sábado, 29 de fevereiro de 2020

Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho-Helena Serpa


5 DE MARÇO DE 2020

5ª. FEIRA DA PRIMEIRA

SEMANA DA QUARESMA

Cor roxo

1ª Leitura - Est 4,17n.p-r.aa-bb.gg-hh


Leitura do Livro de Ester 4,17n.p-r.aa-bb.gg-hh
Naqueles dias: 17nA rainha Ester, temendo o perigo de morte que se aproximava, buscou refúgio no Senhor. 17pProstrou-se por terra
desde a manhã até ao anoitecer, juntamente com suas servas, e disse: 17q'Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, tu és bendito. Vem em meu socorro, pois estou só e não tenho outro defensor fora de ti, Senhor, 17rpois eu mesma me expus ao perigo.
17aaSenhor, eu ouvi, dos livros de meus antepassados, que tu libertas, Senhor, até ao fim, todos os que te são caros. 17bbAgora, pois, ajuda-me, a mim que estou sozinha e não tenho mais ninguém senão a ti, Senhor meu Deus. 17ggVem, pois, em auxílio de minha orfandade. Põe em meus lábios um discurso atraente,
quando eu estiver diante do leão, e muda o seu coração para que odeie aquele que nos ataca, para que este pereça com todos os seus cúmplices. 17hhE livra-nos da mão de nossos inimigos. Transforma nosso luto em alegria e nossas dores em bem-estar'.
Palavra do Senhor.

Reflexão - “Todo tempo é tempo de conversão”
Assim como aconteceu com a rainha Esther, há momentos na nossa vida em que experimentamos a solidão, a orfandade, o deserto, a humilhação que são a nossa incapacidade e impotência diante dos acontecimentos. No entanto, são estes os momentos de maior graça que vivemos, porque podemos avaliar a nossa dor e fazer uma reflexão para concluir até que ponto nós mesmos (as) nos expomos ao perigo.  Ester reconheceu: “eu mesma me expus ao perigo”. Somos muitas vezes responsáveis pelas coisas que acontecem erradamente e nem sempre temos consciência do que realmente está acontecendo dentro do nosso interior e o que está motivando as nossas ações. Nestas horas, porém, somos motivados a procurar refúgio no Senhor.  A oração de Ester para nós é um convite à conversão e também um modelo de reflexão sobre o momento atual da nossa vida.  A maior parte da nossa vida nós a passamos na tranquilidade, no bem bom, na rotina como se não precisássemos de mais ninguém. O tempo da “aparente felicidade” é, portanto, o tempo da desgraça, isto é, da nossa indiferença à graça de Deus, quando nos bastamos, quando nos saciamos com os frutos da carne e, por isso, nos expomos aos perigos. Este tempo da quaresma nos é propício para voltarmos para o Senhor e mesmo que não estejamos passando por nenhum tormento, nos conscientizarmos de que somos eternos devedores diante de Deus. É tempo de nos prostrarmos por terra, reconhecendo a nossa limitação, o nosso pecado, a nossa insensatez e pedir clemência ao nosso juiz e ajuda para podermos enfrentar os “leões” no tempo da peleja. Prostrar-se significa: humilhar-se, render-se, entregar-se. Todo tempo é tempo de conversão e toda hora é hora de buscar refúgio no Senhor. Não esperemos o tempo ruim, aproveitemos o tempo da graça do Senhor que é constante. – Você tem consciência do tempo que está vivendo? É tempo de penúria ou de “felicidade”? – Você reconhece a sua orfandade, sua limitação? Quem poderá ajudá-lo (a)?  - Você busca refúgio no Senhor quando tudo está bem?

 

Salmo - Sl 137, 1-2a. 2bc-3. 7c-8 (R. 3a)


R. Naquele dia em que gritei,
vós me escutastes, ó Senhor!.

1Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,*
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos*
2ae ante o vosso templo vou prostrar-me.R.

2bEu agradeço vosso amor, vossa verdade,*
2cporque fizestes muito mais que prometestes;
3naquele dia em que gritei, vós me escutastes*
e aumentastes o vigor da minha alma.R.

7cestendereis o vosso braço em meu auxílio*
e havereis de me salvar com vossa destra.
8Completai em mim a obra começada;*
ó Senhor, vossa bondade é para sempre!
Eu vos peço: não deixeis inacabada*
esta obra que fizeram vossas mãos!R.

Reflexão - Precisamos tomar consciência de que somos uma obra de Deus inacabada e que Ele ainda tem muitos planos a realizar na nossa vida. No entanto, é necessário que estejamos atentos (as) aos Seus acenos, pois somente assim compreenderemos qual seja o nosso papel. A nossa vida é uma caminhada em busca da perfeição, ou melhor, da nossa condição de sermos imagem e semelhança de Deus. Por isso, precisamos sempre pedir o auxílio do Senhor a fim de que Ele nos modele e nos restaure dia a dia. Não podemos baixar guarda nem desanimar, estejamos vigilantes, pois um dia, perante os anjos, nós também cantaremos e nos prostraremos no templo do Senhor que é a Casa do Pai.

 

Evangelho - Mt 7,7-12


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,7-12
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! 8Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra; e a quem bate, a porta será aberta. 9Quem de vós dá ao filho uma pedra,
quando ele pede um pão? 10Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? 11Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas.
Palavra da Salvação.

