sexta-feira, 30 de outubro de 2015

QUEM NADA TINHA, DEU TUDO-Diac. José da Cruz

XXXII DOMINGO DO TC 11/11/2012
1ª Leitura  1Reis 17, 10-16
Salmo 145 (146) Louva, ó minha alma ao Senhor”
2ª Leitura Hebreus 9, 24-28
Evangelho Marcos 12, 38 - 44

QUEM NADA TINHA, DEU TUDO...
Li umas várias vezes o evangelho desse domingo, e em pensamento queixei-me com o seu autor, o Evangelista São Marcos, pois á primeira impressão que se tem, é que Jesus estava falando de um assunto, no caso, da ostentação dos escribas, e de repente mudou, como se diz “de saco prá mala”, abordando a oferta da viúva pobre. Parece que encerrou uma conversa e iniciou outra, assim, a abordagem fica meio complicada.
Achei melhor pedir socorro á primeira leitura, que compõe a liturgia e que não está ali só de enfeite: Na casa de uma viúva pobre, o profeta Elias, primeiro pede-lhe água para beber, depois, o profeta meio folgado pediu também um pedaço de pão, o que colocou a pobre mulher em pânico, pois o restinho de farinha que possuía, só dava para fazer um pãozinho que seria a última refeição para ela e o filho.
Aqui dá para perceber algo em comum entre essas duas viúvas, as duas moedinhas de cinco centavos, e o punhadinho de farinha, que sobrou no fundo da despensa, era tudo o que as duas tinham. Como dar para alguém algo que é essencial para nós? Tirar da própria boca para sustentar o outro, não é arriscar passar fome por causa daquilo que se deu? Há uma perda material, isso é indiscutível, entretanto o Profeta garante que aquela pobre viúva não ficará desassistida, não lhe faltará aquilo que é essencial para a sobrevivência, a farinha e o óleo, até o dia em que Deus mandar a chuva, que fertilizará a terra, acabando com a miséria daquela região. O amor ágape é sempre um mistério, quanto mais se ama e se doa, mais se tem! Aqui começa a ganhar corpo uma idéia bonita, a do amor que se doa por inteiro, que não dá ao outro as migalhas, ou o que está sobrando e não vai lhe fazer falta.
O amor verdadeiro nos faz perder algo, pelo menos na lógica humana, isso é mesmo uma grande verdade, quem se dedica a um enfermo dia e noite, cuidando dele com paciência e carinho, quem se dedica aos filhos, ou ao esposo ou a esposa, com igual dedicação, Quem se dedica aos trabalhos da igreja, ou a família, se o fizer de forma autêntica, estará perdendo algo precioso: o seu tempo, por exemplo, que poderia ser melhor aproveitado, quem sabe, dedicando-se ao lazer, a algum negócio rendoso, esse tempo que foi dedicado a alguém em especial, ou á comunidade, não voltará jamais, ficou perdido. Parece que amar é perder sempre algo que nos é essencial.
Deus não nos deu o que lhe sobrava, e que não ia lhe fazer falta, mas o que tinha de mais precioso e valioso, seu amado Filho Jesus, que por sua vez, vivendo a fidelidade da missão, chegou à encruzilhada Getesâmani, “Beber o cálice de amargura, que significaria abrir mão de sua vida, pela salvação de todos, ou encontrar outra forma de amar, que não significasse uma perda total”. Afastar-se do cálice ou aceitá-lo? Sendo Deus, só podia mesmo nos amar com o amor de Deus, que olha a miséria humana com misericórdia e compaixão, e entrega a sua vida, na juventude dos 33 anos, com um amor sem limites. Aceita o sacrifício vicário, morrer em lugar de todos, para que todos pudessem se salvar. Ele não poderia morrer somente para os bons, os que fossem corresponder ao seu grande amor, ontem, hoje e no futuro, mas sua morte resgatou, e continuará a resgatar muitos ímpios.
E com a ajuda preciosa das duas primeiras leituras, agora sim, dá para entender o porquê do seu elogio aquela pobre viúva, ele não olhou para o valor que estava sendo ofertado, mas sim para a disposição interior daquela mulher que com certeza pensava “Ao meu Deus, que me deu tudo, também ofereço este pouco, que é meu tudo”. Pelo que diz o santo evangelho, os escribas gostavam de ser notados, por tudo o que faziam, impondo admiração e respeito, conquistando assim os lugares de maior importância. Aparentemente estavam se doando a Deus e aos irmãos, mas na verdade, cobravam, pela sua doação, um alto preço, o prestígio, a fama, o poder e o domínio sobre os demais. Mas havia também nas comunidades de Marcos, como há nas nossas, uma gente que se doa totalmente, e nem aparece, são discretos no servir, dão o melhor de si, talvez não exerçam um trabalho importante, mas tem no coração o carisma do amor sem medidas e sem reservas, que se doa com humildade e alegria. Uma gente que espalha alegria e o doce perfume de Cristo por onde anda.
Não nos deixemos enganar pelo falso brilho dos escribas, o poder e o brilho que ostentam, é efêmero! Busquemos no anonimato da assembléia, aqueles e aquelas que refletem no rosto o Cristo Servidor, são esses que fazem a nossa Igreja caminhar, e que a sustenta com uma oração sincera e um coração repleto de amor a Cristo e aos irmãos. ...(32º. Domingo do Tempo Comum – Mc 12, 38-44)


