quarta-feira, 31 de março de 2021

ELE QUE TINHA AMADO OS SEUS QUE ESTAVAM NO MUNDO, AMOU-OS ATÉ O FIM-Olivia Coutinho

 REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/04/21 Jo13, 1-15

QUINTA-FEIRA SANTA

“ELE QUE TINHA AMADO OS SEUS QUE ESTAVAM NO MUNDO, AMOU-OS ATÉ O FIM.”

Reflexão de Olivia Coutinho

Caros irmãos e irmãs em Cristo!

Hoje, Quinta-Feira Santa, o Evangelho narra a cena do lava-pés, e a segunda Leitura narra a instituição da Eucaristia. São os dois eventos principais da celebração de hoje.

A liturgia tem como tema central a Memória. Memória, não, no sentido de uma simples lembrança, e sim, no sentido de viver e de reviver o Mistério, de celebrar algo essencial para a nossa fé: A oferta do amor do Pai, que na pessoa de seu Filho, se deu por inteiro a nós, se fazendo nossa comida e nossa bebida...

O evangelista João, começa a narrar os acontecimentos do Tríduo Pascal com as seguintes palavras: “Ele que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. João vê todos os acontecimentos dos últimos dias de Jesus aqui na terra, como desdobramentos do seu amor por nós; um amor imenso, incondicional, um amor sem limites.

Jesus celebrou com os seus discípulos a última Ceia instituindo assim, a Eucaristia, também chamada de Comunhão (Lucas 22:19-20). Em seguida, num gesto de inteira humildade, Ele lavou os pés dos discípulos, inclusive, os pés do seu traidor...
Com o gesto de lavar os pés, Jesus quis mostrar aos discípulos e hoje a nós, como deve ser o nosso amor ao próximo: um amor que deve ser vivido na prática, no serviço gratuito à aqueles que necessitam da nossa ajuda.
“Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.” Lavar os pés, naquele tempo, não era um rito, era uma necessidade constante, devido à poeira e ao fato de as pessoas, andarem descalços ou de sandálias. Um ótimo exemplo usado por Jesus, para mostrar que amar é servir, é atender às necessidades do outro, independente de quem seja.
Nas famílias, quem costumava lavar os pés daquele que chegava, eram os servos e Jesus, sendo um Mestre, se fez servo, o que causou estranheza em Pedro que não queria que Jesus lavasse os seus pés. Só mais tarde, Pedro compreendeu este ensinamento de Jesus, se tornando um grande servidor da Igreja.
Esta passagem do evangelho, vem afirmar que a vida cristã, é marcada pela vida de comunhão e acima de tudo, de humildade e serviço.
Em outra passagem Jesus explica: “Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos” (Mc 10,43-44)
Na última Ceia, ao mesmo tempo em que Jesus instituiu a Eucaristia Ele instituiu também o sacerdócio ministerial. Através deste Ministério, o Sacramento da Eucaristia se perpetuará, tornando viva a presença de Jesus em nós...

A melhor forma de agradecermos a Deus por tão grande amor, é fazer o mesmo que Jesus fez: fazer da nossa vida uma oferta de amor. Esta, é a verdadeira comunhão que fazemos com Cristo e em Cristo: nos alimentado Dele e alimentando o outro...

QUE DEUS NOS ABENÇOE!

FIQUE NA PAZ DE JESUS!
Reflexão de Olivia Coutinho

As mulheres correram a dar a notícia aos discípulos-Dehonianos

 

5 Abril 2021

1ª Semana - Segunda-feira - Páscoa

Lectio

Primeira leitura: Actos 2, 14. 22-33

No dia do Pentecostes, Pedro de pé, com os Onze, ergueu a voz e dirigiu-lhes então estas palavras:«Homens da Judeia e todos vós que residis em Jerusalém, ficai sabendo isto e prestai atenção às minhas palavras.Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio, como vós próprios sabeis, 23este, depois de entregue, conforme o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós o matastes, cravando-o na cruz pela mão de gente perversa.
4Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte. 25David diz a seu respeito: 'Eu via constantemente o Senhor diante de mim, porque Ele está à minha direita, a fim de eu não vacilar. 26Por isso o meu coração se alegrou e a minha língua exultou; e até a minha carne repousará na esperança, 27porque Tu não abandonarás a minha vida na habitação dos mortos, nem permitirás que o teu Santo conheça a decomposição.
28Deste-me a conhecer os caminhos da Vida, hás-de encher-me de alegria com a tua
presença. ' 29Irmãos, seja-me permitido falar-vos sem rodeios: o patriarca David morreu e foi sepultado, e o seu túmulo encontra-se, ainda hoje, entre nós. 30Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera, sob juramento, que um dos descendentes do seu sangue havia de sentar-se no seu trono, 31viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo por estas palavras: 'Não foi abandonado na habitação dos mortos e a sua carne não conheceu a decomposição. ' 32Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disto nós somos testemunhas. 33Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou-o como vedes e ouvis.

«Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais... depois de entregue... vós o matastes, cravando-o na cruz... Mas Deus ressuscitou-o». Estas palavras de Pedro, na manhã do Pentecostes, constituem o anúncio fundamental, o Kerigma, que a Igreja é chamada a fazer a todos os povos, a começar por Jerusalém. Jesus foi condenado e executado. Mas Deus confirmou a justeza da sua causa, ressuscitando-O dos mortos. Aliás, tudo estava previsto, conforme verificamos no salmo 15. O que não se realizou em David, realizou-se em Jesus de Nazaré, que Deus ressuscitou dos mortos. Os apóstolos são testemunhas desse facto. Pedro evoca a vida exemplar de Jesus, evoca a sua morte levada a cabo pelos judeus e pelos pagãos, e evoca a sua ressurreição. Tudo aconteceu conforme o plano de Deus delineado nas Escrituras.
Temos aqui um exemplo da primeira pregação apostólica, centrada em Jesus de Nazaré, na sua acção, na responsabilidade de quem O recusou, e na total presença de Deus em todos os momentos da sua maravilhosa vida.

Evangelho: Mateus 28, 8-15

Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, 8afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos. 9Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele. 10Jesus disse- lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.» 11Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos sumos-sacerdotes tudo o que tinha acontecido! 12Eles reuniram-se com os anciãos; e, depois de terem deliberado, deram muito dinheiro aos soldados, 13recomendando-lhes: «Dizei isto: 'De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.' 14E, se o caso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos com que vos deixe tranquilos.» 15Recebendo o dinheiro, eles fizeram como lhes tinham ensinado. E esta mentira divulgou-se entre os judeus até ao dia de hoje.

Enquanto as mulheres, tendo-se encontrado com Jesus, correm a levar a notícia aos apóstolos (vv. 8-10), os guardas também correm a informar os sumos- sacerdotes sobre o curso dos acontecimentos (vv. 11-15). Entretanto Mateus centra a sua e a nossa atenção no túmulo vazio. Perante essa realidade, podemos tirar duas conclusões: ou Jesus ressuscitou, de verdade, ou os discípulos roubaram o seu corpo. Mas o episódio está organizado de tal modo que não deixa muito espaço a dúvidas. O testemunho das mulheres não dá hipóteses à mentira dos sumos-sacerdotes: «Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão» (v. 10). Só uma fé semelhante à das mulheres torna possível acolher o anúncio da ressurreição.
Mateus escreve no século I, quando ainda estava bem acesa a polémica sobre a ressurreição de Cristo entre os chefes do povo e a comunidade dos discípulos. Para o evangelista, a ressurreição de Jesus era um facto indubitável, que tinha inaugurado os novos tempos e o Reino de Deus fundado no amor. Mas os chefes do povo judeu continuavam a rejeitar Jesus, e à espera de outro salvador.
A ressurreição continua a ser sinal de contradição: é fonte de vida e de salvação para quem está aberto à fé e ao amor; é motivo de juízo e de condenação para quem a recusa.

Meditatio

A visão dos Anjos, que anunciavam a ressurreição, trouxe às mulheres temor, mas também grande alegria. Mas essa alegria só será plena quando Jesus se manifestar pessoalmente a elas. É o que acontece logo de seguida: «Salve!», diz-lhes o Senhor ao encontrá-las. Então, puderam abraçar-Lhe os pés, adorá-l´O.
O encontro com Jesus ressuscitado enche as mulheres de contentamento porque a Sua presença é presença de Deus. Jesus aponta-lhes o caminho da vida e da missão. Aquela experiência não era para ficarem quietas e caladas. Por isso, partem em missão: «Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão» (v. 10). Também para nós, a alegria da Ressurreição, há-de tornar-se compromisso de anúncio, de missão.
A segunda parte do texto mostra-nos outro efeito da luz da Ressurreição, um
efeito negativo naqueles que não estão dispostos a acolhê-la. Os guardas do sepulcro e os anciãos conspiram, recusando ver a luz: «Dizei isto: 'De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.' » (v. 13). Santo Agostinho observa com ironia: «Se dormiam, como é que viram os discípulos roubar o corpo?&raquo
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É bem diferente o testemunho de Pedro sobre Jesus: «Vós o matastes,
cravando-o na cruz... Mas Deus ressuscitou-o» (cf. vv. 3-4). Esta primeira pregação do Apóstolo ecoará ininterruptamente na pregação da Igreja ao longo dos séculos. Pedro e a Igreja existem para anunciar a Morte e a Ressurreição de Jesus. Estes factos encerram toda a negatividade da história e toda a positividade da vontade de Deus. Cada um de nós é apóstolo na medida em que anuncia esta verdade, e se sente