Reflexão - “Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho”
Precisamos tomar consciência das palavras de Jesus neste Evangelho a fim de percebermos a profundidade das Suas promessas, e nunca desanimar diante dos desafios da nossa vida. “Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta!” O pedir o procurar e o bater são ações de caráter indispensável da nossa existência humana. Vivemos continuamente este movimento no nosso dia a dia. Normalmente, no entanto, nós pedimos, procuramos e batemos em busca das coisas que consideramos essenciais e absolutamente necessárias para saciar a nossa fome de prazer, de possuir e de poder. Na verdade, nós nos submetemos diante dos reis e dos governantes da terra por um punhado de sucesso, de reconhecimento do nosso potencial humano ou então nos degradamos e nos corrompemos para conquistar um lugar ao sol ou ainda nos humilhamos para nos apossar do coração de alguém. Fazemos mil e uma voltas para buscar, fora o pão que mata a nossa fome de amor. Porém, não percebemos que o que poderá alimentar a nossa alma e o nosso corpo está escondido dentro de nós e faz parte da essência da nossa alma, pois vem da fonte que jorra dentro de nós. Dentro de nós há uma fonte de amor para onde devemos voltar o nosso olhar a fim de pedir, procurar e bater à procura das “coisas” de que precisamos realmente. A fé no amor de Deus é o alimento imprescindível da nossa existência humana. Deus sabe que precisamos do Seu amor como alimento, todavia, Ele espera a nossa livre vontade, o nosso querer e o nosso desejar para abrir as comportas e nos conceder tudo o que queremos alcançar. O Pai está no céu do nosso coração e espera a nossa adesão e o nosso desejo de possuir aquilo que Ele já designou para nos presentear.  Pedir, procurar, bater, é perseverar na vivência do Evangelho com esperança e determinação.  Não podemos nos escusar nem perder a grande chance da nossa vida buscando fora de nós pedra e cobra quando o Pai nos oferece pão e peixe, hoje. Por isso, também não podemos deixar para pedir, procurar e bater somente amanhã o que hoje nos é oferecido.  Todo aquele que pede recebe, quem procura acha, e a quem bate, a porta se abre. Alimentados com o pão do amor conseguiremos também cumprir o que a lei e os profetas nos propõem: fazer aos outros tudo aquilo que  desejamos que nos façam.   - O que você tem pedido a Deus: pão ou pedra; peixe ou cobra? – O que na verdade você precisa pedir a Deus? Reflita! – Aonde você tem buscado alimento e proteção? – Você tem batido nas portas dos homens para receber o que está à sua disposição dentro do seu coração?


A Palavra de Deus é o grande sinal para nós-Helena Serpa


4 DE MARÇO DE 2020

4ª. FEIRA DA PRIMEIRA

SEMANA DA QUARESMA

Cor roxo

1ª Leitura - Jn 3,1-10


Leitura da Profecia de Jonas 3,1-10
1A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez:
2'Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive
e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar'. 3Jonas pôs-se a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. 4Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: 'Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída.' 5Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. 6A pregação chegara aos ouvidos do rei de Nínive; ele levantou-se do trono e pôs de lado o manto real, vestiu-se de saco e sentou-se em cima de cinza. 7Em seguida, fez proclamar, em Nínive, como decreto do rei e dos príncipes: 'Homens e animais bovinos e ovinos
não provarão nada! Não comerão e não beberão água. 8Homens e animais se cobrirão de sacos, e os homens rezarão a Deus com força; cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas. 9Deus talvez volte atrás, para perdoar-nos e aplacar sua ira, e assim não venhamos a perecer.' 10Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau  caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez. Palavra do Senhor.
Reflexão - “enquanto há tempo”
O propósito de Deus é sempre o de salvar o homem em qualquer circunstância que ele esteja. Para isso o senhor não mede esforços e continuamente envia os Seus mensageiros a fim de alertar e abrir os olhos daqueles que precisam converter-se, enquanto há tempo. Da mesma forma como enviou Jonas à grande cidade de Nínive para avisar ao seu povo do que poderia lhe acontecer “depois de quarenta dias”, hoje também o Senhor nos exorta por meio da Sua Palavra e nos adverte de que há um tempo previsto para que as coisas aconteçam a fim de que  façamos  já, o que precisa ser feito. Os “quarenta dias” de que fala a Bíblia é sempre um tempo de preparação, de adestramento, de mudança, de conversão para que alcancemos um bem já preparado, uma herança, uma conquista. No entanto, não havendo esforço no combate não poderá acontecer vitória e sim fracasso e destruição. Este é o avesso da medalha! Os dias da nossa vida são assim por dizer como os “quarenta” de que fala o Livro de Jonas. É o tempo que temos para escutar a Palavra de Deus, acreditar e colocá-la em prática. Os ninivitas fizeram isso: acreditaram em Deus, se arrependeram e se converteram com a pregação de Jonas, aceitando fazer jejum e vestindo saco, desde o superior ao inferior. Diante da interpelação do Senhor cada um de nós sabe o que precisa ser mudado, qual o jejum que precisamos fazer e qual a veste que precisamos apresentar para combater o mal que pretende nos destruir. O Senhor está nos avisando de que precisamos nos afastar do mau caminho e de nossas práticas perversas. Dentro de nós há vestígios das nossas ações de egoísmo, orgulho, inveja, preguiça, libertinagem,  rebeldia, gula, falsidade, desamor e, se não tivermos cuidado, elas poderão nos destruir até o fim dos nossos quarenta dias. No entanto, a primeira coisa que devemos ter em mente é que Deus tem poder para nos retirar de toda situação de pecado, por isso, nos oferece a Sua graça.  Se nos arrependermos Ele voltará atrás e nos acenará com uma vida abundante, pois, deseja apenas a conversão do pecador. Todavia, o voltar atrás de Deus está condicionado ao nosso voltar atrás.    Nós, hoje, podemos ser Jonas, ou um dos ninivitas. Somos mensageiros de Deus para salvar o mundo e estamos no mundo para sermos salvos através dos mensageiros de Deus. – Você se considera um Jonas ou um ninivita? - O que você precisa fazer para que o mal não tenha mais influência sobre si mesmo? – Você tem desejo de conversão? – Enquanto é tempo, ore por isso!

 

Salmo - Sl 50, 3-4, 12-13. 18-19 (R. 19b)


R. Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

3Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! *
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
4Lavai-me todo inteiro do pecado, *
e apagai completamente a minha culpa!R.

