos e muitos deles podem nos levar a um beco sem saída, ou a um enorme penhasco.

Um exemplo disso são os muitos jovens cheios de vida que morrem cedo. Eles morrem por que quem ama o perigo nele perecerá. Eles morem cedo por que seguiram caminhos outros que não o verdadeiro caminho, aquele que leva a vida e não à morte.

 

VERDADE= Jesus durante toda a sua vida somente falou a verdade. E isso irritou, causou muitos prejuízos, para aqueles que viviam na mentira.  Aqueles que ganhavam dinheiro por meio da mentira. Por isso eles deram um jeito de condenar  Jesus.

E hoje? As coisas mudaram? Claro que não. Sabemos que uma grande parcela da população mundial vive na mentira, vivem da mentira, e pela mentira. São enganadores profissionais, que ganham a vida mentindo, enganando, fraudando, falsificando, roubando, etc.

A diferença entre esses e Jesus, é que  esses são a mentira em pessoa. Enquanto que Jesus é a própria verdade descida do Céu.

Irmãos. Não confiemos nas verdades desse mundo. Cuidado! Muitas verdades que você ouve ou lê, não são verdades verdadeiras. São as verdades dos seus “amigos”, os quais lhes dizem que não é bom ir à missa, rezar, etc. são as falsas verdades encontradas na própria Internet. São as falsas verdades que nos dizem: O cinema, os comerciais, os candidatos,  e muitos outros. Hoje em dia, você precisa ter a luz do Alto consigo par poder distinguir o que é verdade e o que é mentira.

Exemplo. Ao entrar no seu computador, pode aparecer  em um site que se nos aparece na tela como verdadeiro, e se descuidarmos, podemos estar permitindo a invasão do nosso computador por vírus.   Estamos rodeados 24 horas de verdades que não são verdadeiras, e que nos arrastam para os penhascos da estrada que estamos seguindo.

 

VIDA=É o período existencial de um ser compreendido entre o seu nascimento e a sua morte. Os seres humanos mortais, têm as suas vidas encerradas, terminadas,  com a separação da alma e do corpo. Já o término da vida dos seres vegetais e animais é semelhante porém, eles não têm alma nem espírito.

Jesus é eterno,  Ele é vida em plenitude,  Jesus provou isso pela sua ressurreição, vencendo a morte. Jesus é fonte de vida e por isso Ele veio para nos dar vida em abundância, e para nos conduzir  para um dia chegar a vida que dura para sempre.

A vida que o mundo nos sugere é uma vida falsa. Os amigos, o mundo nos oferece uma diversão que destrói a nossa vida. Antigamente as pessoas tinham mais vigor, pois não destruíam as suas vidas ao curtir a vida. A diversão era pouca, sim, mas era saudável.

Os amigos nos dizem hoje: Ah! Que nada! O negócio é CURTIR A VIDA POR QUE A VIDA É CURTA!

Porém, ao curtir a vida, MUITOS ESTÃO É ENCURTANDO A SUA VIDA, pela ingesta de álcool, e de outras substâncias alucinógenas, muitos morrem cedo. E essa é outra das causas das mortes prematuras dos nossos jovens.

Amigo. Uma prova de que você está seguindo o caminho errado, é essa sua barriga grande, é seu fígado que está inchado, gorduroso, e isso foi causado pela cachaça, Vodca, pela cerveja, e ou pelas drogas.

Pare! Antes que aconteça a impotência, pare antes da traição, antes de uma tragédia pelo fim do relacionamento; pare entes da cirrose hepática alcoólica, pare antes de seguir o caminho do cemitério! Pare enquanto é tempo!

Não siga o caminho do bar! Siga o caminho de casa, o caminho dos braços da sua esposa. Ela casou com você esperando o seu carinho e o seu afeto, e não uma barriga inchada pelo álcool, não um homem com um corpo enfraquecido pela bebida.

Siga o caminho da igreja, o caminho dos braços de Deus! Mude agora. Ainda é tempo.

CURTA A VIDA, MAS NÃO ENCURTA A SUA VIDA.  Beba com muita moderação. Não torne a bebida um hábito em sua vida. Não se entregue a ela para sufocar os seus traumas e frustrações, medos, o que é tudo isso causado pela falta de Deus em sua vida! Acredite! Só Deus nos preenche.

O preço é muito alto quando se tenta resolver tudo, fugir de tudo por meio da bebida. Beber de vez em quando, uma vez por mês, o seu organismo pode até suportar. Divirta-se de modo que o seu fígado, o seu coração, seus rins continuem funcionando normalmente, dando-lhe a vitalidade necessária para você trabalhar pela sua sobrevivência e a dos seus entes queridos, sem precisar roubar e ir para a cadeia.

 

Tenha um bom dia. José Salviano.