identificado com ela. O ódio, as trevas, a morte foram vencidos pelo poder de Deus, porque Cristo ressuscitou, porque «pois não era possível que ficasse sob o domínio da morte» (v. 4). Pedro e os outros Apóstolos anunciavam corajosamente a Ressurreição do Senhor. Anunciavam com poder, porque fizeram a experiência do Ressuscitado. Uma coisa é anunciar ao mundo Cristo, conhecido pelo estudo e, portanto, de modo muito abstracto; outra coisa é anunciar Cristo experimentado, vivido. Da experiência do Ressuscitado brota o testemunho eficaz e a acção em favor dos irmãos, o apostolado. Do apostolado, volta-se à experiência do Senhor. Quando temos uma experiência profunda e pessoal de Cristo, não há diferença essencial entre contemplação e apostolado. São dois modos diferentes de o amor oblativo se exprimir. Lembremos a legenda de Cassiano que fala do cão que corre porque viu a lebre e dos cães que correm porque viram o outro correr, mas não a lebre. Há uma boa diferença no modo de correr!
Paulo VI, ao dirigir-se a religiosos de vida apostólica, afirma que "o anúncio da palavra de Deus", donde brota a fé, é uma "graça", "exige uma profunda união com o Senhor" (ET 9). "Múltiplos são os dons do Espírito, mas são tais que nos permitem sempre saborear o conhecimento íntimo e verdadeiro do Senhor" (ET 43): "O Espírito Santo dar-vos-á também a graça de descobrir o rosto do Senhor no coração dos homens, que Ele mesmo vos ensina a amar como irmãos. Ajuda-vos a recolher as manifestações do Seu amor na trama dos acontecimentos" (ET 44). São as experiências de Cristo Ressuscitado que tornam fecundo o nosso apostolado.

Oratio

Senhor Jesus, dá-me um coração aberto à tua luz e disponível para a missão. Não falta neste mundo quem procure esconder a verdade, fechar-se à tua luz, refugiar-se em conspirações para defender os seus interesses, afastando-se cada vez mais da simplicidade da verdade e juntando confusão à confusão. Mas só quem se abre à verdade está em paz e pode avançar com simplicidade.
Senhor Jesus, creio na tua ressurreição gloriosa. Faz crescer em mim um
coração de apóstolo. Dá-me uma alma vibrante e generosa, combativa e acolhedora, uma alma que me leve a dar testemunho de Ti em todas as ocasiões, porque só Tu tens Palavras de vida e porque, só na realização do teu Reino, encontrarei a paz.
Interceda por mim a tua Mãe, a Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos. Amen.

Contemplatio

Mal se puseram a caminho, encontram Jesus diante delas. Salvete, eu vos saúdo, diz-lhes. Cheias de fé, prostram-se, adoram o seu Deus, beijam as cicatrizes gloriosas dos seus pés. Agarram-se a estes pés benditos: tenuerunt pedes ejus. Jesus deixa-as fazer. Poucos instantes antes, não tinha permitido que Madalena lhe tocasse. As almas têm caminhos diferentes. Madalena é uma alma contemplativa, Jesus exige dela uma fé mais pura e um perfeito desapego. Tem também de reparar sensualidades passadas. As duas Marias são parentes de Jesus, são almas mais simples. São trémulas e fracas, têm necessidade de acreditar e de sentir para crerem e amarem. Como a bondade do Coração de Jesus sabe acomodar-se às necessidades de cada alma! Se soubéssemos também discernir as vistas de Deus e nos deixássemos conduzir por um sábio director!
Nosso Senhor interrompe a alegria das piedosas mulheres e transmite-lhes a mensagem que deu a Madalena: «Ide dizer aos meus irmãos que me precedam na Galileia, é lá que me hão-de ver».
Partem, mas estão de tal modo perturbadas que já não pensam
na mensagem, diz-nos S. Marcos. Correm sem dúvida para casa da santíssima Virgem. Nosso Senhor desculpa-as, mandará prevenir S. Pedro e os outros apóstolos reunidos no Cenáculo por Madalena e à noite ainda pelos discípulos de Emaús. Está, de facto, nos desígnios de Deus que os fiéis dêem a sua colaboração aos apóstolos.
Em tudo isto, o Coração de Jesus mostra uma admirável ternura pelas almas que lhe estão ligadas e que lhe estão consagradas. Vencer-nos-á sempre em afeição. (Leão Dehon, OSP 3, p. 379).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Não era possível que Jesus ficasse sob o domínio da morte» (cf. Act 2, 4)

O LUTO DE MARIA E DOS APÓSTOLOS E A PROVAÇÃO DE MADALENA-Dehonianos

 

3 Abril 2021

Sábado - Semana Santa

O LUTO DE MARIA E DOS APÓSTOLOS E A PROVAÇÃO DE MADALENA

Et vidit duos angelos in albis, sedentes, unum ad caput et unum ad pedes, ubi positum fuerat corpus Jesu. Dicunt ei illi: Mulier, quid pioras? Dicit eis:

Quia tulerunt Dominum meum et nescio ubi posuerunt eum (Jo 20,12-13).

E viu dois anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde jazera o corpo de Jesus. Disseram-lhe eles: Mulher, porque choras? Porque levaram o meu Senhor, respondeu, e não sei onde O puseram (Jo 20, 12-13).

Primeiro Prelúdio. A Santíssima Virgem exprime a sua dor com calma em casa de S. João. Madalena, mais agitada, corre a comprar perfumes e vai ao sepulcro.

Segundo Prelúdio. luto, compaixão e amor, tais são as disposições de que devo penetrar-me hoje para cumprir a minha missão de discípulo do Sagrado Coração.

