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terça-feira, 11 de agosto de 2015

PERDÃO NÃO TEM LIMITES – Maria de Lourdes Cury Macedo



Quinta-feira, 13 de agosto de 2015.

Evangelho de São Mateus 18, 21-19,1    

Só Deus perdoa com perfeição porque Perdoar é um ato de amor, de decisão, de misericórdia, de graça e só Deus possui esses atributos plenamente.
Perdoar é: não guardar nenhuma ofensa contra a outra pessoa que nos ofendeu, seja lá o que for. Por isso para nós seres humanos Perdoar é uma das lições mais difíceis de realizarmos. Nem sempre conseguimos zerar tudo, limpar, deletar nossas mágoas.
A palavra “perdão” significa limpar a conta, cancelar a dívida.
Jesus nos ensina que não devemos guardar rancor, ressentimentos em nosso coração. Não devemos permitir que as coisas do mundo, os erros humanos, nos levem a odiar a pessoa que nos ofendeu ou magoou.
Perdoar é a nova lei, a lei que Jesus nos ensinou e veio instalar entre nós. A lei nova de Jesus é superior à antiga Lei. A lei antiga denunciava o erro, o pecado e levava ao castigo, até a morte. Era olho por olho e dente por dente. A lei do Evangelho é diferente, tem por base o amor. Foi o amor que levou o Filho de Deus fazer-se homem e revelar aos homens que o próprio Deus é amor. Que Deus nos ama e nos amou primeiro. Se nós amamos a Deus é porque Ele nos amou primeiro. Deus é misericordioso e bondoso, — pronto para nos perdoar dos nossos pecados!
É o que o Salmo 102 fala do Senhor a respeito do perdão: “O Senhor é o Deus de compaixão e de piedade é Ele que perdoa as tuas faltas, e sara as tuas enfermidades. O Senhor é bom e misericordioso, lento para a cólera e cheio de amor e fidelidade. Ele não está sempre a repreender. Nem eterno é o seu ressentimento. Não nos trata segundo os nossos pecados. Nem nos castiga em proporção de nossas faltas.”
Deus tem amor para todos e deseja sempre nos perdoar, desde que nos arrependamos e pedimos o seu perdão.
Valor do Perdão
         Jesus é o sinal do Pai no mundo. Ele nos revelou quem é Deus, o seu amor, a sua misericórdia, a sua paciência, a sua bondade para conosco, enfim tudo o que Deus é. Jesus institui a Igreja e disse que nós somos a sua igreja, povo que caminha e que devemos demonstrar, revelar Jesus para os irmãos com nossas atitudes e gestos de amor, palavras, modo de ser, de pensar.  Hoje nós somos o outro Cristo para o nosso próximo. Somos a boca de Jesus, o seu ouvido, as suas mãos, os seus braços, os seus pés. Portanto devemos agir como Jesus, sendo bondoso, amoroso, perdoando aqueles que nos ofendeu.
Jesus nos ensinou na oração do Pai-nosso que devemos perdoar. Ele nos ensinou assim: “perdoai-nos a nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu.” Primeiro pedimos perdão por nós mesmos e depois nos propomos a perdoar quem nos ofendeu. Linda a lição que Jesus nos ensinou!!!! Não é mesmo?
Lembremos também de Jesus na cruz, sofrendo tudo o que podia sofrer, e ainda dirigindo ao Pai uma oração de súplica: “Pai perdoai-os eles não sabem o que fazem”.
         Os Evangelhos nos mostram o quanto Jesus perdoava, devolvia a paz para a pessoa, sem lhe pedir explicação.
         Lembremos também de santo Estevão o primeiro mártir do cristianismo, gente como nós, só porque ele era pleno do Espírito Santo, cheio de graça e fortaleza e fazia grandes milagres e prodígios entre o povo, foi caluniado e morto a pedradas. E no momento da morte, hora de sofrimento e de dor, Estevão olhou para o céu e viu Jesus na glória do Pai;  Estevão caído no chão, de joelhos sendo apedrejado faz como Jesus na hora da sua morte na cruz, entregou seu espírito para Jesus, e exclamou em alta voz: “ Senhor, não lhes leves em conta este pecado...” (At 7, 54-60)
Perdoar é essencial ao que crê em Jesus. É essencial para o nosso bem estar interno e para testemunharmos que somos igreja, povo de Deus, discípulos de Jesus. Sem a prática do perdão as ervas daninhas da amargura, do ódio e do ressentimento impedirão de mostrarmos ao mundo integralmente, o caráter de Jesus o nosso Senhor e Salvador.
         Por isso, o discípulo de Cristo há de aprender  a amar como Cristo amou, de perdoar como  Jesus nos perdoou e perdoa. Não podemos deixar que o ódio, coisa que não pertence a Deus, domine a nossa vida humana, fazendo com que nós nos enchamos de pecados, de mágoas, tristezas, amargura e que só fazem mal para nós mesmos, tanto para a alma como para o nosso corpo. Até a ciência já comprovou que a falta de perdão, a raiva, a mágoa, o ressentimento causam doenças físicas, emocionais e psíquicas. Quantos adoecem por falta de perdão!!!
Perdoar é ser de Jesus e como Jesus. É se libertar da escravidão da raiva, do ódio, do rancor, da vingança. O perdão traz paz para a nossa consciência, por isso ele nos faz muito bem.
