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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Poder, opressão e exploração-Diac. José da Cruz

SEGUNDA FEIRA DA 26ª SEMANA DO TC 26/09/2016
Jó 1, 6-22
Salmo 16/17,6b "Inclinai vossos ouvidos para mim,escutai a minha voz”
Evangelho Lucas 9, 46-50
Entendemos mal o significado da palavra “Poder”

A palavra "poder" ganhou uma conotação do mal, por causa da opressão e da exploração, de alguns que ocupam o Poder, e a famigerada "busca do poder" virou sinônimo de coisa ruim, proveniente do malígno, algo que corrompe. Entretanto, basta ligarmos a palavra ao seu sentido correto que é a Possibilidade, poder, portanto, vem de possibilidade de fazer coisas e agir.
Na comunidade há pessoas que tem pouca possibilidade de fazer algo, outras, ao contrário, pela responsabilidade que tem, podem e devem fazer muito mais, pois tanto um quanto outro são carismas que Deus concedeu. Entre um irmão que se ocupa humildemente da limpeza do templo, e outro que tem a função de coordenar a comunidade, este último pode mais, não no sentido de mandar, de ser o maioral e o mais importante, mas no sentido de fazer, implementando as ações das quais a comunidade têm necessidade.
O Pároco tem Poder em uma paróquia, que poder é esse? As possibilidades decorrentes do ministério específico que exerce, nesse sentido ele pode muito mais que todos, e por isso mesmo deve fazer mais do que todos. O Senhor Bispo Diocesano pode muito mais, e deve fazer mais do que todos, o seu trabalho de supervisor. A questão não é o que fazemos, mas como fazemos...
Não podemos nos esquecer que o próprio Senhor, delegou a Pedro a Chefia da Igreja, nunca no sentido de ficar dando ordens, e ser o todo poderoso chefão, mas no sentido de fazer muito mais que os outros. Mas os discípulos não haviam, compreendido isso, e os cristãos dos nossos tempos também não....Pensavam em qual deles era o mais importante, o maioral, aquele que tinha de ser obedecido, e que dominaria sobre os demais....Jesus não desmonta a hierarquia, ao contrário, lhe dá um significado novo. Poder torna-se sinônimo de serviço e nessa ótica, o todo Poderoso é aquele que serve. O próprio Jesus usa o seu Poder para tornar-se um Servo, eis aí algo que o homem nunca conseguirá compreender, um Deus Todo Poderoso que se faz servo.
Mas servir a quem ? Na sociedade, servir a alguém poderoso dá status e prestígio, mas servir aos miseráveis, marginalizados, sem voz e sem poder algum, um morador de rua, um dependente químico, que recebe carinho e atenção, como ele poderá retribuir? Por isso Jesus faz a dinâmica do acolhimento e serviço,colocando no meio deles uma criança, mostrando então que esses pequenos, totalmente dependentes, devem ser o centro das atenções dos servos e servas de Deus. Quanto mais insignificante for a pessoa a quem se serve, mais autêntico será o amor manifestado, porque é sempre feito em nome de Jesus de Nazaré, o Deus que inverteu o quadro e se fez um Deus Servidor dos Homens, por isso agora vem até eles naqueles que têm necessidades.
Por isso quando alguém de fora do grupo, anuncia o evangelho, realiza curas e prodígios, em sintonia com Jesus, o que lhe dá autenticidade é a ação em si, e não a fachada religiosa a qual pertence. Não dá para monopolizar o amor e por isso Jesus censura os discípulos que o haviam proibido de fazê-lo em nome de Jesus, se o que se faz em nome de Jesus, é um ato de amor, seja no anncio da Palavra libertadora, ou em um gesto de solidariedade com quem sofre e passa alguma necessidade, essa ação torna-se autêntica e ninguém poderá impedi-la de ser feita... (Diáconjo José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – Email jotacruz3051@gmail.com.)


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