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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A Fraqueza de Deus-Diac. José da Cruz


SÁBADO DA II SEMANA DA QUARESMA 07/03/2015
1ª Leitura Malaquias 7, 14-15.18-20
Salmo 102/103,8 a “O Senhor é bom e Misericordioso”
Evangelho Lucas 15, 1-3. 11-32
"A Fraqueza de Deus..."

Deus tem uma fraqueza, um calcanhar de Aquiles, um ponto vulnerável, não resiste quando vê o homem envolvido na miséria. É impressionante como Lucas descreve esse dramático reencontro do Pai com o Filho mau caráter, que havia abandonado a casa paterna e dissipado os seus bens com farras, urgias e prostituição. Da parte do Filho o comportamento é o esperado, ao cair em si e se dar conta da "burrada" que tinha feito, tratou de voltar "Com o rabo entre as pernas". Lucas quer levar os olhares da sua comunidade, não para o Filho, mas para o Pai. No contexto em que Jesus narrou a parábola o Filho mais novo representa todos os que estavam fora da Instituição Religiosa daquela época, ou porque não acreditavam, ou porque eram marginalizados pelo sistema religioso,  entretanto, de maneira sutil Lucas diferencia a relação desses para com Deus, do modo como os Fariseus, Escribas e Doutores da Lei se relacionavam.
A conversa antes da partida "Meu pai, dá-me parte da herança que me toca", na terra distante, vítima da miséria e da fome, ele pensa "Quantos empregados na casa do meu Pai".
E no momento do reencontro "Meu Pai, pequei contra o céu e contra ti". Havia nesse jovem descabeçado algo de bom: a consciência de ser Filho e ter um pai. Quem tem a consciência de que é Filho,e que tem a Deus por Pai, manifesta isso na relação com os demais, a quem têm como irmãos e irmãs. O Filho mais velho não se vê como tal, tem com o Pai uma relação de empregado para com o seu patrão, que cumpre fielmente todas as tarefas que lhe são confiadas, quanto ao mais novo, não o reconhece como irmão "este teu Filho que gastou teus bens com prostitutas..." - é a sua queixa amarga e ciumenta, pelo modo como viu o Pai tratar o mais novo em seu retorno. "Para ele matas o novilho mais gordo e lhe dá uma festa!"
Mais um detalhe importante, quem estava comemorando era o Pai, a Festa era dele, porque o Filho querido e amado, que havia se perdido fora reencontrado. Deus manifesta-nos sua alegria e esta nos envolve e nos contagia. Seu amor e seu olhar cheio de misericórdia jamais se distancia de nós, o Filho ainda estava longe, e o Pai, movido de compaixão correu ao seu encontro...
Não com o dedo em histe para uma bela lição de moral, não com o olhar acusador e cheio de ameaças, não cheio de orgulho e sentimento de vencedor, para exigir mil e uma condições para aceita-lo de volta. Ao contrário, sequer o deixa prostrar-se aos seus pés e formular o pedido de perdão, mas o coloca de pé, e sem mandar tomar um banho ( pois estava encardido e mau cheiroso, pelo trabalho junto aos porcos e pela longa caminhada) o vestiu com uma bela túnica, colocou em seu dedo encardido um anel belíssimo, e calçou seus pés imundos da poeira da estrada, com uma sandália. O sinal inequívoco de que o ama,mesmo no estado miserável em que está, vendo nele a dignidade de ser seu Filho.
A parábola não é um estímulo para que cometamos o pecado nos afastando da casa do Pai, isso é, da amizade e comunhão com Deus, ao contrário, somos convidados a olhar para Deus e ver Nele, como seu amor e sua misericórdia é grandiosa e imensa pelo Homem. Esse Filho pródigo é a humanidade, somos eu e você que lê essa reflexão, Deus vive nos fazendo festa e nos envolvendo com a dignidade divina, dom que ganhamos com a encarnação de Jesus, cada volta é uma festa porque percebemos que Ele nos ama de paixão, manifestada na cruz do calvário.
Aproveitemos bem a festa da Vida, que nos vem em sua graça, lá de vez em quando cismamos de buscar outras festas que a ilusão do mundo nos oferece, e acabamos sempre como o filho mais novo, no chiqueirão das nossas misérias, e quando a fome de ser amado nos aperta o coração, Deus já está lá na curva do caminho, á nossa espera de braços abertos para nos envolver...Mas em nossa caminhada muitas vêzes olhamos com desprezo certas pessoas de categoria inferior, sem moral e sem dignidade, não os vemos como nossos irmãos. Daí fazemos o triste papel do filho mais velho, aquele que era "religiosamente" correto, e que, morando na casa do Pai, estava tão longe dele, do seu abraço e do seu amor...(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)