PRIMEIRO PONTO: Luto de Maria, de S. João e de Madalena. - Durante o grande luto do sábado, Maria, os discípulos e as santas mulheres permaneceram em casa, por causa do Sabbat. «Sabbato autem siluerunt secundum msndetun» (Lc 23, 56).

Para Maria, havia um outro motivo: Era costume entre os Judeus que a pessoa mais estreitamente unida ao defunto, a sua mãe, a sua esposa, a irmã permanecesse em casa durante o grande luto, enquanto que os outros membros da família iam visitar o sepulcro. Na morte de Lázaro, era Madalena que permanecia em casa: Maria autem domi sedebat(Jo 11, 20).

A casa para Maria, era em casa de João. Tinha-a tomado consigo por ordem de Nosso Senhor. Ex illa hora accepit eam discipulus in sua (Jo 19, 27). Pedro também estava lá, não deixava João naqueles dias.

Nós podemos facilmente pensar que Madalena permaneceu também junto de Maria. Unidas ao pé da cruz, estavam unidas no luto. A presença de Maria adoçava o luto de Madalena. A presença de Madalena, que tinha sido toda regada pelo sangue de Jesus, era para Maria como um resto de Jesus mesmo.

Maria abandona-se menos à dor do que Madalena. A sua fé não lhe deixa perder de vista os ensinamentos da Escritura.

Ela sabe que a alma santa de Jesus não será abandonada nos infernos e que Deus não permitirá que o corpo do Santo conheça a corrupção: Quoniam non derelinques animam meam in inferno, nec dabis Sanctum tuum videre corruptionem (SI 15, 9). /371

Ela espera a sua próxima visita. Medita sobre a grandeza do sacrifício e do amor de Jesus e sobre os felizes frutos que a sua Paixão há-de produzir: Conservabat omnia verba hoc in corde suo (Lc 2, 19).

SEGUNDO PONTO: Amor e fidelidade de Maria. - Madalena ela também nos dá um grande exemplo de fidelidade e de perseverança no amor de Nosso Senhor. Ela não tem repouso, não pode viver longe do seu Bem-Amado. Faz-lhe falta o seu Deus, procurá-lo-á. O seu tesouro está no sepulcro, lá também está o seu coração. As provações não extinguiram as chamas do seu amor: Aquae multae non potuerunt extinguere caritatem (Cant. 8).

o seu amor foi purificado no cadinho dos sofrimentos. É preciso que a sua fidelidade reduplique: o seu Bem-Amado foi tão cruelmente traído, abandonado! É preciso que a sua dedicação seja verdadeiramente reparadora.

Logo que a lei de Deus o permite, sai com as outras duas Maria para comprar perfumes (Mc 16, 1). Por modéstia, não sai sozinha, consulta Pedro, João e Maria, como lhes irá prestar contas quando tiver encontrado o túmulo vazio. A obediência à Igreja e a união a Maria são as marcas do verdadeiro espírito de Deus. Depois da compra dos perfumes, Madalena faz uma visita ao sepulcro com uma só companhia:

Vespere autem sabbati, venit cum altera Maria videre sepulcrum (Mt 28, 1). Toma o caminho do Calvário, ainda é escuro, revê em espírito todas as cenas da sexta-feira. Tem medo de pisar aos pés o precioso sangue. A cruz está ainda lá, é terrível no meio das sombras da noite. O sepulcro está solitário, os guardas dormitam. Madalena senta­se e chora. A hora da consolação não chegou. Nosso Senhor deixa-a nas suas angústias e, todavia, fortifica a sua coragem. Volta para a casa de dor, não encontrou o seu Bem-Amado: Per noctem quaesivi quem diligit anima mea. Quaesivi et non inveni (Cant 3, 2). - Quando tivermos perdido a presença de Nosso Senhor, procuremo-lo assiduamente como Madalena.

TERCEIRO PONTO: Ardor de Madalena e as suas provações. - O coração amante de Madalena não conhece nem atraso nem desânimo. Logo que isto é possível: Valde mane, valde diluculo, cum adhuc tenebrae essent (Mc, Lc, Jo), Madalena sai com as outras duas Marias para voltar ao Calvário. Ela adianta-se, corre. Como o esposo dos Cânticos, ela disse: «Leventer-me-ei de noite e percorrerei a cidade; nas ruas, nas praças públicas procurarei aquele que o meu coração ama. Perguntarei aos guardas das portas da cidade: Não o vistes por acaso»? (Cant 3, 1).

Durante esta noite, ela dizia com o Salmista: «A minha alma suspira por vós, ó meu Deus, como o veado sedento pela água das fontes. Quando vos tornarei a ver, Ó meu Deus? Quando hei-de comparecer diante da vossa face? Enquanto derramo lágrimas inextinguíveis, os meus inimigos riem-se e dizem-me: Onde está o teu Deus? ... Ó minha alma, espera mesmo assim, porque ainda o hás-de louvar, o teu Senhor e o teu Deus» (SI 41).

Mas Nosso Senhor quer provar ainda mais a sua fidelidade e a sua constância.

