domingo, 30 de novembro de 2014

Muitos virão do Oriente e do Ocidente para o Reino do Céu-Padre Antonio Queiroz




Muitos virão do Oriente e do Ocidente para o Reino do Céu.
Este Evangelho narra a cura do empregado do oficial romano. Chamam a nossa atenção a fé e a humildade do oficial, resumidas na sua frase: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado”. Junto com Jesus, a Igreja expressa a sua admiração à atitude desse oficial, repetindo a sua frase em todas as Missas, na hora da Comunhão.
Ele tinha tanta certeza da divindade de Jesus e do seu poder sobre as doenças, que achava que apenas uma palavra de Jesus já devolveria a saúde ao seu empregado.
A fé é o segredo da felicidade. Quem tem fé “tira de letra” todas as dificuldades e obstáculos que aparecem na vida. Quem tem fé sabe que uma doença, por mais grave que seja, para Deus é um grãozinho de areia.
A fé é uma graça que Deus dá a quem ele quer, do Oriente ou do Ocidente, do Norte ou do Sul. Jesus se referiu aos pontos cardeais, para dizer, primeiro, que todas as pessoas do mundo recebem as graças suficientes para ter fé, esperança e caridade, e para se salvar. Deus ama a todos e não faz distinção de qualquer espécie entre as pessoas.
Segundo, para dizer aos judeus que eles não eram o povo privilegiado de Deus, como pensavam. Não existe povo privilegiado diante de Deus. Simplesmente, Israel recebeu a missão de preparar a vinda do Messias, só isso.
A fé é uma graça que Deus dá a todos os seres humanos indistintamente, sem nenhuma restrição em relação à raça, ao país ou a qualquer outra distinção.
Quem tem fé faz como o oficial fez: vai atrás de Jesus, expõe o seu problema e acredita que Jesus quer e pode resolver, portanto vai resolver. Por isso, quem tem fé não entra em pânico, não se revolta, não desilude, não alvoroça, não perde a alegria nem a esperança, mesmo nas situações mais desafiadores, pois sabe que nenhum problema é maior que Deus.
Ter fé é muito mais que acreditar com a cabeça; é acreditar com o corpo inteiro; por isso já dá o primeiro passo no novo caminho que pediu a Deus. Mas, é claro, ter fé é seguir um caminho novo, traçado não por nós, mas por Deus para nós.
“A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêem” (Hb 11,1). É caminhar “como se visse o invisível” (Hb 11,27).
O exemplo de Moisés, na travessia do Mar Vermelho, nos mostra bem o que é fé: “Moisés estendeu o bastão sobre o mar e durante a noite inteira o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte, fazendo recuarem as águas... E assim os hebreus puderam atravessar” (Ex 14,21-22).
Dá impressão que no início as águas não se afastavam, mas Moisés ficou firme, com o seu bastão estendido sobre o mar. Deus quer que nós mostremos a fé nele, mesmo sem ver uma resposta imediata. Em vez de uma noite, ele pode demorar dias ou até anos para nos atender. Mas se permanecermos com o nosso bastão estendido, ele se manifesta e, com toda a certeza, separará as águas.
Nós queremos crescer na fé, porque dela nasce a esperança, e das duas nasce a caridade. Assim, vivendo as três virtudes teologais, seremos certamente felizes, agora e por toda a eternidade.
Certa vez, em um mosteiro, um noviço chegou para o mestre e disse: “Padre mestre, penso que não tenho vocação. Não consigo guardar na memória o que leio na Bíblia, nem as palestras do senhor”.
O mestre não respondeu imediatamente a questão. Apenas disse ao jovem: “Pegue aquele cesto de junco, desça ao riacho, encha-o de água e traga aqui”.
O noviço olhou para o cesto, todo furado e sujo, e achou muito estranha a ordem. Mas obedeceu. Desceu ao riacho, encheu o cesto de água e começou a subir. Quando chegou até o mestre já não havia água, pois se escorreu toda pelos buracos.
O mestre lhe pediu que repetisse a viagem. O noviço voltou ao riacho, afundou o cesto na água, encheu-o e veio trazendo. Mas novamente chegou com o cesto vazio.
Então o mesmo perguntou: “Meu filho, o que você aprendeu?” O rapaz respondeu na hora: “Que cesto de junco não transporta água”.
O mestre lhe disse: “Olhe para o cesto. Vê alguma diferença?” O noviço olhou e disse com um sorriso: “Vejo que o cesto, que antes estava todo sujo e empoeirado, agora está limpo. Se a água não chegou aqui, pelo menos lavou o cesto!”
O mestre concluiu: “Nada importa que você não consiga guardar na memória os textos bíblicos e as palestras; o importante é que a sua vida fique limpa diante de Deus”.
Em relação ao Evangelho de hoje, podemos dizer também: Importa obedecer as Leis de Deus, mesmo que não as entendamos na hora. Deus, o legislador, é mais inteligente que nós, e sabe que seus mandamentos, se não transportam água, pelo menos lavam o cesto.
Isabel elogiou a fé da sua prima Maria Santíssima: “Feliz aquele que acreditou, pois aquilo que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Maria nunca vacilou na fé, nem na hora mais difícil, que foi a cruz. Que ela nos ajude a crescer na fé.
Muitos virão do Oriente e do Ocidente para o Reino do Céu.