12Criai em mim um coração que seja puro,*
dai-me de novo um espírito decidido.
13Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,*
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!R.

18Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,*
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
19Meu sacrifício é minha alma penitente,*
não desprezeis um coração arrependido!R.

Reflexão - Um coração arrependido é a expressão de uma alma liberta! O maior desejo de Deus é que nós provemos da imensidão do Seu amor. No entanto, para que isto possa acontecer realmente, isto é, para que nós possamos experimentar o poder amoroso do Pai nós precisamos ter um coração puro e um espírito decidido. Por isso é que o salmista nos ensina a suplicar a Deus o perdão em vista do nosso arrependimento sincero a fim de que tenhamos de novo uma alma livre. 

 

Evangelho - Lc 11,29-32


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11,29-32
Naquele tempo: 29Quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: 'Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará
juntamente com os homens desta geração, e os condenará.
Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram
quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas.' Palavra da Salvação.

Reflexão –“A Palavra de Deus é o grande sinal para nós”
Jesus veio ao mundo com a missão específica de salvar o homem da destruição eminente a que o pecado lhe impusera, e, por isso, Ele é o grande sinal de Deus para nós. Sua Palavra é a garantia de que viemos de Deus e para Ele voltaremos. No entanto, assim como aquela geração que conviveu com Jesus nós ainda não nos conscientizamos desta verdade,  e, às vezes, pedimos a Ele próprio, sinais para acreditar na Sua Palavra. Jesus é a Palavra de Deus que se fez carne e veio até nós para nos direcionar e nos ensinar a assumir a vida da graça que nos foi prometida quando perdemos a nossa identidade com Aquele que nos criou. No entanto, pela nossa incredulidade estamos continuamente  perdendo a grande chance de nos apossar das bênçãos que nos foram preparadas. A descrença é, portanto, uma grande arma usada pelo inimigo para enfraquecer a nossa fé em Jesus Cristo. Por isso mesmo vivemos pedindo provas e querendo ver sinais, algumas vezes sem nem mesmo orar abrimos aleatoriamente a Sua Palavra e tentamos encontrar sinais de acordo com as nossas suposições e interesses. Os ninivitas simplesmente se arrependeram e se converteram com a pregação de Jonas. Eles não pediram nenhuma prova nem quiseram ter visões sobre o que lhes era proposto. Precisamos perceber que Jesus é o grande sinal do Pai para nós e a nossa geração é mais abençoada do que a geração dos ninivitas e da rainha do Sul (Rainha de Sabá). Eles se converteram somente ouvindo a pregação de Jonas e de Salomão, nós, porém, somos privilegiados, porque o próprio Jesus, isto é a própria Salvação, veio a nós como Mestre e Redentor e a Sua Palavra é a garantia que temos de que o Pai nos perdoa e nos acolhe com amor e misericórdia apesar das nossas infracções. - Você costuma pedir sinais a Deus para suas inquietações? – O que significa para você o sinal da Cruz? – A palavra de Deus lhe basta para que você volte atrás e se arrependa e tenha vida nova? – Você sabe que foi assinalado (a) com o selo do Espírito Santo de Deus? 


O perdão faz toda a diferença-Helena Serpa


3 DE MARÇO DE 2020

3ª. FEIRA DA PRIMEIRA

SEMANA DA QUARESMA

Cor roxo

1ª Leitura - Is 55,10-11


Leitura do Livro do Profeta Isaías 55,10-11
Isto diz o Senhor: 10assim como a chuva e a neve descem do céu
e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a  alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.
Palavra do Senhor.

Reflexão - “não estamos aqui à mercê da sorte ou das contingências da vida
O projeto da nossa existência está desenhado na Palavra de Deus a qual nos revela o Seu propósito a nosso respeito. Logo, não estamos aqui à mercê da sorte ou das contingências da vida! Nesta leitura, o profeta Isaías usando as figuras da natureza nos dá ciência de que, assim como a chuva e a neve descem do céu para irrigar e fecundar a terra fazendo-a germinar e dar semente para o plantio, com o objetivo de nos alimentar, também a Palavra que sai da boca de Deus vem para fecundar a nossa humanidade, que é terra, e assim, fazer germinar em nós a semente do Seu amor.  O Amor de Deus se expressa na Sua vontade soberana de realizar tudo de que precisamos para ter uma vida promissora e abundante de graças.  Por esta razão Ele insiste em nos atrair para Si e nos fazer reconhecer o Seu poder, a Sua Majestade e a Sua Misericórdia que se manifestam por meio da Palavra que sai da Sua boca. A Palavra do Senhor é poderosa! O mundo foi formado pela palavra de Deus assim como também todos os seres que existem. O Senhor disse, “fiat” - faça-se -  e a Sua Palavra   foi mais do que suficiente para, do nada, trazer à existência tudo quanto existe na terra.  A Palavra de Deus assim como a semente, tem sempre uma atuação importante no solo do nosso coração para o nosso crescimento humano e espiritual. Ela vem como gotas com o propósito de fertilizar o chão da nossa humanidade e fazer germinar a Sua semente para o plantio e alimentação da nossa alma. O objetivo do Senhor é claro: “realizar tudo o que for de Sua vontade a fim de produzir os efeitos que Ele pretendeu ao enviá-la” A vontade de Deus é o paraíso para a nossa vida. Quem pensar assim e aceitar a Sua orientação terá uma vida saudável no corpo e na alma. Somente a escuta atenta da Palavra de Deus nos fará viver nesta quaresma, uma preparação eficaz para ressuscitarmos com Cristo, no domingo de Páscoa. Que possamos perceber os efeitos da Palavra de Deus em nós, da mesma forma que verificamos os efeitos que a chuva e a neve fazem na terra que está à nossa vista.
– Quais são os efeitos que a chuva provoca quando cai na terra seca? – Você já consegue experimentar os efeitos da Palavra de Deus  na sua vida? – Qual é o propósito de Deus para você pelas mensagens que a palavra lhe dá? – No seu coração há terra seca, espinhos, mato ou flores e frutos? Pense nisto!