Chegando ao Calvário, Madalena vê que a pedra foi retirada e que o sepulcro está vazio. Não pensava na ressurreição, procurava o corpo magoado e dilacerado do seu Salvador para lhe prestar o piedoso dever de uma sepultura digna dele. Mesmo esta esperança é desenganada. Não lhe resta mais nada senão chorar pelo seu Jesus! É como se fosse fulminada. Todavia, ela não sucumbe à sua dor, adora, humilha-se, recorda-se dos seus pecados que justificam esta privação do seu Jesus, do seu Salvador bem-amado.

Resoluções. - Maria, João, Madalena e as santas mulheres são os nossos modelos nesta jornada de compaixão e de reparação. São os únicos amigos fiéis do Coração de Jesus. Unir-me-ei a eles hoje e todos os dias. Procurarei o meu Jesus como Madalena, todas as vezes que tiver perdido a sua presença sensível. Não desanimarei nunca na minha fé, na minha confiança e no meu amor.

Colóquio com Maria.

(Leão Dehon, OSP 3, p. 370ss. Tradução do Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ)

 

A SANTA CEIA-Dehonianos

 

1 Abril 2021

Quinta-feira - Semana Santa

A SANTA CEIA

Coenantibus autem eis, accepit Jesus panem, et benedixit ac fregit, deditque discipulis suis, et ait: Accipite et comedite; hoc est corpus meum. Et accipiens cal icem, gratias egit, et dedit illis dicens: Bibite ex hoc omnes. Hic est enim sanguis meus novi Testamenti, qui pro multis effundetur in remissionem peccatorum... Erat autem recumbens unus ex discipulis ejus in sinu Jesu, quem diligebat Jesus (Mt 26, ; Jo 13).

Enquanto comiam, tomou Jesus o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: Tomai, comei. Isto é o meu corpo. Tomou, em seguida, um cálice, deu graças e entregou-lhes dizendo:

Este é o meu sangue, sangue da aliança, que vai ser derramado por muitos para a remissão dos pecados ... Ora um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa junto do peito de Jesus (Mt 26, 26-28; Jo 13, 12).

Primeiro Prelúdio. O Cenáculo. Jesus está como transfigurado no meio dos seus apóstolos. As fontes do amor vão abrir-se para darem ao mundo a Eucaristia.

Segundo Prelúdio. Obrigado, Senhor. Com S. João, agradeço-vos, amo-vos, dou-me todo a vós.

PRIMEIRO PONTO: A Eucaristia. - Ó prodígio inaudito! O Senhor supremo faz-se alimento da sua pobre e miserável criatura!

Enquanto comiam, nesta noite da última Ceia, Jesus estava sentado com os seus discípulos. - Ergue os olhos para o seu Pai e recolhe-se numa ardente oração. Está como transfigurado. - Consideremos o céu aberto acima da sua cabeça: os Anjos admirados tremem de alegria e de temor ... de alegria: a Eucaristia inflamará e santificará tantos corações! Acenderá no seio da Igreja uma tal fogueira de dedicação e de amor!... de temor também: a Eucaristia encontrará tantos ingratos! Será profanada pelos Judas de todos os séculos!

Escutemos as palavras de Jesus: «Tomai e comei, isto é o meu corpo; bebei, isto é o meu sangue ... ». - Eu vos saúdo, ó verdadeiro corpo, nascido da Virgem Maria!

Verei os apóstolos aproximarem-se, tomarem o seu lugar nesta primeira comunhão ... Maria, a Mãe bem-amada de Jesus! Quem poderia dizer o ardor da sua caridade! É o seu Filho que ela recebe! É a carne, é o sangue que ela lhe deu! Correntes de amor sobem para o céu nos transportes desta casta união, destes santos arrebatamentos.

«Fazei isto em minha memáris-, acrescenta Jesus, e os seus apóstolos são feitos sacerdotes para a eternidade. Unamo-nos ao seu acto de fé e de amor.

SEGUNDO PONTO: Judas! - A Paixão começa no Cenáculo, com a atitude de Judas tão cruelmente ofensiva para o Coração de Jesus. O traidor já vendeu o seu divino Mestre. Entretanto assiste hipocritamente à Ceia e à instituição da Eucaristia. Comunga sem dúvida sacrilegamente.

Nosso Senhor experimenta abatimento e piedade. Tenta ainda salvá-lo. Adverte­o: «Um de vós, diz, que estais comigo a esta mesa, trelr-me-e-, Isto devia recordar ao traidor a lamentação de David: «Se um inimigo me tivesse ofendido, tê-lo-ia suportado, mas vó~ um amigo que vivia à minha mesa ... »

Nosso Senhor deixa manifestar a sua tristeza, não por causa de si mesmo, Ele sabe que deve morrer: «No que diz respeito ao Filho do homem, diz, vai acontecer segundo o que foi determineao». Mas entristece-se por causa do crime do seu discípulo: «Ai daquele, diz, pelo qual o Filho do homem é treidot: (Lc 22,22). Mas nada toca o pecador endurecido.

Ó Coração sagrado, vítima dos homens, peço-vos perdão pela traição de Judas e pelos crimes que vos hão-de afligir, humilhar, e ferir até ao fim dos tempos sobre todos os altares da terra; perdão pelos cristãos indignos, perdão pelos sacerdotes apóstatas!