“PEDI POIS AO DONO DA MESSE QUE ENVIE TRABALHADORES PARA A SUA COLHEITA!”- Olívia Coutinho

 
Dia 06 de Dezembro de 2014
 
Evangelho de Mt, 9,35-10,1.6-8

        Mais importante do que ser Cristão, é ser discípulo de Jesus! Cristão, é todo aquele que crê em Jesus, já o discípulo, é aquele que além de crer em Jesus, torna-se íntimo Dele, seu aprendiz!
A convivência com Jesus transforma o discípulo,  o inquieta,  é a partir desta inquietação que nasce o missionário, aquele que tem anseio de  levar ao outro o que aprendeu do Mestre!
O evangelho de hoje,  nos convida a refletir sobre a importância do  discípulo que se faz missionário! É  através dele que Jesus age no mundo em favor dos mais fracos!
O texto nos diz que Jesus,  compadecido  diante de  uma multidão desamparada, envia os discípulos  para  fazer às vezes Dele junto ao povo.  Jesus sabia que os discípulos eram  poucos para uma missão tão grande, por isto Ele diz: “ Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a colheita.”  Ao enviar os discípulos em missão, Jesus dá a eles  poderes para fazer o mesmo que Ele fazia. 
“A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”.
Jesus compadece daquela multidão, um povo sem vez, sem voz, necessitado de líderes comprometido com a vida!
        Hoje, esta realidade ainda perdura entre nós; são muitos os que vagueiam sem rumo, sem perspectivas, rostos humanos desfigurados pelas forças do mal, irmãos nossos, impedidos de falar, de clamar por justiça, pessoas que não se encontraram na vida, que se tornaram prisioneiros das correntes do mal, principalmente das correntes dos vícios.  Precisamos assumir o nosso compromisso cristão de dar continuidade a missão de Jesus. Não podemos fechar os olhos diante desta triste realidade, nos isentando do nosso compromisso com a vida! O povo carece de lideranças que lhes inspire confiança, que os conduza ao caminho da vida!
Deus quer salvar a humanidade convocando cada um de nós para uma missão, Ele quer contar com a nossa disposição, com o nosso serviço na construção do seu Reino. Ser indiferente a esta convocação, é ignorar o seu projeto em favor da humanidade.
Todos nós somos chamados a construir um mundo melhor, a obra do Senhor é gigantesca, o campo de trabalho é vasto, tem trabalho para todos, sejamos pois, mais um trabalhador na messe do Senhor a se ajuntar a tantos outros! 
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

NEM TODOS QUE ME DIZ: ‘SENHOR, SENHOR’ ENTRARÁ NO REINO DOS CÉUS... - Olívia Coutinho

 

Dia 04 de Dezembro de 2014

 
Evangelho de Mt 7,21.24-27
 
Ouvir a palavra de Deus, não corresponde apenas na nossa audição física, sem entrar no nosso coração, esta palavra de vida cai no vazio, é facilmente levada pelo vento!
Para que a palavra de Deus nos transforme, e  frutifique no mundo através de nós,  é preciso que ela ganhe vida em nós, levando-nos  a  ser fonte de vida para o  outro!
Quando enraizada no nosso coração, a palavra de Deus  é como um vulcão em constante erupção, é um movimento constante, suave e belo, como as gigantescas labaredas de fogo a iluminar e a aquecer os corações sombrios!
O evangelho que a liturgia de hoje, coloca diante de nós, chama a nossa atenção sobre a importância de sermos  coerentes, de  vivermos a fé que professamos  edificando  a nossa vida sobre o alicerce firme dos valores do Reino!
 “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos céus, mas o que põe em pratica a vontade de meu Pai que estás nos céus”. Com estas palavras, Jesus reafirma a condição de pertencermos a sua  família, que é realizar a vontade do Pai! Não são com palavras bonitas que vamos agradar a Deus, e sim, realizando a sua vontade!   
De nada adianta erguermos as mãos para louvar o Senhor,  se não estamos dispostos a abaixá-las para  erguer o irmão que está no chão´
Mais do que  admiradores das palavras de Jesus, precisamos coloca-las  em prática,  pautando a nossa vida no seu exemplo, colocando-nos à serviço do outro, prioritariamente dos esquecidos por uma sociedade que não os enxerga como pessoas criadas a imagem e semelhança de Deus!
Temos que ter responsabilidade com a palavra de Deus! Como portador e anunciador desta palavra, não podemos olhar o “mundo” da janela, como um mero espectador, vendo as coisas acontecer lá fora e nada fazer! Precisamos sair do nosso comodismo,  abrir as portas do nosso coração e nos disponibilizar a fazer algo em favor de um mundo melhor! É dentro de nós, que está, às vezes adormecido, o "material" eficaz para uma construção resistente a todos os vendavais, que é o amor de Deus infundido em nossos corações! É com este “material” que iremos construir a nossa morada no céu!
Construir uma casa segura é firmar os nossos passos nos valores irrenunciáveis do evangelho: o amor e a justiça.  É alicerçados nestes  valores, que devemos  assentar a nossa vida, afinal, nenhuma tempestade destruirá o que foi construído sob o olhar atento do construtor maior que é Jesus!
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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EM VERDADE VOS DIGO: NÃO ENCONTREI SEMELHANTE FÉ EM NINGUÉM EM ISRAEL – Maria de Lourdes Cury Macedo