 

Salmo - Sl 33, 4-5. 6-7. 16-17. 18-19 (R. 18b)


R. O Senhor liberta os justos de todas as angústias.


4Comigo engrandecei ao Senhor Deus, *
exaltemos todos juntos o seu nome!
5Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, *
e de todos os temores me livrou.R.

6Contemplai a sua face e alegrai-vos, *
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
7Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, *
e o Senhor o libertou de toda angústia.R.

16O Senhor pousa seus olhos sobre os justos, *
e seu ouvido está atento ao seu chamado;
17mas ele volta a sua face contra os maus, *
para da terra apagar sua lembrança.R.

18Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta *
e de todas as angústias os liberta.
19Do coração atribulado ele está perto *
e conforta os de espírito abatido.R.

Reflexão - O salmista exalta a justiça de Deus para com todos os que O procuram. O Senhor nosso Deus está atento às nossas súplicas e sempre pronto a atender as nossas necessidades, principalmente daqueles (as) que têm o coração atribulado e o espírito abatido, isto é, arrependido e humilhado, dependente dos Seus cuidados.

 

Evangelho - Mt 6,7-15


+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6,7-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7Quando orardes,
não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai Nosso que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus
também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens,
vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes.
Palavra da Salvação.

Reflexão – “o perdão faz toda a diferença
Quando vamos orar ao Senhor, às vezes, mesmo que tenhamos as melhores das intenções nos perdemos nas palavras e confundimos os anseios da nossa alma. Perdemos tempo em procurar palavras bonitas e entendemos que Deus, como todo o mundo, não vai nos escutar, pois não sabemos nos expressar. Neste Evangelho, porém, Jesus nos ensina a rezar com coerência e de coração, sem subterfúgios nem prolixidades, mas com simplicidade e sinceridade.  Ele mesmo, então, nos garante: “vosso Pai sabe do que precisais muito antes que vós o peçais”. O Pai conhece as nossas necessidades mais prementes e sabe do que a nossa alma anseia! Por isso, o Pai Nosso é a oração por excelência!  Ela coloca no centro da nossa compreensão de vida plena, as nossas necessidades fundamentais e que estão conformadas à vontade e ao projeto de Deus para nós: o reino, o pão e o perdão. O reino dos céus é o estado perfeito para a nossa vivência aqui na terra, por conseguinte, pedir ao Pai que o Seu reino venha até nós é antecipar e experimentar da glória que um dia iremos usufruir plenamente, já aqui na terra, através da paz, da alegria, da realização humana e espiritual. O pão que pedimos ao Pai é o alimento que sustenta o nosso corpo, nos fortalece e revigora materialmente falando, mas é também a substância que sustenta a nossa alma! É o material e o espiritual! É tudo de que precisamos para viver em harmonia com Deus, conosco mesmo e com os homens.  A Palavra, a Eucaristia, a Oração são o pão que vem do céu e dão sustento à nossa vida interior e animam a nossa vida espiritual.  O pão material é a veste, o remédio, a moradia, o trabalho, o lazer, o descanso, tudo de que o nosso corpo necessita para viver conforme o que Deus nos reservou. E o perdão é a condição sem a qual  não conseguiremos nem o reino nem tampouco o pão. ... “se perdoardes, sereis perdoado”.  Nunca conseguiremos viver o reino dos céus aqui na terra se não recebermos o perdão de Deus e não dermos o perdão aos homens. A falta de perdão é porta fechada e que nos impede de usufruir de tudo o que o Pai tem reservado para nos oferecer. Sem perdão nós poderemos rezar o Pai Nosso infinitamente e, mesmo assim, a nossa oração será como a oração dos pagãos, isto é, daqueles que não acreditam. Portanto, o perdão faz toda a diferença. Nós precisamos unir a nossa oração à nossa ação, pois somente assim ela tornar-se-á um eco da Oração que Jesus também fez a Deus Pai. Peçamos ao Pai que nos dê motivação para que possamos vivenciar a Oração de Jesus no dia a dia da nossa vida tendo consciência de que o apelo de Jesus é sério, não podemos desconsiderá-lo. -  Como você orado?  - Você tem cumprido o que tem rezado no Pai Nosso? – Você tem alguém a quem perdoar?  - Você sabia que a falta de perdão nos impede de receber o perdão de Deus?




O termômetro de Deus é o amor-Helena Serpa



2 DE MARÇO DE 2020

2ª. FEIRA DA PRIMEIRA

 SEMANA DA QUARESMA

Cor roxo
1ª Leitura - Lv 19,1-2.11-18

Leitura do Livro do Levítico 19,1-2.11-18
1O Senhor falou a Moisés, dizendo: 2'Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. 11Não furteis, não digais mentiras, nem vos enganeis uns aos outros. 12Não jureis falso por meu nome, profanando o nome do Senhor teu Deus. Eu sou o Senhor.
13Não explores o teu próximo nem pratiques extorsão contra ele.
Não retenhas contigo a diária do assalariado até o dia seguinte.
14Não amaldiçoes o surdo, nem ponhas tropeço diante do cego,
mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor. 15Não cometas injustiças no exercício da justiça; não favoreças o pobre nem prestigieis o poderoso. Julga teu próximo conforme a justiça.
16Não sejas um maldizente entre o teu povo. Não conspires, caluniando-o, contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor.
17Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele.
18Não procures vingança, nem guardes rancor aos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Eu sou o Senhor. Palavra do Senhor.