Quantas pessoas dizem: “nunca perdoei nem vou perdoar, pois não esqueci e não vou esquecer  do que me fizeram.”  Você não esqueceu, que bom, é sinal que sua memória está boa. Ótimo, graças a Deus! Por quê? Porque esquecimento não é fruto de perdão. Nós temos memória, vamos nos lembrar, mas não com raiva e ódio, com desejo de vingança.
Precisamos entender que perdão não é fruto de sentimentos, mas de decisão. A decisão de perdoar é o primeiro e fundamental passo para que nós comecemos a nos abrir aos sentimentos de Cristo, ou seja, de compaixão e de misericórdia.
Quando nós nos abrimos a esses sentimentos estamos curando o nosso coração ofendido, e no lugar da ofensa estamos colocando compaixão e misericórdia e só assim seremos compassivos e misericordiosos com nosso irmão, como Jesus é e nos ensina a ser.
Vejam bem, meus irmãos e minhas irmãs, só é compassivo e misericordioso com os outros, aquele que já saboreou, já experimentou da compaixão e da misericórdia de Jesus  consigo mesmo. Quem já se sentiu perdoado, livre da culpa, da vergonha, dos fardos pesados nos ombros, da consciência lhe acusando dia e noite.
A decisão de perdoar nos leva a mergulhar no Coração misericordioso e compassivo do Senhor Jesus. Cheios desta compaixão e misericórdia, passamos a ter condições de perdoar de forma plena e total, justamente porque conseguiremos proporcionar ao outro aquilo que um dia recebemos. Ninguém dá aquilo que não tem. Por isso podemos entender aquele homem que nos diz o evangelho, ele não teve misericórdia do seu devedor, ele foi perdoado, devendo muitíssimo mais,  mas não teve misericórdia e compaixão igual a de Jesus e por isso não teve condições de perdoar.
Quantas vezes devemos perdoar?
O perdão só é possível a quem ama. Deus ama a cada pessoa com seu amor infinito e tem amor para todos. À pergunta de Pedro: "Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?"  Jesus disse que não só sete vezes, mas setenta vezes sete. Ou seja, na comunidade dos seguidores de Jesus não existe limite para o perdão. "Setenta vezes sete" quer dizer, sempre! A história que Jesus conta em seguida é para lembrar que também nós precisamos de perdão, também nós somos perdoados, por isso, devemos perdoar sempre.
           A resposta do Senhor Jesus revela a Lei Nova do amor, demonstrando que já não estamos sob a Lei antiga, mas estamos sob a Graça de Deus. Se a Lei antiga determinava um número de vezes para perdoar, o Evangelho de Cristo não determina números, determina a aplicação do amor em grau infinito.
Recordemos o que nos diz São Paulo sobre o amor cristão, em 1Cor 13, 4-7. Diz ele: "Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.  Quem ama não é grosseiro nem egoísta;  Não fica irritado, nem guarda mágoas.  Tudo desculpa, tudo perdoa. 
Vamos nos lembrar que é tão fácil obter o perdão de Deus basta buscarmos o sacramento da reconciliação, nele o pecador experimenta de maneira singular o encontro com Jesus, que se compadece de nós e nos dá o dom de seu perdão misericordioso, faz-nos sentir que o amor é mais forte que o pecado cometido, nos liberta de tudo o que nos impede de permanecer em seu amor, e nos devolve a alegria e o entusiasmo de anunciá-lo aos demais com o coração aberto e generoso."( DAp 254).
O Evangelho de hoje nos questiona profundamente, sobretudo se temos dificuldade de perdoar. Devemos nos lembrar de que o perdão mede a nossa capacidade de amar. Aquele que é perdoado não pode negar seu perdão ao outro. Quem toma consciência de que recebeu o infinito perdão do Deus misericordioso deve perdoar sem limites.
         Um dos maiores problemas não tem sido, de fato, crer no perdão de Deus para conosco, mas sim, se nós nos perdoamos, mesmo que Deus já nos tenha perdoado.
        Quantas pessoas apesar de ter recebido o perdão de Deus não se perdoam. Para podermos perdoar os outros, devemos primeiro perdoar a nós mesmos. Geralmente somos mais duros conosco do que com os outros. Devemos recordar que Cristo nos perdoou e nos ensina: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. (Mateus 22.39)  Precisamos sentir que ele nos ama e já nos perdoou. Precisamos nos ver como somos aos olhos de Deus e não de acordo com os nossos incorretos sentimentos. Em Cristo está a nossa vitória, nele tudo podemos.
         Assistindo o programa do pe Fábio de Melo “Direção espiritual” , ele leu a carta de uma moça que cometera um aborto fazia já muito tempo, ela havia se confessado, arrependido de ter feito, mas não se perdoava. Ele a consolou dizendo do grande amor de Deus por nós e que se ela tinha se arrependido e confessado, Deus já tinha lhe perdoado, e que era para ela se perdoar, confiar na misericórdia infinita de Deus e não pensar mais nisso, porque Deus perdoa de verdade.
Meus irmãos e minhas irmãs, pense um pouco:
- O que esta Palavra diz para cada um nós hoje?
- Qual o meu novo olhar a partir desta Palavra?


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