Apropriação Indébita-Diac. José da Cruz


SEXTA FEIRA DA II EMANA DA QUARESMA 06/02/2015
1ª Leitura Gênesis 37.3-4.12-13ª. 17b-28
Salmo 104/105,5ª “Recordará as maravilhas que operou”
EvangelhoMateus 21, 33-43. 45-46
"Apropriação Indébita..."
O Termo apropriação indébita se refere a posse ilegal de algo que não nos pertence. Deus edificou o seu Reino no meio dos homens, mas não se trata de uma parreira qualquer, abandonada á beira da estrada, dessas que parece que não tem dono. Ela foi cercada com uma sebe, cavada um lagar onde se pisoteia a uva para produção do vinho, e construída uma torre para vigiar, afastando intrusos ou animais silvestres que irão danificar a parreira.
No meio da humanidade Deus escolheu o povo de Israel, estabelecendo com ele uma vida de comunhão, dando-lhes todas as condições necessárias para viverem bem, sempre na amizade e proteção do Deus da ALIANÇA. Deus esperava desse povo uma vida íntegra, pautada pela justiça e igualdade, solidariedade, para assim ser um sinal entre todas as Nações, sinal visível de um Deus que ama e que caminha junto.
Não podemos dizer que Deus antes fez um rascunho do que seria o Reino Ideal e depois passou a limpo, o Antigo Testamento já é o início da edificação do Reino de Deus, claro que de maneira prefigurada, mas os Santos Homens que por aqueles tempos ajudaram nessa obram, têm os seus méritos e nem precisaram ser canonizados, a própria História da Salvação os canonizou.
O que o evangelho nos mostra é que Deus confia a administração do seu Reino aos Homens, que tornam-se seus colaboradores ou arrendatários, a Igreja está a serviço do Reino, mas ela não é o Reino, apenas um sinal visível dele. O Reino é maior e está acima de qualquer instituição humana. Evidentemente que, exatamente como o Proprietário da Vinha, Deus espera sempre colher os frutos da sua obra, mas não pensemos que Deus é um explorador como os Latifundiários da Galiléia, os frutos aqui mencionados, e que Ele sempre cobra daqueles a quem confiou o Reino, são frutos que beneficiam os irmãos e irmãs, é na relação com as pessoas que o cristão produz os frutos da Parreira do Senhor: uvas doces da Justiça, igualdade, solidariedade, fraternidade e misericórdia.
Interessante porque o evangelho traz uma crítica duríssima contra os arrendatários do Reino de ontem e de hoje: além de serem péssimos administradores, porque só ocupam espaçoe não produzem nenhum fruto, ainda por cima se apossam do que não lhes pertence tornando-se os detentores da Salvação Divina, porque mataram o Herdeiro, isso é, aquele que é o verdadeiro Dono do Reino, o Filho de Deus, ou seja, Jesus deixa de ser uma referência para esses trapaceiros da Religião de Israel, e eles próprios tornam-se a referência como Zeladores da Lei antiga e Fiscais da Salvação, determinando quem vai se salvar....
É claro que Deus Pai abandonou esse projeto inadequado, pois o seu Reino de Santidade e perfeição tornou-se uma grotesca caricatura, e a partir da morte e ressurreição Daquele que os homens pensaram haver destruído definitivamente, o Reino se refez e tornou-se definitivo, e de propriedade exclusiva de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré. E assim, a pedra que os construtores de araque rejeitaram, tornou-se a pedra angular.
Longe de ficarmos olhando para o passado e condenando os que rejeitaram a Pedra Angular que é o Cristo, e se apossaram da Vinha do Senhor, é melhor olharmos o presente onde temos enquanto cristãos essa responsabilidade confiada pelo Senhor, de trabalharmos em sua Vinha que é a Igreja, a serviço do mundo. Também nós, se não correspondermos á Vontade de Deus, iremos perder nosso lugar nessa obra, porque o Dono da Vinha chama quem ele quiser para vir tomar conta de sua Vinha.....(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)


Pai Abraão compadece-te de mim-Diac. José da Cruz


QUINTA FEIRA DA II SEMANA DA QUARESMA 05/03/2015
1ª Leitura Jeremias 17, 5-10
Salmo 39/40, 5ª “Feliz o Homem que pôs sua esperança no Senhor
    Evangelho LUCAS 16, 19-31
" Pai Abraão compadece-te de mim..."
Parece que Lucas pegou pesado contra o tal do Homem rico nesse evangelho, a súplica do mesmo pedindo compaixão do Pai Abraão, é algo inconcebível. Quem já viu rico pedir compaixão? Só se for para pedir desconto... Jamais, pois o dinheiro compra tudo e o rico não tem necessidade de nada...Mas vamos para mais um exagero de Lucas, "Manda Lázaro que molhe em água a ponta do seu dedo, afim de refrescar-me a língua, pois sou cruelmente atormentado nessas chamas"
O que ? Um rico precisando do favor de um pobre, e que favor! Molhar o dedo e tocar em sua língua. Bom, rico pedindo por compaixão já é coisa esquisita, e ainda por cima, depender do favor de um pobre mendigo, que em vida ficava esmolando no portão de sua mansão....Acho que os ricos que leram essa reflexão de São Lucas, não deixaram de dar boas risadas. Mas por que Lucas inverte a ordem social estabelecida? Quer se vingar dos ricos miseráveis, lembrando que na outra vida tudo vai ser diferente, eles vão sofrer e os pobres irão gozar? Isso também está descartado, o Céu não é lugar para o pobre se vingar do rico, isso não tem cabimento. Este evangelho também não é revolucionário para mostrar a diferença social entre uma e outra classe.
Prestemos atenção em alguns detalhes importantes: o pobre tem um nome, e ao morrer foi carregado pelos anjos ao seio de Abraão. O rico nem tinha nome, e ao morrer foi enterrado como qualquer ser mortal, talvez em algum mausoléu, mas foi enterrado, isso é, tudo acabou ali para ele. Por que? Porque toda a sua expectativa de felicidade e realização humana estava em sua riqueza.
Quanto ao abismo existente entre o rico e o pobre, não foi Deus quem cavou mas ele foi construído ao longo da vida pela atitude egoista do rico, que não permitiu que o pobre fizesse parte de sua vida. Provavelmente até lhe dava esmolas de vez em quando, ou alguma comida que sobrou do almoço, ou um pedaço de pão duro, um sapato velho, uma roupa usada. Mas essas "boas ações" não foram suficientes para garantir o passaporte para o céu, na comunhão com Deus.
De fato, o evangelho não fala que o Rico era má pessoa, e nem que o mendigo fosse um sujeito cristão e que tinha fé. Mas a questão é que, a riqueza o distanciou de Deus e das pessoas, a riqueza de fato dá ao homem a sensação ilusória de que tudo tem e que agora de nada mais precisa. Quando pensa deste modo, o Ser humano se fecha a Salvação trazida por Jesus, e a participação no seu Reino,que se destina principalmente aos mais pobres e necessitados.
Não é pecado ser rico e ter bens materiais, claro, desde que não seja riqueza inícua, fruto de corrupção e roubalheira. O mal é recusar a salvação Divina e fechar-se as demais pessoas, principalmente os mais pobres, que sempre foram e serão os preferidos de Deus. Ser pobre ou rico não vai salvar e nem perder a ninguém, o que importa é Crer em Jesus Cristo, no seu reino de Justiça, Paz e igualdade, viver os valores do evangelho e buscar somente Nele a Salvação com uma conversão sincera.
Porque se cavarmos o abismo entre nós e o próximo, principalmente os mais pobres, estaremos cavando um abismo intransponível entre nós e Deus, e esta solidão devassadora e eterna chama-se Inferno...É para lá que foi o nosso Rico sem nome....(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)