Reflexão - “A santidade é um mandamento do Senhor”
Por meio de Moisés o Senhor nos dá uma ordem para que sejamos santos, assim como Ele é Santo! Se, fomos criados à Sua imagem e semelhança, temos de manifestar na terra a Sua santidade, por isso, Ele nos ordena: “sede santos”!  A santidade, pois, não é uma opção nossa, mas um mandamento do Senhor que precisa ser cumprido para a nossa própria felicidade. Ser santo é, portanto, o nosso desígnio, porém, requer muitas particularidades, que  somente com o nosso próprio Criador as apreendemos. Muitas vezes nos perguntamos uns aos outros, o que devemos fazer para viver na santidade e em que consiste a santidade. A nossa santidade se revela por meio das nossas ações em relação aos nossos irmãos e irmãs, e também do nosso próprio modo de viver. A santidade é justiça, é bondade, é perdão, é um estado de vida que conseguimos apreender por meio dos ensinamentos da Palavra de Deus. Faça uma reflexão e perceba no que você tem falhado ou acertado, conforme os ensinamentos do desta leitura: furtar (?), mentir (?); jurar falso (?); explorar o próximo (?); reter o pagamento de alguém (?); amaldiçoar e pôr tropeço diante dos que são deficientes (pecadores) (?); cometer injustiças, protegendo o pobre ou prestigiando o poderoso (?); maledicência, murmuração, conspiração, calúnia, ódio no coração, ser condizente com a culpa do outro, vingança, guardar rancor.

Salmo - Sl 18, 8. 9. 10. 15 (R. Jo 6,63c)

R. Ó Senhor,vossas palavras são espírito e vida!

8A lei do Senhor Deus é perfeita,*
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,*
sabedoria dos humildes.R.

9Os preceitos do Senhor são precisos,*
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,*
para os olhos é uma luz.R.

10É puro o temor do Senhor,*
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos*
e justos igualmente.R.

15Que vos agrade o cantar dos meus lábios*
e a voz da minha alma;
que ela chegue até vós, ó Senhor,*
meu Rochedo e Redentor!R.

Reflexão p O Senhor Deus é fonte de sabedoria para nós, portanto é a origem da nossa santidade. Sua lei, Seus preceitos, Seu testemunho, Suas obras, Seus julgamentos, Seus mandamentos são perfeitos e nos dão a direção certa no caminho de volta para a nossa Casa, a Casa do Pai. Portanto, o cantar dos nossos lábios e a voz da nossa alma dão testemunho ao mundo de tudo o que Ele é.

Evangelho - Mt 25,31-46

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,31-46
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: `Vinde benditos de meu Pai!
Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar'. 37Então os justos lhe perguntarão:
`Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer?
com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos?
39Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?'
40Então o Rei lhes responderá: `Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos,
foi a mim que o fizestes!' 41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: `Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo  eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me  recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar'. 44E responderão também eles: `Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?' 45Então o Rei lhes responderá: `Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos,
foi a mim que não o fizestes!' 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna'.
Palavra da Salvação.



Reflexão – “O termômetro de Deus é o amor”
Precisamos tomar consciência enquanto é tempo, de que todos nós estamos destinados à eternidade, para a vida ou para a morte! O próprio Jesus nos adverte de que irá voltar e reunir os povos da terra diante dele e, aí então, fará distinção entre os benditos do Pai e os malditos, os felizes e os infelizes. O parâmetro para esta escolha tem como primícias ter ou não vivido segundo o Evangelho, cumprindo o mandamento do amor e agindo conforme o que Ele nos ensinou. De nada valerá o que fizermos somente em benefício da nossa própria subsistência, conforto e qualidade de vida. O termômetro de Deus é o amor concretizado em ações. Aqueles (as) que não seguiram os seus ensinamentos e desprezaram os pobres, doentes, nus, estarão predestinados a um castigo eterno.  Aqueles, porém, que deram atenção aos encarcerados, nus, famintos, enfermos, mesmo que não fossem os da sua própria casa, receberão a herança dos justos.  A herança que o Senhor nos promete é uma vida eternamente perto de Deus, junto a Ele no paraíso, para o qual fomos criados. Obter a vida eterna é viver plenamente na perfeição da santidade. Jesus nos dá o roteiro para que possamos perseguir esta perfeição enquanto aqui vivemos. Cada orientação que Jesus nos dá é um aprendizado para que caminhemos passo a passo rumo ao céu. Não podemos alegar que não conhecemos a receita nem o caminho porque o próprio Jesus nos dá todas as dicas, antecipadamente. Perseguir a santidade é perseguir a vivência do amor com os nossos irmãos e irmãs, mesmo que sejam eles os piores e os mais marginalizados do mundo.   – Dentro do que fala o Evangelho qual o lugar em que você se posicionaria se Jesus viesse hoje: à esquerda ou à direita Dele?  - Se Jesus voltasse hoje o que Ele diria para você?    


Vencendo a tentação-Helena Serpa


1 DE MARÇO DE 2020

1º DOMINGO DO TEMPO DA

QUARESMA

Cor roxo

1ª Leitura - Gn 2,7-9; 3,1-7

Leitura do Livro do Gênesis 2,7-9; 3,1-7
7O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente.
8Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado. 9E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. 3.1A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: 'É verdade que Deus vos disse:
'Não comereis de nenhuma das árvores do jardim?' '2E a mulher respondeu à serpente: 'Do fruto das árvores do jardim, nós podemos comer. 3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: 'Não comais dele nem sequer o toqueis,
do contrário, morrereis.'' 4A serpente disse à mulher: 'Não, vós não morrereis. 5Mas Deus sabe que no dia em que dele comerdes,
vossos olhos se abrirão e vós sereis como Deus conhecendo o bem e o mal'. 6A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para se alcançar conhecimento.
E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. 7Então, os olhos dos dois se abriram;
e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira. Palavra do Senhor.