Um trabalho de Formiguinha-Diac. José da Cruz

Sábado da 31ª  Semana do Tempo Comum 07/11/2015
1ª Leitura Romanos 16, 3-9.16. 22-27
Salmo 144 “Bendirei vosso nome, pelos séculos senhor”
Evangelho Lucas 16, 9-15
                                       Um trabalho de Formiguinha
Lembro-me dos tempos na Fábrica de Cimento, quando participava de algumas reuniões na área comercial, ouvindo palestras motivacionais que eram feitas para que os funcionários tomassem consciência do trabalho em equipe, de acordo com a moderna gestão.
Na relação com o cliente o Diretor pediu toda a atenção do pessoal da linha de frente, com os chamados "Formiguinhas" do consumo, ele dizia que não se pode só focar os grandes clientes , gigantes da construção civil, mas é necessária uma atenção especial aos pequenos, aquele pedreiro que compra dois sacos de cimento na Loja da esquina, o que ele acha do produto, o que ele pensa, pois sem o consumo dessas formiguinhas, a meta não será atingida, já que eles, naquela ocasião, eram responsáveis por uma fatia de 60 por cento da produção.
O Cristianismo é algo de alcance mundial, entretanto, ele se constitui de pequenos gestos do dia a dia, que vão dando visibilidade á nossa Fé. Muitas vezes fazemos planejamento de grandes coisas, entretanto, no dia a dia vamos levando de qualquer jeito, sem se importar com o nosso testemunho ,naquele momento em que estamos caminhando a pé, ou no trânsito, ou na fila de um banco, ou conectados na internet em alguma rede social, na Feira livre, em meio a torcida em um jogo de futebol, no pagamento de pequenas contas, e vai por aí afora. Tudo o que vivemos em cada momento do dia a dia durante a semana, depois vamos celebrar na missa dominical. E o que foi que vivemos? Houve gestos pequenos de solidariedade, de atenção, de ajuda a alguém, de uma gentileza? Vejam bem que Jesus diz em um outro evangelho, que até quem der um copo de água a um desses pequenos, não ficará sem a sua recompensa....Aí está, em todas essas pequenas coisas vamos confirmando a nossa Fé e a nossa opção por Jesus e o seu Reino.
Saber conquistar as pessoas, fazer muitos amigos, mesmo com a riqueza injusta, ( aqui, Jesus nos lembra da atitude daquele administrador desonesto, estão lembrados? A reflexão do dia de ontem...) isso significa dizer, que devemos ter uma boa estratégia.

Na conclusão do evangelho Jesus explica o por quê da importância dos pequenos gestos, é que não podemos estar divididos, celebrar algo grandioso no domingo, e depois nos dias da semana, nos pequenos gestos e atitudes, jogar tudo fora, dando um péssimo testemunho no trânsito, na família, na relação com as pessoas. Então a coerência e a fidelidade são extremamente importantes nas pequenas coisas de nossa Vida. Lembre-se, os grandes empreendimentos nada mais são do que a soma de pequenos projetos, o Reino de Deus é o maior de todos os empreendimentos, mas ele é feito exatamente das nossas pequenas atitudes, que tendo por única referência o evangelho, vão dando no dia a dia uma bela visibilidade ao Reino que Jesus inaugurou no meio de nós.....

O administrador desonesto-Diac. José da Cruz

SEXTA FEIRA DA 30ª SEMANA DO TEMPO COMUM 08/11/2013
1ª Romanos 15, 14-21
Salmo 97(98),2b “Manifestou sua justiça á face dos povos”
Evangelho Lucas 16, 1-8
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2013&mes=11&dia=8
Este administrador desonesto teve duas atitudes que mereceram elogios de Jesus, pensou no futuro e foi capaz de abrir mão da sua comissão sobre a venda de produtos, se projetarmos a reflexão na esperança escatológica, podemos afirmar que o caminho para essa plenitude passa pelas perdas e de fato, o próprio Jesus vai dizer "Quem perder a sua vida por causa de mim, vai ganhá-la".
O Administrador sabia que tinha perdido  o emprego e agora precisava  se garantir. A forma que encontrou foi conquistar amigos, baixando drasticamente o valor da dívida, é bom informar os leitores que na verdade ele não reduziu preço algum, apenas abriu mão da sua comissão, uma perda momentânea que iria representar um ganho futuro, até mais valioso, quem sabe, um deles poderia lhe dar um novo emprego, ou um abrigo em sua casa por gratidão.
O evangelho não incentiva a sua desonestidade, mas a sua astúcia em tomar decisão certa no momento certo, coisa que os Filhos da Luz nem sempre o fazem. Muitos cristãos se entregam e confiam plenamente em Jesus Cristo, entretanto, não abrem mão de seus caprichos e de um egoísmo terrível que chega a sufocar, atuam na comunidade onde aparentemente nada ganham porém, esperam sempre algo em troca, prestígio, sucesso, poder de decisão e outras coisas mais que contrariam o evangelho.
Os bens materiais e tudo mais que possuímos, incluindo -se os carismas, habilidades e talentos, devem sempre ser colocados a disposição do outro na comunidade, de maneira prazerosa, generosa, de modos que cause alegria interior. Quando o mau uso do nosso carisma resulta em mágoas e revoltas, intrigas e ressentimentos, é sinal de que embarcamos no trem do Imediatismo que a pós modernidade nos apresenta, queremos ganhar agora e já, nem nos damos conta de que o Futuro poderá ser bem amargo, se persistirmos nesse caminho.....