Lugares importantes-Diac. José da Cruz


QUARTA FEIRA DA II SEMANA DA QUARESMA 04/03/2015
1ª Leitura Jeremias 18, 18-20
Salmo 30/31,17b “Salvai-me pela vossa misericórdia”
Evangelho Mateus 20. 17-28
" Lugares importantes"
No evangelho estamos diante de dois membros da comunidade, que queriam fazer carreira religiosa, com o total apoio da Mamãe coruja que transforma o desejo de poder dos filhos, e uma oração suplicante. Se em nossas comunidades conhecemos pessoas com esse perfil dos Filhos de Zebedeu, isso é, que querem ter poder sobre as pessoas, ninguém desanime, pois os dois Filhos de Zebedeu tornarem-se santos e deram suas vidas por amor ao evangelho.
Mas eles também viveram essa fantasia de ter poder na comunidade, como comentávamos na reflexão de ontem, sobre a cadeira do padre. Jesus acaba de anunciar o seu triunfo sobre as Forças do Mal, que irá culminar com a sua ressurreição, mas que irá passar pelo amargor da paixão e da morte no calvário. A mãe, como qualquer mãe dos nossos tempos queria ver os Filhos se darem bem na vida, que mãe já não tentou falar com alguém influente para arranjar um emprego para o Filho, algum político de prestígio, para dar ao Filho algum benefício? Não vamos condenar a mãe dos dois jovens, pois há quem diga que foram eles mesmos que pediram a Jesus, mas Matheus, amenizando a situação, joga a responsabilidade para a coitada da mãe...
O evangelho não quer espinafrar a Mãe e seus dois filhos, que como já disse, ao ser escrito esse evangelho provavelmente já tinham alcançado a santidade com o martírio. Mas a mensagem central é só uma : quem quiser percorrer o caminho do discipulado, tem que renunciar aos sonhos de poder, prestígio e grandeza, para unir-se intimamente a Cristo, sua paixão e morte. O cristão vive para servir aos irmãos e irmãs, dar sempre o melhor de si para o bem do outro, desapegar totalmente de seus interesses até mesmo essenciais, para uma entrega total e generosa a serviço do outro, sem nunca esperar gratidão, reconhecimento e homenagens, mas a cruz unicamente.
O caminho da Santidade em Cristo, passa obrigatoriamente pelo calvário, antes de chegar na Ressurreição. É este o único caminho do discipulado, e não há outro! (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)


AMAI OS VOSSOS INIMIGOS E REZAI POR AQUELES QUE VOS PERSEGUEM!" - Olívia Coutinho

 
Dia 28 de Fevereiro de 2015
 
Evangelho de Mt 5,43-48
 
Num mundo onde impera o individualismo, a competitividade, o povo vai se distanciando da sua verdadeira origem, tornando indiferente aos apelos de Jesus, que vem nos propor algo novo, uma  vida nova fundamentada no amor!
A palavra amor ecoa nos ouvidos de todos, mas ela só encontra ressonância no coração de quem se dispõem a seguir  Jesus!
O amor é a nossa primeira vocação, afinal, Deus nos criou por amor e para o amor,  é o amor de Deus infundido em nossos corações, que nos leva a amar até mesmo àqueles que nos perseguem.
Querer o bem do outro, independente do que ele tenha feito contra nós, é amar do jeito de Jesus, é amar o outro, pelo simples fato de sermos filhos do mesmo Pai, isto é, por sermos irmãos! 
Como seguidores de Jesus, temos que fazer a diferença no mundo, amar também aqueles que não nos quer bem, se amarmos somente as pessoas que nos amam, que diferença faremos?
O amor divino é a fonte que irriga o amor humano, no qual, encontramos o modelo de perfeição, portanto, quem ama verdadeiramente, ama com o amor de Deus, abraçando neste amor ate mesmo o inimigo!
Não são as diferentes formas de comportamento das pessoas, que vão determinar as nossas atitudes para com elas, e sim, a certeza da presença de Deus nelas! É este amor que nos leva a superar toda e qualquer forma de injustiça.
O ponto central do evangelho de hoje é o amor, o amor sem fronteira, o amor que não impõe condições, que é uma oferta de gratuidade!
As palavras de Jesus no texto de hoje, provocam-nos para um grande desafio: “amar os nossos inimigos”! Como tornar isso possível se humanamente estamos sempre prontos para o revide? Jesus vem quebrar esta barreira do ego humano, nos convidando a pôr fim no círculo vicioso da vingança, dando ás ofensas que recebemos uma resposta de amor!
O amor é a presença de Deus em nós, e se Deus é amor, quem vive em Deus, vive no amor, ama com o coração de Deus!
“Sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu" Com estas palavras, Jesus nos convida a sermos santos! Sabemos que o caminho da Santidade não é fácil, pois nele inclui além da cruz, o desafio de amar quem não nos ama... Os santos percorreram este caminho, por isto chegaram a perfeição!
Ser Santo, é viver no amor, é o grande desafio de buscar a perfeição em meio às imperfeições do mundo.

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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A cadeira do Padre--Diác. José da Cruz