Reflexão pessoal – “o pecado original”
Em linguagem alegórica o autor do Livro do Gênesis retrata aqui a raiz do pecado da humanidade, o pecado original. A desobediência foi o pecado que afastou o homem de Deus. O homem, Adão e Eva, isto é, a humanidade, foi criado por Deus para viver em perfeita harmonia com Ele, consigo mesmo, um com o outro e com a natureza. Por influência do demônio, aqui representado pela serpente, a mulher desobedeceu e levou o seu marido a também desobedecer às ordens de Deus. Por curiosidade, e também por ambição de ser grande o homem caiu na sugestão do inimigo. O homem e a mulher ainda hoje continuam sendo tentados pela “serpente”, o inimigo de Deus, o demônio que se manifesta de várias maneiras nos aliciando e nos fazendo cair nas concupiscências, que são: a concupiscência da carne a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida. Da concupiscência da carne nascem a gula, a luxúria e a preguiça; da concupiscência dos olhos nasce a avareza (Amor desregrado pelo dinheiro e bens materiais);  e do orgulho da vida nascem a inveja, a cólera e o orgulho ou amor da vã glória, (“Paixão que nos leva a sobre-estimar e a procurar de modo exagerado a glória”).  O prazer, o poder e o possuir são apetites inerentes à nossa humanidade que nos impedem de caminhar na graça de Deus, nos fazem viver fora dos Seus mandamentos e, consequentemente, nos afastam do Paraíso, isto é, da intimidade com o nosso Criador assim como aconteceu com Adão e Eva. Eles também quiseram ser senhores das suas vidas, quiseram ter conhecimento de tudo, mas na verdade, encontraram-se, nus e abandonados, com medo de Deus. Este ciclo quaresmal nos é propício para que façamos também uma reflexão sobre as concupiscências que nos afastam de Deus. – Como você tem lidado com a tentação? – Você compreende logo que estão tentando aliciá-lo (a), ou  cai na esparrela como um patinho? – Você costuma dar vazão às pretensões da sua vontade própria? – As coisas que lhe dão prazer trazem paz à sua alma? – Você tem intimidade com Deus? – O que pode  atrapalhar o seu crescimento espiritual?

Salmo - Sl 50,3-4.5-6a.12-13.14.17 (R.Cf.3a)

R. Piedade, ó Senhor, tende piedade,
pois pecamos contra vós.

3Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! *
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
4Lavai-me todo inteiro do pecado, *
e apagai completamente a minha culpa! R.

5Eu reconheço toda a minha iniqüidade,*
o meu pecado está sempre à minha frente.
6Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,*
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos! R.

12Criai em mim um coração que seja puro,*
dai-me de novo um espírito decidido.
13Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,*
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! R.
14Dai-me de novo a alegria de ser salvo*
e confirmai-me com espírito generoso!
17Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,*
e minha boca anunciará vosso louvor! R.


Reflexão - A alegria e a paz são frutos da justiça. Quando estamos afastados da graça de Deus a tristeza e a intranquilidade ocupam um lugar dentro do nosso coração. Porém, a consciência de que somos miseráveis e pecadores, portanto, injustos, nos dão a motivação necessária para clamar a Deus por um coração renovado e puro e um espírito decidido a não mais pecar. Aí então, nós podemos novamente cantar louvores ao Senhor com alegria e serenidade.

2ª Leitura - Rm 5,12-19

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 5,12-19
Irmãos: 12Consideremos o seguinte: O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram... 13Na realidade, antes de ser dada a Lei, já havia pecado no mundo.
Mas o pecado não pode ser imputado, quando não há lei. 14No entanto, a morte reinou, desde Adão até Moisés, mesmo sobre os que não pecaram como Adão, - o qual era a figura provisória daquele que devia vir -. 15Mas isso não quer dizer que o dom da graça de Deus seja comparável à falta de Adão! A transgressão de um só levou a multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus, ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos. 16Também, o dom é muito mais eficaz
do que o pecado de um só. Pois a partir de um só pecado
o julgamento resultou em condenação, mas o dom da graça frutifica em justificação, a partir de inúmeras faltas.
17Por um só homem, pela falta de um só homem,
a morte começou a reinar. Muito mais reinarão na vida, pela mediação de um só, Jesus Cristo, os que recebem o dom
gratuito e superabundante da justiça. 18Como a falta de um só acarretou condenação para todos os homens, assim o ato de justiça de um só trouxe, para todos os homens, a justificação que dá a vida. 19Com efeito, como pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida numa situação de
pecado, assim também, pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça.
Palavra do Senhor.

Reflexão – “a obediência de Jesus nos salvou”
Por causa da desobediência de Adão, o pecado entrou no mundo, consequentemente todo o gênero humano se tornou pecador. Adão, foi assim, causa de perdição para toda a sua descendência. Da mesma forma, pela justiça de Cristo a salvação veio ao mundo e todo o gênero humano foi redimido. Assim, pela obediência, Cristo se tornou causa de salvação para todo o seu povo e para nós também. Somos descendentes de Adão, segundo a carne, mas somos descendentes de Cristo, segundo a graça. Jesus Cristo veio ao mundo assumindo uma alma e um corpo realizando assim as núpcias com a natureza humana.   “Pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi inserida numa situação de pecado, mas pela obediência de um só homem, Jesus Cristo toda a humanidade passará para uma situação de justiça.” Pelo Batismo somos purificados dos nossos pecados e recebemos a vida nova no Espírito Santo.  Deste modo, todo o homem renasce e se renova em Cristo porque, a semente de Cristo, isto é, o Espírito de Deus tem o poder de nos fazer novas criaturas. Não podemos permanecer no passado, no tempo da ignorância, precisamos renunciar aos erros da vida antiga e seguir a Cristo Jesus que é a justiça do Pai para nós. A graça de Deus é muito mais eficaz do que o pecado.  – Você se considera descendente de Adão ou de Jesus Cristo?  - Você já se apossou da graça que recebeu no seu Batismo? – Você tem feito uma avaliação das suas ações do tempo presente em relação ao seu passado? – Você melhorou?