UMA CONVERSA COM A OVELHA DESGARRADA-Diac. José da Cruz

QUINTA FEIRA DA 31ª SEMANA DO TC 06/11/2015
1ª Leitura Romanos 14, 7-12
Salmo 26 “Sei que a bondade do senhor eu hei de ver, na terra dos viventes”
Evangelho Lucas 15. 1-10
UMA CONVERSA COM A OVELHA DESGARRADA
___Escute ovelhinha, o que você sentiu quando percebeu que não fazia mais parte do rebanho e que estava completamente perdida, em outro rumo e direção totalmente contrárias?
___Tristeza, mágoa e desespero....vaguei dias na escuridão, por entre caminhos tenebrosos e espinheiros que me feriam.
___E por que você se desgarrou do rebanho, porque quis ou porque as demais ovelhas a olhavam com desdém?
___Digamos que começou a me sentir uma estranha no ninho, as outras ovelhas sempre bem comportadinhas, carinhas de santinhas, obedeciam o pastor, só faziam o que ele mandava sem se desviar nem para a direita e nem para a esquerda....
___Ah entendi, ovelhas piedosas, perfeitas, obedientes, e de conduta irrepreensível...
___Isso mesmo, eu ao contrário nunca fui perfeita, de vez em quando andava pelas quebradas e atalhos, ouvia a voz do pastor lá longe e achava bom ficar sozinha, fazer o que me dava na cabeça, sem qualquer compromisso com o rebanho e o pastor...Afinal, quem é que não quer ser livre? Os homens aí do seu tempo são todos assim, preferem o isolamento de uma vida egoista do que comprometer-se em andar com o rebanho, ao comando do Pastor Eterno.
___Bom, mas e daí Dona Ovelha, conte-nos o que aconteceu...
___Pois é, um dia tentei alcançar o rebanho e entrei em um caminho errado, vaguei ao léu, sem rumo e direção, comecei a compreender que minha visa só tinha sentido junto ao rebanho, aos cuidados do Pastor...mas daí era tarde, veio tempestade, noites escuras e tenebrosas, passei frio e medo e até desejei que viesse um Lobo e me devorasse, dando um fim á minha desgraçada existência....Foi então que.....
___Você foi salva......
___Ah que momento sublime, quando senti umas mãos me tocando com ternura, quando olhei, quase morri de vergonha, era o nosso Pastor, achei que ele iria me estrangular pela minha rebeldia, infidelidade e desobediência, mas ao contrário, com palavras doces chamando-me de "minha pequenina pobrezinha, não se assuste, pare de tremer, eu estava a sua procura há dias e dias..."
E quando perguntei-lhe se o rebanho tinha se acabado ele sorriu, apanhou-me com carinho, pois uma de minhas patas estava ferida e não conseguia caminhar, colocou-me sobre seus ombros, e disse-me
__As outras estão á sua espera, sem você o rebanho está incompleto, vamos para casa que até uma festa vou fazer porque te encontrei com vida minha querida ovelhinha..E bem acomodada nos ombros do pastor, fiquei pensando que eu não merecia nada daquilo, foi daí que compreendi que o amor desse pastor pelo rebanho era gratuito e incondicional, juntei-me aos meus irmãos e irmãs do rebanho e somos todos muito felizes, em saber que ele nos ama tanto.....


A Opção Fundamental-Diac. José da Cruz

QUARTA FEIRA DA 31ª SEMANA DO TC 06/11/2012
1ª Leitura Romanos 13, 8-10
Salmo 111(112).5ª “Feliz o homem que se compadece e empresta”
Evangelho Lucas 14, 25 -33
                                                            A Opção Fundamental
Quem durante a infância ou adolescência, não brincou em uma casa inacabada? Na minha rua tinha uma que nos abrigava após as malandragens, só tinha uma parte do telhado e buracos disformes em lugar das portas e janelas. Invadida pelo matagal tornara-se um depósito de lixo, virando ainda esconderijo de casais mal intencionados e de bandidos de outras plagas que ali pernoitavam. É para isso que serve uma casa inacabada, para ser usada para o mal.
Poderia ser uma bela casa e abrigar uma família de bem, mas acabou ficando daquele jeito, escura, triste, feia e abandonada, e tudo por falta de planejamento do seu construtor, que não teve o bom senso e a prudência de sentar-se para elaborar o orçamento, planejando o início e o término da obra, que desta forma tornou-se um testemunho vergonhoso contra ele.
Na outra parábola, Jesus é ainda mais claro, qual o rei que antes de sair para o combate, primeiro não se senta para avaliar se valerá a pena marchar contra o inimigo que vem com um exército numericamente superior, e depois envia mensageiros para negociar a paz?
Em qualquer empreendimento humano é necessário um planejamento para atingirmos a meta. Em nossos trabalhos pastorais e, sobretudo na missão fundamental de evangelizar, pecamos muito por falta de planejamento, esse também é o pecado de algumas pastorais e movimentos, pois nem sempre nossos planos pastorais são levados a sério e daí, é claro que os resultados nem sempre serão os esperados.
Em resumo o evangelho quer nos ensinar que antes de tomar uma decisão importante, é preciso pensar e refletir porque depois da decisão tomada, haverá consequências às quais temos que assumir. Um exemplo claro disso é o casamento, onde os casais recebem o sacramento, mas não têm consciência sobre o que estão assumindo e daí não perseveram na vida a dois e o casamento se transforma em uma casa velha, inacabada, que só trará desgosto e aborrecimento.
Pode assim entender por que as palavras de Jesus parecem ser tão duras e exigentes neste evangelho! No meio da multidão dos seus seguidores, e também nas comunidades de Lucas, havia muitas pessoas que ainda não tinham entendido o que é ser cristão, pois Jesus e seu evangelho não é apenas uma opção a mais, mas é a única e verdadeira opção para quem quer ser discípulo.
Ser cristão não é poder escolher em uma vitrine, algumas virtudes, ideologias ou tendências que mais nos agradem. Infelizmente há muitos que agem desta forma e por isso acabam fragmentando o evangelho e os ensinamentos cristãos, idealizando a imagem de um Jesus Cristo mais "Light", esquecendo-se que Cristo não é apenas a parede da casa, mas o alicerce sobre o qual construímos a nossa existência e tudo se fundamenta nele: nossa relação com os outros, tudo o que somos e temos, absolutamente nada deve ficar fora do ideal cristão!
É isso que Jesus quer dizer com a palavra desapego e renúncia, que não significa abrir mão de tudo que se tem, mas sim colocar o reino de Deus acima de todas essas coisas, até mesmo das relações afetivas com os familiares, simplesmente porque tudo o que temos e somos nesta vida é transitório e efêmero diante do Reino.
Há cristãos que planejam mal a sua vida de fé, muitas vezes almejam a glória da ressurreição tentando cortar por atalhos o caminho do calvário, esquivando-se da cruz que nos pertence, mas que o Senhor carregou por todos nós. Este é na verdade o grande perigo desse cristianismo da modernidade, ser discípulo de um Cristo sem cruz, onde não se precise fazer renúncias e nem desapegos, onde não seja necessário tomar decisão radical a favor do evangelho e nem se precise ser tão exigente conosco, no campo da ética e da moral.

