quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
MARIA NOS TROUXE O SALVADOR – Maria de Lourdes Cury Macedo.
Sexta-feira, 1 de janeiro de 2020.
Evangelho de São Lucas 2, 16-21.
A liturgia de hoje dedica à Maria, Mãe de Deus, o primeiro dia do
ano civil. Vamos apresentar a Deus e a nossa mãe Maria nossos propósitos para
2021. Vamos pedir que este ano que inicia nos traga paz, confiança, esperança.
Vivemos um ano muito difícil, com medo, com dificuldades, mas confiantes em
Deus e na interseção de Maria, iniciemos este novo ano com fé e esperança.
Os primeiros a receber a Boa notícia do nascimento do Salvador
foram os pastores, por isso eles vão “às pressas à Belém”. O anjo tinha dado a
eles um sinal para que reconhecessem o Messias: “Vocês encontrarão um Menino
envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Sem duvidar, sem pedir melhores
explicações, põem-se a caminho de Belém e vão se encontrar com o Messias.
Os pastores eram pessoas que ocupavam um dos lugares mais baixos na
sociedade judaica. Eram analfabetos, motivo pelo qual não conheciam as Sagradas
Escrituras, não conheciam a vontade de Deus expressa nas Leis. Não eram
assíduos à sinagoga por causa de seu trabalho, o que os impedia de ouvir a
Palavra de Deus. Eram considerados pecadores e desprezados por todos. Enfim,
era gente simples, que vivia à margem da civilização.
Os pastores acreditaram nas palavras do anjo, caminharam e assim
encontraram Jesus. Jesus é o Salvador do mundo. Os pastores, na presença do
recém-nascido, fazem um ato de fé, creem que é o Messias prometido, o Filho de
Deus. Voltaram alegres glorificando e louvando a Deus. Contaram o que fora dito
do menino. Aqueles que não conheciam a Palavra de Deus passaram a ser
anunciadores da Boa–Nova. Os pecadores são os primeiros a receber a notícia,
com isso Deus mostra a sua misericórdia para com os pobres, fracos, excluídos,
pecadores...
Os pastores voltaram da visita anunciando o Evangelho com alegria,
a visita à Belém provocou neles uma transformação, voltaram agora como
missionários da Boa-Nova, celebrando o encontro com o Deus menino, celebrando a
vida. Jesus mostrou-se primeiro aos pastores porque neles resplandece, de um
modo especial, a imagem de sua caridade e uma figura de seu reino espiritual.
Jesus é o pastor por excelência, é o pastor que veio a procura da ovelha
desgarrada, aquele que veio para dar a própria vida pela salvação do rebanho.
Quem tem um encontro pessoal com Jesus muda a sua vida. Como os
pastores recebemos a missão de comunicar aos outros as graças que o Senhor nos
dá. Como os pastores podemos comunicar aos irmãos a graça de Deus, exercendo
assim a nossa missão de anunciar Jesus a todos.
Maria tira proveito de tudo o que acontece em sua presença. Guarda
tudo silenciosamente em seu coração para meditar e comparar, adorando em tudo
os planos de Deus. Assim como Maria, somos convidados a aproveitar os
acontecimentos de nossa vida. O Senhor nos fala de muitas maneiras. Temos de
ouvir sua voz. São meios de santificação.
Conforme a Lei judaica, prescrita por Deus, para pertencer ao povo
de Israel, à descendência de Abraão, ao povo de Deus, era necessária a
circuncisão. Normalmente era feita em casa, no oitavo dia depois do nascimento.
Era uma figura do batismo, um sinal sensível da aliança que Deus fizera com o
povo de Israel, um símbolo da consagração a Deus. O circuncidado passava a
pertencer ao povo eleito, como o batizado se torna membro da Igreja. Jesus não
precisava da circuncisão, mas quis se submeter a ela para servir-nos de
exemplo.
O profeta Isaías profetizara que Maria teria um filho, cujo nome
seria designado por Deus... Este nome foi revelado a José. “Jesus” é palavra
hebraica e significa: Deus Salva, ou Deus é Salvação, Deus é Redentor. Jesus é
o portador da salvação, ele salvará o povo de seus pecados, todos que nele
acreditarem, serão redimidos e alcançarão a felicidade eterna. Jesus assumiu
nossa natureza humana para que ela fosse nele imortalizada, isto é, por meio de
Jesus o ser humano se tornasse imortal. Para mostrar a humanidade o caminho da
salvação, para nos livrar do pecado por meio de sua Paixão e morte, para nos
religar novamente a Deus por meio da graça, que é a vida de Deus em nós. Por
Adão entrou o mal e o pecado no mundo, por Jesus entrou a Salvação.
Maria trouxe Jesus ao mundo, nossa Paz, cooperou no plano da nossa
salvação, para que nos tornássemos verdadeiros filhos de Deus e pudéssemos ter
uma vida feliz, na paz e eterna.
Feliz Ano Novo para todos os irmãos em Cristo, que gostam de ler
nossas simples reflexões.
Abraços em Cristo!!!
Maria de Lourdes
quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
Jesus a Luz do mundo-Dehonianos
Tempo do Natal – Segunda-feira depois da Epifania
4 Janeiro 2021
Tempo do Natal – Segunda-feira depois da
Epifania
Lectio
Primeira leitura: 1 João 3, 22-4, 6
Caríssimos, temos plena confiança diante de
Deus, 22*e recebemos dele tudo
o que pedirmos, porque guardamos os seus
mandamentos e fazemos o que lhe é agradável. 23*E este é o seu mandamento: que
acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo, e que nos amemos uns aos
outros, conforme o mandamento que Ele nos deu. 24*Aquele que guarda os seus
mandamentos permanece em Deus e Deus nele; e é por isto que reconhecemos que
Ele permanece em nós: graças ao Espírito que nos deu.