Evangelho - Mt 4,1-11
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,1-11
Naquele tempo: 1o Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo.2Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites, e, depois disso, teve fome. 3Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: 'Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!' 4Mas Jesus respondeu: 'Está escrito: 'Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus'.' 5Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa,
colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, 6e lhe disse: 'Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito:
'Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'.' 7Jesus lhe respondeu: 'Também está escrito: 'Não tentarás o Senhor teu Deus!'' 8Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória, 9e lhe disse: 'Eu te darei tudo isso, se te ajoelhares diante de mim, para me adorar.' 10Jesus lhe disse: 'Vai-te embora, Satanás, porque está escrito: 'Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto.' 11Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus. Palavra da Salvação.

Reflexão – “vencendo a tentação”
Cheio do Espírito Santo, depois de ser batizado, Jesus foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo demônio. No entanto, venceu todas as investidas de satanás que, usando a própria Escritura tentou convencê-Lo a cair nas suas artimanhas. Como homem, Jesus se submeteu a tudo quanto nós também estamos sujeitos, para nos mostrar que podemos ser tentados, mas necessariamente, não precisamos cair nas sugestões do inimigo. Assim sendo, Jesus enfrentou e venceu as tentações do “prazer, do ter e do poder”, justamente as três fraquezas que trazemos em nós e que é fruto do pecado original. O príncipe do mundo é satanás, por isso, ele acenava para Jesus com as coisas que o mundo valoriza. Com efeito, Jesus nos dá uma lição para quando  estivermos sendo  sugestionados a empreender qualquer obra  que não tenha como finalidade a observância da Palavra de Deus. Primeiramente, o demônio quis pôr em dúvida a identidade de Jesus: ”se és Filho de Deus”. Quantas vezes nós também nos sentimos desafiados a mostrar quem somos com atitudes de vaidade e amor próprio!  Jesus, porém, mesmo com fome, não se rendeu ao prazer de comer e foi mais além daquilo que o demônio arrazoou como justificativa para que pedras fossem transformadas em pães: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”; Em seguida, o tentador apelou para o anseio que o homem tem de mostrar que tem poder e prestígio a fim de dominar todas as coisas: ‘ Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra’. Jesus nos ensina: “Não tentarás o Senhor teu Deus”.  Somos filhos de Deus e sabemos que Ele nos protege, porém, nunca devemos tentar a Deus nos expondo aos perigos e às facilidades da vida confiando em que Ele dará um jeito de nos socorrer. Finalmente, o demônio tocou no ponto mais fraco do homem: o apego aos bens materiais, a ganância e a ambição de, tendo muito, fazer qualquer coisa para adquirir ainda mais: “Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorares.”  Jesus nos dá a dica: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás”. – Você também tem sido tentado (a) pelo inimigo de Deus mesmo quando medita e reflete sobre a Palavra? – Qual é a maior tentação que você tem enfrentado: o prazer, o poder ou o possuir? – Como você tem vencido as tentações? – O que você tem feito com os bens que você possui? Eles estão a serviço de Deus ou do demônio?

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

FIÉIS À CRISTO, VENCEREMOS TODAS AS TENTAÇÕES! - Olívia Coutinho

 

1º DOMINGO DA QUARESMA

Dia 01 de Março de 2020

Evangelho de Mt4,1-11

Estamos no início da Quaresma, tempo de reflexão, de  fazermos  um retiro interior e a partir daí, retomar a nossa prática cristã, desbloqueando a via do amor, obstruída pelo o pecado que nos desconectou de Deus.
O pecado interrompe o nosso relacionamento com Deus, mas a porta do seu coração de Pai misericordioso, nunca fecha, ela está sempre aberta para nos receber de volta, basta querermos voltar!
A liturgia deste tempo, tem como propósito, despertar em nós, o desejo de mudança, de reaver os valores que vamos deixando de lado, por estarmos iludidos com os "valores" do mundo. Nas palavras de Jesus, colocadas diante de nós, há sempre um apelo de conversão, é o seu amor falando mais  forte ao nosso coração, querendo nos trazer de volta ao convívio com o Pai!  
Com a Quaresma, inicia-se um tempo de graça para a vida da Igreja e de todos os cristãos que se dispõe a carregar a sua cruz de cada dia, na certeza de que com Jesus ela se torna mais leve!
No evangelho que a liturgia deste Domingo nos apresenta,  vemos que Jesus foi tentado a desistir da sua missão a trocar as coisas do alto pelas coisas do mundo, mas a sua resposta foi taxativa: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Jesus foi tentado a aceitar e a confiar no poder do demônio, mas Ele respondeu com firmeza: “Não tentarás o Senhor teu Deus”!
Assim como aconteceu com Jesus, pode  acontecer conosco também, já que  a tentação do TER e do PODER está sempre a nos rondar. Precisamos estar sempre vigilantes, para que não sejamos pegos de surpresa, pois a tentação é oportunista, ela surge inesperadamente, principalmente quando nos propomos a mudar de vida, ou quando estamos enfraquecidos na fé. 
Para nos seduzir, o mal usa de esperteza, ele chega até a nós, disfarçado do bem, por isto, precisamos estar sempre atentos, para não nos  tornarmos presas fácies do inimigo, deixando-nos enganar pelas aparências.
Ninguém está livre das tentações, elas estão presentes em toda parte, principalmente onde existe o bem, até mesmo dentro da Igreja, para vencê-la, é preciso estarmos  sempre em sintonia com Deus, perseverantes na fé, munidos do antidoto mais poderoso contra o mal: a oração!
Ser tentado, não significa pecar, pois até Jesus foi tentado, temos que ter o cuidado para não  caímos  na tentação!
Todos nós, já passamos pela experiência de ser tentado, o próprio Jesus passou por esta experiência  é a nossa ligação com Ele, que nos torna resistentes as tentações, que não nos deixa cair nas ciladas preparadas pelo o inimigo!
Aproveitemos, pois, este tempo em que a graça e a misericórdia transbordam do coração do Pai, para voltarmos ao seu convívio!
Somos chamados a viver esse tempo no espírito da fé, a deixar para trás, a escuridão do passado que ofuscou os nossos olhos diante da  Luz!
Que o Espírito do Senhor, que fortaleceu Jesus nas tentações, nos fortaleça também. Que nenhuma proposta do mundo,  nos convença   a trocar o SER pelo o TER.
Na oração do Pai Nosso, Jesus nos ensina, a pedirmos ao Pai: “...não nos deixeis cair em tentação”... Peçamos a Ele todos os dias esta graça...