Segunda-feira, 01 de dezembro de 2014

Evangelho de Mt 8, 5-11

          O Império Romano mantinha o povo de Israel sob forte repressão. Um centurião romano sabendo que Jesus estava em Cafarnaum, cidade às margens do Lago de Genesaré, foi com humildade, fé e confiança pedir por seu empregado que estava doente, com dores, paralítico.
Jesus respondeu: “Eu irei e o curarei”. Respondeu o centurião: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado.”
O centurião romano apesar de ser pagão reconhece em Jesus o seu poder. Ele certamente já havia escutado falar desse Jesus que curava, perdoava, falava palavras de consolo, de poder e amava todos... O centurião acredita em Jesus e vai até Ele pedir um grande favor, demonstrando amor por um subalterno seu, um empregado, um simples servidor como se fosse de sua família, como a um filho, demonstrando assim amor ao próximo.
Embora o centurião romano, sendo de outra religião, reconhecesse em Jesus um Mestre diferente, com poderes especiais, e não querendo incomodar Jesus porque sabia dos costumes dos judeus, de quando em contato com um pagão se tornava ritualmente impuro, e querendo talvez poupar Jesus desse vexame de purificação, disse que não precisava ir até sua casa. Ou porque tinha certeza do poder de Jesus, demonstrando assim muita fé e confiança.
          Jesus fica encantado com a fé do pagão e diz não ter encontrado tanta fé nos filhos de Israel. “EM VERDADE VOS DIGO: NÃO ENCONTREI SEMELHANTE FÉ EM NINGUÉM EM ISRAEL!”
          A caridade transpõe limites, fronteiras, raças, classes sociais. É esta a verdadeira e, de fato, a única caridade cristã.
Meus irmãos, fé é aceitar Deus, é confiar Nele, acreditar em Seu amor por nós e deixar que Ele aja em nós. Seguir a vontade de Deus não é escravidão, mas liberdade. Quanto mais aceitamos Deus em nossa vida, mais livres somos, e só podemos aceitar Deus sem nenhum limite quando temos fé.
A fé não se mede pela inteligência e não é um sentimento ou uma tradição. No dia-a-dia, a fé é aquela entrega incondicional e amorosa de si a Deus Pai, Filho e Espírito Santo: entregamo-nos ao Pai porque somos suas criaturas; ao Filho para seguir seus exemplos e viver como filhos de Deus; ao Espírito Santo para que Ele nos impulsione e estimule na prática do bem.
Crer é dizer sim a Deus e confiar n’Ele de maneira absoluta e a fé nos compromete a realizar em nós, momento por momento, à vontade de Deus como ela se manifesta, assim como fez Jesus Cristo.
Dizer-se cristão, fazer promessas, frequentar eventos religiosos, usar distintivos não é necessariamente sinal de Fé. Fé é gostar de rezar, de ser melhor a cada dia, ter amor por todos, perdoar, não julgar, trabalhar para engrandecer o Reino de Deus.
Fé é a nossa resposta a Deus de continuar sua missão aqui na terra. É um compromisso de realizar SUA vontade.
Nós cristãos que conhecemos quem é Jesus devemos seguir o exemplo do centurião romano, homem pagão, mas de grande amor pelo próximo e de grande fé. Nós sabemos o que Jesus pode fazer na nossa vida, é só nos entregarmos em seus braços, em suas mãos. Ele sempre nos escuta.
Tenhamos fé e humildade que o Senhor derramará muitas graças sobre nós e nossa família. “Crê no Senhor Jesus, que serás salvo tu e tua família!” (At 16,31)
          Oração: Senhor, eu quero ter uma imensa fé como o homem pagão. Quero manifestar minha fé no poder de salvação de seu filho Jesus. Amém!! 








Ficai atentos e orai a todo momento-Padre Antonio Queiroz



Ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer.
Neste Evangelho, o último do ano litúrgico, mais uma vez Jesus nos recomenda a vigilância, com um detalhe importante: orai sempre. Vigilância e oração são as virtudes irmãs e inseparáveis que se apóiam mutuamente.
Deus caminha ao nosso lado, nas vinte e quatro horas do dia, e está querendo nos ajudar. Mas ele não entra na nossa vida, se não pedirmos. Agora, se pedirmos, ele vem, e quando ele vem tudo se resolve facilmente, é claro. Quantas vezes sofremos, afogando-nos num copo d’água, e não pedimos ajuda a Deus!
A oração sustenta a fé e a esperança vigilante, mantendo o nosso contato e diálogo com Deus, como fazia Jesus. É também a oração uma grande força para superar as tentações diária que antecipam já o grande combate que acontecerá no final dos tempos. O supremo modela de oração é Cristo no Jardim das Oliveiras. A palavra agonia significa luta. “Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mt 26,41). No Pai Nosso nós rezamos: “Não nos deixeis cair em tentação”.
Com a força da oração, nós escaparemos a tudo o que deve acontecer e ficaremos de pé diante de Jesus, o Juiz, o Filho do Homem.
Ninguém consegue prever o dia da própria morte. Ela vem de forma inesperada. “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha”. Quantas pessoas vivem como se não fossem morrer nunca!
Recordando o catecismo, após a morte nós iremos para um destes três lugares: ou para o céu, ou para o purgatório, ou para o inferno. O purgatório é uma morada passageira. Mas o céu e o inferno são moradas definitivas e eternas!
Na prática, a escolha do nosso lugar após a morte é feita por nós mesmos, agora, durante a nossa vida terrena. Jesus, o Juiz, vai apenas confirmar-nos naquele lugar no qual escolhemos viver aqui na terra. E ele o fará com tristeza, se morrermos longe do seu Evangelho e dos mandamentos de Deus.
Daí a importância de levarmos a sério os mandamentos de Deus. Jesus veio para nos salvar, e quer nos ver todos no Céu junto com ele. Por isso que nos deixou palavras claras, como as do Evangelho de hoje.
“Quando Jesus passar, eu quero estar no meu lugar.” Que ele nos encontre como fiéis discípulos e discípulas, obedecendo aos seus mandamentos.
Certa vez, um javali estava afiando sua presas numa pedra. Uma raposa, que passava por ali, perguntou-lhe o motivo de estar afiando suas presas se não havia nenhum caçados, cão de caça ou qualquer outra ameaça rondando o local.
O javali respondeu: “Eu faço isto periodicamente para não ser forçado a afiar minhas armas no exato momento em que tiver de usá-las”.
Que sigamos o exemplo do javali e vivamos sempre preparados, já que não sabemos o dia nem a hora em que o Senhor virá ao nosso encontro.
Maria Santíssima, a nossa Mãe, está pronta a nos ajudar. Peçamos a intercessão dela. “Maria, ó Mãe cheia de graça, protege os filhos teus! Nós queremos contigo estar no Céu!”
Ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer.



A ovelha perdida-Alexandre Soledade

9 de Dezembro- Terça - Evangelho - Mt 8,12-14


Bom dia!
Hoje, em virtude do trabalho, família, estudo, compromissos diversos, (…) torna quase utopia esperar que possamos ir atrás de cada um que passou por nossas vidas e saber por onde andam ou como estão, mas Imagino, ou pelo menos tento trazer na memória, cada ovelha que resolveu ir embora.
De fato não sabemos o motivo que a levou a fazer isso. De repente, talvez, por que um irmão foi muito duro com ela; ou em uma discussão corriqueira sobre um assunto pequeno e fútil, onde nenhuma das partes resolveu ceder e os “bicos” se bateram. Um parêntese: Imagine a cena, dois tucanos tentando comer uma mesma maça. Se um não esperar o outro, ambos ficaram sem comer e morrerão de fome. E de fato, quanto colegas, amigos, conhecidos, “morrem” de fome por se alimentar apenas do orgulho que os faz viver?
Enquanto isso (…). Imagino também a ovelha que perambula pelo mundo, que usa das suas luzes e encantos para seduzi-la, mas de fato não se preocupa com seu bem estar, se sofre, se passa fome… Vejo pessoas sem esperança e também sem chances; “ovelhas” que não se parecem mais com seres humanos. Pessoas que temos a impressão que a luz dos sonhos se apagou.
Às vezes esquecemos que por debaixo de tudo aquilo que vemos ainda existe um ser humano.
“(…) Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes”. (Mateus 25, 42-43)
Muitas vezes nós mesmos abrimos as “portas do cercado” para as ovelhas cuja lã não combina com a nossa. Abrimos as portas quando fazemos ou permitimos as críticas infundadas, quando não queremos ouvir outra opinião, quando nos esquecemos de elogiar. Quantos casamentos acabam em virtude da falta de elogios? Abrimos as cancelas quando não nos preocupamos com quem esta fraquejando ou quando cometeu um deslize.
“(…) Deixemos, pois, de nos julgar uns aos outros; antes, cuidai em não pôr um tropeço diante do vosso irmão ou dar-lhe ocasião de queda”. (Romanos 14,13)
Chego a devida conclusão que se não tenho tempo pra ajudar a buscar, que não seja eu que leve alguém a se afastar.
Nessa semana somos chamados a rever nossas atitudes para que o reino de Deus surja, pois se Ele ainda não é vivido hoje é por culpa ou da nossa omissão ou da nossa maldade inerente. O reino começa quando eu desisto de atrapalhar.
Um padre certa vez disse que pouca adianta estender meu vínculo com Deus se não melhorar, na mesma proporção a minha relação com aqueles que estão ao meu lado, pois bem aventurado não aquele que levanta as mãos e louva, mas aquele que se importa com o sofrimento do que esta ao seu lado. Se não atrapalho, já ajudo!
Depois de tudo isso pergunto: Tendo um homem 99 ovelhas e uma delas se perde, como é que arrumo tempo pra perder com “picuinhas”, tucanos e teimosos e julgamentos?
Escrevi isso ano passado, mas ao lê-lo de novo, será que algo mudou em nossa conduta?
Um imenso abraço fraterno!