TERÇA FEIRA DA II SEMANA DA QUARESMA 03/03/2015
1ª Leitura Isaias 1.10.16-20
Salmo 49/50,23b “Ao que procede retamente, a este eu mostrarei a Salvação der Deus”
Evangelho Mateus 23, 1-12
"A cadeira do Padre"
Já vi muitas discussões inúteis sobre a questão do uso da cadeira chamada presidencial, utilizada nas celebrações, e que só podem ser ocupadas pelos Ministros Ordenados. Em primeiro lugar precisamos saber o que significa a tal cadeira do Padre, embora se pareça com um trono, pois o layout dos nossos presbitérios lembram uma reunião da corte, onde havia a cadeira do trono ladeada por outras cadeiras, reservadas aos ministros do primeiro escalão, ou seja, aqueles que, de certa forma "mandavam" junto com o rei.
Embora não seja a nossa realidade atual, a verdade é que as cadeiras aveludadas e de grande tamanho, colocadas no centro do presbitério, enchem a cabeça de muitos leigos de grandes fantasias, onde o ego se enche de soberba e a pessoa começa a se achar muito importante porque no exercício do seu ministério ocupa uma das cadeiras durante a Santa Missa ou a Celebração da palavra, e se for Ministro da Palavra, irá sentar-se na cadeira do padre e daí a sede de poder é ainda mais forte. Não é qualquer um que pode sentar-se na cadeira do padre e nas igrejas das grandes metrópoles a concorrência é ainda muito maior...
Claro que não é disso que fala a reflexão do evangelho, mas poderíamos usar a expressão "Sentar-se na cadeira do padre", para entender a crítica de Jesus contra os Escribas e Fariseus naquele tempo....
Sentar-se na cadeira de Moisés (expressão colocada pelo evangelista) ou sentar-se na cadeira do padre, significa querer ser os Donos da Verdade e os detentores de todas as informações importantes da comunidade. É fácil saber se isso está acontecendo na sua comunidade, se lá você tem ouvido muito essa expressão "Pergunte para FULANO porque isso é só ele quem sabe", pronto! A comunidade é igualzinha a de Mateus, tem gente que sabe ou pensa saber demais, e sem eles nenhuma decisão poderá ser tomada. Eis aí aqueles sobre os quais os corneteiros de plantão dizem jocosamente "Este quer mandar mais que o padre".
Os que sentam-se na cadeira do padre criam regras e mil norminhas na pastoral, no movimento e na liturgia, quando "apertados" por alguém que os enfrentam, terminam com a conhecida frase "Ah... são ordens do nosso padre.... Isso é colocar fardos pesados nas costas dos irmãos e irmãs.
Claro que estes, que gostam de sentarem-se na cadeira do padre, automaticamente procuram os primeiros lugares em tudo, na Festa do Padroeiro, equipe de eventos, conselhos paroquiais ou pastorais, CAAEetc. Qualquer decisão para ser tomada tem que passar pelo crivo deles, conheci alguém que exercia um ministério há muitos anos e ninguém tinha coragem de tirá-lo do cargo, nem o padre que achava melhor não criar caso com o idoso Senhor, que entre outras coisas ela quem escalava os ministros da Eucaristia, e ainda indicava para o padre quem poderia ser ministro.
São críticas severas para nossas comunidades? Sem dúvida alguma. Nas comunidades cristãs há muita riqueza e santidade autêntica de tantos irmãos e irmãs, mas não podemos nos iludir achando que Escribas e Fariseus só havia no tempo de Jesus, ou em uma DIOCESE lá da Patagônia. A conclusão do evangelho nos aponta quem é o único e Verdadeiro Centro das atenções em nossa Igreja: Jesus Cristo, tudo é nele, com ele e por ele. Exatamente por isso que Jesus se apresenta como sendo ele o único Mestre, o único que tem autoridade, o único que é o centro de todas as atenções, sem ele, todo e qualquer ministério não tem nem razão de ser.
E o que faz esse Mestre Supremo ? Rebaixou-se á condição de um escravo, sendo ele o maior de todos os maiorais, se fez Servo e ao se humilhar com a morte vergonhosa da cruz, foi exaltado pelo Pai. O Lava-Pés consolida a ação servidora de Jesus. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail ruzsm@uol.com.br)


A nossa medida para com os outros--Diác. José da Cruz


SEGUNDA FEIRA DA II SEMANA DA QUARESMA 02/03/2015
1ª Leitura Daniel 9, 4b- 10
Salmo 102/103,10ª “Não nos trata segundo nossos pecados”
Evangelho Lucas 6, 36-38
"A nossa medida para com os outros"

Um lugar onde podemos ver e comprovar como nós não somos Misericordiosos como o Pai, éno trânsito. Não adianta fingir que não é com a gente, todos somos assim, olhamos para os outros condutores de veículos com extremo rigorismo, mas quando nos olhamos ao volante, sempre amenizamos ao máximo nossas falhas. Sempre vamos ter razões de sobra para justificar o nosso erro, cometido em uma ultrapassagem perigosa, em um excesso de velocidade, em uma fechada que demos no outro, ou em qualquer norma de segurança que quebramos, nós temos necessidade e justificativa para falar ao celular no volante, mas se flagramos o outro, dirigindo desatentamente por estar falando ao celular, rapidamente o condenamos.
O trânsito é só um exemplo bem concreto de que, a nossa medida com o próximo é bem pequena e miserável. O que nos falta é exatamente aquilo que em Deus é sempre abundante e eterna: a Misericórdia! Mas esse comportamento anti cristão não é só pessoal, mas tudo e todos que nos rodeiam na Família e na comunidade, amenizamos os erros e pecados, abrandamos o impacto da ação ou do escândalo, se o fato ocorreu com um filho ou filha, ou um irmão da nossa igreja, mas se for com o Filho ou a Filha do outro, que não é parente e nem membro do nosso grupo da Igreja, ah meu irmão, olhamos com uma lupa de aumento e apregoamos aos quatro cantos o pecado escalabroso que tal pessoa cometeu.
Misericórdia é acolher o outro em nosso coração, e o Judeu tem um significado ainda mais bonito, é acolher o outro em nosso útero, para dar-lhe uma vida nova com o nosso amor, é também sermos solidários com a miséria do outro, caminhar junto, sorrire chorar junto e foi essa misericórdia do PAI , que Jesus manifestou por todos nós.
Não julgar, não condenar, perdoar, dar e acolher, são palavras chaves do evangelho, colocadas como prática cristã em nossa relação com o próximo no dia a dia. E o próximo são todas aquelas pessoas que passam por nós na rua, no Banco, na Feira Livre, no ônibus, na escola, no trabalho, na política, no futebol, na torcida. Na comunidade somos capazes de disfarçar a nossa raiva, impaciência e intolerância com o outro, mas fora da Igreja somos quem somos, e é exatamente nesses lugares e ambientes que nos relacionamos com as pessoas.
O evangelho traz uma exortação final muito séria, se a nossa medida com o próximo ( com todas as pessoas com quem cruzamos em nosso dia a dia, não é só com o irmãozinho da comunidade...) não for larga, cheia e generosa, Deus também nos olhará com rigorismo e não vamos poder contar com a sua bondade e misericórdia sem limites. Isso porque estamos deturpando a imagem, de Deus para o irmão.
E fica aqui, no final da reflexão uma boa pergunta: as pessoas comquem convivemos, acreditam em um Deus amoroso e misericordioso, ou em um Deus intolerante e implacável? Sea resposta for negativa, é bom não nos esquecer que essas pessoa simplesmente refletem a imagem de Deus que a ela passamos com a nossa conduta....(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Para alcançar a glória-Helena Serpa

4 de Março de 2015

Jeremias 18, 18-20 - “lamentações de um profeta”