As renúncias devem estar presentes em nosso dia a dia, como consequência natural de quem fez uma opção fundamental por Jesus, trata-se de uma escolha que se iniciou no dia do nosso batismo, quando pais e padrinhos falando em nosso nome, confiantes no efeito da graça de Deus em nossa vida, prometem solenemente naquele dia RENUNCIAR todas as forças do mal, contrárias ao reino que Jesus inaugurou. (Diácono José da Cruz Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP –Email cruzsm@uol.com.br

Estou ocupado-Diac. José da Cruz

TERÇA FEIRA DA 31ª SEMANA DO TC  03/11/2015
1ª Leitura Romanos 12, 5-16 a
Salmo 130/131 “ Senhor, meu coração não se enche de orgulho, meu olhar não se levanta arrogante”
Evangelho Lucas 14, 15-24
                                                        Estou ocupado, tente mais tarde...
Comprei um terreno...comprei cinco juntas de bois...comprar, consumir, TER... Até parece que os dois primeiros convidados especiais para a grande ceia, eram da pós modernidade, que não tem tempo para mais nada, trabalhar, negociar, produzir, comprar, adquirir, até parece que o sentido da vida está apenas nessas coisas...Agenda repleta, seminários, cursos, palestras, reuniões, encontros, planejamentos, e ninguém para se pergunta o por que de tudo isso, qual o sentido de se viver, de estar vivo e se relacionar com as pessoas?
Deus faz um convite a cada homem, para uma ceia porque tem algo especial para lhe falar, tem algo a lhe oferecer, que está acima de todas essas coisas, quer mostrar-lhe o sentido da vida, a razão do existir, quer que o homem o conheça de perto e experimente seu amor e sua graça...mas, o homem está muito ocupado e vai prorrogando a sua experiência com Deus presente em Jesus Cristo, sente algo dentro de si, parece que Deus insiste em lhe dizer algo, mas vai empurrando com a barriga, não quer parar para pensar, e nem pode, precisa produzir e consumir...para ser feliz.
Esses convidados chegaram até a pedir desculpas, tentando justificar a recusa ao convite. É o homem da pós-modernidade, adepto do Neo-ateísmo, em seu diálogo com esse Ser Transcendente, que ele ainda não conhece "Olha, Desculpa Senhor, eu sei que o Senhor existe, mas na minha vida não há espaço para o Senhor, tenho que estudar, trabalhar, produzir, consumir, eu sou muito especial e importante, para gastar o meu precioso tempo com religião, Igreja, comunidade....imagine eu, perder meu domingão para ir no banquete da sua Palavra e da Eucaristia..."
Já os pobres, aleijados, cegos e coxos, que faziam pontos nas esquinas e becos, nas quebradas da vida, uma gentalha desqualificada, considerada impura, que nem no templo podiam entrar e estavam longe do Deus de Israel e da sua Salvação, justamente por não serem importantes, estavam com a "Agenda Livre" , e como nunca tinham sido convidados para nada, pela condição inferior, moralmente e socialmente falando, ficaram surpresos mas aceitaram o convite e como eram numerosos, encheram a casa do Homem que estava oferecendo o banquete...
Essa casa é precisamente o coração de Deus, que em Jesus escancarou-se ao homem, para nele entrar e tornar-se íntimo de Deus, em uma vida de comunhão e amor, que começa nesta vida e que se eternizará um dia....Os muito importantes, e eternamente ocupados, inclusive em nossas comunidades, sempre correm o risco de recusar o convite, porque tão ocupados estão em seus trabalhos, que não têm tempo de curtirem Deus na sua intimidade que ele nos oferece em Jesus, em um amor que nos forma, nos modela e nos transforma na relação com o próximo.






Adivinhar o Futuro-Diac. José da Cruz

Segunda Feira FINADOS  02 DE NOVEMBRO DE 2015
1ª Leitura Ap  7,2-4.9-14
Salmo 23/24 1-6 “É assim a geração, dos que procuram o Senhor”
2ª Leitura 1 João 3, 1-3
Evangelho Mateus 5, 1-12 a

Adivinhar os acontecimentos do Futuro sempre foi o grande anseio do Ser Humano, os que desistem dessa ideia, costumam dizer, não como ato de Fé, mas como resignação, que o Futuro a Deus pertence, como se o nosso Deus é um desses sujeitos que se esconde atrás de algum obstáculo, no caminho que temos de percorrer, e na hora “H” ele nos surpreende, deixando o esconderijo e pulando á nossa frente, com uma cara de poucos amigos.
Há ainda quem entenda o Profetismo, inclusive o Bíblico, como um carisma de prever acontecimentos futuros, esquecendo-se que os profetas são homens cheios do Espírito de Deus, e que acima de tudo, sabem ler os acontecimentos e interpretar a História, antevendo as suas consequências. .
E quando falamos de Vida após a morte, daí é que tudo fica muito obscurecido. É verdade que algumas Religiões não cristãs, dão explicações no mínimo fantasiosas, aos acontecimentos que se seguirão, após o término da nossa vida terrena. A nossa esperança Escatológica se fundamenta e tem como único centro Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, que nos trouxe a Salvação, e que como nos diz a carta aos Hebreus, é o autor e o consumador da nossa Fé, ou seja, aquilo que cremos, esperamos e desejamos, um dia irá se realizar plenamente em Cristo Jesus. As Igrejas Cristãs, de um modo geral, são acusadas, até por alguns de seus membros, de não ter resposta eficiente sobre esse assunto, entretanto, se prestarmos atenção ás Escrituras. E a toda a obra Salvívica realizada por Jesus, e que vai da sua Encarnação á Ascensão ao Céu, facilmente iremos constatar que, a Igreja Católica, não só dá uma resposta, mas que é na verdade a única e verdadeira resposta, sem fantasias cinematográficas ou televisivas, que só querem dar na Vida Eterna, a uma grotesca continuidade dessa Vida Terrena, se isso fosse verdadeiro, o Cristianismo seria o mais terrível engano presente na humanidade.
Na primeira leitura, o visionário do apocalipse descreve de maneira simbólica, o destino de toda Humanidade, ao ver “uma Multidão imensa que ninguém podia contar...” É a humanidade do passado, do presente e do futuro, sendo este o desejo e a Vontade Divina, que todos se salvem, havendo apenas um detalhe de extrema importância, é preciso alvejar a veste branca no sangue do cordeiro, isso é, o reconhecimento de Jesus como o único e verdadeiro Senhor e Salvador de todo homem.
Mas o que é preciso fazer para se ter essa Salvação, que nos levará ao término da nossa vida terrena, junto a Deus em toda sua plenitude? Parece que no início Deus selecionou um grupo especial, os 144.000 assinalados na fronte. Na segunda leitura do mesmo João, vem a agradável surpresa: trata-se de um presente de Deus, que não precisamos pagar nem retribuir, esse presente é Jesus Cristo, que nos deu com a Salvação algo que não tínhamos, a Filiação Divina. Fomos inseridos na Vida de Comunhão com Deus, mesmo tendo nossas misérias...
Tudo o que temos a fazer, é nos manter nessa comunhão em Cristo, praticando as virtudes que ele ensinou e destacou como as mais importantes, porque antecipa a presença dessa Vida Nova, já nesta caminhada terrena; são as Bem Aventuranças. Pobre em Espírito é todo aquele que se faz pobre por causa do Reino,