TERCEIRO PONTO: S. João sobre o Coração de Jesus. - Entremos no Cenáculo no momento da acção de graças desta primeira comunhão da terra. S. João repousa com abandono e ternura sobre o Coração de Jesus. É a realização de um quadro do Cântico dos Cânticos: «O meu Bem-Amado é para mim e eu sou para ele ... Eu sou para o meu Bem-Amado e o seu Coração volta-se para min» (Cant. 2).

Jesus compraze-se na sua imolação eucarística. Esta Páscoa fecunda, que Ele acaba de celebrar com os seus discípulos, renovar-se-à sobre o altar até ao fim dos tempos. É o maná do Novo Testamento, o pão da vida, o pão dos fortes, as delícias dos santos, o penhor da salvação e da ressurreição.

S. João, o apóstolo virgem, o amigo do Esposo, o familiar de Cristo, extasia-se com a comunhão que acaba de fazer, deixa cair ternamente a sua cabeça sobre o peito do seu Mestre querido. Ele é puro, e a castidade dos sentidos e do coração permite ao homem a intimidade com Deus. Atracção inefável que desprende o discípulo da terra e o eleva à região superior da beatitude e do amor.

O discípulo bem-amado apoia sobre o coração sagrado de Jesus os seus lábios donde brotarão os rios da teologia sagrada, a sua fronte que tantos raios maravilhosos de ciência e de sabedoria devem ornamentar, e cingir a auréola dos apóstolos, dos profetas, das virgens, dos mártires.

Cristo reservou a ele somente, porque é puro, escrever com a sua mão os mistérios da pureza incriada, do Verbo de Deus feito carne pela salvação do mundo.

S. João, discípulo bem-amado, atraí-nos convosco para o peito de Jesus quando estamos unidos a Ele na comunhão.

Resoluções. - Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou por eles para lhes assinalar o seu amor! E eu que farei para lhe dar amor por amor? Irei à Eucaristia com uma pureza e um fervor que me aproximam das disposições de S. João.

Colóquio com S. João.

(Leão Dehon, OSP 3, p. 364ss. Tradução do Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, SCJ)

terça-feira, 30 de março de 2021

Domingo de Páscoa-Jorge Lorente

 

Evangelhos Dominicais Comentados

 

04/abril/2021  --  Domingo de Páscoa

 

Evangelho: (Jo 20, 1-9)

 

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus bem de madrugada, quando ainda estava escuro. Ela viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo que Jesus amava. E disse para eles: «Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram.» Então Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo.  Os dois corriam juntos. Mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu os panos de linho no chão, mas não entrou. Então Pedro, que vinha correndo atrás, chegou também e entrou no túmulo. Viu os panos de linho estendidos no chão e o sudário que tinha sido usado para cobrir a cabeça de Jesus. Mas o sudário não estava com os panos de linho no chão; estava enrolado num lugar à parte. Então o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também. Ele viu e acreditou. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura que diz: «Ele deve ressuscitar dos mortos.»

 

COMENTÁRIO

 Feliz Páscoa!  Que Jesus ressuscitado abençoe a você e a todos os seus familiares neste dia de festa, de alegria e de paz! Hoje celebramos a vitória de Jesus sobre a morte. Por isso a imagem de Jesus ressuscitado é representada empunhando uma bandeira branca, sinal de vitória. 

 

O Senhor ressuscitou, venceu a morte! Como Jesus, e em Jesus, nós também venceremos as forças do mal. Certamente podemos vencer tudo aquilo que se contrapõe à nossa vida, ao nosso bem. Venceremos as forças que estimulam a corrupção, o desemprego, o salário de fome e a opressão. Venceremos tudo que é contrário ao nosso desenvolvimento, à saúde, à alegria, à justiça e à paz.

 

Jesus faz questão de deixar transparecer que veio para mudar! Também aqui, numa sociedade em que as mulheres não tinham espaço, não tinham vez e nem voz. Uma sociedade que não aceitava sequer o testemunho das mulheres, elas eram discriminadas como os escravos e as crianças, no entanto, são elas as primeiras testemunhas da ressurreição.  

 

Jesus, que já havia reabilitado a mulher em sua dignidade, a eleva também na capacidade de dar testemunho do maior acontecimento da história da salvação. As mulheres ficam assustadas, mas são envolvidas por uma grande alegria.

 

Correm, comunicam o fato a Pedro e a João e os convidam para verem o sepulcro vazio. Voltaram ao túmulo e nada encontraram. Ainda não tinham compreendido a escritura, segundo a qual Jesus deveria ressuscitar dos mortos.

 

“Não tenham medo” - diz o anjo às mulheres que vão ao sepulcro. “Alegrem-se!” - diz Jesus, que vem ao encontro delas. Alegria e ausência de medo são notas dominantes na ressurreição. Pouco depois, ao se apresentar aos apóstolos reunidos no cenáculo, Jesus lhes diz: “A paz esteja com vocês”. Alegria e paz são características de quem crê em Jesus e vive a sua proposta.

 

O cristão tem que se alegrar! Tem tudo para ser como o discípulo que Jesus amava. Foi ele o primeiro a perceber que o Mestre ressuscitou. Enxergou de imediato a Vida explodindo com toda sua força. Percebeu a intervenção de Deus “escancarando” o sepulcro e fazendo brotar a Vida Plena.