O mesmo povo que havia recebido do profeta Jeremias os benefícios de ajuda e intercessão, agora o perseguia e “cavava para ele uma cova”. Só o Senhor poderia salvá-lo, por isso, ele Lhe suplicava proteção. Por causa da nossa fidelidade e da nossa honestidade no cumprimento do dever somos perseguidos na vida de diversas maneiras. Por esta razão, nós também, como o profeta, muitas vezes precisamos expor perante Deus a nossa indignação diante das más ações e da falta de gratidão de alguém. As nossas lamentações são iguais às suas quando nos sentimos injustiçados (as) pela ingratidão de pessoas a quem algumas vezes tentamos ajudar, porém não entendem a nossa intenção. O mundo, aparentemente, continua o mesmo, por isso, não devemos nos desesperar, porque, um dia, as pessoas nos louvam e no outro dia, nos atacam. Isto é natural em todas as esferas de vida e, principalmente quando estamos no caminho de Deus. A perseguição faz parte da caminhada espiritual. As pessoas às vezes nos testam, nos confundem e nos pressionam para provar se realmente temos segurança nas nossas escolhas, na nossa vocação, nas nossas decisões. Nem por isso, podemos deixar morrer a lei, nem o conselho nem a Palavra, porque a nossa missão é ajudar a construir um mundo novo a partir de nós mesmos (as). Mesmo injustiçados, (as) e perseguidos (as) precisamos ser fiéis a Deus, pois Ele mesmo também sofre com os desatinos do povo que escolheu. Somos esse povo que uma hora sabe ser justo e depois pode tornar-se injusto. Assim, Deus também sofre por nós e os “inimigos”, frequentemente estão dentro de nós mesmos. Nestes momentos o melhor será abrirmos o coração para Deus e sermos sinceros (as), pois, só Ele, é quem conhece tudo e poderá nos ajudar. - Você tem se queixado da ingratidão das pessoas? - E você, tem sabido reconhecer quando as outras pessoas querem ajudá-lo (a) ou não as compreende? - Faça como Jeremias, exponha suas inquietações ao Senhor- Escreva, faça as suas queixas!

Salmo 30 – “Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!”

Os nossos inimigos, na maioria das vezes estão dentro de nós mesmos (as). Há uma rede traiçoeira dentro de cada homem, de cada mulher, que tenta ser fiel a Deus. Há horas, em que como o salmista, nós nos sentimos apavorados (as), intranquilos (as), num beco sem saída. Porém, como ele também podemos dizer: “Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!”

Evangelho – Mateus 20, 17-28 – “ para alcançar a glória”

Faz parte da nossa humanidade decaída e corrompida pelo pecado rejeitar todo sofrimento, tudo que venha de encontro à realização dos nossos planos, assim como também desejar alcançar glória e poder sem passar por dificuldades. Por esta razão, mais uma vez, Jesus revelava aos Seus discípulos que, para que O seguissem e pudessem alcançar uma vida plena na glória dos céus, eles teriam que passar com Ele, pelo Calvário e pela Cruz. Entretanto, os discípulos não compreendiam nada que Jesus lhes dizia e pleiteavam já os melhores lugares no reino para usufruírem das benesses que o “alto posto” poderia lhes proporcionar. Hoje, não podemos mais nos enganar como os apóstolos, por isso Jesus nos ensina e nos adverte, que nós também, como aconteceu com Ele, passaremos por dificuldades, provações e perseguições, mas no terceiro dia, isto é, no tempo certo, também ressuscitaremos. Este é, portanto, o nosso objetivo! Precisamos dar os passos que Jesus seguiu. Esta é a vontade do Pai para nós, ressuscitar-nos como Ele ressuscitou Jesus! Porém, não há ressurreição sem Cruz, não há glória sem provação e é já nesta vida terrena que damos os passos para essa conquista: “quem quiser tornar-se grande torne-se vosso servidor”; “quem quiser ser o primeiro seja vosso servo!” A certeza da ressurreição nos dá alento para que possamos atravessar o deserto da nossa vida, apossados da graça de Deus. Aqui mesmo na terra já podemos experimentar em nós as nuances da Cruz e da ressurreição de Jesus. Vivemos com Cristo o Seu martírio e provamos muitas vezes aqui mesmo da Sua ressurreição. Se quisermos a glória temos que participar da Cruz que é o serviço, o encargo e a missão que, muitas vezes, vêm acompanhados de incompreensões, traições e humilhações. Enganam-se aqueles (as) que pensam que a salvação só tem validade depois da nossa morte! Não, é no nosso dia a dia que começamos a viver a vida eterna, pois ela consiste na vontade de Deus se realizando na nossa existência terrena. Quem ama, quem serve e pratica os ensinamentos de Jesus já há conquistado a Jerusalém celeste desde já. - Você também almeja possuir a glória de Deus? – Você aceita participar da Cruz de Jesus? – Você é se sente grande ou pequeno (a)? – Você tem prestado serviço a alguém em Nome do Senhor? – O que você tem feito pelo amor de Deus? – Você tem aprendido e praticado o que Jesus tem lhe ensinado?

Helena Serpa, 
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

Coerência nas ações-Helena Serpa

3 de Março de 2015

Isaías 1, 10.16-20 - “a boca do Senhor falou!”
 
Quando a boca do Senhor fala, é sinal de que precisamos estar atentos, 
ouvindo e prestando muita atenção. “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a 
maldade de vossas ações, deixai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem”, 
diz o Senhor. O próprio Deus por intermédio do profeta Isaias nos 
oferece a Sua Misericórdia, e nos chama ao arrependimento com a garantia 
do Seu perdão para os nossos pecados, mesmo que estes sejam os piores 
que possamos cometer. O Senhor clama ao povo que O escute, e que preste 
atenção no Seu ensinamento. A Palavra do Senhor através do profeta é 
imperativa e só isto já é suficiente para que façamos um exame e 
reflitamos sobre a nossa história e sobre as nossas ações. A purificação 
da nossa alma exige de nós uma conscientização de que precisamos fazer 
propósitos de conversão e de mudança. Não podemos continuar a fazer as 
mesmas coisas que sabemos, ferem o coração de Deus porque atingem os 
nossos irmãos que são também Seus filhos. O Senhor nos promete como 
consequência à nossa obediência, comer as coisas boas da terra. Isto 
significa desfrutar de tudo o que Ele criou para nosso bem estar e 
felicidade, com paz, alegria, esperança, segurança, enfim uma vida de 
qualidade dentro do que Ele já designou para a nossa vida. Isto, porém 
só será possível acontecer se tirarmos de nós o mal que nos aprisiona e 
nos corrompe nos levando a pecar e a desobedecer o nosso Criador e Pai. 
A graça do Senhor nos absolve e nos redime quando escolhemos todos os 
dias praticar o bem e não o mal. “Vinde, debatamos” – Este é o convite 
do Senhor. Abra o seu coração, confie, Ele quer mudar a sua vida.- Neste 
momento atual você está aproveitando das “coisas boas da terra” ou está 
na penúria.? - Repense as suas ações, os seus pensamentos, os seus 
sentimentos e faça os seus propósitos. – O que você tem praticado mais: 
o bem ou o mal? – O que será para você praticar o bem e praticar o mal? 
– Como têm sido as suas ações com todas as pessoas com quem você convive?
 
Salmo 49 – “A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que 
vem de Deus!”
 
Às vezes, nos confundimos e queremos mostrar serviço a Deus oferecendo 
sacrifícios que de nada adiantam para a purificação dos nossos pecados. 
Basta para nós proceder retamente segundo os mandamentos do Senhor e de 
coração oferecer um sacrifício de louvor, de gratidão, de reconhecimento 
da sua bondade e aí sim, estaremos ofertando ao Senhor o que de melhor 
nós possuímos.
 
Evangelho - Mateus 23, 1-12 - “coerência nas ações ”
 
Falando às multidões que costumavam escutar a doutrina dos mestres da 
lei e dos fariseus, Jesus lhes recomendava que apreendessem tudo o que 
eles lhes ensinavam, mas não imitassem as suas ações, pois eles falavam, 
mas não agiam com coerência. Aprendemos com Jesus, portanto, que a nossa 
autoridade é legitimada pelas nossas ações e não pelas nossas palavras e 
conselhos. Aquele que tem autoridade ensina o que vive e dá conselhos, 
porque pratica. Dessa forma, só tem autoridade para interpretar a lei de 
Deus quem a vivencia e tem-na gravada em seu coração e, 
consequentemente, em suas mãos. Quando falamos de mãos estamos nos 
referindo à ação, realização de obra, combate e providência. Isto é para 
nós um exemplo a ser seguido, pois, de alguma forma, todos nós temos 
responsabilidade no que pregamos e falamos, assim como também no que 
ensinamos e informamos. De uma maneira muito especial todos os que se 
propõem a estar à frente de algum ministério e são constituídos de 
autoridade, precisam estar muito firmes nas suas ações quando cobram ou 
exigem de outras pessoas que sigam os seus ensinamentos. Como irmãos e 
irmãs, nós temos o dever de ensinar, de exortar, de aconselhar, porém, 
isso só se torna legítimo, quando o fazemos como serviço, com humildade 
e responsabilidade e não somente para aparecer. Jesus também nos faz 
entender que as pessoas são apenas instrumentos de Deus para a 
edificação do Seu reino aqui na terra e não podem ser considerados 
“superstar”, isto é, alguém que precisa ser incensada e idolatrada. – O 
que você tem aconselhado aos seus amigos e amigas é o mesmo que você tem 
feito? – Você sente-se responsável pelo crescimento e melhoria de 
alguém? – O seu testemunho de vida serve de parâmetro para as pessoas 
que o (a) conhecem? - Faça uma comparação entre as suas ações e as ações 
dos mestres da lei e dos fariseus e perceba o que pode ser edificante 
para você nessa mensagem. – Você dá a si mesmo um valor maior do que aos 
outros?
 

Helena Serpa

Na mesma medida-Helena Serpa

02 de Março de 2015


Daniel 9, 4-10 – “ Ao Senhor, cabe misericórdia e perdão” a nós a vergonha!

Tempo de quaresma é tempo de reconciliação, tempo de arrependimento, tempo de perdão. É o momento propício para que nós assim como Daniel, reconheçamos as nossas transgressões e omissões e cheguemos à conclusão de que “Ao Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto”! O sentimento que se apossou do profeta Daniel diante de Deus quando reconheceu o seu pecado e também a impiedade e rebeldia de todos os seus antepassados, inclusive os reis e dirigentes das nações deve ser o nosso sentimento, hoje. Há momentos na nossa vida em que também só teremos paz, se pararmos para pensar nos nossos desatinos, na nossa falta de vergonha, na nossa pretensão, rebeldia, soberba e, principalmente no nosso desamor. Porque não escutamos a Palavra, porque não a apreendemos, também nos perdemos nas nossas más ações e nos afastamos de Deus. É tempo de parar! É tempo de refletir, é tempo de suplicar a misericórdia e o perdão de Deus, a fim de que nos tornemos, novamente, Seus filhos e filhas amadas. À esperança de vida nova, porém, deve acompanhar a nossa oração de arrependimento, pois há um propósito de Deus quando reconhecemos a nossa miséria: nos abraçar com a Sua misericórdia. Por isso, faça você também, hoje, e neste tempo quaresmal esta oração refletindo nas palavras que pronuncia e colocando-as no singular: “eu tenho pecado, tenho praticado a injustiça...... resta-me ter vergonha no rosto....pois que pequei contra ti”. Mas a ti, Senhor, cabe misericórdia e perdão”. – Você também sente vergonha de Deus pelas suas más ações?- Você costuma fazer uma reflexão todos os dias sobre a sua maneira de agir com o próximo? - Como você se sente depois que confessa o seu pecado e pede perdão a Deus?

Salmo 78 – “O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas!”

A humilhação diante de Deus é o reconhecimento do nosso ser pecador e quanto mais nos reconhecemos assim, maior será o sentimento de alegria pelo perdão recebido. O propósito de Deus é sempre nos libertar do pecado e da morte eterna. Por isso, façamos a oração desse salmo mais de uma vez e nos coloquemos em sintonia com o sentimento do salmista.

Evangelho – Lucas 6, 36-38 – “ Na mesma medida”

Neste Evangelho Jesus nos ensina a usar a misericórdia como medida para todas as nossas ações. As ações de não julgar, não condenar, perdoar e dar, são realidades que podemos vivenciar a cada dia da nossa vida e que nos põem em sintonia com a misericórdia do Pai. Tudo o que praticarmos será a medida para que também o Pai faça conosco. Se usarmos a nossa medida com a misericórdia, receberemos misericórdia, se usarmos a nossa medida com ódio, intolerância, incompreensão, também assim a receberemos de volta, em porção dobrada. Se não julgarmos, não seremos julgados; se não condenarmos, não seremos condenados, se perdoarmos, seremos perdoados, se dermos, também receberemos. É uma lei natural, a mesma medida de misericórdia que usarmos nos nossos relacionamentos nós a receberemos, “calcada, sacudida, transbordante”, isto é, plena, cheia. Isso vale, tanto para o bem como para o mal. Deus ama a nossa miséria, mas espera que nós também acolhamos a miséria do nosso próximo da mesma forma como Ele acolhe a nossa. Por isso, não podemos nos confundir!
Se apreendermos os conselhos do Mestre, estaremos sendo misericordiosos como o Pai é misericordioso. – Você tem agido conforme os conselhos de Jesus? – Você se acha uma pessoa misericordiosa? – Você faz aos outros o mesmo que você queria que fizessem com você?- Com que você tem transbordado a sua medida: com misericórdia ou intolerância?- O que você espera receber ainda aqui nesta vida: misericórdia ou intolerância?

Helena Serpa

Descendo do Tabor para enfrentar a vida-Helena Serpa

1 de Março de 2015
Gênesis 22, 1-2.9-3.15-18 – “ Abraão posto à prova”

Confiando na providência de Deus foi que Abraão obedientemente tomou o seu filho único, Isaac e o levou para que fosse sacrificado, no monte Moriá. Deus pôs Abraão à prova para que ele mesmo tivesse consciência da sua fidelidade e também da sua confiança na Sua providência e nos Seus planos para a sua vida. Diante da história de Abraão nós também podemos refletir que cada um de nós tem recebido de Deus muitas dádivas, porém, não somos donos de nada. Um filho é um pedaço de nós, é algo precioso que recebemos das mãos do Pai e, por isso, nunca podemos imaginar que a qualquer momento ele possa ser pedido de volta. Ampliando a nossa mente podemos também imaginar que tudo o que temos e possuímos de bom é devido a Deus, por conseguinte, “o filho” poderá ser para nós alguma coisa muito especial que Deus já nos presenteou e que nos pede de volta como oferta, a fim de medir a nossa confiança e a nossa fidelidade nos planos que Ele tem para a nossa vida. Assim sendo, podemos imaginar que o Senhor também olha para nós com amor e nos pede que tenhamos confiança Nele a ponto de colocar em Suas mãos os bens mais preciosos que possuímos. Abraão não relutou em atender ao pedido de Deus, pois sabia que Ele era justo e bom e, por isso, não iria lhe pedir nada que não fosse para a sua felicidade. Tudo quanto o Senhor nos pede é em conta de um bem maior. Assim também nós podemos pensar, na certeza de que a nossa obediência e aceitação aos pedidos do Senhor nos trarão bênção e recompensa como aconteceu com Abraão, que por não ter recusado o seu único filho foi aquinhoado com uma descendência numerosa como as estrelas do céu e a areia das praias. O próprio Pai ofereceu o Seu Filho Jesus para morrer pelos nossos pecados, portanto, pense nisto e responda: - O que você acha do gesto de Abraão? - Você seria capaz de colocar nas mãos de Deus “aquilo” que é mais precioso para você, mesmo que fosse o seu único filho? - Se você tiver coragem, faça essa oferta ao Senhor, baseado (a) no exemplo de Abraão e dê prova a você mesmo (a) do tamanho da sua fé.

Salmo 115 – “ Andarei na presença de Deus, / junto a ele na terra dos vivos.”

Mesmo sofrendo e passando pelas dificuldades próprias da nossa caminhada nós devemos ter consciência de que o Senhor também sofre conosco e nos prepara uma vida promissora. Por isso, nós precisamos continuar cumprindo as nossas promessas diante do Senhor e, diante dos homens, ofertar a Deus um sacrifício de louvor. O sacrifício de louvor consiste em dar testemunho do grande amor que Deus tem por nós irradiando este amor a todas as pessoas como prova de que fomos libertos da escravidão do pecado.

2ª. Leitura: Romanos 8, 31-34 - “A ressurreição de Jesus é a prova da nossa vitória”

Veja como o Amor de Deus supera muito o nosso amor humano! Deus poupou o filho de Abraão, mas não poupou o Seu próprio Filho que se entregou por Amor a nós. A maior prova de que Deus nos ama é que Ele nos deu o Seu Filho único para nos libertar do pecado e da morte eterna. O Seu amor por cada um de nós extrapola todas as nossas dificuldades e tem poder para nos fazer ressuscitar nos momentos em que pensamos estar tudo acabado. E como Ele não nos dará tudo o de que precisamos? A certeza de que Deus nos ama faz toda a diferença na conquista dos nossos bens aqui na terra. Quando nos conscientizamos desta verdade podemos afirmar que somos privilegiados e como São Paulo podemos também dizer: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Ninguém nos poderá nos fazer mal nem nos acusar, pois temos a garantia da Palavra de Deus que nos motiva a prosseguir e enfrentar os desafios que surgem. A ressurreição de Jesus é, pois, a prova da nossa vitória. Quem nos convence disto é o Espírito Santo que mora dentro do nosso coração. - Você se considera um (a) escolhido (a) de Deus? Quem poderá acusá-lo, (a)? Quem poderá condenar você? Você confia que Deus é o Senhor de todas as dificuldades da sua vida? - Proclame isto com muita firmeza e convicção. Far-lhe-á bem!

Evangelho - Marcos 9, 2-10- “Descendo do Tabor para enfrentar a vida”

A transfiguração de Jesus diante dos três apóstolos nos leva a refletir sobre o propósito de Deus quando nos chama para ficarmos a sós com Ele. Quando temos uma experiência com Jesus, na oração, nós também nos extasiamos diante da Sua beleza e a Sua glória preenche todo o nosso ser. Nesses momentos de silêncio e reflexão nós também podemos sentir a presença viva de Deus e a nossa alma é capaz de se transfigurar e de se tornar resplandecente. Quem já fez esta experiência sabe que é muito bom estar com Jesus, é muito bom subir a montanha com Ele e sentir a Sua glória se manifestar. Porém, na oração o objetivo de Deus é também nos formar e nos exercitar para que possamos, descendo do Tabor, enfrentar a vida na planície e pôr em ação tudo o que Ele nos mandar fazer. “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o”.
A Voz do Pai se fez ouvir e a presença de Elias e Moisés representando a Lei e os Profetas é para nós uma manifestação de que a Palavra de Deus é quem deve direcionar a nossa caminhada aqui na terra. O Pai nos recomenda “ouvir” o Seu Filho amado, porque Ele sabe que só Jesus tem para nós as palavras que trazem vida eterna. Às vezes nós, como Pedro, queríamos nunca ter que descer e desejaríamos armar uma tenda e ficar na glória, vendo Jesus transfigurado, contemplando a Sua Beleza. Precisamos, porém, descer para enfrentar as dificuldades que nos esperam cá embaixo, onde há insegurança e incerteza. Antes de ressuscitar Jesus passou pela paixão, morte e sepultamento. Nós, também, para ressuscitarmos precisamos descer do Tabor a fim de enfrentarmos a realidade da nossa vida. Jesus se transfigurou para antecipar aos Seus discípulos a mensagem da Sua Ressurreição, porém eles não O compreenderam. Nós, no entanto, pela Palavra já temos consciência de que o Cristo Ressuscitado é a garantia que nós temos para com Ele subirmos ao monte e depois descer na certeza de que sairemos vitoriosos. - Qual é a mensagem que você tira desta passagem para a sua vida no momento atual? – Você tem aproveitado os seus momentos de Tabor para escutar a voz do Senhor? - Atualmente, você está no Tabor ou embaixo, na planície?

Helena Serpa


“...E TRANSFIGUROU-SE DIANTE DELES.” - Olívia Coutinho


2º DOMINGO DA QUARESMA

Dia 1º de Março de 2015

Evangelho de Mc 9, 2-10

 Estamos no segundo domingo da quaresma, nos preparando para  vivermos com  intensidade, a Páscoa do Senhor Jesus!
Este tempo reflexivo,  nos sugere um retiro interior, um aprofundamento no mistério do amor do Pai, bebendo da água viva que jorra do coração misericordioso de Jesus, o nosso redentor!
Se estamos enxertados em Cristo, não vamos ter dificuldades em viver a  nossa realidade dentro do plano de Deus, no respeito e no cuidado com o que lhe é de mais precioso: a vida humana!
Junto com a Quaresma, a Igreja nos apresenta  a Campanha da Fraternidade, com suas preocupações e desafios: “FRATERNIDADE: IGREJA E SOCIEDADE”.  Lema: “EU VIM PARA SERVIR” Mc10,45. É a Igreja no Brasil, convidando-nos a seguir o exemplo de Jesus, nos colocando a  serviço  do outro, prioritariamente daqueles que vivem às margens da sociedade.
 Como seguidores de Jesus, não podemos cruzar os braços  diante a realidade de tantos irmãos que sofrem a dor do abandono, do descaso, da indiferença...
 Na liturgia deste  tempo da Quaresmal  há sempre um  apelo de  conversão, a  conversão nos abre à luz de Cristo, nos tira da escuridão das trevas, nos faz enxergar e a   desmascarar os projetos que mantém o povo à sombra da injustiça.
Iluminados pela luz de Cristo, tornaremos uma luz peregrina, a iluminar e a resgatar aqueles que são forçados a viver nas trevas, que são impedidos  de usufruir da liberdade conquistada  com sangue de Jesus!
Em muitas situações, ser luz, pode implicar grandes riscos, porém, o pior risco, é de não  aceitarmos  o desafio de ser luz,  o que pode nos condenar à pior de todas as trevas: estar longe de Jesus!
 Aproveitemos, pois, este tempo precioso para revisar o quanto há de luz, e o quanto há de sombras em nossa vida!
Somos  filhos amados do Pai, que mais uma vez deseja percorrer o caminho que  Jesus percorreu, atualizando esta caminhada no contexto do mundo de hoje.
O Evangelho que a liturgia deste domingo coloca diante de nós, nos mostra a belíssima cena da transfiguração de Jesus!
 “Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta  montanha. E transfigurou-se  diante deles. Suas roupas  ficaram brilhantes e tão brancas, como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar.”
A transfiguração  de Jesus, foi o prenúncio do seu retorno glorioso ao Pai, momento em que Ele apresenta aos discípulos uma pequena amostra do céu. Naquela  cena, Jesus  revela aos discípulos a sua  intimidade com o Pai, assegurando-os da Sua ressurreição após sua morte de cruz!
Na transfiguração, os discípulos Pedro, Tiago e João, puderam visualizar o encontro de Jesus com o Pai, a partir de então, eles, que andavam tristes, desapontados com as últimas revelações  de Jesus, sobre a proximidade de sua morte, se encheram de alegria, com a  certeza de que a vida e ação de Jesus não terminaria com a sua morte.
Jesus não  transfigurou-se diante de todos os discípulos, Ele escolheu apenas três deles, para testemunhar a sua gloria junto ao Pai, um testemunho que só poderia ser revelado aos outros discípulos, após a sua ressurreição.
Assim como Pedro desejou construir três tendas para que eles pudessem ficar no alto da montanha com Jesus, longe dos perigos e sem precisar batalhar a vida, nós também, certamente desejaríamos  o mesmo, essa  pode  ser a  nossa grande tentação dos dias de hoje: buscar a nossa comodidade sem pensar no outro. 
Ir a missa, rezar,  é muito importante, mas precisamos descer do alto da “montanha”, ir mais além, andar com os pés neste chão duro, com olhar sempre voltado para as margens do caminho, pois é lá, que estão os rostos desfigurados de tantos irmãos, que contam  conosco para se transfigurarem!
Precisamos sair de nossas tendas, do nosso  comodismo, descruzar os  nossos braços, desvendar os  nossos olhos e nos por à caminho, pois há muito o que fazer pelo o outro!
O episódio da transfiguração deve nos animar ao longo de toda nossa vida, especialmente quando esta transfiguração nos mostra o lado positivo da cruz! Jesus nos ensina com a própria vida a não temermos a cruz, Ele nos trouxe a certeza de que a cruz não é um sinal de morte e sim, sinal de vida, pois a cruz  leva ao Pai.
Guardemos dentro de nós, o brilho do rosto transfigurado de Jesus, o brilho que nos  servirá de farol, para iluminar os túneis escuras de nossa  vida.

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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