O “sim” de Maria-Alexandre Soledade

8 de Dezembro- Segunda - Evangelho - Lc 1,26-38


Bom dia!
Quais são seus planos? Quais são os seus projetos para os próximos cinco ou dez anos? Será que Maria não tinha outros planos? Como seria essa história que conhecemos sem o “sim” de Maria?
“(…) Maria recebe do anjo a noticia de que seria a mãe do Messias. Como poderia acontecer isso se ela não conhece homem? Fazendo uma relação com o Evangelho de ontem, percebemos que mulheres estéreis geraram filhos por obra divina, e filhos que atuaram decisivamente na história da salvação. Maria não podia ter filhos, mas isso era fruto de sua vontade, de sua consagração virginal. E nesta “esterilidade”, Deus age. E sem a atuação de um homem, mas do próprio Espírito Santo, Maria gera no seu ventre virginal aquele que é o Senhor da história e que vai mudar radicalmente a vida das pessoas“. (reflexão proposta pela CNBB)
Um parêntese… Como entender o repúdio e às vezes a agressividade dos nossos irmãos evangélicos a pessoa de Maria? Como entender a veneração explicita a profetisas como Hulda, Mirian, ou a mulheres como Sara, Raquel, Ester, (…)? Mulheres que mudaram a história de seu povo através da ação e da fé em Deus, mas nenhuma delas foi a agraciada perante aos olhos de Dele como Maria. “(…) Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você”
Quando pergunto se Maria tinha planos é por que todo ser humano sadio tem. Temos planos desde a hora que acordamos, pois desde o planejamento diário do que farei inicialmente naquele dia a sucessão de acontecimentos que deverão acontecer para se alcançar algo maior como, por exemplo, para me formar, inicia com todo um processo longo de estudo e avaliações até sua conclusão final. E no caso de Maria, Deus não muda seus sonhos, apenas lhe acrescenta um novo projeto.
Grave isso: Deus não muda nossos sonhos, Ele apenas acrescenta novos projetos a eles. Repare que enquanto Maria meditava a gravidez, o anjo visita as aflições dela quanto ao pensar de José e revela a ele o desígnio de Deus quanto a sua jovem esposa. Dizia um amigo que quando o projeto é Deus, porta a porta, janela a janela vão se abrindo e a nós TESTEMUNHAR COM A FÉ.
Quantas pessoas foram convidadas por Deus a abraçar causas que pareciam inalcançáveis? Quantos como Isabel, Deus gerou já na velhice um novo projeto como a guarda ou a proteção de um neto? Quantos também questionaram a Deus o porquê de sua escolha para um serviço se tantos outros mais competentes, ou nosso olhar, existem?
Frei Alceu dizia certa vez, ao olhar para o presépio, que o local escolhido por Deus para Jesus nascer se construía com muito pouco. A manjedoura foi algo que representava a simplicidade daquele que estaria por vir e que fazendo uma analogia para o dia de hoje, creio eu que nosso coração, para receber Jesus nesse natal, não precise de grandes mudanças, mas de um “sim” sincero como o de Maria.
O nosso querer fica pequeno quando fazemos algo de coração. Ele se transforma numa manjedoura, talvez naquela época o local que “restou” para acolher a sagrada família, e quantos de nós em meio a sonhos e projetos pessoais para o futuro, “restou” também somente o nosso coração para receber Jesus?
Deus conhece as nossas correrias do dia-a-dia, sabe e nos vê levantar as cinco da manhã e dormir depois da meia noite. Ele não vai mudar nossos sonhos, Ele quer acompanhá-los olhando de dentro. Ao aceitar ao chamado, Deus vai preparando o caminho, a mudança, a conversão. Assim foi com Abraão, que talvez não tivesse o reconhecimento de sua fé e confiança no Senhor se não aceitasse sair de Harã. Abraão tinha um projeto, Deus potencializou.
“(…) O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos. ‘Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas as famílias da terra serão benditas em ti’. Abrão partiu como o Senhor lhe tinha dito, e Lot foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos, quando partiu de Harã” (Gênesis 12, 1-4).
Entreguemos como Maria, os nossos projetos nas mãos de Deus. Tenhamos fé, pois nenhum deles fracassará ou será deixado, ao não ser que Deus, já vislumbre algo ainda maior. Tenhamos no natal a fé nas mudanças, pois até o coração mais soberbo, egoísta ou difícil, quando recebe Jesus dentro de si com o “sim” sincero, se torna uma humilde manjedoura. “(…) Porque para Deus nada é impossível”
Um imenso abraço fraterno.


Endireitai as estradas do Senhor-Pe. Queiroz

7 de Dezembro- DOMINGO - Evangelho - Mc 1,1-8

Endireitai as estradas do Senhor.
Neste Evangelho, S. Marcos, citando o profeta Isaías, nos faz um forte convite à conversão, preparando-nos para o Natal. A graça de Deus passa por nós hoje, e quer encontrar um lugar para ficar. “Endireitai as estradas do Senhor.”
Todos os moradores da região iam ao encontro de João Batista e confessavam seus pecados. O próprio João Batista era penitente; vestia-se com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel silvestre. Foi morando no deserto que ele se treinou para essa vida. Vestir pele de camelo não deve ser nada agradável.
E João não buscava glórias para si. Pelo contrário, jogava a glória toda no Messias, seu primo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias”. Que humildade, não?
João Batista ameaçava: “Víboras que sois! Quem vos ensinou a querer fugir da ira que está para chegar?” (Lc 3,7). A cobra venenosa é astuta; ela fica escondidinha, dando uma de inofensiva, para enganar a presa. Mas depois o seu veneno é fortíssimo!
Deus coloca mensageiros seus na nossa frente, a fim de nos mover à conversão. Às vezes são pessoas humanas, às vezes não. O importante é estarmos abertos às mensagens de Deus.
Muitos perguntavam a João: “O que eu devo fazer?” Nós também podemos fazer essa pergunta, que Deus a responderá, na nossa consciência, porque no fundo nós todos sabemos a distância que existe entre a vida que levamos e a vida que Deus pede de nós.
Não é fácil, mas temos todo o tempo do advento para nos preparar para celebrar o Natal. Que o nosso Natal seja de alegria, de festa, de presentes e de doces, mas seja principalmente, a exemplo de João Batista, de mais penitência e abertura à graça de Deus.
Certamente você conhece aquela técnica usada pelos agricultores em terrenos inclinados, chamada curva de nível. São sulcos perpendiculares ao morro, amontoando a terra do lado de baixo do sulco. Assim, a água da chuva não escorre, mas fica ali empoçada, penetrando aos poucos na terra e regando as plantações.
Que tal, agora no advento, nós fazermos curvas de nível no nosso coração? Porque as graças de Deus passam continuamente por nós, como chuva. Elas passam e vão embora, se não as acolhemos.
Vai doer um pouco, mas compensa, porque depois produziremos muitos frutos, tornando-nos lavoura de Deus. Com as curvas de nível, o nosso coração, mesmo um pouco machucado, tornar-se-á mais puro, mais santo, mais feliz.
O anjo Gabriel chamou Maria de “cheia de graça”. O seu advento, o primeiro e o melhor do mundo, foi cheio de fé e centrado na pessoa de Jesus. Que o nosso seja também assim, pois é o aniversário de Jesus que vamos celebrar, e de mais ninguém. Santa Mãe do Redentor, rogai por nós!
“Santa Mãe do Redentor, do céu ó porta, ao povo que caiu, socorre e exorta, pois busca levantar-se, Virgem pura, nascendo o Criador da criatura.”
Endireitai as estradas do Senhor.
Pe. Queiroz


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

No meio de vós está aquele que vós não conheceis-Igreja Matriz de Dracena

14 de Dezembro- DOMINGO - Evangelho - Jo 1,6-8.19-28

TESTEMUNHO DA LUZ

A pessoa e a missão de Jesus é que definiram a identidade de João Batista. Este fora enviado por Deus para ser testemunho da luz. Mediante sua pregação, muitas pessoas teriam a chance de chegar à fé e serem iluminadas pela luz, que é Jesus. A atividade de João preparava a chegada de Jesus, predispondo as pessoas para recebê-lo.
O pressuposto de seu ministério era que a humanidade estava mergulhada nas trevas e, por isso, vagava errante pelo caminho do pecado e da injustiça. Se não lhes fosse oferecida uma luz, não teriam condições de superar esta situação. Entretanto, o Pai decidira resgatar o ser humano para a vida. E o fez, por meio de seu Filho Jesus, cujo ministério consistiria em ser luz para o ser humano, mostrando-lhe o caminho para o Pai.
João Batista compreendeu este projeto de Deus e se colocou a serviço dele. Sua condição de servidor do Messias estava arraigada em sua consciência. Não cedeu à tentação de pensar de si mesmo, além do que correspondia ao plano de Deus. Não lhe cabia nenhuma das identificações do Messias, em voga na teologia popular. Ele não era nem o Messias, nem Elias, nem algum dos profetas. Era, simplesmente, um servo de Deus e do seu Messias. Este título era suficiente para defini-lo. Tudo o mais não passava de especulação.
Oração 

Senhor Jesus, como João Batista, desejo colocar-me totalmente a teu serviço, dando ao mundo o testemunho de tua luz.