 

Precisamos enxergar a verdadeira vida e torná-la presente em todas as coisas. O desânimo, a acomodação, a aceitação das injustiças sociais, a exclusão dos idosos, crianças, dependentes químicos e doentes, são sinais de morte. A vida é a meta do cristão.

 

Pelo batismo nos unimos a Jesus Cristo e assumimos sua proposta de vida nova, pois fomos batizados na sua morte e ressurreição. Em Jesus passamos para uma vida nova, uma vida plena. Como diz São Paulo, deixamos de ser “filhos das trevas” e passamos a ser “filhos da luz”. Uma vida verdadeiramente cristã, não termina com a morte, mas se abre para a plenitude da vida em Jesus.

 

Neste período pascal, a Igreja convida os fiéis a fazerem a confissão e comunhão do Corpo e do Sangue de Jesus. Todos nós somos convidados a participar dos Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia. É uma ocasião de nos reaproximarmos de Deus. É uma boa hora para revermos nossa caminhada de fé.

 

Vamos rever nossos compromissos com a comunidade, com a família e com os doentes. Vamos nos aproximar dos excluídos e ressuscitar o Amor.

  

jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br – 04/abril/2021

 

 

-MULHER, POR QUE CHORAS?-José Salviano

 

06 de Abril de 2021-Ano B

 

Evangelho Jo 20,11-18

 

PRIMEIRA LEITURA

1ª Leitura - At 2,36-41

Convertei-vos; e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus Cristo.

Leitura dos Atos dos Apóstolos 2,36-41

No dia de Pentecostes, Pedro disse aos judeus:
Que todo o povo de Israel
reconheça com plena certeza:
Deus constituiu Senhor e Cristo
a este Jesus que vós crucificastes.'
Quando ouviram isso,
eles ficaram com o coração aflito,
e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos:
'Irmãos, o que devemos fazer?'
Pedro respondeu:
'Convertei-vos e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo,
para o perdão dos vossos pecados.
E vós recebereis o dom do Espírito Santo.
Pois a promessa é para vós e vossos filhos,
e para todos aqueles que estão longe,
todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si.'
Com muitas outras palavras,
Pedro lhes dava testemunho, e os exortava, dizendo:
'Salvai-vos dessa gente corrompida!'
Os que aceitaram as palavras de Pedro
receberam o batismo.
Naquele dia,
mais ou menos três mil pessoas, se uniram a eles.
Palavra do Senhor.

 

 

Reflexão

Depois da experiência do fogo de Pentecostes, os apóstolos  ficaram transformado pela  força do Espírito Santo, e cheios de coragem e destemor, começaram  a sua missão na construção da Igreja Humana.

Pedro, visivelmente transformado, e cheio do Espírito de Deus, fez um discurso tão corajoso, que converteu mais ou menos três mil pessoas, as quais se uniram a eles.

Depois de ouvir o belo e inflamado discurso de Pedro, os seus ouvintes lhe fizeram a mesma pergunta que um dia outros fizeram a João Batista: O que devemos fazer? E a resposta de Pedro não podia ser outra, senão dizer-lhes que o que eles deveriam fazer era se converterem.

Irmãs e irmãos. Diante de tantas  incertezas a que vivemos, diante de tantas doença, principalmente mentais, nós só temos um caminho: Buscar a Deus pela conversão.

A nossa alma tem muita sede de Deus.  E para saber se estamos necessitados de Deus, basta prestar atenção nos sintomas, que são:  Depressão, incertezas, medos, insegurança, sentimento de infelicidade, etc.

Busque a Deus hoje. Começa agora pela oração do Pai Nosso. E você verá que sua vida vai mudar, todos os seus problemas serão resolvidos. 

 

Salmo

Salmo - Sl 32, 4-5. 18-19. 20.22 (R. 5b)

R. Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia



Pois reta é a palavra do Senhor,*
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,*
transborda em toda a terra a sua graça..

Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,*
e que confiam esperando em seu amor,
para da morte libertar as suas vidas*
e alimentá-los quando é tempo de penúria.

No Senhor nós esperamos confiantes,*
porque ele é nosso auxílio e proteção!
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,*
da mesma forma que em vós nós esperamos!

 

Reflexão

O Senhor Deus não abandona os seus escolhidos. E por vezes algum sofrimento que acontece, é para o nosso próprio bem.  O sofrimento  é a forma de Deus nos chamar a atenção.  Deus  nos chama por meio dos contratempos da vida. Por que quando tudo nos corre às mil maravilhas, nós nos esquecemos de Deus, nos esquecemos de rezar, de meditar, etc.  então, Deus nos chama de volta, por meio de algum tipo de sofrimento...