Um Final Feliz-Diac. José da Cruz

02 de Novembro – Finados
1ª Leitura - Ap 7,2-4.9-14
Salmo - Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6) “É assim a geração dos que procuram o Senhor! ”
2ª Leitura - 1Jo 3,1-3
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,1-12a


Um Final Feliz...que começa agora com as Bem-Aventuranças

Qual será o fim da Humanidade? Como e quando será o fim do mundo? A Humanidade terá um Fim, um grande final, mil vezes muito melhor do que o Final de novelas, quando parece que tudo dá certo, os maus saem perdendo e são punidos, e os bons se apossam de sua recompensa. É preciso compreender o sentido da palavra Fim, que no sentido mais comum significa algo que se acabou, que deixou de existir, ou que se escafedeu, sumiu da nossa vista.
Fim do Mundo não é isso. A palavra Fim vem de finalidade, agora podemos trocar a pergunta: qual será a finalidade de toda humanidade? Evidente que, Deus não a teria feito, se fosse para ela ser destruída. A finalidade de toda humanidade é estar um dia diante de Deus, para permanecer com ele eternamente em uma feliz comunhão. Todo ser humano é criado por Deus e Dele recebe a Vida, com este fim de um dia retornar A Ele atingindo a plenitude de uma nova criatura em Cristo Jesus. Não se trata de uma seleção, o desejo e a vontade de Deus, é que toda humanidade vá viver na comunhão com ele para sempre.
Foi necessário a princípio Deus ter selecionado um Povo, os Israelitas, para viverem essa experiência de pertencerem a Ele e ser um sinal e uma Luz entre as Nações, sinalizando justamente essa Verdade, de que na transitoriedade dessa Vida caminhamos para a Plenitude. Por isso, o visionário do apocalipse vê primeiro 144 mil, mas depois vê uma multidão diante do trono do Cordeiro, glorificando e adorando a Deus. Manter-se fiel a esse propósito de ser consagrado a Deus e um dia retornar a Ele, não é tarefa das mais fáceis, há tribulações e desafios imensos á nossa frente, nesta vida terrena, atravessa-lo incólume, sem nunca perder essa consciência de que caminhamos para o eterno, faz parte da nossa vida de cristãos. É assim a Geração dos que procuram o Senhor....diz o salmista, sobre todo homem e mulher que vive a sua fé crendo nesta Verdade Absoluta, de que caminhamos para Deus.
E por que Deus nos trata assim? Quer-nos em sua casa um dia para sempre...Por que somos seus filhos e filhas queridas!  Não porque nossas ações nos fazem merecedores, mas por causa de Jesus Cristo, Nele, recebemos este grandioso presente, da Filiação Divina, nos diz o apóstolo Paulo na segunda leitura. E mais ainda, essa Vida Nova que Cristo nos dá, já está em nós, e um dia irá se manifestar plenamente. E veremos a Jesus como hoje vemos nossos irmãos e irmãs. Teremos em nossa vida os efeitos da Salvação, que nos faz novas criaturas. A conversão, mediante a Palavra de Deus, vai nos aprimorando, até o ponto em que essa vida já não nos basta, como uma criança, apertada no útero materno, aos nove meses, precisamos nascer para esta Vida em plenitude, passamos por uma última purificação que é a morte biológica, e chegamos ao nosso fim que é Deus. Portanto, a morte não é um Fim, mas um meio.
E toda essa alegria, as luzes desta Vida nova, já está em nós, por causa de Cristo, quem vive as virtudes do evangelho, reflete essa nova criatura, configurada com Cristo pelo Santo Batismo, vivendo intensamente esta vida terrena, caminhando a cada dia por esta estrada que nos conduz á Casa do Pai. Uma multidão está diante de Jesus, porém, quando os discípulos se aproximam ele começa a proclamar as Bem-aventuranças, isso é, aqueles que alcançarão essa plenitude Divina.
Os pobres em Espírito são todos os que assim se colocam diante de Deus, fazendo-se pequeno e pobre, aquele que nada tem ou possui, pois seu “Tudo” é somente Deus. Daí decorrem todas as demais Bem-Aventuranças, os aflitos, os mansos, os que tem sede e fome de justiça, e os misericordiosos. Os puros de coração não são os perfeitos moralmente falando, mas sim um coração aberto ao Espírito Santo, o fogo que nos purifica.
Haverá perseguições, incompreensões, pois ao mundo, é loucura dar um rumo à nossa vida, a partir de algo que esperamos em Cristo. Enfim, para todos os que constroem uma esperança vã, apenas nesta Vida Terrena (e são muitos) o Cristianismo é um absurdo e não tem nenhum sentido. Para estes, a morte biológica é realmente o fim, jamais um meio, porque estes nada mais esperam ou creem após a morte. 
Uma pergunta final: Jesus apontou seus discípulos para as multidões, como uma referência de Bem-Aventurados, homens que em Cristo descobriram algo novo, que irá se eternizar. Nossas comunidades cristãs, podem hoje ser apontadas, neste sentido? A Sociedade encontra em nós sempre acesa essa Luz da Esperança, ou muito pouco temos a oferecer, a tantos angustiados e desanimados?  (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)


