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quinta-feira, 5 de março de 2015

Destruirei este templo, e em três dias eu o levantarei - Padre Antonio Queiroz

08- DOMINGO - Evangelho - Jo 2,13-25


Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei.
Este Evangelho narra a expulsão dos vendilhões do Templo. O gesto de Jesus, de expulsar aquele pessoal que estava transformando a casa de Deus em local de comércio, mostra o seu amor a Deus Pai e o zelo em proteger as coisas mais ligadas a ele. Daí a lembrança dos discípulos, da frase que está no Salmo 69,10: "O zelo por tua casa me consumirá". Jesus tomou uma atitude radical – pegar um chicote – que não era seu costume. Fez isso devido ao seu zelo pela casa de Deus.
Nós precisamos zelar pelo bom ambiente da nossa igreja ou capela. Que tudo favoreça a oração: o silêncio, a limpeza, boa ornamentação e decoração... Através desse zelo manifestamos o nosso amor a Deus.
“Estava próxima a Páscoa dos judeus.” É assim que o evangelista João começa a narrar a cena, para nos lembrar que a morte de Jesus aconteceria naquela Páscoa. Jesus foi corajoso; mesmo sabendo do perigo que corria, defendeu com energia a Casa de Deus.
O dinheiro quer dominar a nossa vida e toda a sociedade. É o deus dinheiro que milhões de pessoas adoram. Que isso não aconteça dentro da nossa igreja ou capela!
“Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei... Jesus estava falando do Templo do seu corpo.” O novo Templo de Deus é Jesus, em seu corpo sagrado. A Igreja é o Corpo vivo de Cristo presente hoje na terra. O nosso corpo é também, a partir do nosso batismo, tornou-se templo de Deus: “Acaso não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo, e esse templo sois vós” (1Cor 3,16-17). Muitos têm o belo costume de fazer o sinal da cruz quando passam na frente de uma igreja. Mas o corpo de uma pessoa batizada é um templo muito mais sagrado que a construção de tijolos e cimento. Já imaginou se fizéssemos o sinal da cruz cada vez que passamos na frente de uma pessoa batizada? Isso nem é possível. Mas respeitar o próprio corpo e o dos outros é possível.
Mas o pecado nos leva a não zelar da nossa igreja ou capela a não respeitar o corpo vivo de Cristo.
E mais na frente, S. Paulo fala: “Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. De tato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num só Espírito, para formarmos um só corpo... Vós todos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo” (1Cor 12,12-13.27).
É importante zelar pela Igreja viva, que é a Comunidade cristã, porque ela é o referencial de caminho, verdade e vida para o povo, mesmo para os que não a freqüentam. “Se o sal perde seu sabor, com que se salgará?” (Mt 5,13).
Havia uma controvérsia: os samaritanos diziam que o lugar do verdadeiro culto a Deus era o monte Garizin, e os judeus diziam que era o templo de Jeruzalém. Na conversa com a samaritana, Jesus responde que não nem um nem outro: “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade” (Jo 4,23). Deus, que é espírito e vida, quer um culto que seja adoração em espírito e verdade, sem vinculação a lugar ou espaço físico. Foi por isso que, quando Jesus morreu, o véu do Templo se rasgou (Cf Lc 23,45).
Os primeiros cristãos não tinham templos, porque estavam conscientes de que o verdadeiro templo é a Assembléia (Ekklesía em grego) dos cristãos reunidos. Mais tarde, os cristãos perceberam que é necessária uma casa de oração, mas sem esquecer que devemos transformar a vida em culto e o culto em vida.
Certa vez, uma catequista estava falando para as crianças sobre o céu. E perguntou para elas onde fica o céu. Um menino de nove anos disse: “Eu sei onde fica o céu”. Todos olharam para ele curiosos.
A catequista perguntou: “Onde fica?” O menino respondeu: “O céu fica numa casa amarela, que tem um portão de ferro e um jardim na frente”.
“Quem que mora nesta casa amarela?” indagou a catequista. O garotinho estranhou a pergunta e disse: “Ora! Eu, minha mãe, meu pai, meus irmãos, tem também um gato e um cachorrinho!”
“Por quê” – insistiu a catequista – “a sua casa é o céu?” O menino disse: “É porque eu sempre escuto a minha mãe falar: A nossa casa é um céu!”
Vamos fazer da nossa casa uma Igreja doméstica, um templo vivo de Deus. Assim ela será uma antecipação do céu.
A cor amarela representa o ouro. Maria Santíssima, na Ladainha, é chamada de Casa de Ouro, porque o seu seio abrigou o Rei do universo, que é representado pelo ouro, o rei dos metais. Que ela nos ajude a zelar pela nossa igreja ou capela.
Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei.


 

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