Elias já veio, mas não o reconheceram-Igreja Matriz de Dracena

13 de Dezembro - Sábado - Evangelho - Mt 17,10-13


QUESTIONANDO UMA DOUTRINA
Os mestres da Lei prenunciavam a vinda de Elias como sinal de realização das esperanças messiânicas. Esta doutrina fundava-se na crença de que haveria uma restauração gloriosa de Israel, por obra do Messias. Este triunfalismo foi questionado por Jesus.
A tarefa atribuída ao profeta Elias – “colocar tudo em ordem” – fora desempenhada por João Batista. Sua vida humilde e ascética impediu que os triunfalistas o reconhecessem. Só os simples foram capazes de perceber a importância da pregação do Precursor, e se deixaram batizar por ele, confessando seus pecados, dispostos a se converterem.
O destino cruel reservado ao Batista revelou a leviandade dos esquemas religiosos e políticos de seu tempo. Esperando uma manifestação espalhafatosa de Deus, que a eximisse da responsabilidade de estar sempre vigilante e em discernimento, a liderança religiosa fez-se surda aos apelos de quem exigia dela uma decisão responsável e livre. Desta forma, ela desprezou a oportunidade oferecida por Deus.
O caminho trilhado por Jesus foi idêntico ao do Batista. Despojado de qualquer pretensão mundana, fez-se solidário com os pobres e marginalizados, os deserdados deste mundo. Por isso, quem cultivava a mesma mentalidade triunfalista dos adversários do Batista jamais poderia confessá-lo como Messias. Só quem entendia que a obra de Deus acontece na contramão da mentalidade humana estava em condições de tornar-se discípulo.

Oração 
Pai, desfaze tudo quanto me impede de reconhecer em teu Filho Jesus, despojado de qualquer ambição mundana, a manifestação de teu amor pela humanidade.

Bendita és tu entre as mulheres- Igreja Matriz de Dracena

12 de Dezembro - Sexta - Evangelho - Lc 1,39-47

e bendito é o fruto do teu ventre-Igreja Matriz de Dracena
SANTIFICADA PELO AMOR
A assunção de Maria ao céu deve ser entendida no contexto da totalidade de sua vida. Sem este enraizamento histórico, correr-se-á o risco de divinizá-la, a ponto de esquecer que o desfecho de sua vida está em perfeita sintonia com sua caminhada terrena. E mais: deve ser entendida como o reconhecimento divino de sua plena adesão ao desígnio que Deus tem reservado para cada ser humano. Maria soube viver com radicalidade este projeto.
Refletindo sobre a visita de Maria a Isabel, é possível detectar o elemento centralizador de sua existência: o amor entranhado pelo próximo, caminho de santificação.
Ao saber da gravidez da prima Isabel, Maria pôs-se, apressadamente, a caminho. Sem medir esforços nem intimidar-se pelos eventuais perigos que poderia encontrar ao longo do caminho, ela se sentiu no dever de colocar-se a serviço da parenta. Assim, durante três meses, a “humilde escrava do Senhor” tornou-se a “humilde serva de Isabel”. O serviço à prima era uma forma de desdobramento do serviço a Deus. Ou então, o serviço a Deus concretizava-se no serviço à sua parenta.
Este testemunho de amor gratuito e generoso não constituiu um fato isolado na vida de Maria. Ela se dispôs a servir a Isabel, e sempre esteve disponível para servir também a quantos dela precisassem. Por isso, mereceu ser acolhida na plenitude do amor de Deus.

Oração
Espírito de amor gratuito e generoso, coloca-me no mesmo caminho de santificação trilhado por Maria, colocando-me sempre a serviço de quem carece de minha ajuda.

Não surgiu nenhum maior do que João Batista-Igreja Matriz de Dracena

11 de Dezembro- Quinta - Evangelho - Mt 11,11-15


A VIOLÊNCIA DO REINO
Como entender a afirmação de Jesus, segundo a qual “o Reino sofre violência e são os violentos que o conquistam”? Pensou-se tratar das duras renúncias exigidas dos discípulos do Reino; da violência dos que querem estabelecer o Reino pela força das armas, como queriam os zelotas; da tirania dos poderes demoníacos (dos homens perversos) que resistem ao Reino, apoderando-se dele e impedindo que outras pessoas façam parte dele, e o Reino cresça; do Reino abrindo caminho pelo mundo com violência.
Por um lado, quando Jesus começou a pregar, nos dias de João Batista, muita gente se converteu, esforçando-se para entrar no Reino. Tratando-se de uma proposta dura e exigente, era impossível acolhê-la sem abrir mão dos projetos pessoais e sem se predispor a “tomar, cada dia, a própria cruz” e pôr-se a seguir Jesus. Portanto, nada de contemporizar com o egoísmo e a maldade que corrompem o coração humano.
Por outro lado, desde o início de seu ministério, o Mestre viu-se às voltas com a violência das forças do anti-Reino, articuladas para neutralizá-lo, de modo a impedir que muitas pessoas entrassem nele. A trágica morte de João Batista serviu de presságio para o destino de Jesus.
O discípulo experimenta, pois, dois níveis de violência: um interno, enquanto combate seus vícios e pecados; e outro externo, enquanto é vítima da maldade dos inimigos do Reino.