Fieis a Cristo, venceremos todas as tentações...

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olivia Coutinho
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

COMO JESUS, PODEMOS VENCER AS TENTAÇÕES – Maria de Lourdes Cury Macedo.



Domingo, 1 de Março de 2020.
Evangelho de  Mt 4, 1-11.

Na liturgia deste domingo celebramos a memória de Jesus que venceu a tentação do acúmulo, prestígio e poder, e se tornou pão de vida para que todos possam viver. Sua obediência ao Pai trouxe para nós a justificação. Na celebração eucarística Jesus é a árvore da vida que o Pai plantou no centro de nossa existência. Com ele nascemos para uma vida nova baseada na partilha e fraternidade. (vida pastoral – 2008)
A quaresma é tempo de vivência profunda do mistério da morte e da ressurreição de Cristo. Neste domingo, com Jesus, somos conduzidos pelo Espírito ao deserto, para com Ele passar 40 dias e reforçar nosso espírito de resistência a todo mal. É tempo privilegiado para revermos nosso modo de agir, tomar novas decisões, promover mudanças concretas, significativas, em fim ter a nossa conversão.
Depois que Jesus foi batizado o Espírito Santo o conduziu para o deserto, lá Ele passou 40 dias em jejum se preparando para assumir publicamente que é o Filho de Deus, ser obediente ao plano do Pai, assumir a sua missão de instalar no mundo o Reino de Deus e iniciar sua vida pública.
No deserto Jesus jejuou durante 40 dias e teve fome. Seu corpo estava fraco, mas seu espírito estava fortalecido. Lá Jesus rezou muito, se aproximou do Pai, fortaleceu seu espírito, foi tentado pelo demônio. Jesus venceu as tentações recorrendo à força da Palavra de Deus, não se desviou da sua missão, escolheu o Reino que valoriza o serviço, a partilha, a justiça, enfim o cumprimento, a obediência da vontade de Deus Pai. Devemos seguir o exemplo de Jesus.
Depois de vencidas as tentações da abundância, prestígio e poder, Jesus está pronto a proclamar e instaurar a justiça do Reino através da partilha, do cumprimento da vontade de Deus e do serviço até a doação da vida.
As tentações que o Filho de Deus teve de enfrentar no deserto são as tentações fundamentais da vida, que todos nós passamos: o TER, o PRAZER e o PODER.  Ninguém passa por este mundo sem o desejo de possuir, pelo desejo de ter prestígio e fama, pela ambição de mandar no outro, de ser servido.
         1ª tentação: Jesus é tentado a realizar a justiça do Reino mediante a abundância do Ter. Tentação do “pão”, que se identifica com a tentação da posse ou tentação do “TER”.
         Também nós somos tentados a TER mais do que o necessário para viver, acumulando bens com muita ganância. Esta tentação se manifesta em querer tudo para si, sendo escravo dos bens materiais. É bom lembrar que, se o ser humano não vive só de pão, também não pode viver sem ele. A exigência evangélica não consiste em renunciar ao pão material, mas em estabelecer a prioridade do Pão da Palavra sobre o pão do corpo; a excelência do “ser” sobre o “ter”, pois nós somos para a eternidade, não apenas para o tempo...
         Como podemos vencer hoje essa tentação?  Na nossa vida hoje somos capazes de vencer a tentação da ganância do Ter muito, do egoísmo e de acumular nossas coisas, vivendo a partilha, a fraternidade, que a Palavra de Deus nos ensina para que todos tenham pão e vida. Ao invés de acumular, partilhar. Assim nós construiremos o Reino e a sua justiça.
2ª tentação: Jesus é tentado a realizar a justiça do Reino mediante o PRAZER: o prestígio, a vaidade, o orgulho.
         Também nós somos tentados a pensar só no prestígio e conforto pessoal, exagerando na comida, na bebida, no sexo. A tentação do prazer se manifesta na busca egoísta de querer ser feliz sem levar em conta a felicidade dos outros, e deixar-se dominar pelo gozo momentâneo e inconsequente. Somos capazes de vencer a tentação da vaidade, do orgulho, de querer ser importante, de querer ter prestígio sendo humildes e obedientes à Palavra de Deus.
3ª tentação: Jesus é tentado a realizar a justiça do Reino mediante o Poder, a ambição e riqueza. A tentação do poder se manifesta no desejo de estar acima dos outros.
         Também nós somos tentados a querer Poder demais, dominando os outros e tirar proveito egoísta e pessoal. Escravizar os outros fazer-se “deus” do próprio semelhante; querer ser dono dos outros; decidir pelo outro; mudar o outro; transformar o outro em “objeto” ou em joguete, e que fique sempre de prontidão para nos servir... (a pessoa quer como o diabo ser adorado).
Hoje, na nossa vida, nós somos capazes de vencer a tentação da ambição de termos poder, riquezas e dominarmos os outros, ao invés de servir. Só a Deus devemos adorar e somente a Ele servir. Servimos a Deus quando servimos o irmão. Através do nosso serviço realizaremos a justiça do Reino. Nós podemos vencer a três tentações seguindo o exemplo de Jesus: partilhar ao invés de acumular; obediência e humildade ao invés de querer prestígio; serviço ao invés de poder e dominação.    
Devemos recorrer à oração, ao jejum, à esmola e à escuta da Palavra para vencer as tentações. A oração nos aproxima de Deus, escutar a Palavra é viver a Palavra de Deus, transformar a nós próprios e ao mundo. A oração e o jejum não nos livram das tentações, mas são meios de que devemos usar para vencê-las.

Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes