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quinta-feira, 5 de março de 2015

Mergulhando nas águas borbulhantes-Diácono José da Cruz



TERÇA FEIRA DA QUARTA SEMANA DA QUARESMA 17/03/2015
1ª Leitura Ezequiel 47, 1-9 .12
Salmo 45/46. 8 “Está conosco o Senhor dos Exércitos, nosso protetor é o Deus de Jacó”
Evangelho João 5, 1-16
                                                       "Mergulhando nas águas borbulhantes..."
Imaginem a cena nos pórticos em redor da piscina de Betesaida, tomada de cegos, coxos e paralíticos, quando é dada a largada começa a correria e o esforço dos coitados dos deficientes em conseguir chegar e se jogar na piscina, e pelo que entendi, só um por vez era curado. Havia aqueles que tinham sorte e traziam seus acompanhantes que os guiavam ou o carregavam até a piscina, mesmo assim, era uma verdadeira disputa para ver quem chegava primeiro. O problema não era a cura em si, mas superar os demais e chegar á frente de todos...
Nosso pobre paralítico nem isso tem, fica em seu lugarzinho e quando é dada a largada o coitado até tenta, mas inutilmente, sempre alguém, melhor das pernas passa á sua frente. Há 38 anos ele sonha com uma cura física, mas pelo jeito iria morrer paralítico se Jesus não aparecesse por ali. A pergunta de Jesus parece bem óbvia "Queres ficar curado?". Se o cara estivesse estressado, iria responder de maneira indelicada "Não, só estou aqui me bronzeando um pouco". Mas prestemos atenção nessa pergunta, Jesus não perguntou se ele queria chegar á piscina, mas se queria ser curado, o que é diferente...
Mas o paralítico entendeu dessa forma, isso é, a cura era o de menos, a dificuldade era chegar na piscina, sua resposta assim o demonstra "Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada, enquanto vou, já outro desceu antes de mim"Trata-se de alguém que só enxerga na ótica do sistema, nada vê e nem experimenta fora de sua religião, o que fazia dele um paralítico, não penso, Deus pensa por mim, não preciso fazer nada, Deus fará por mim, nem tenho vontade própria.
Poderão argumentar que a resposta está correta e o paralítico expõe sua necessidade, precisa de alguém que o carregue até o tanque. Talvez Jesus esteja ali, se oferecendo para fazê-lo. Entretanto, Jesus supera tudo quanto a religião possa oferecer, ele não precisa de nenhum método de cura, fórmula mágica ou rito misterioso, simplesmente vai dizer ao paralítico "Levanta-te, toma o teu leito e anda".
A cura que as águas borbulhantes propiciavam, provém de Deus, ora, a presença de Jesus dispensava, portanto qualquer rito. A reflexão leva nossas comunidades cristãs a pensar, que é muito grande o perigo de super valorizarmos o rito e o formalismo religioso, tornando secundária a ação da Graça de Deus, que está em tudo e em todos como algo essencial.
Qual o perigo desse modo de pensar? Atermo-nos à cura física que é o caso desse homem ex-paralítico. Jesus o encontrou no templo e o exortou a uma conversão profunda e sincera, que iria lhe trazer muito mais do que a simples cura. "Não tornes a pecar". Mas qual pecado? Podemos nos perguntar... Exatamente o pecado de deixar passar despercebido em nossa relação com Deus, aquilo que é o essencial, transformando a religião em uma barganha para atender aos nossos interesses, menosprezando assim a verdadeira e única água borbulhante, a Fonte de água Viva que é Jesus Cristo. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uolcom.br)


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