Oração
Pai, dá-me força para combater os vícios e os pecados que me impedem de aderir plenamente ao teu Reino, e para suportar a violência dos que se opõem a ti.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas- Padre Antonio Queiroz

6 de Dezembro- Sábado - Evangelho - Mt 9,35 - 10,1.6-8


Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas.
Este Evangelho narra três coisas que Jesus fez, todas nascidas da sua compaixão pelo povo. 1) Ele percorre todas as cidades e povoados, ensinando o Evangelho e curando a todos os doentes. 2) Vendo as multidões, cansadas e abatidas como ovelhas que não têm pastor, reclama da falta de operários e pede que rezemos nesse sentido. 3) Escolhe os doze Apóstolos e os envia em missão.
Hoje, as multidões são ainda maiores, e continuam faltando operários. Que nós também sintamos compaixão e ouçamos o apelo, primeiramente para rezar, e depois para agir, dentro das nossas possibilidades. “Jesus, fogo ardente de amor e de ardor apostólico, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!”
De acordo com o plano de Deus, a salvação do mundo está nas nossas mãos. É Deus que a realiza, mas através de nós. Como Jesus chamou os apóstolos, Deus continua chamando homens e mulheres, jovens e crianças, em todos os tempos e lugares. Muitos são insensíveis, como na parábola do samaritano, passam ao lado dos abandonados e não se tocam, ou melhor, não sentem o toque de Deus, porque estão com mil outras coisas na cabeça.
“O mundo passando fome, passando fome de Deus, a decisão é tua.” No batismo e na crisma, todos já fomos chamados e enviados por Deus. Ganhamos um tesouro preciosíssimo, mas não para guardá-lo só para nós, e sim para distribuí-lo.
“Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Um trabalho que todos podemos fazer, e por isso ninguém tem desculpa diante de Deus, é a oração. “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” Você rezou hoje, pedindo operários para a messe do Senhor?
O Evangelho fala que, ao chamar os doze, Jesus deu-lhes poder, isto é, capacitou-os para a missão que lhes dava. Claro, qualquer patrão que pede um serviço ao empregado, dá-lhe os meios e, se o empregado não sabe, o patrão ou patroa ensina. Por isso, a desculpa de que não sabemos, ou não temos condições, é furada. Agora, Deus só mostra o passo seguinte para quem já deu o primeiro passo. Se a pessoa fica sentada, esperando uma orientação mais clara de Deus, esta não vem nunca.
“Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel.” São os católicos afastados que nós devemos ir buscar primeiro.
“Anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo.’” Está próximo porque Deus o realiza naquela hora. Não podemos deixar para amanhã a nossa conversão, pois poderá ser tarde demais. Deus nos visita todos os dias, e quer frutos da nossa parte. Cada vez, a passagem de Deus é diferente, e é uma oportunidade única, que não podemos perder.
“Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios.” O cristão não só anuncia o Evangelho, mas o pratica. A nossa dedicação ao próximo é integral, ao seu corpo e à sua alma, como Jesus fazia.
Nós não podemos salvar o mundo, mas podemos ajudar aquela pessoa que Deus coloca no nosso caminho.
Anos atrás foi feita uma pesquisa entre jovens universitários de uma cidade, para saber por que houve uma inversão: antigamente a maior procura era pela medicina, e hoje a maior procura é pela odontologia.
As razões apresentadas pelos entrevistados foram as seguintes: Os honorários do médico são geralmente tabelados, enquanto os do dentista são livres. O dentista é mais livre, podendo, por exemplo, viajar no fim de semana, enquanto o médico é mais preso aos seus pacientes, encontrando dificuldade até para fazer férias, às vezes.
Como vemos, pelo menos naquela cidade, os jovens se mostraram bastante egoístas, pois, na escolha da profissão, pensaram mais em si mesmos do que nos outros.
Será que não está aí um motivo por que faltam operários na messe do Senhor? Mas esses jovens entrevistados estão enganados. Jesus prometeu cem vezes mais a quem renunciar aos bens da terra para colocar-se a serviço dele e do seu Reino.
Maria Santíssima é a Rainha dos missionários, pois ela nos deu Jesus, o Missionário do Pai. Não só o gerou, mas o apresentou aos pastores, aos reis magos, aos que estavam no Templo e a tantas outras pessoas. E continua sendo missionária, nos diversos santuários marianos espalhados pelo mundo. Santa Maria, rogai por nós!
Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas.