quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DEIXEMO-NOS SER CUIDADOS PELO AGRICULTOR MAIOR! – Olívia Coutinho



III DOMINGO DA QUARESMA

Dia 03 de Março de 2013

Evangelho de Lc 13,1-9

Estamos no terceiro domingo da Quaresma!  Neste tempo litúrgico, somos convidados a olhar para Jesus e a permanecer à seus pés, na escuta atenta de suas palavras, como fez Maria de Betânia, irmã de Lázaro!
Em todos os ensinamentos de Jesus, há sempre um apelo de conversão e no tempo da Quaresma, estes apelos se intensificam ainda mais, é o amor de Jesus, querendo falar mais forte ao nosso coração, assegurando-nos que o Pai não desiste de nós!
Jesus não quer que nenhum de nós se perca, por isto, a todo instante, Ele nos chama a conversão, trata-se de uma conversão sincera, que nos leve ao arrependimento e ao perdão, uma conversão diária, afinal, são muitos inimigos do projeto de Deus, tentando nos tirar do caminho.
A conversão, ou seja, uma mudança de vida, exige de nós, um exercício constante, pois recomeçar uma vida nova, requer um contante voltar atrás, um reencontro com os valores que desprezamos, uma reparação dos erros que cometemos, do mal que causamos a tantas pessoas, que ficaram machucadas, feridas pelas nossas atitudes não cristãs.
Estamos nos preparando para vivermos de maneira intensa o momento mais importante do ano litúrgico: !A PÁSCOA DO SENHOR JESUS! É imprescindível  que tenhamos uma boa preparação, para  chegarmos a este grande momento  com o Espírito renovado! Portanto, não percamos  tempo, o momento nos convida a viver melhor, a sermos  mais santos, mais atentos aos clamores dos irmãos e mais abertos a graça de Deus!
O Evangelho que a liturgia de hoje nos apresenta, chega até a nós, como um convite a uma transformação radical de vida, a uma mudança de mentalidade, que deve nos levar a colocar os valores do evangelho como ponto central do nosso existir.
O texto é composto por duas partes, na primeira parte, vemos Jesus recebendo a notícia da morte trágica de alguns galileus, mortos a mando de Pilatos. As pessoas que lhe deram esta notícia, esperavam que Jesus  tivesse algo a dizer sobre tal atrocidade, mas Jesus, não se ocupa com aqueles que haviam partido deste mundo e sim com aqueles que estavam ali presentes, afinal, esses,  tinha a oportunidade de terem uma sorte melhor do que a má sorte dos galileus mortos, ou seja: a chance de conversão, de não terem a vida eterna ceifada pelo pecado, bastava-lhes uma conversão de vida.  
Para facilitar ainda mais a compreensão do que Ele  queria  transmitir, Jesus acrescenta outro fato que aconteceu com dezoito homens que  foram mortos em Jerusalém, na queda da torre de Siloé. Tanto no primeiro  fato, como no segundo,  Jesus  adverte a  todos, sobre a necessidade da  conversão. É também seu desejo, tirar de nós, a ideia  de que as  tragédias, sejam castigo de  Deus. Jesus quer  abolir essa idéia erronia, herdada  do antigo testamento, mostrando ao povo de ontem e de hoje,  que  Deus só sabe  amar, que Ele ama  bons e maus, com a mesma intensidade! Deus não escolhe quem deve sofrer ou não, as tragédias, são de responsabilidades humanas e não castigo de Deus.
Na segunda parte do evangelho, Jesus conta a parábola da figueira, que nos fala da paciência de Deus para com cada um de nós, como podemos perceber,  é mais um apelo de   conversão!
 Todos nós precisamos de conversão. À figueira, foi dada uma nova chance e a nós, inúmeras chances,  portanto, não temos tempo a perder, a nossa chance  é agora, agarremo-la, pode ser, que não haja mais tempo para uma outra chance!
Deixemo-nos ser cuidados   pelo agricultor maior, sem medo do sofrimento  das podas, afinal, Deus nos plantou aqui na terra, para produzir frutos  e não  para ficarmos inúteis.
O caminho de Jesus é o caminho do amor, para Ele não há justificativa para o mal se fomos criados por amor e para o amor.

FIQUE NA PAZ DE JESUS - Olívia

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

EVITAR OS ESCÂNDALOS -Alexandre Soledade



Bom dia!
Já perdi as contas quantas vezes ouvi alguém dizer ou afirmar que os “piores estão dentro da igreja”. De fato estão e talvez também não estejam, depende do critério que adotamos. No entanto independentemente do critério, em ambos os casos, temos os piores exemplos.
Sim! Temos os piores exemplos em ambas as pontas. Veja! Piores exemplos e NÃO piores pessoas.
Os piores exemplos dos “de fora” (…)
Quem não esta na igreja e vê esse fato como vitória sobre quem tem um gosto diferente; quem ofende ou trata alguém diferenciadamente porque tem uma postura ou valores cristãos; quem caçoa ou ridiculariza o filho que quer ser coroinha, acólito ou seguir uma vocação religiosa; quem incentiva a outros (namorados, amigos, parentes) a se afastarem; quem só procura a benção da igreja movida por medo, status ou visualização social, ou seja, aqueles que só vão a igreja em datas festivas ou de profunda tristeza (casamento, sétimo dia, formaturas, batizados) e ainda ficam olhando no relógio “doidos” para ir embora. Que usam a catequese como babá dos seus filhos para poder ficar em casa assistindo futebol, (…).
“(…) Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é a força salvadora de Deus para todo aquele que crê, primeiro para o judeu, mas também para o grego. Nele se revela a justiça de Deus, que vem pela fé e conduz à fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”. Ao mesmo tempo revela-se, lá do céu, a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça humana, daqueles que por sua injustiça reprimem a verdade. Pois o que de Deus se pode conhecer é a eles manifesto, já que Deus mesmo lhes deu esse conhecimento. De fato, as perfeições invisíveis de Deus — não somente seu poder eterno, mas também a sua eterna divindade — são claramente conhecidas, através de suas obras, desde a criação do mundo. Portanto, eles não têm desculpa: apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu”. (Romanos 1, 16-21)
Os piores exemplos dos “de dentro” são os narrados por Jesus no Evangelho de hoje.
Aquele que “vira dono da igreja”; que faz acordos para se eleger coordenador de um movimento ou pastoral; que só participa visando criticar; que afasta as pessoas; que implica por tudo e por coisas pequenas; que cobra regras, mas não as segue; que punem a comunidade por orgulho; que não vê seus próprios defeitos; que fazem da homilia um desabafo; que toca pensando que é show; que fala mais que o padre; (…). Engraçado! Toda boa comunidade tem desses tipos “pitorescos”
Mas será que são os piores? Não, não são! Como também não são aqueles que são criticados por esses “santos”.
Apesar de estarem equivocados quanto à forma de conduzir sua vida em relação aos outros, são pessoas que ainda buscam ficar do lado certo. O “dono da igreja” me lembra o namorado que de tanto amor “morre” de ciúmes da namorada. Não quer que ninguém converse com ela e tawls. É estranho, amor demais que vira ciúme! Só ele (a) esta certo; só ele (a) resolve… (risos), só ele será salvo.. É um tremendo contra censo com a mensagem de hoje. “(…) Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido”.
Quantas vezes já nos pegamos fazendo algumas dessas situações também? Quaresma é um tempo propício para rever posturas… Reflitamos a primeira leitura
“(…) Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva”. (Isaias 1, 16-17)
Um imenso abraço fraterno!




IGNORAR O POBRE, É IGNORAR O PRÓPRIO JESUS! - Olívia Coutinho




28 de Fevereiro de 2013

Evangelho – Lc 16,19-31
Quaresma, tempo de oração, de jejum e penitencia!  Hoje, a igreja pensa o jejum, olhando para milhões de pessoas que fazem um jejum forçado pelas condições de uma pobreza e de uma vergonhosa miséria a que são submetidos, conseqüência da ganância  de uns poucos. O espírito da quaresma deve  nos levar a rezar e a dinamizar a justiça e a defesa dos direitos de todos.
O Evangelho de hoje,  narra a parábola do rico e do Lázaro, é  Jesus, nos alertando através de uma história, sobre o cuidado que devemos ter com os pobres!
Podemos perceber nesta parábola, que Jesus só cita o nome do pobre: "Lázaro," o que vem nos reafirmar que os pobres são os seus prediletos!
 O rico desta parábola, não maltratava Lázaro, (o pobre) ele simplesmente o ignorava, com isso, perdeu a oportunidade de colocar em pratica a palavra de Deus, a sua condenação, não foi pelo fato dele ser rico e sim, pelo bem que  deixou de fazer.
O conceito de pobre e rico para Jesus, é diferente do nosso conceito, para nós,  pobre é todo aquele que não possui bens e rico, é todo aquele que possui muitos bens. Enquanto que para Jesus, podre, é todo aquele que se esvazia de si mesmo, para se tornar dependente da graça de  Deus, independente dele ter, ou não ter bens materiais. Já o rico para Jesus, é todo aquele que acumula bens, que se fecha em si mesmo, que não sente necessitado de Deus! Por tanto, aos olhos de Jesus, existem pobres de bens materiais que são ricos em ganância e soberba, e ricos, que não são escravos de seus bens, porque  têm o espírito cristão.
Podemos comparar o rico desta história, com a elite da sociedade de hoje, nossos governantes, os responsáveis pela distribuição de renda e também com os que se dizem cristãos, que  mesmo não sendo da alta sociedade, não tem compromisso com o evangelho, ignoram o que é de mais precioso para Deus: os pequeninos, os pobres!
O Lázaro, representa o povo ignorado, sofrido e oprimido. Existem muitos Lázaros espalhados pelo mundo afora, passando fome, sedentos de amor, morrendo nas portas dos hospitais sem atendimento médico, diante dos olhares insensíveis daqueles que poderiam encontrar a solução  para seus problemas.  
Outra coisa que deve  chamar a nossa atenção, é que Lázaro, mesmo sendo pobre, doente, não reclamava da vida, pois tinha confiança na promessa de Deus!
Jesus diz claramente que é impossível transpor o abismo que separa o inferno do paraíso. A ponte que nos liga ao céu, deve ser construída aqui na terra, através de nossos  gestos concretos, depois que partirmos deste mundo, será tarde demais!
Como seguidores de Jesus, não precisamos esperar que o pobre venha até a nós, para que possamos ajudá-lo, a exemplo de Jesus,  devemos ir até ele, certificar de suas necessidades, conhecer a sua história, demonstrar interesse por ele. A fome do pobre, nem  sempre é de pão, muitas  vezes, a sua fome, é fome  de amor!
 É bom tomarmos consciência de que no nosso julgamento final, seremos cobrados pelo bem que deixamos de fazer!
No pobre está estampado o semblante de Jesus!
Ignorá-lo, é ignorar o próprio Jesus!

FIQUE NA PAZ DE JESUS - Olívia

-Não seja incrédulo, mais sim, fiel! - José Salviano



II DOMINGO DA PÁSCOA

D07 de Abril de 2013 - Ano C

Não seja incrédulo, mais sim, fiel!

       Prezados irmãos. Neste domingo em que continuamos a celebração da Páscoa, a liturgia nos mostra a 4ª prova da Ressurreição de Jesus Cristo.  Domingo passado apresentamos dez provas deste fato inesquecível, que alimenta a nossa fé.

 

            Estamos aqui reunidos para celebrar a Páscoa de Jesus, a qual se manifesta em todos aqueles que vivem e promovem a paz, a solidariedade, a caridade, e a reconciliação. Apesar de sermos pecadores, nós acreditamos que Jesus Cristo é o nosso Senhor e Redentor, e que Ele foi ressuscitado dentre os mortos pelo Pai, e que está vivo para nunca mais morrer.