1*Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito,
mas examinai se os espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas
apareceram no mundo. 2Reconheceis que o espírito é de Deus por isto: todo o
espírito que confessa Jesus Cristo como vindo em carne mortal é de Deus; 3*e
todo o espírito que não faz esta confissão de fé acerca de Jesus não é de Deus.
Esse é o espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que tem de vir; pois
bem, ele já está no mundo. 4*Meus filhinhos, vós sois de Deus, e venceste-los,
porque é mais poderoso o espírito que está em vós do que aquele que está no
mundo. 5*Eles são do mundo; por isso falam a linguagem do mundo, e o mundo
ouve-os. 6*Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus ouve-nos; quem não é de Deus
não nos ouve. É por isto que nós reconhecemos o espírito da verdade e o
espírito do erro.
Para conhecermos a vontade de Deus, precisamos
de praticar o discernimento. João oferece-nos neste texto alguns critérios para
reconhecermos o espírito de Deus e
o espírito do mundo: a fé em Cristo («que
acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo»); o amor fraterno («que nos
amemos uns aos outros»); a fidelidade aos mandamentos de Deus (cf. v. 24). O
Apóstolo também sugere algumas atitudes fundamentais para alcançar esse objectivo:
a oração, como compromisso pessoal em realizar o que Ele manda (v. 22); a
profissão de fé autêntica em Cristo Jesus; a caridade activa em favor dos
irmãos. O primeiro critério para distinguir os verdadeiros dos falsos profetas
é a confissão de fé em Cristo Senhor «vindo na carne» (v. 2). Quem exclui Jesus
da sua vida tem o espírito do anticristo (cf. 2, 18). Os falsos profetas, que
querem apresentar um cristianismo diferente, vêm do mundo e, por isso, são
escutados por ele. Os crentes, pelo contrário, são de Deus e Deus está neles. A
sua vitória é certa porque é dom da fé recebida de Cristo (Jo 16, 33), que é
mais poderosa que o anticristo (v. 4; Jo 12,31). O segundo critério é eclesial:
quem se mostra dócil à Igreja, vem de Deus
(v. 6). A fé do cristão é adesão à doutrina
proposta pelos guias da comunidade eclesial, onde se encontra o Espírito de
Deus, que é preciso escutar e testemunhar.
Evangelho: Mateus 4, 12-17.23-25
12*Naquele tempo Jesus ouviu dizer que João
fora preso, retirou-se para a Galileia. 13Depois, abandonando Nazaré, foi
habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e
Neftali, 14para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: 15*Terra de
Zabulão e Neftali ,caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos
gentios.16O povo que jazia nas trevasviu uma grande luz; e aos que jaziam na
sombria região da morte surgiu uma luz.17*A partir desse momento, Jesus começou
a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.»
23*Depois, começou a percorrer toda a
Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando
entre o povo todas as doenças e enfermidades. 24A sua fama estendeu-se por toda
a Síria e trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam
doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos; e Ele
curou-os. 25*E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole,
de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.
Depois da prisão de João Baptista por Herodes,
Jesus deixa Nazaré e fixa residência em Cafarnaúm, na Galileia dos gentios, que
outrora fora ocupada pelosassírios (733 a. C). É aí que começa a brilhar o
Evangelho de Jesus e o exemplo da sua vida (v. 16; cf. Is 8, 23-9, 1-2).
Segundo S. Mateus, Jesus começa a pregação do Reino de Deus na Galileia dos
gentios porque tem em mente a missão universal da salvação. A palavra que
dirige aos judeus e aos pagãos é a mesma: «Convertei-vos, porque está próximo o
Reino do Céu» (v. 17).
Depois, Jesus percorre as sinagogas, prega «o
Evangelho do Reino» e realiza milagres «curando entre o povo todas as doenças e
enfermidades» (v. 23). A sua pregação suscita grande entusiasmo, a sua fama
espalha-se até à Síria e causa grande impressão em toda a região. Muitos
acorriam ao seu encontro. Nas suas viagens missionárias, era acompanhado por
muitos miraculados (curados de várias doenças, libertos dos demónios, etc.).
Jesus é o verdadeiro Servo de Deus que carrega sobre si as enfermidades de toda
a humanidade (cf. Is 53, 4). A sua pregação é exortação e súplica para que
todos acolham na sua vida o dom divino da reconciliação e da salvação, que o
Pai celeste oferece gratuitamente e generosamente a to
dos.
Meditatio
O tema de Cristo luz do mundo é o aspecto
teológico mais arcaico e mais presente na liturgia de Natal, especialmente na
celebração da meia-noite. A liturgia actual recorda Isaías: "Um povo que
caminhava nas trevas viu uma grande luz…" (9,2) e Lucas "a glória do
Senhor envolveu-os de luz"(2,9). “Uma nova luz brilhou aos nossos olhos”,
canta o Prefácio I.
O evangelho de hoje retoma o tema da luz.