VIVER HOJE O “AMANHÃ-Diac. José da Cruz

TODOS OS SANTOS 01/11/2015 – DOMINGO
1ª Leitura Apocalípse 7, 2-4. 9-14
Salmo  23 (24) , 6 “Tal é a geração dos que o procuram, dos que buscam a face do Deus de Jacó”
2ª Leitura 1João 3, 1-3
Evangelho Mateus 5, 1-12ª
VIVER HOJE O “AMANHÃ..”.
Ser santo não é uma decisão do homem, mas uma resposta ao convite que Deus nos faz em Jesus Cristo: Sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito! Perfeição nesse sentido, nunca foi e nem será o forte do homem, feito de barro, vulnerável ao pecado, sujeito a tantas fraquezas, marcado por tantas limitações. Se santidade fosse isso, Deus seria o maior dos injustos, pois é o mesmo que um homem perfeito sair em disparada e pedir para que um deficiente físico o acompanhe nessa corrida. Nunca teríamos a menor chance de ser santos.
Há ainda outra corrente que acha que a santidade é apenas para alguns, que têm uma conduta exemplar, são pacientes, tolerantes, dóceis, calmos, prestativos, solidários, educados, nunca perdem a cabeça e o equilíbrio, nunca reclamam de nada e aceitam tudo, sendo bondosos o tempo todo. De pessoas assim, é melhor manter distância e ser cauteloso, porque me dizia um padre muito amigo, o santinho de hoje pode ser o diabinho de amanhã!
Ser calmo ou ter os nervos a flor da pele, ter equilíbrio emocional, demonstrar serenidade, ser amável e dócil, ser prestativo e educado, sem dúvida que são belas virtudes, mas não necessariamente um indicativo de santidade, pois conheço histórias de grandes santos que eram bem temperamentais. Há ainda outro conceito perigoso de santidade, que é ter o poder de realizar coisas prodigiosas, os chamados milagres. Conheço pessoas descrentes de Deus e da igreja, e que, contudo, praticam essas virtudes. E já tive conhecimento de curas operadas por pessoas de outras correntes religiosas, até opostas ao cristianismo.
A ideia de que santidade é coisa restrita de alguns homens e mulheres especiais, parece-me um tanto quanto equivocada, pois o visionário do apocalipse afirma categoricamente na primeira leitura, que se trata de uma multidão, de onde se conclui facilmente, que santidade é uma proposta de vida que Deus faz a toda humanidade, onde Jesus Cristo é o modelo e a referência máxima, nele a gente se encontra como Filho de Deus, não mais desfigurado pela corrupção do pecado, mas libertos, vitoriosos e perfeitos, como fomos criados e concebidos pelo Pai. Somente Nele, com ele e por ele seremos santos! Mas encontrei nas leituras dessa "Festa de Todos os Santos", uma definição ainda mais bonita e completa do que é a Santidade - "Viver hoje o amanhã".
É preciso ter os pés no chão, pois uma coisa é enfrentar com coragem os desafios do presente e buscar soluções concretas, o outro é camuflar a situação, fazendo uma belíssima coreografia, sem mudar o cenário! É maquiar para parecer belo! Na última copa do mundo que  aconteceu no Brasil em 2014, inesquecível pela goeada diante da poderosa Seleção da Alemanhã,  foi um desses momentos, de grande ilusão onde se tentou vencer  a imagem de um País que é um paraíso....com estádios de primeiro mundo...enquanto o povo perece por falta de investimentos na Saúde e Educação principalmente.
As bem-aventuranças proclamadas solenemente por Jesus, no alto de um monte, são profundamente realistas: a Primeira e a Oitava, trazem o verbo no presente, "...porque deles é o Reino dos Céus", ao passo que as demais, usam o verbo no futuro, "porque serão, verão, alcançarão...". Ser pobre em espírito é fazer de Deus a sua única riqueza, é possuir já nesta vida a plenitude da vida futura. É ser discípulo e estar em constante aprendizado a partir do evangelho, vivendo hoje tudo o que cremos e esperamos no amanhã. Esta postura diferente trará incompreensão e perseguição, mas em compensação, a alegria será verdadeira, porque não se fundamenta naquilo que se vê, mas sim no que se espera.
Jesus Cristo trouxe o futuro até nós, sendo precisamente esta crença e esperança que nos faz ter uma identidade própria, fomos marcados para fazer a diferença neste mundo tão descrente, que não consegue vislumbrar a Vida Nova,, para a qual fomos destinados por Deus, desde o início da Criação. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"ALEGRAI-VOS E EXULTAI, PORQUE SERÁ GRANDE A VOSSA RECOMPENSA NO CÉU.” – Olivia Coutinho

 
SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS. 
 
Dia 1º de Novembro de 2015
 
Evangelho de Mt 5,1-12a
 
Na festa de todos os Santos, somos convidados a erguer o nosso olhar para o alto e contemplar uma multidão de Santos que deixaram marcas profundas do seu amor a Deus aqui na terra e que agora participam da Sua glória no céu!
Jesus nos convida a ser santo, a darmos um sentido novo a nossa existência, uma única e fundamental direção  idêntica para todos: a santidade como meta para chegarmos à vida eterna! Para isso, precisamos sair do círculo vicioso do egoísmo, sair do nosso eu, deixando de projetar a nossa vida em nós mesmos, para nos envolver no projeto de Deus, que tem como referencia unicamente Jesus! 
É sonho de Deus que todos nós sejamos felizes e ser feliz, é também o que mais almejamos na vida, pena que muitos de nós, busca a felicidade fora dos planos de Deus. Falta-nos compreender, que a felicidade não é algo comprável, que ela  não está nas coisas matérias e nem significa ausência de dificuldades!
No evangelho de hoje, Jesus faz uma consolação a todos aqueles que caminham na contramão  do mundo!
As bem aventuranças, não são mandamentos, podemos dizer que elas  são caminhos de santidade, um abandonar-se em Deus, um não estar preso as coisas do mundo!
O conceito de felicidade que o mundo prega, é completamente diferente da felicidade que Deus planejou para  nós. Jesus nos deixa claro que para sermos felizes, precisamos experimentar a dependência de Deus e assim Ele proclama: “Bem aventurados os pobres em espírito, os aflitos, os mansos, os que têm fome e sede de justiça os misericordiosos, os puros de coração os perseguidos e injuriados por causa do reino”! Estes, são felizes, por que se colocam na dependência de Deus!
Ao esvaziarmos de nós mesmos, tornamos pobres, totalmente dependentes de Deus e tudo que mais queremos, é fazer a sua vontade, as dificuldades, as perseguições, ao invés de nos aborrecer, nos alegram, pois sabemos que toda situação que nos leva ao sofrimento, Deus transforma em  bem para nós!
Ser perseguido, odiado, injuriados, são situações que não agradam a Deus, mas para quem é submetido a esta situação e mesmo assim permanece firme no propósito de realizar a vontade de Deus, toda  situação adversa, Deus reverte em bem para ele!
Alegremo-nos por confiar na realização das promessas de Deus,  o próprio Jesus nos garante: “Alegrai-vos e exultai, pois será grande a vossa recompensa no céu”.
Assim como foram os Santos, sejamos também fieis ao Evangelho sem medo de ser de Deus, de dar testemunho de Jesus em qualquer circunstância!
Ser Santo é o grande desafio de buscar a perfeição em meio às imperfeições do mundo, sem esquecer: o mais Santo de todos os Santos da terra, será sempre um pecador perdoado. 
Ninguém busca o sofrimento, mas ele é inevitável em nossa vida, saber aproveitá-lo como trampolim para a nossa ascensão, é estar no caminho da Santidade!
FIQUE NA PAZ DE JESUS – Olívia Coutinho
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida -Igreja Matriz de Dracena

30 de Outubro de 2015- Evangelho - Lc 14,1-6


VOU PREPARAR-VOS UM LUGAR
            Embora convocasse os discípulos para se empenharem na prática do amor e da justiça, Jesus lhes descortinava, também, um horizonte para além dos limites da História. Ele lhes propunha uma meta a ser alcançada no fim da peregrinação terrena: a casa do Pai, com muitas moradas, espaço de acolhida para todos.
            As palavras do Mestre visam estimular os discípulos a seguirem em frente, sem se deixarem abater pelas adversidades. Mas, seria injusto considerá-las como incentivo à passividade e à alienação. Elas só têm sentido para o discípulo que se lança à ação.
            A meta da caminhada dos discípulos é a comunhão plena e eterna com o Pai. Comunhão esta preparada pela morte e ressurreição de Jesus que, desta forma, os precede e lhes promete ter para sempre consigo, na casa paterna.
            O caminho para se chegar à casa do Pai é o próprio Jesus, que se definiu “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Jesus é o Caminho na medida em que é a Verdade pela qual a Vida é comunicada a quem o escolhe para chegar ao Pai. A casa do Pai é alcançada na medida em que o discípulo pauta seu agir pela Verdade proclamada por seu Mestre. E assim usufrui a Vidacuja plenitude encontra-se no término do Caminho, que é o mesmo Jesus. Importa apenas que o discípulo siga fielmente esse Caminho que é guia seguro para se chegar à casa do Pai.


Não convém que um profeta morra fora de Jerusalém-Igreja Matriz de Dracena

29 de Outubro de 2015- Evangelho - Lc 13,31-35




A CORAGEM DO PROFETA
É admirável que os fariseus, adversários confessos de Jesus, tivessem se preocupado com a sua segurança. Aparentemente, talvez quisessem protegê-lo contra a violência de Herodes que, já tendo eliminado João Batista, talvez quisesse fazer o mesmo com Jesus. 
O Mestre, porém, não se deixou convencer pela boa intenção deles e os tratou como se fossem mensageiros de Herodes. Por meio dos próprios fariseus, Jesus enviou uma mensagem para o representante do poder romano, a quem chamou de raposa, de forma a desmascarar-lhe a astúcia: seu projeto missionário não seria modificado por medo de ninguém; ele seguiria o caminho traçado pelo Pai e não admitiria interferências no seu processo de obediência à vontade dele.
A atitude corajosa de Jesus fazia lembrar a dos antigos profetas de Israel, que não se deixavam demover por intimidação de espécie alguma. Uma vez conscientes de terem recebido de Deus uma missão, seguiam adiante, superando desprezos, perseguição, torturas e, até mesmo, a morte. A firmeza e a coragem dos profetas só encontram explicação na consciência que tinham de estarem a serviço de Deus.
Quanto a Jesus, nem o conselho hipócrita dos fariseus, nem as ameaças de Herodes haveriam de detê-lo no seu caminho. Todos eles desconheciam o quanto Jesus era fiel ao Pai.
Oração 
Senhor Jesus, que eu não perca a coragem diante das ameaças que deverei enfrentar no caminho de serviço ao Reino.


Comentários Prof.Fernando

Comentários Prof.Fernando*                      
TODOS OS SANTOS – 1º NOVEMBRO DE 2015

A MULTIDÃO
·                    Imaginemos que ao entrar no Céu sejamos acolhidos por 144 mil pessoas!! Imaginemos também que à volta do trono de Jesus Cristo está uma multidão “que não se pode contar”. Pois foi assim que o autor do Apocalipse imaginou como o “grand finale” de um espetáculo nos Céus, uma festa na corte celeste, a grande liturgia ou celebração da vitória no fim da história.
·                    Sabemos aqui se usa o gênero literário chamado “apocalíptico” que é uma linguagem de revelação ao mesmo tempo que esconde o sentido último para quem não participa do grupo conhecedor dos códigos. Está presente no A.Testamento principalmente nos cap.7-12 do livro de Daniel. São imagens fantásticas ou surrealistas, mas carregadas de simbolismos, alguns mais difíceis para interpretação, outros mais fáceis. Destes últimos são conhecidos os símbolos numéricos na antiguidades e, especialmente, na Bíblia: 3, 7, 10, 12, 1000 são números “perfeitos” expressando bonança e plenitude, ao passo que, por exemplo, 3 e meio, indica deficiência. Assim o grupo seleto de 144 mil “marcados” para a salvação dentre as 12 tribos de Israel destaca a posição privilegiada do “povo eleito”, como o número dos 12 apóstolos. 12 vezes doze... 144... resultado ainda mais maravilhoso multiplicado 1000 vezes. Uma linguagem figurada é igualmente usada no evangelho quando Jesus pede que se perdoe ao outro “não apenas 7, mas setenta vezes sete”.