 

Evangelho

Evangelho - Jo 20,11-18

'Eu vi o Senhor!'; e eis o que ele me disse.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 20,11-18

Naquele tempo:
Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando.
Enquanto chorava,
inclinou-se e olhou para dentro do túmulo.
Viu, então, dois anjos vestidos de branco,
sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus,
um à cabeceira e outro aos pés.
Os anjos perguntaram:
'Mulher, por que choras?'
Ela respondeu:
'Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram'.
Tendo dito isto,
Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé.
Mas não sabia que era Jesus.
Jesus perguntou-lhe:
'Mulher, por que choras?
A quem procuras?'
Pensando que era o jardineiro, Maria disse:
'Senhor, se foste tu que o levaste
dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar'.
Então Jesus disse: 'Maria!'
Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: 'Rabuni'
(que quer dizer: Mestre).
Jesus disse: 'Não me segures.
Ainda não subi para junto do Pai.
Mas vai dizer aos meus irmãos:
subo para junto do meu Pai e vosso Pai,
meu Deus e vosso Deus'.
Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos:
'Eu vi o Senhor!',
e contou o que Jesus lhe tinha dito.
Palavra da Salvação.

 

Reflexão

 

Hoje são muitas as  mulheres que choram por causa dos seus filhos, por causa do desemprego do marido, por causa  do emprego sem direitos dos seus filhos, pela falta de dinheiro para comprar o básico necessário para a sobrevivência, etc.

Precisamos recorrer ao Pai amoroso e poderoso para que Ele nos livre de tantas injustiças, e nos guarde para a salvação eterna.

Maria Madalena não reconheceu Jesus de imediato. Só depois que Ele pronunciou o seu nome. O nosso nome é a palavra mais doce que gostamos de ouvir. E Jesus sabendo disso, a chamou pelo seu nome. Deus conhece a cada um de nós pelo nosso nome. E os nomes dos que se dedicam ao anúncio da palavra, estão escritos no Céu.

Jesus havia dito que as ovelhas reconhecem a voz do pastor, e cada uma delas tinha um nome, assim como nós, ovelhas do seu grande rebanho universal.

Caríssimos. As nossas esperanças não terminam em um túmulo. Pois Cristo esta vivo. Ele morreu, porém, no terceiro dia ressuscitou e está no meio de nós.

Este Evangelho nos transporta para aquela experiência de Maria Madalena como o Cristo ressuscitado. Cheia de saudades, de tristeza, Madalena chorava muito por ter pensado que tiraram o corpo de Jesus do túmulo.

De repente, Jesus estava bem ali na sua frente, e lhe perguntou:

MULHER, POR QUE CHORAS?

Esta mesma pergunta Jesus está fazendo hoje a muitas mulheres que estão chorando por ter perdido a filha, o filho para o mundo do crime, o filho que morreu em plena juventude, a mãe que foi atingida por uma bala perdida, ou aquela mulher que chora pelo fim do seu casamento.

Mulheres, não chorem!  “Não chore”  foi o que Jesus disse àquela pobre viúva que acabara de perder o seu filho.

 

Mulheres! Lembrem-se de que Deus não desiste de nós. Mesmo quando nós o esquecemos e buscamos nos saciar com outros prazeres. Prazeres da carne ou prazeres da embriaguez de várias origens. Ou mesmo quando nos escondemos, ou tentamos nos esconder de sua face, acreditando que não estamos sendo vistos por Ele.

Deus não desiste de nós mesmo quando corremos atrás de outros ídolos e nos apegamos a eles. Carros, motos, barcos, helicópteros, etc.

 

Ou também quando estamos derrotados, acabados, empobrecidos, nesta situação, nós acusamos a Deus por Ele ter nos abandonados.

Ou quando Deus nos dá uma grande sacodida para nos acordar, e Ele faz isso por meio de uma aparente desgraça, por meio de uma aparente ameaça a nossa existência terrena.

 

Mesmo diante de tudo isso, Deus continua nos monitorando, continua de forma irreconhecível, aparentando um jardineiro ou outra pessoa, Ele continua nos perguntando: Por  que choras? A quem procuras? O que você procura além de mim?

No momento do pânico, Deus nos conduz a oração. Porque diante do desespero, finalmente nós nos lembramos de Deus. Nos lembramos de que ele é Pai e nos ama com amor de mãe, e não só pode como quer nos livrar, nos salvar de todos os perigos.

Neste momento então nós pronunciamos o nome de Deus para que nos ajude.

O chamado de Deus pode ser de forma dolorosa, mas lá no fundo, é Deus que nos chama a orar, a rezar, a clamar por socorro, é Deus que nos chama A NOS CONVERTER.  É Deus nos chamando para MUDAR A NOSSA VIDA!

Deus nos chama por meio do sofrimento, da doença, da provação da nossa fé, que também pode ser instrumento da nossa purificação, instrumento do nosso afastamento do pecado.

Na nossa juventude foi só alegrias, as quais nos afastaram dos caminhos do Céu.  Agora, na velhice, nós percebemos o chamado de Deus, por meio do sofrimento e a purificação, para que um dia  possamos atingir o prêmio eterno.

Depois de tudo isso, estaremos alegres e felizes, como Madalena ficou ao reconhecer a pessoa de Jesus ressuscitado.  Ela não perdeu mais tempo, e correu para anunciar aos discípulos. E chegando a ela disse:

EU VI O SENHOR!

 

Parabéns se você também viu o Senhor nesta reflexão.

 

Tenha um bom dia. José Salviano