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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

JESUS, FILHO DE DAVI, TEM PIEDADE DE MIM! - Maria de Lourdes Cury Macedo


Segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Evangelho de São Lucas 18,35-43

Neste Evangelho Jesus está a caminho de Jerusalém, a capital da Palestina, caminho de cruz e de glória, porque lá Jesus será condenado à morte, mas ressuscitará. Jesus vai para Jerusalém, acompanhado pela multidão e no caminho Ele realiza um último sinal ou milagre: a cura de Bartimeu, um pobre cego.
O cego está sentado à beira do caminho, isto é, à margem da vida e da sociedade. Desconhecemos o seu nome. É um sem nome. É um ninguém. Sabemos tratar-se de um filho de Timeu, em hebraico, Bartimeu.
 O cego é mendigo. Depende da caridade alheia. Ele não vê, não pode trabalhar, ganhar a vida, o seu pão, ter seu próprio lar, sua liberdade. Por isso pede esmolas para sobreviver. É um excluído da sociedade, um marginalizado, um pobre coitado a mercê da bondade dos outros. Vive à margem, não pode participar de nada.
Quando Bartimeu ouviu dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” O cego ouve falar, crê e põe sua esperança no Filho de Davi. Acredita ser o Messias prometido e esperado. Bartimeu, então, implora a compaixão e a piedade de Jesus.
Os que acompanhavam Jesus repreendiam o cego para que se calasse. Mas ele gritava mais forte ainda: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”
Aqueles que mandavam o cego se calar representa toda a sociedade que exclui os desfavorecidos da vida como: os cegos, os aleijados, os doentes, os pobres, os drogados. . .
 Os discípulos não querem que aquele cego atrapalhe a caminhada de Jesus, que atrase a sua viagem. Pensam que Jesus não podia perder tempo com uma pessoa inútil, um qualquer, um cego.
Mas, Bartimeu grita forte por piedade. Ser piedoso é uma das características do Messias.  Jesus interrompe o seu caminho para dar atenção àquele que lhe implora por piedade e manda chamá-lo. A atitude misericordiosa de Jesus demonstra a preferência de Deus pelos que se encontram à margem do caminho da vida, os pobres, os desprezados, os excluídos.
 Ao ser chamado por Jesus, o cego joga fora o manto, dá um pulo e vai até Jesus. Jesus lhe pergunta: “O que queres que eu faça?” Bartimeu diz a causa da sua pobreza que é a cegueira e lhe pede: “Mestre que eu veja”. Jesus lhe diz: “Vai a tua fé te salvou”.
Com estas palavras Jesus relaciona a fé com a cura. É preciso Ter fé para ser curado. A eficácia da oração não depende das palavras que empregamos, mas do espírito e fervor com que a fazemos. A fé ardente faz com que ele vença todos os obstáculos colocados pelos outros que querem impedi-lo de se encontrar com Jesus.
 E como conseqüência  de poder olhar, enxergar a realidade com um novo olhar que Jesus lhe deu, Bartimeu no mesmo instante segue Jesus pelo caminho.
O que significa seguir Jesus pelo caminho? Seguir Jesus pelo caminho é se tornar um discípulo dele. Porque Jesus é o caminho. Se tornar discípulo é estar disposto a viver como o Mestre ensina, a passar por tudo que o mestre passa, a morrer para si, para doar a sua vida, para imitá-lo em tudo.
Bartimeu ao pedir compaixão ao Senhor, demonstra uma abertura para a fé. Ele ouviu falar de Jesus, acreditou nele, sem vê-lo, sem conhecê-lo, enquanto que os discípulos e muitos do povo enxergavam, viam e ouviam, mas estavam cegos para tudo que o Messias lhes falava, e ensinava. Se eles estivem dispostos a deixar-se curar da cegueira, por meio de uma fé autêntica, e a refazer a idéia que tinham do Messias, estariam, como o ex-cego, em condições de segui-lo pelo caminho, sendo verdadeiros discípulos, dispostos a tudo.
O primeiro passo em direção à cura acontece quando tomamos consciência da nossa própria situação e tomamos a decisão de sair dela. Também a cura da cegueira espiritual começa dessa maneira. Tem início no desejo de sair da enfermidade interior para uma vida mais autêntica e de um relacionamento mais profundo com o Senhor.
Existem muitas formas de cegueira, muitos enxergam, mas não querem ver!
Os cegos do caminho somos todos nós que não queremos enxergar nossa missão, nossos dons e colocá-los a serviço da comunidade, dos irmãos; são cegos os que estão conformados com o comodismo e não se deixam curar; somos cegos quando deixamos a descrença, a desconfiança e a dúvida ocupar o lugar da fé na nossa vida; somos cegos quando não mais distinguimos o pecado da virtude, o mal do bem, as trevas da luz; somos cegos em não enxergar o que Deus quer de nós;  há ainda aqueles que além de serem cegos, impedem os outros de enxergarem e tentam calar os gritos incômodos dos que querem ver.
O cego Bartimeu pode ser um bom exemplo para nós: superar os obstáculos próprios da cegueira, não se deixar levar pelas críticas das pessoas, mas como Bartimeu gritar, pular, jogar o manto e enfim buscar a força em Jesus, naquele que nos pode libertar e fazer ver uma nova realidade.
Jogar o manto, significa uma vida nova, uma mudança, uma transformação. Ele se servia do manto para recolher as esmolas que lhe jogavam, agora ele não mais precisa de esmolas. Ele será capaz de viver por ele mesmo, com o seu trabalho, não mais precisa depender da misericórdia alheia.
Por isso nos momentos de tribulação, grite: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”! Nas tristezas da vida, nos momentos difíceis, na doença, na depressão, nas contrariedades, nos desentendimentos, na dor, na aflição, grite, clame, pule, jogue o manto, mas recorra a Jesus o nosso Salvador.
 Enxergue que a solução é Jesus e se comprometa com Ele. Aceite ser seu discípulo, ser como Ele Servo Sofredor. Porque seguir Jesus pelo caminho é passar por tudo que Ele passou, enfrentar desafios e querer continuar a missão de Jesus.
Porque se queremos chegar a glória com Cristo, temos que passar pelo caminho da cruz, que é o caminho do serviço, da doação, do amor, da partilha, colocando os nossos dons, que recebemos do Senhor, a serviço do nosso irmão e do Reino de Deus, sem comodismo, sem preguiça, mas se preocupando em ser outro Jesus que dá vida para todos, que nos faz enxergar, mudar de vida, crescer na fé, no amor, na doação e fazer o que Jesus nos pede: ser seu discípulo!     
          Meus queridos irmãos: Reconheçamos nossa cegueira e suplicamos a Jesus: “Senhor que eu veja”. Imitemos este cego que foi salvo no corpo e na alma. Peçamos a Jesus não só coisas terrenas, mas, a luz com a qual possamos ver. O caminho para a luz é a fé. E, vivendo esta fé, acreditando, glorificaremos a Deus com nossas obras.


Maria de Lourdes Cury Macedo

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