            Jesus ao entrar no lugar onde os discípulos estavam com as portas fechadas, disse a Tomé "Não sejas incrédulo, mais fiel"

            Tomé era um homem bom mas vacilava na fé. Tinha dúvidas se realmente Jesus era Deus, e se Ele realmente teria ressuscitado. Depois daquela experiência direta com Jesus e ao ver as cicatrizes em suas mãos, Tomé sentiu-se envergonhado  e reconheceu em Jesus, o Ressuscitado bem ali na sua  frente, e expressou isso dizendo: "Meus Senhor e meu Deus!".

            Meus irmãos. Roguemos a Deus para que a nossa fé nunca seja vacilante. Que a nossa fé seja total, sem reserva, que ela penetre cada vez mais a nossa mente, que nossos pensamentos dominantes sejam tomados da palavra de Cristo na maior parte do nosso dia, para que e assim, possamos: ver, julgar e agir de acordo com a vontade do Pai.

            Peçamos a Deus que a nossa fé seja livre, isto é, que ela seja fruto da nossa adesão pessoal, de modo que sejamos capazes de renunciar a tudo o que nos afasta dos caminhos da casa do Pai, que a nossa fé seja a expressão do que há de mais decisivo em nossas pessoas.

            Caríssimos. Que a nossa fé seja baseada nas verdades de Cristo, na sua vida, e nas provas da sua ressurreição, assim como das provas de sua divindade, ou seja, os seus milagres. Assim teremos uma fé científica, e não uma fé ingênua. Teremos uma fé forte, resistente a todas as contradições do mundo de hoje, o qual nos apresenta tudo o que nos afasta das verdades reveladas por Jesus. Desse modo, sendo portadores de uma super fé, não temos medo daqueles que a contestam, que a contradizem, que a negam, que a atacam, que a recusam,  e que procuram nos arrastar para a lama da correnteza da ilusão de uma vida fácil, e de prazeres sem limites.

            Que a nossa fé seja diariamente fortificada pela leitura, pela meditação, pela Eucaristia, pela oração e pelo esforço de nos aproximar cada vez mais da verdade de Jesus, e de nos afastar de tudo o que mentiroso, enganoso, e perigoso para a salvação da nossa alma.

            Que a nossa fé seja resistente ao desgaste das críticas dos nossos amigos que por sua vez não crendo, fazem de tudo para nos tirar do caminho da verdade. E o pior é que muitas vezes conseguem!

 

            Que a nossa fé seja firme diante das falsas verdades dialéticas, das falsas verdades de outras seitas e religiões criadas por seres humanos.

            Que a nossa fé seja alegre, de uma alegria sincera e contagiante baseada na esperança das promessas de Cristo. Que a nossa fé seja capaz de nos preencher, e de fazer perceber que só a Santíssima Trindade nos basta, e assim, sejamos capazes de transbordar e irradiar essa paz verdadeira aos demais irmãos. 

            Que a nossa fé não seja egoísta, ou seja, que não pretendamos ter Jesus somente para nós. A nossa fé tem de ser atuante, disponível, compartilhada, pois devemos reparti-la com os nossos irmãos através da catequese que pode ser pela palavra, pelo testemunho e pelo nosso exemplo.

            Finalmente, que a nossa fé seja acima de tudo humilde, que nunca nos julguemos mais, ou melhores que ninguém, que não tenhamos nunca a presunção de nos julgarmos salvos pela vida que levamos.

            Irmãos. Que a nossa fé não seja uma fé morna, uma fé apenas social, uma fé de fachada, mas que ela seja uma fé autêntica e atuante, uma fé Católica, apostólica - romana.

            Na primeira leitura, vemos os primeiros catequistas, ou seja, os apóstolos a todo vapor espalhando a fé por onde passavam. Meus irmãos. E nós, o que estamos esperando? Um convite especial de Deus descendo numa nuvem e chamando o nosso nome para catequizar?   Os apóstolos foram chamados e impulsionados pelo amor de Cristo saíram por toda a parte a anunciar a Boa Notícia que era um tesouro preservado por seus sucessores. Nós todos somos chamados a continuar o trabalho iniciado pelos apóstolos, ou seja, a anunciar a fé, porém é necessário primeiro que a vivamos, para depois partilhar, celebrando-a na palavra, na Eucaristia e na oração.
            Os apóstolos iniciaram a Catequese no mundo, ou seja, eles realizaram um trabalho gigantesco, do primeiro anúncio do Evangelho, numa pregação missionária por muitos lugares, com o objetivo de suscitar a fé onde ninguém ou quase ninguém teria ouvido falar de Jesus Cristo. Enfrentaram muitos tipos de dificuldades, porém não se esmoreceram. Pois sabiam que o Espírito de Deus estava com eles, e uma prova disso era o poder de cura que eles tinham.
            Nós também somos apóstolos de Cristo, somos chamados a ensinar a palavra de Deus anunciada por Jesus, a fim de conquistar tantos quanto podemos para o Reino de Deus. Porém, é bom lembrar que uns são chamados de forma especial por Deus, para trabalhar no Ministério da pregação, ou seja, na catequese, para transmitir o mistério da nossa fé, através da transmissão da verdade revelada por Deus.
            A Catequese não deve ser uma iniciativa isolada, mas sim deve ser realizada por intermédio da Igreja, a qual é a coluna e o sustentáculo da verdade revelada, tendo a missão de guardar fielmente a fé, conservando integralmente a memória das palavras de Cristo, continuando os trabalhos iniciados pelos apóstolos, que é a transmissão da fé, como uma mãe que ensina a seus filhos a falar a linguagem de Deus, e a fazer a vontade do Pai, para que um dia tenhamos a alegria de merecermos a vida Eterna.

José Salviano.

 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

“Eu quero o amor mais que os sacrifícios ... - Diac. José da Cruz



09 de março - Sábado
- Diac. José da Cruz
SÁBADO DA III SEMANA DA QUARESMA 09.03.20134
1ª Leitura Oséias 6, 1-6
Salmo (Oséias 6,6) “Eu quero o amor mais que os sacrifícios e o conhecimento de Deus mais que os holocaustos”
Evangelho Lucas 18, 9-14
O Evangelho de hoje nos mostra o que há por trás da Oração. Um salmo afirma que “A boca proclama aquilo do qual o coração está cheio” e por isso, quem é arrogante e prepotente, dominado pela soberba, não consegue tirar a “Carapuça” nem na hora de rezar, colocando-se diante de Deus como uma pessoa Santa, Piedosa e Justa, comparada com as demais. Eu cansei de ouvir certas invocações da Oração dos Fiéis, que foram elaboradas por alguém que tem problemas de relacionamento com algum irmão, com o Padre, Diácono, Ministro ou Catequista.
“Rezemos pelo nosso padre, para que se converta verdadeiramente a Cristo, rezemos ao Senhor”  Por trás dessa fórmula está a denúncia de que o Padre tem algum pecado público gravíssimo e ainda não é um convertido.
Rezemos para que o Movimento tal se comprometa mais com o autêntico evangelho de Cristo. Rezemos ao Senhor. Aqui o autor da oração está dizendo que o Movimento tal não prega e nem vive o Evangelho.
Rezemos para que aquela jovem do Grupo de jovens, que está grávida, acolha com amor a criança e não busque no aborto a saída para o seu namoro que deu errado. Rezemos ao Senhor. E só faltava a oração ser mais explícita, como essa “Rezemos para que aquele Ministro Sem Vergonha, pare de agredir a esposa e deixe a bebida. Rezemos ao Senhor...Em todas essas orações, o autor se julga Santo e irrepreensível diante de Deus.
Eis aí se repetindo a história da oração do Fariseu e do Publicano, que longe de querer pedir ajuda Divina, em todos esses casos, o que faz na verdade é denunciar publicamente os pecados dessas pessoas. Na minha comunidade isso já ocorreu não de maneira explícita como aqui coloquei, mas de maneira velada...o que é ainda pior.
Que tipos de sentimentos tais orações despertam na assembleia? Certamente que os piores possíveis, eu ouvi de alguém , após a celebração, essa afirmativa “Então a menina do Grupo de jovens está grávida e tentando abortar, sempre soube que ela era da “Pá Virada”, e ainda pousa de santinha na comunidade...”
O evangelho deixa claro que orações assim não justificam a ninguém, e o que é uma oração justificada? Aquela que em nosso coração temos a certeza de que Deus ouviu. Por isso o Publicado, lá no último banco, de cabeça baixa e contrito, ao reconhecer o seu pecado, tendo certeza de que Deus o ama apesar disso, clamou por Misericórdia e foi atendido, voltando para casa satisfeito, por saber que a sua oração chegou até o Céu.
Quanto a oração do nosso amigo Fariseu, bem como as fórmulas da Oração dos Fiéis que citei como exemplo, podem ter certeza de que “O Email voltou”...

“Sou eu, o Senhor, Teu Deus, eu que te retirei do Egito - - Diac. José da Cruz


08 de março -Sexta Feira.
- Diac. José da Cruz
SEXTA FEIRA DA III SEMANA DA QUARESMA 08.03.2013
1ª Leitura Oséias 14, 2-10
Salmo 80 (81) .9 a 11 “Sou eu, o Senhor, Teu Deus, eu que te retirei do Egito”
                                            Evangelho Marcos 12, 28b -34
Muitas vezes nos evangelhos, algumas pessoas importantes que se aproximam de Jesus para o interrogá-lo, entre elas Escribas e Doutores da Lei, já o rejeitaram e só estão a procura de um argumento para denunciá-lo ao Conselho visando a sua condenação e morte.
Mas no evangelho de hoje esse Escriba procurou Jesus com sinceridade para lhe perguntar qual era o Mandamento mais importante de toda a Lei de Moisés.
Jesus mostra com absoluta clareza aquilo que está no centro da Lei “O amor sem medidas para com Deus, em primeiro lugar, e o amor ao próximo” que é tão importante quanto o primeiro, e que , no dizer de Jesus, não há nenhum outro que supere esses dois.
É fácil percebermos quando a pessoa que se aproxima de Jesus para conhecê-lo e experimentá-lo, está a procura de algo novo. Basta ver o entusiasmo na concordância com a Palavra “Perfeitamente Mestre, dissestes bem...”. E o Escriba repetiu exatamente, palavra por palavra, o ensinamento que Jesus acabara de fazer, respondendo a sua pergunta e ainda fez uma bela interpretação “Esse amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios”. O Escriba captou que algo bem maior e mais profundo do que as Verdades do Judaísmo estava ali diante dele, trazido por Jesus, o grande Mestre.
Vivemos em uma sociedade que até conhece e crê em Jesus, mas que dificilmente concorda com a sua Palavra e o seu ensinamento, centralizado na preservação da Vida e da Dignidade humana, em um Reino pautado pela Justiça e Igualdade. Basta ver o que a nefasta cultura da pós Modernidade apregoa sobre aborto, divórcio, eutanásia e outros pontos que contrariam totalmente esse Amor a Deus e ao próximo.
Jesus ao final da conversa encheu o coração daquele Escriba de alegria e esperança quando lhe disse “Na verdade não estás longe do Reino de Deus”. Certamente não dirá o mesmo do Homem ateu da pós modernidade, perdido na sua arrogância, prepotência e Egocentrismo, sempre pensando que o Homem é o Centro do Mundo. Quanta ilusão.....


Não vos torneis endurecidos... - Diac. José da Cruz


07 de março - quinta feira
- Diac. José da Cruz
QUINTA FEIRA DA III SEMANA DA QUARESMA 07.03.2013
1ª Leitura Jeremias 7, 23-28
Salmo 94 (95), 8  “Não vos torneis endurecidos como em Meriba, como no dia de Massa no deserto”
Evangelho Lucas 11, 14-23
Tive uma pessoa de minhas relações que enveredou pelos caminhos do mal e tornou-se traficante. Morávamos no mesmo bairro e quando nos encontrávamos de vez em quando, ele me oferecia proteção e segurança, dizendo que se alguém importunasse a mim ou a minha família, bastava dizer que era amigo dele, e o delinquente não nos faria nenhum mal, porque ele era muito temido no mundo do crime. Hoje em dia vem sendo muito comum essa inversão de valores, e nas grandes favelas os traficantes tornam-se ídolos da população, por oferecer segurança e proteção a todos.
As pessoas que aceitam isso estão subestimando as forças do bem e se aliando as forças do mal, é a inversão de valores onde aquele que pratica o mal explicitamente, toma a aparência do bem.
No evangelho de hoje os adversários de Jesus, não tendo argumentos diante dos seus ensinamentos e prodígios realizados, solidificando a supremacia do Bem que é o Reino de Deus, atribuem suas obras as Forças do Mal, sendo imediatamente desmascarados por Jesus.
Também podemos em uma releitura mais detalhada, percebermos aqui a crítica contundente de Jesus contra as Lideranças Religiosas daquele tempo, que não falavam uma mesma linguagem e era como se eles lhes dissesse “Até as Forças do Mal são unidas e têm uma mesma e única meta“. Nas nossas comunidades e nas do evangelista Lucas isso também acontece: somos todos batizados, cremos em um único Deus manifestado em Jesus, uma única Fé e uma única Igreja entretanto, nem sempre prevalece a comunhão de Vida e o Espírito Comunitário e certas pastorais e Movimentos não estão ali para SOMAR, mas sim para dividir, e não é culpa da Pastoral ou do Movimento, são as pessoas com aquilo que trazem no coração e na mente.
A Comunidade age em nome e no Poder de Cristo Jesus e todo e qualquer trabalho deve ser sempre direcionado para o Bem e não para o Mal. O que acontece é que muitas vezes o Mal se infiltra na Comunidade e como esses interlocutores de Jesus, começam a criticar tudo de bom que há na comunidade, querendo inverter o quadro e alegando que são ações do Mal. Jesus desmascara as Forças do Mal, que dividem e hostilizam o Reino....Sejamos prudentes e fiquemos de olhos bem abertos, pois nem a comunidade escapa da ação do Malígno....
 

louva, ó Jerusalém... - Diac. José da Cruz


06 de março - quarta feira
- Diac. José da Cruz
QUARTA FEIRA DA III SEMANA DA QUARESMA 06.03.2013
1ª Leitura Deuteronômio 4, 1.5-9
Salmo  147 (147b), 12 a “ louva, ó Jerusalém, o Senhor, louva o teu Deus, ó Sião”
Evangelho Mateus 5, 17-19

Quando estamos viajando para um lugar que não conhecemos, ao avistarmos na estrada alguma placa indicativa da cidade onde queremos chegar, a gente se alegra e pensa “Estou na direção certa”. Claro que hoje em dia com o GPS a viagem ficou bem mais fácil, mas eu que gosto de uma aventura, não costumo fazer uso desse instrumento.
Imaginem eu parar na placa e ficar ali curtindo o fato de estar certo, seria uma grande idiotice, as vezes a placa indica que aquele é o caminho, mas a cidade ainda está super longe. Os rigorosos Fariseus ficaram parados na Placa Indicativa do Antigo Testamento, na Lei de Moisés e dos Profetas. Não queriam compreender que a Lei e as Profecias acenavam apenas a direção a seguir, para algo mais valioso que estava á frente.
Jesus nunca mandou arrancar as placas indicativas do Antigo Testamento, muito presentes na História e na Vida do Povo de Israel, ao contrário sempre as valorizou, mas queria apenas mostrar, que aquilo que a Lei e os Profetas indicavam, já havia chegado no meio deles. Violar mandamentos é arrancar as placas indicativas, levando a perdição os que vêm mais atrás, é menosprezar as orientações que Deus havia dado no Decálogo.
Quem valorizar as normas e doutrinas da Igreja, as Santas Leis de Deus, sempre vendo-as como Placas que indicam o caminho a seguir, para quem quiser se encontrar com Deus manifestado e presente em Jesus de Nazaré, será engrandecido no Reino de Deus, porque ajudou o outro a encontrar a direção certa.
Uma constatação: quando voltamos das viagem, ninguém mais perde tempo olhando as placas, porque já conhece o caminho e já se chegou aonde queria. Por esta razão o apóstolo Paulo diz “Quem ama, já cumpre toda Lei”.


“A Paciência não têm limites” - Diac. José da Cruz


05 de março-Terça Feira

TERÇA FEIRA DA III SEMANA DA QUARESMA 05.02.2013
1ª  Leitura Daniel 3, 25. 34-43
Salmo 24 (25), 6 a “Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias”
Evangelho Mateus 18, 21-35

                                 “A Paciência não têm limites” - Diac. José da Cruz
O pronome possessivo “meu irmão”, presente na pergunta que Pedro dirige ao Mestre  explicita que se trata das relações entre os irmãos e irmãs da comunidade. O ensinamento está portanto na vida em comunidade e não fora, a meu ver algo bem mais difícil, pois a pessoa a quem devemos perdoar não é um estranho que nos ofendeu em uma ocasião, e que depois dificilmente iremos nos encontrar com ele. Certa vez um sujeito que eu não conhecia, me derrubou da bicicleta ao empurrar-me quando eu passei pedalando perto dele. Vim embora com os cotovelos ralados e foi fácil perdoá-lo, nunca mais o vi em minha vida.
O perdão a que se refere o evangelho é para aquela pessoa que se vê todo dia e que se convive na comunidade, na pastoral, na catequese, no ministério ou no movimento. E por que é muito mais difícil de perdoá-lo ? Porque cada vez que o vemos ao nosso lado ou á nossa frente, vamos lembrar sua falta pois o nosso subconsciente armazena muito bem os detalhes da ofensa recebida. Por isso, quando dizemos “Nem me lembro mais do mal que ele, ou ela, me fez”, estamos sendo no mínimo hipócritas.
Pedro exagerou ao colocar sete, como a quantia de vezes a ser perdoada, pois, com as pessoas mais próximas do relacionamento, como esposa ou parentes, perdoar três vezes estava de muito bom tamanho para os Judeus. Jesus não se deixa levar por números dessa matemática mesquinha e miserável na relação com os irmãos e irmãs de comunidade, mas procura mostrar, através da parábola, como Deus se relaciona com o Homem nessa questão.
Nas nossas comunidades há muitos relacionamentos que têm como parâmetro essa matemática de Pedro, quantas pessoas que desistem de viver em comunidade, porque chegou no limite da sua capacidade de amar e perdoar, passou de sete vezes e preferiu cair fora porque o padre, o diácono, o ministro ou seja lá quem for, é intragável e insuportável. Essas pessoas migram para outras Paróquias ou até Igrejas, na ilusão de que vão encontrar uma comunidade perfeita, com pessoas angelicais, de relações sempre harmoniosas. Na vida conjugal e familiar, que é também a pequena comunidade, casais de relações sólidas e testemunhos estupendos na vida cristã, de repente se separam, porque um deles passou dos limites, estourando a quota estabelecida, e o outro não aguentou.
O amor de Deus, sua misericórdia e paciência para com todos nós, é eterno, infinito e sem limites. O atestado de que somos todos Filhos e filhas de Deus, não está em algum carisma prodigioso ou em coisas fantásticas que somos capazes de fazer, mas sim em amar sinceramente as pessoas com quem convivemos na Igreja e na Família, aceitando-as do jeito que elas são, com suas fraquezas e defeitos, pois....é exatamente assim que DEUS NOS AMA !