Lucas narra que Jesus, logo ao chegar à Galileia dos gentios, «começou a
pregar», revelando-se verdadeiramente divino e humano: divino, porque fala em
nome de Deus, anunciando o Reino de Deus; humano, porque se mostra cheio de
compaixão para com todos os necessitados. Este aspecto divino e humano é
fundamental na revelação de Jesus. João mantém-se fiel a essa revelação, como
verificamos na primeira leitura. O Apóstolo não nos oferece pensamentos altíssimos
para reconhecermos o espírito de Deus. Dá-nos um critério simples e concreto:
«todo o espírito que confessa Jesus Cristo como vindo em carne
mortal é de Deus». Temos, assim, um sinal
decisivo para avaliar as nossas inspirações. Se a nossa espiritualidade nos
levar para fora da nossa condição quotidiana, para o mundo do sonho e da
evasão, não estamos a ser fiéis a Cristo. Pelo contrário, se encontramos Jesus
«na carne», isto é, na nossa vida quotidiana, no lugar concreto onde vivemos
trabalhamos, nas nossas responsabilidades de cada dia, somos verdadeiros
discípulos, estamos em comunhão com Ele.
A comunhão com Cristo, ou a união com Ele, é
fundamental na nossa vida decristãos. É o centro da nossa fé. É condição
essencial para nos salvarmos. Ele é, de verdade, «a chave, o centro, o fim do
homem, e de toda a história humana» (GS 10). Estar em comunhão, estar unido a
Cristo é acreditar n´Ele, fiar-se n´Ele, deixar-se transformar por Ele,
aceitá-lo como modelo de comportamento: «Dei-vos o exemplo para que façais como
Eu fiz» (Jo 13, 15). Esta fé-comunhão com Jesus torna-se uma força dinâmica e
criadora, tendente ao testemunho e acção, para que Cristo e a sua mensagem são
conhecidos e aceites pelos homens. Os encontros com Jesus encerram e manifestam
uma força transformante extraordinária, porque desencadeiam um verdadeiro
processo de conversão, de comunhão e de solidariedade humana.
O encontro com Cristo, especialmente na
Palavra e na Eucaristia, realiza a nossa união com Ele, a comunhão com Ele, que
nos dão confiança e ardor, lançando- nos “pelos caminhos do mundo ao serviço do
Evangelho” (Cst. 82), para levarmos a sua luz a todos os que ainda jazem nas
trevas e sombras da morte, e nos tornarmos bons samaritanos da humanidade.
Oratio
Senhor Jesus, ao nasceres em Belém, não só
renovaste o género humano, mas também o esplendor do próprio sol, trazendo
esperança e vida a todos aqueles que jazem nas trevas do erro. Tu és o fim da
história humana porque, por meio de Ti, a salvação é dada a todos os homens.
Nós Te agradecemos pela tua palavra, a Boa Nova do amor do Pai, com que vieste
salvar-nos e pelo exemplo de vida concreto que nos deste, quando viveste no meio
de nós.
Que o testemunho da nossa vida cristã se torne
irradiação de amor para com os irmãos que ainda não Te conhecem ou vivem no
erro. Nós Te agradecemos porque a tua Palavra, proclamada há tantos séculos,
ainda hoje continua viva e penetrante, capaz de renovar os nossos corações, e a
nossa relação contigo e com os nossos irmãos.
Aumenta a nossa fé na tua Palavra para que
possamos tomá-la a sério, fazendo dela critério de discernimento dos factos e
dos problemas da vida que tanto nos afligem. Que, iluminados pela tua Palavra,
possamos tornar-nos luz para todos quantos Te buscam de coração sincero, e
conforto para com todos os que sofrem. Amen.
Contemplatio
O Sagrado Coração quis uma vez exprimir toda a
intensidade e toda a universalidade da sua misericórdia. Tinha diante de si os
seus discípulos, mas a sua palavra dirigia-se para mais longe. Expunha a sua
doutrina, falava da sua Igreja e dizia: «Vós todos que sofreis, vós todos que
estais em aflição, vinde e Eu vos curarei, vinde e Eu vos aliviarei: Venite et
ego reficiam vos». Vós todos, em todos os tempos, vinde, que Eu tenho sede de
vos aliviar. Vinde sem medo,
Eu sou omnipotente, o meu Pai deu-me todo o
seu poder: omnia mihi tradita sunt a Patre meo. Vinde todos, tenho sede de
fazer misericórdia.
«Se tivesse ficado no céu, não poderíeis vir a
mim. Pensaríeis que eu estou demasiado distante, demasiado poderoso, que a
minha glória vos assusta e que a minha grandeza vos intimida. Mas Eu fiz-me
pequeno como vós. O Verbo fez-se carne. Veio na Judeia e permanece no
Tabernáculo. Está muito perto de vós, vinde, só tendes de dar um passo.
«Vede, desde a Visitação Eu próprio vou levar
as minhas graças a Zacarias, a Isabel, a João Baptista. Faço o mesmo
visitando-vos na Eucaristia. Vinde a mim.
«Não ousareis apresentar-vos diante de meu
Pai? Vinde, vou ao Templo apresentar-vos comigo nos braços de Maria.
«Estais doente, pobre, entristecido e
necessitado, vinde, vinde todos. Traziam-me todos os doentes e Eu curava-os a
todos, por pouca confiança que tivessem. Vinde todos e vinde com confiança».
(Leão Dehon, OSP 2, p. 278).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu» (Mt 4, 17).
Eis o Cordeiro de Deus!-Dehonianos
Sábado do Tempo do Natal
2 Janeiro 2021
Lectio
Primeira leitura: 1 João 3, 7-10
7Filhinhos meus, que ninguém vos engane.
Quem pratica a justiça é justo, sendo como Ele, que é justo. 8*Quem comete o
pecado é do diabo, porque o diabo peca desde a origem. Para isto se manifestou
o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. 9*Todo aquele que nasceu de
Deus não comete pecado, porque um germe divino permanece nele; e não pode
pecar, porque nasceu de Deus. 10*Nisto é que se distinguem os filhos de Deus e
os filhos do diabo: todo aquele que não pratica a justiça não é de Deus, nem
aquele que não ama o seu irmão.
O que distingue um cristão é a conduta
recta e justa, afirma João contra os gnósticos (cf. V. 7). Praticar a justiça é
aceitar a vontade de Deus. Pelo contrário, «quem comete o pecado é do diabo»
(v. 8). Quem peca está contra o mundo de Deus, não pode ser filho de Deus. É
filho do diabo. Cristo venceu o mal e instaurou os tempos da salvação. Os seus
discípulos são chamados a lutar contra o pecado e a praticar a justiça. João
distingue duas formas de ser filho: a filiação divina e a filiação humana. Quem
se abre à acção do Espírito, torna-se filho de Deus; quem se fecha ao Espírito
e rejeita a Deus entrega-se ao diabo: «Todo aquele que nasceu de Deus não
comete pecado, porque um germe divino permanece nele» (v. 9); «Quem comete o
pecado é do diabo» (v. 8).
O filho de Deus deixa crescer nele e dar
frutos a semente da Palavra. Por isso não pode pecar. Deu espaço a Deus e
permanece em Cristo que actua na sua vida. Há pois que permanecer abertos ao
Espírito e em atitude de permanente conversão.
Evangelho: João 1, 35-42
35*No dia seguinte, João encontrava-se
de novo ali com dois dos seus discípulos. 36*Então, pondo o olhar em Jesus, que
passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus!» 37Ouvindo- o falar desta maneira, os
dois discípulos seguiram Jesus. 38Jesus voltou-se e, notando que eles o
seguiam, perguntou-lhes: «Que pretendeis?» Eles disseram-lhe: «Rabi .que quer
dizer Mestre. onde moras?» 39Ele respondeu-lhes: «Vinde e vereis.» Foram, pois,
e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era ao cair da tarde.
40*André, o irmão de Simão Pedro, era um
dos dois que ouviram João e seguiram Jesus. 41*Encontrou primeiro o seu irmão
Simão, e disse-lhe: «Encontrámos o Messias!» .que quer dizer Cristo. 42*E
levou-o até Jesus. Fixando nele o olhar, Jesus disse-lhe: «Tu és Simão, o filho
de João. Hás-de chamar-te Cefas» .que significa Pedra.
Mais uma vez, João Baptista dá
testemunho de Jesus e leva alguns dos seus discípulos a seguirem Jesus. O texto
apresenta-nos, por um lado, o facto histórico do chamamento dos primeiros
discípulos descrito como descoberta do mistério de Cristo e, por outro lado, a
mensagem teológica sobre a fé e o seguimento de Jesus. O caminho para alguém se
tornar discípulo tem alguns traços característicos: tudo começa com o
testemunho e o anúncio de uma testemunha qualificada, João Baptista, neste
caso: «Eis o Cordeiro de Deus!»; segue-se o caminho do discipulado: «seguiram
Jesus»; encontro pessoal e de comunhão com o Mestre: «Foram... viram onde
morava... ficaram com Ele». O encontro compreende um colóquio em que Jesus fala
da sua identidade e convida a uma experiência de vida com Ele. Esta experiência
termina com uma profissão de fé: «Encontrámos o Messias!», que depois se torna
apostolado e missão. De facto, André, um dos que fez a experiência, levou o
irmão a Jesus, que lhe muda o nome de Simão para Pedro, isto é, Cefas para
indicar a missão que haverá de realizar na Igreja.
Meditatio
Gostaríamos de saber muito mais sobre
este primeiro encontro dos discípulos com Jesus. Mas o evangelista limita-se a
referir o essencial.
João Baptista indica o Cordeiro de Deus
e... cala-se. Não retém os discípulos. Entrega- os a Jesus. Eles ficam
encantados com a pessoa de Jesus, com a sua grande humanidade, que lhes enche
as medidas.
O caminho para chegarmos ao conhecimento
de Jesus é observar o comportamento das pessoas que se encontraram com Ele.
Penetrar no mistério de Jesus é observar o mundo que O rodeia e dar-nos conta
do modo como Ele se relaciona com as pessoas.
O chamamento dos discípulos ao
seguimento do Mestre é um evento que se repete na Igreja. Jesus chama-nos
pessoalmente ao discipulado. E também nos pode chamar a uma particular experiência
de vida e de missão com Ele, tal como chamou os apóstolos. Esse chamamento
faz-se ouvir na vida de cada um de nós. É importante que saibamos ler os
acontecimentos da nossa vida e, penetrando no Coração de Jesus, saibamos
indicá-Lo também aos outros.
Na vida de cada um de nós há um dia, um
encontro com Ele, que marca uma mudança radical de vida: o chamamento pessoal e
imprevisível de Deus em vista da missão. Muitas vezes, serve-Se de outros para
nos chamar: podem ser os pais, um sacerdote, um livro, um retiro espiritual,
mas é sempre Ele que chama ao seguimento para a construção de um mundo novo. O
importante é que estejamos atentos para que não passe em vão.
Quando Jesus se apresentou a João, junto
ao rio Jordão, a missão do Baptista estava a acabar: o amigo do esposo deve
saber retirar-se quando chega o esposo. Um ensinamento importante para quem se
dedica ao apostolado, à orientação espiritual dos irmãos...
A nossa vocação dehoniana exige muita
generosidade para ser vivida. Somos chamados a oferecer-nos com Cristo
sacerdote e vítima pela salvação do mundo, dos pecadores (Cf. Heb 13, 12-15).
Não se trata de um chamamento para seres excepcionais e extraordinários; é um
chamamento a viver Cristo em profundidade, generosamente, com simplicidade,
modéstia e humildade, no escondimento, sem erguer bandeiras e sem vitimismos,
mas com confiança, não nas nossas forças, mas na "consolação", que
também é força do Espírito Santo (cf. 2 Cor 1, 3ss; Act 9, 13). Para nós,
Oblatos-SCJ é "um dom particular" (Cst. 13), "uma graça
especial" (Cst. 26) de testemunho, para recordar a todos os nossos irmãos
cristãos (leigos, sacerdotes, religiosos), com a nossa vida, com escritos e com
a palavra, a sua vocação baptismal, participação no sacerdócio de Cristo.
A "vida de união à oblação de
Cristo como o único necessário" (Cst. 26) ou, como se dizia no tempo do
Pe. Dehon, a vida de vítima, é, em si mesma, a vocação do cristão consciente e
coerente no seguimento de Cristo (cf. Lc 9, 23-24).
Oratio
Senhor Jesus, ensina-me a ser teu
discípulo, a procurar onde moras a permanecer aí Contigo. Os teus apóstolos
mostram-me quão importante é estar Contigo, permanecer em Ti. Tu mesmo ensinas
ao rezar: «Tu em Mim e Eu neles...» (cf. Jo 17). Essa é a tua habitação! Mas
para habitar Contigo é preciso seguir-Te. Seguir-Te é já habitar Contigo, é o
caminho para a habitação definitiva. Habitar Contigo na pobreza e na humildade,
habitar Contigo na justiça, habitar Contigo na misericórdia... Senhor Jesus,
quero habitar Contigo, permanecer em Ti, não só na oração, mas também em todas
as outras actividades do meu dia. Quero permanecer em Ti onde quer que te
encontres: na alegria ou no sofrimento, no trabalho ou na inactividade. Quero
permanecer em ti em cada momento, porque em Ti encontro o amor, a alegria e a
paz. Amen.
Contemplatio
S. João, filho de Salomé, era parente de
Jesus. Pensa-se que foi educado em Cana, não longe de Nazaré e que viu alguma
vez Jesus durante a sua infância e a sua juventude.
É o primeiro a juntar-se a Jesus na sua vida pública. Mal escutou a voz
profética de S. João Baptista, «Ecce Agnus Dei», seguiu Jesus com Santo André,
escuta-o longamente, passa o dia junto dele.
Pouco depois, é chamado ao apostolado. Deixa tudo generosamente: o seu pai, os
seus barcos de pesca, os criados. Nada custa àquele que ama.
Mas Jesus ama-o por sua vez. Toma-o com os seus íntimos no milagre da filha de
Jairo, na transfiguração, na agonia.
É sobretudo no Cenáculo que é preciso considerar este amor recíproco do Mestre
e do discípulo. João repousa sobre o Coração de Jesus! (Leão Dehon, OSP 3, p.
403).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Mestre, onde moras?» (Jo 1, 28)
No princípio já existia o Verbo-Dehonianos
31
Dezembro 2020
Tempo do Natal - 7º dia da Oitava do Natal
Lectio
Primeira leitura: 1 João 2, 18-21
18*Meus filhos, estamos na última hora.
Ouvistes dizer que há-de vir um Anticristo; pois bem, já apareceram muitos
anticristos; por isso reconhecemos que é a última hora. 19*Eles saíram de entre
nós, mas não eram dos nossos, porque, se tivessem sido dos nossos, teriam
permanecido connosco; mas aconteceu assim para que ficasse claro que nenhum
deles é dos nossos. 20*Vós, porém, tendes uma unção recebida do Santo e todos
estais instruídos. 21Não vos escrevi por não saberdes a verdade, mas porque a
sabeis, e também que da verdade não vem nenhuma mentira.
S. João exorta a comunidade cristã à
vigilância pela iminência da «última hora» da história, marcado por um violento
ataque do «anticristo», símbolo de todas as forças hostis a Deus e
personificadas nos heréticos. O tempo final da história não deve ser entendido
em sentido cronológico mas teológico, isto, como tempo decisivo e último da
vinda de Cristo, tempo de luta, de perseguição e de provação para a fé da
comunidade. O agudizar das dificuldades indica que o fim está próximo.
Vislumbra-se já no horizonte o perfil de um mundo novo. O sinal mais evidente
vem dos heréticos que difundem a mentira. Embora tivessem pertencido à
comunidade, mostram-se agora seus inimigos, ao abandonarem a Igreja e ao
criar-lhe dificuldades.
É duro verificar que Deus possa permitir a
Satanás encontrar instrumentos da sua acção dentro da própria comunidade
eclesial. Mas, a esses instrumentos, opõem-se os verdadeiros discípulos de
Jesus, aqueles que receberam «a unção do Santo» (cf. v. 20), isto é, a palavra
de Cristo e o seu Espírito que, pelo baptismo, lhes ensina a verdade completa
(cf. Jo 14, 26). Essa verdade refere-se a Jesus, o Verbo de Deus feito carne,
como professa o Apóstolo, e não um Jesus aparentemente humano, figura de uma realidade
apenas espiritual, como dizem os hereges docetas.
Evangelho: João 1, 1-18
1*No princípio já existia o Verbo; o Verbo
estava em Deus; o Verbo era Deus. 2No princípio Ele estava em Deus; 3*por Ele é
que tudo começou a existir; sem Ele nada veio à existência. 4*Nele é que estava
a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens. 5A Luz
brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. 6*Apareceu um homem enviado
por Deus, que se chamava João. 7Este vinha como testemunha, para dar testemunho
da Luz e todos crerem por meio dele. 8Ele não era a Luz, mas vinha para dar
testemunho da Luz. 9*O Verbo era a luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo
o homem ilumina. 10*Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência,
mas o mundo não o reconheceu. 11*Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam. 12*Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder
de se tornarem filhos de Deus. 13*Estes não nasceram de laços de sangue, nem de
um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. 14*E o Verbo
fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória,
Caixa de texto: Tempo do Natal 31|Dezembro
a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.
15*João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O
que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'»
16*Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças.
17*É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por
Jesus Cristo. 18*A Deus nunca ninguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e
que está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.
Ao contrário dos evangelhos da infância, o
prólogo de S. João não narra os acontecimentos históricos do nascimento e da
infância de Jesus. De forma poética, descreve a origem do Verbo na eternidade
de Deus e a sua pessoa divina no amplo quadro bíblico do projecto de salvação,
que Deus traz para o homem.
Começa pela preexistência do Verbo (vv. 1-5),
real e em comunhão de vida com o Pai; o Verbo pode falar-nos do Pai porque
possui a eternidade, a personalidade e a divindade (v. 1). Depois fala da vinda
histórica do Verbo para meio dos homens (vv. 6-13), de cuja luz deu testemunho
João Baptista (vv. 6-8); a luz põe o homem perante a necessidade de fazer uma
opção de vida: recusá-la ou acolhê-la, permanecer na incredulidade ou aderir à
fé (vv. 9-11); o acolhimento favorável tem por consequência a filiação divina,
que não procede da carne ou do sangue, isto é de possibilidades humanas (vv.
12-13). Finalmente, a Incarnação do Verbo (v. 14) como ponto central do
prólogo. Este Verbo já tinha entrado na história humana por meio da criação,
mas agora vem habitar entre os homens de um modo activo: «O Verbo fez-se homem»,
na fragilidade de Jesus de Nazaré, para mostrar o amor infinito de Deus. Nele,
a humanidade crente pode contemplar a glória do Senhor, a glória de Jesus, o
Revelador perfeito e escatológico da Palavra que nos faz livres, o verdadeiro
Mediador humano-divino entre o Pai e humanidade, o único que nos manifesta Deus
e no-lo faz conhecer (vv. 17-18).
Meditatio
«Todos nós participamos da sua plenitude,
recebendo graças sobre graças», diz-nos João no Prólogo do seu evangelho. Vamos
partir desta frase para n os colocarmos numa atitude de acção de graças, neste
último dia do ano. Ao longo dele, fomos recebendo cada dia graça sobre graça,
cada um segundo as suas necessidades e capacidades de receber. E, as graças que
recebemos este ano, preparam as que havemos de receber no ano que vai começar.
Recebemos a graça do perdão misericordioso de
Deus para os nossos pecados e para termos coragem de avançar no caminho da
santidade. Recebemos luz para avançarmos, dia a dia no ano que termina. Essa
luz também n&at
ilde;o deixará de brilhar sobre nós no ano que começa. A luz é o próprio Filho
de Deus feito homem: «Eu sou a Luz do mundo». Essa luz é-nos dada como força e
como amor, sobretudo na Eucaristia. Há que acolhê-la de coração aberto e
disponível para todos os dons e surpresas de Deus.
A falta dessa abertura levou alguns cristãos,
logo na primitiva Igreja, à heresia. Não aceitavam que Deus se pudesse fazer
homem e, mais ainda, homem pobre, homem frágil. Ao longo da história, e ainda
em nossos dias, não faltam falsos profetas e mestres de falsidade, que se
servem do nome de Cristo para propagar as suas ideias e doutrinas. Muitas
vezes, provêm das próprias comunidades cristãs. Há que distinguir o verdadeiro
do falso. A verdadeira doutrina traz alegria e paz interior.
O dom e o mistério de pertencer à Igreja têm
como única garantia a fidelidade à Palavra de Cristo, em humilde e permanente
busca da verdade. Recusar a Igreja é recusar a Cristo, a verdade e a vida (cf.
Jo 14, 6). Recusar a Igreja é não acreditar no Evangelho e na Palavra de Jesus,
é viver nas trevas, no não-sentido. O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele
que, tendo recebido a unção do Espírito Santo, se deixa conduzir suavemente
pela sua acção e pela sua verdade, reconhecendo os caminhos de Deus, esperando a
sua vinda sem alarmismos nem fantasias milenaristas. A Incarnação de Cristo
impregnou toda a história e toda a vida dos homens, porque só nele reside a
plenitude da vida e toda a aspiração de felicidade e o homem entrou de pleno
direito entre os familiares de Deus.
O fim do ano civil recorda-nos que a história
humana é guiada por Deus. Para Ele a nossa gratidão e a nossa súplica de vida
nova que sempre nos quer oferecer.
Escreve o Pe. Dehon: «O fim do ano é imagem do
fim da vida; lembra-nos esse fim. Entremos nos sentimentos de Ezequias, que
vendo-se à beira da morte, se humilhava e
deplorava as suas faltas... Mas não será
também preciso dar graças a Nosso Senhor pelos benefícios que recebemos este
ano? Ele suportou-nos, perdoou-nos, abençoou as nossas obras. O seu Coração
abriu-se largamente a nós. Não será justo sermos reconhecidos?» (Leão Dehon,
OSP 4, p. 603s.).
Oratio
Senhor, quero hoje rezar-te com Ângela de
Foligno:
«Meu Deus, faz-me digna de conhecer o
altíssimo mistério da tua ardente caridade, o mistério profundíssimo da tua
Incarnação. Fizeste-te homem por nós. Desta carne começa a vida da nossa
eternidade... Ó amor que todo Te dás! Aniquilaste-te a Ti mesmo, desfizeste-te
a Ti, para me fazeres a mim; assumiste os farrapos de um servo vilíssimo, para
me dares o manto real e a veste divina...
Por isto que entendo, que compreendo com toda
mim mesma - que Tu nasceste em mim - sê bendito, ó Senhor! Ó abismo de luz!
Toda a luz está em mim, se eu vejo isto, se compreendo isto: que Tu nasceste em
mim. Na verdade, esta inteligência é uma meta: a meta da alegria... Ó Deus, não
criado, torna-me digna de me afundar neste abismo de amor, de sustentar em mim
o ardor da tua caridade. Faz-me digna de compreender a inefável caridade que
nos comunicaste quando, por meio da Incarnação, nos manifestas-te Jesus Cristo
como teu Filho, quando Jesus Cristo Te manifestou a nós como Pai.
Ó abismo de amor! A alma que Te contempla
eleva-se admiravelmente acima da terra, eleva-se acima de si mesma e paira,
pacificada, no mar da serenidade».
Contemplatio
S. João é o pregador do amor. Todo o seu
evangelho está neste espírito. A sua primeira página é uma elevação de amor
para o Verbo incarnado. «Nós vimos, diz, o Filho de Deus cheio de graça e de
glória». Só ele descreve as núpcias tocantes de Caná, o colóquio com a
Samaritana, a grande promessa da Eucaristia, a parábola do bom Pastor, a
ressurreição de Lázaro, o lava-pés e os discursos tão ternos do Bom Mestre
durante a Ceia e depois da Ceia. Narra a abertura do Coração de Jesus.
As suas epístolas pregam a caridade: «Deus é
caridade... amou-nos primeiro... deu- nos o seu Filho por nosso amor. Portanto,
amemo-lo também da nossa parte». E sem cessar repete: «Amemo-nos uns aos
outros».
Vivendo junto de Maria e da Eucaristia,
caminha para a consumação do amor. Chega à união mística mais intensa com Nosso
Senhor, às visões, às revelações. O céu está aberto para ele. Descreve-o
inteiramente. Mas sobretudo o Cordeiro triunfante retém o seu olhar: o Cordeiro
sempre ferido no Coração e imolado, o Cordeiro que é bem o laço de amor entre
Deus e nós.
Avancemos humilde e progressivamente no amor
com S. João (Leão Dehon, OSP 3, p. 404s.)
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Participamos da plenitude do Verbo; dele recebemos graças sobre graças». (Jo
1, 16).
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
-Começar o Ano com o pé direito-José Salviano
05 de Janeiro de 2021-Ano B
Evangelho Mc 6,34-44
Evangelho
E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e teve
compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a
ensinar-lhes muitas coisas.
E, como o dia fosse já muito adiantado, os seus
discípulos se aproximaram dele, e lhe disseram: O lugar é deserto, e o dia está
já muito adiantado.
Despede-os, para que vão aos lugares e aldeias
circunvizinhas, e comprem pão para si; porque não têm que comer.
Ele, porém, respondendo, lhes disse: Dai-lhes
vós de comer. E eles disseram-lhe: Iremos nós, e compraremos duzentos dinheiros
de pão para lhes darmos de comer?
E ele disse-lhes: Quantos pães tendes? Ide ver.
E, sabendo-o eles, disseram: Cinco pães e dois peixes.
E ordenou-lhes que fizessem assentar a todos, em
ranchos, sobre a erva verde.
E assentaram-se repartidos de cem em cem, e de
cinqüenta em cinqüenta.
E, tomando ele os cinco pães e os dois peixes,
levantou os olhos ao céu, abençoou e partiu os pães, e deu-os aos seus
discípulos para que os pusessem diante deles. E repartiu os dois peixes por
todos.
E todos comeram, e ficaram fartos;
E levantaram doze alcofas cheias de pedaços de
pão e de peixe.
E os que comeram os pães eram quase cinco mil
homens.
Reflexão
Prezadas irmãos e irmãos. Estamos
iniciando um novo ano, e como costumamos, dizer, Ano novo, vida nova! Então
vamos começar o ano com pé direito, vamos nos converter de verdade. E para
que isso aconteça, precisamos hoje dar uma olhadinha no como anda a nossa fé.
Você que ainda tem dúvidas se Jesus era realmente o Filho de Deus, pense
nisso: Com apenas 'Cinco pães e dois peixes.' Jesus alimentou uma numerosa
multidão, e as sobras de pão e de peixe encheram 12 sextos. É mole?
Fala sério! O homem mais poderoso, mais
temível do Planeta Terra faria uma coisa dessa? Você Fria isso?
Então, meu irmão. Vamos acreditar?
Porque Jesus fez
esta proeza? Primeiro porque Ele teve pena daquela multidão
de pessoas que o estava seguindo durante horas, para ouvi-lo, para ver os seus
milagres, para serem curados dos seus males, e para ouvir suas palavras de vida
eterna!.
Mas se Jesus fosse um homem qualquer
como às vezes você pensa, será que Ele faria aquele milagre? É claro que
não! Então, meu irmão! Vamos acreditar mais?
Jesus fez este e tantos outros milagres
para que você não seja incrédulo mais sim, acreditasse nele. Meus irmãos. Para
quem não tem fé a vida não tem a menor graça. Veja as palavras desse padre
maravilhoso!
A falta de fé torna a nossa vida como
chupar um pirulito sem tirar o plástico: não tem gosto, porque não atinge a
doçura do amor de Deus e da sua presença junto de nós. Mas, com fé, a vida é
bela e gostosa, mesmo no meio dos maiores sofrimentos. Entusiasmados pela
doçura deste pirulito, estaremos dispostos a abandonar tudo e a fazer os
maiores sacrifícios.
Maria Santíssima, como mãe de família, todos os dias repartia o alimento com o
esposo e o Filho. Que ela nos ajude a sermos retratos de Deus e instrumentos do
seu amor no mundo.
Ergueu os olhos para o céu e pronunciou
a bênção. Em seguida partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos
distribuíram às multidões.
Padre
Queiroz
(Só
uma observação: pirulito faz mal a saúde. Kkkk)
Prezadas irmãs e irmãos. Se você anda
vacilando na fé, faça o seguinte: Leia um dos milagres de Cristo por dia.
Comece pelo Evangelho de João, por exemplo, e vai até o fim. Depois pegue
o evangelho de outro evangelista. No final da pequena leitura, reze o Credo,
acrescentado da seguinte frase: Jesus. Aumente a minha fé. Repita quantas vezes
sentir vontade. Amém,
Esta é uma das muitas formas de
aumentarmos a nossa fé, a qual está sendo bombardeada por todos os lados, nos
tempos atuais. E nós temos de fazer alguma coisa para recuperá-la. Tomemos
cuidado para não perdera a nossa fé, que é o bem mais valioso que temos.
Tenha um bom dia. José Salviano
-Jesus disse que o Reino dos Céus está próximo-José Salviano
04 de Janeiro de 2021-Ano B
Evangelho Mt 4,12-17.23-35
Reflexão
Reino dos Céus está próximo de cada um de nós. Basta estender a
nossa mão e pegá-lo. Deus está em toda parte a nos chamar para a conversão, 24
horas por dia. Por outro lado, o Reino também é próximo, pois a qualquer hora,
a qualquer momento, nós podemos morrer e partir para a vida eterna, desde que
façamos nesta vida por merecê-la.
“Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.
Quando Jesus
disse estas palavras, Ele estava apenas começando a sua missão na
Terra. Este também é um convite para nós que acabamos de celebrar o Natal,
e a Epifania do Senhor.
O Reino Céu está
próximo, por que Deus está sempre próximo de nós, seja porque Ele está sempre
em todo lugar, seja pela sua Igreja, presença viva de Deus no mundo.
E é por meio da
sua Igreja, que vamos seguir a sugestão, o convite de Jesus: “Convertei-vos,
porque o Reino dos Céus está próximo”..
Convertei-vos por
que o Reino de Deus está bem do seu lado, bem aqui perto.
Que significa
converter? A nossa conversão consiste em passar de uma vida cristã
“mais ou menos”, ou medíocre, para uma fé generosa e dedicada. Entre seguir e
não seguir a Jesus, existe um meio termo, e é dele que Jesus não gosta: “Por
que não és nem frio nem quente, estou para te vomitar da minha boca” (Ap 3,15).
“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas
só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
O cristão morno,
ou medíocre, até ouve a palavra de Deus. Até vai à missa, porém, o que ele não
faz, é seguir a palavra que ouve.
E Jesus nos advertiu
seriamente sobre isso: “Quem ouve estas minhas palavras e não as põe em
prática, é como um homem sem juízo que construiu sua casa sobre a areia” (Mt
7,26).
Mas por que eu
devo me converter? Ora, a conversão é boa, primeiro para você, e em segundo
lugar para a sua família e para a sociedade.
Pois se todos se
convertessem, se todos fossem justos, teríamos uma sociedade habitável, sem
balas perdidas, e outras barbaridades que acontecem!
Se todos se
convertessem, teríamos um mundo melhor, um mundo ideal, sem sofrimentos, sem
crueldades e tantas maldades!
Conversão é
mudança de vida. E o resultado dessa mudança é poder chegar um dia no Reino de
Deus.
Jesus nos veio
convidar a viver uma vida nova, uma vida com o seu verdadeiro sentido, uma vida
com Jesus, segundo o Evangelho.
O Reino do Céu
começa aqui mesmo na Terra, por cada um de nós que mudamos a nossa vida errada
para viver aos olhos de Deus.
A construção do
Reino de Deus foi o Plano, o projeto de Jesus aqui na Terra. Ele apenas começou
essa obra, e a entregou aos apóstolos para que a continuassem. E nós, somos os
continuadores dessa grande missão.
Converter é mudar
de direção. É mudar o rumo da nossa caminhada, dos nossos caminhos. Portanto,
converter é mudar de vida.
Que vida você
está levando? Para onde você caminha? Para onde vão os seus passos? Para a
felicidade ou para a auto destruição? Você está cuidando bem da sua
vida? Da sua alma?
Viver sabiamente
é viver o dia de hoje aprendendo, estudando, como se fosse viver para sempre, é
viver o dia de hoje como se fosse morrer amanhã. Se preparando para a hora que
não sabendo quando...
Vamos nos
converter? Abraços e tenha um bom dia. José Salviano.