SANTO, SANTO, SANTO.
·                    O Criador é único Santo, segundo a Bíblia (cf 1Pedro1,15e16; Levítico19,2. 20,7 e 11,44) É perfeito, é três vezes Santo. No texto de Marcos 10,18 o Mestre responde a quem lhe chama de “bom mestre”: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um: Deus. O tema da solenidade de hoje, Todos os Santos, celebrada desde os primeiros séculos do cristianismo é o tema da Salvação, oferecida aos seres humanos. Em geral quando se fala dos “santos” ou dos apóstolos, dos mártires, etc., temos uma ideia de que eles são como os campeões olímpicos: treinaram muito, muito se esforçaram merecendo subir ao pódio e ganhar medalhas. No entanto, a “santidade” é irradiação (a teologia chama de “graça”) da Bondade de Deus. Ela é participação na natureza divina que chega até às criaturas mortais, que, no entanto, foram elevadas a “filhos de Deus”, isto é, foram transformados de modo a poder abraçar o Criador, como se fossem herdeiros por natureza, como Jesus de Nazaré.
·                    Este mistério é lembrado na primeira carta de João 1,1-3: “pensem bem no amor com o qual nos amou o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus, (embora ainda não tenhamos a “manifestação” completa de tal “milagre”:) “ainda não se manifestou o que havemos de ser: sabemos que quando isto se manifestar seremos semelhantes a Deus, porque o veremos como ele é.

TODOS OS SANTOS
·                    Como no espaço-tempo da vida ainda não temos condição de ver a Deus “face a face”, somos obrigados a utilizar símbolos (assim como o autor do Apocalipse) e comparações para compreender o que é viver de acordo com o “Reino” que nos foi anunciado como a “Boa Notícia” (tradução literal do termo ‘eu-evangélion’) que nos é trazida por Jesus de Nazaré.
·                    A expressão “comunhão dos santos” (cf. a Confissão de fé – o Credo) era usada no início do cristianismo para indicar a grande família dos participam da mesma fé: mergulhados (“batizados”) na graça da salvação, isto é na “divinização” do ser humano gratuitamente oferecida por Deus por meio de Filho. Porque o Filho se “humanizou” o Espírito, o Santo foi dado a todos para que se deixem conduzir pelo Bem. O santos formam aquela multidão citada no Apocalipse, provenientes “de toda nação, tribo, povo e língua” (Ap 7,9). Se hoje os lembramos neste 1ºde novembro, amanhã, dia 2, recordamos outro grupo, que também faz parte da mesma “comunhão dos santos”: nossos familiares e amigos falecidos. Por causa da saudade deles temos antiga tradição popular que enfeita os túmulos com flores e velas acesas.

O SERMÃO DO DIA 1ºDE NOVEMBRO
Vendo as multidões Jesus subiu à montanha. Sentou-se e lhes ensinava: Bem-aventuradps os pobres de coração porque deles é o Reino dos céus! Bem-aventurados os que choram porque serão consolados! Os mansos porque possuirão a terra! Os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! Os misericordiosos porque alcançarão misericórdia! Os puros de coração, porque verão Deus! Os promotores de paz porque serão chamados filhos de Deus! Os perseguidos por causa da justiça porque deles é o Reino dos céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós".
“O Evangelho entende a santidade como a capacidade de entregar-se totalmente nas mãos do Pai, de quem tudo se espera e em nome de quem se age em favor do semelhante. Neste caso, santidade e bem-aventurança identificam-se “. (J. Vitório).
·                    No “sermão da montanha” o Mestre de Nazaré revela o rosto do Deus Santo. Não em sua forma grandiosa, como no Apocalipse (este livro fala da conclusão futura da história), mas da forma como é possível reconhecer a presença misteriosa do “totalmente Outro” no espaço-tempo de nossa vida em comum com os outros. Nós podemos reconhecê-lo sob os traços dos pobres e dos que têm tem fome e sede de justiça. Dos que mantêm seus corações suaves e puros. Dos construtores de paz e no rosto tenso dos perseguidos por causa da justiça.
·                    Nós o encontramos no rosto dos imigrantes que hoje formam outra multidão – semelhante àquela apontada no Apocalipse porque são milhões, expulsos pela guerra e pelo ódio, da Síria, do Haiti, do Iraque e de outros povos, tribos e nações da África e do Oriente. Milhares deixaram suas casas para morrer afogados no mar. Ou adoecer sob o frio de acampamentos diante de dos muros ou cercas que para eles foram erguidos nas fronteiras.
·                    Nós compreenderemos um pouco mais sobre o Único que é Santo, se voltarmos o olhar para a multidão dos desempregados (crescendo agora também no Brasil). Se visitarmos os enfermos e dermos alguma atenção aos deficientes, às crianças e aos mais velhos. No rosto dos que têm fome (de comida e de justiça) assim como no rosto dos perseguidos e abandonados também descobrimos o verdadeiro rosto de Deus.
·                     Estranho, óbvio ou paradoxal é o fato de serem os preferidos do Cordeiro (cf.Apocalipse) os mais carentes de ajuda e solidariedade. E que sejam chamados “Bem-aventurados”. É certamente paradoxal que a Santidade divina não se nos manifesta em glória e triunfo (como o Apocalipse “descreve”, no final dos tempos). Mas o Eterno manifesta-se em nosso Tempo e Espaço no rosto dos bem-aventurados (= Afortunados, Felizes). Talvez porque serão os primeiros a “possuir o Reino”. Próximos a eles temos a chance de sermos também santificados.


ooooooooo ( * ) Prof.(Edu/Teo/Fil,1975-2012) fesomor2@gmail.com