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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Evangelhos Dominicais Comentados - Jorge Lorente

Evangelhos Dominicais Comentados

02/novembro/2014 – Todos os Fiéis Defuntos

Evangelho: (Mt 5, 1-12)


Hoje falaremos de vida e de esperança. No evangelho de hoje, conhecido como o Sermão da Montanha ou das Bem-Aventuranças, Jesus chama de muito felizes, de bem aventuradas àquelas pessoas que nós chamamos de infelizes e desventuradas.  

Não é fácil entender essas palavras de Jesus. Já pensou? Como pode um pobre, que não tem sequer onde morar, ser o dono do Reino dos Céus e, como pode ser chamado de feliz aquele que chora? Difícil de entender, porém uma coisa é certa, a pobreza, o sofrimento, a fome e a sede, enfim, todas as coisas que nos angustiam, também não agradam a Deus.

Deus não fica nada satisfeito por ver-nos mergulhados em sofrimentos e angústias. Deus não nos manda desgraças e tribulações. Não quer ver nenhum de seus filhos sofrendo e reservou, para cada um dos bem-aventurados, a plena felicidade na Glória Celeste.

Vamos nos ater em algumas das bem-aventuranças. A primeira proclama de felizes ou bem-aventurados, os pobres em espírito. Para nossa cultura, essa expressão pode parecer estranha e levar-nos a concluir que, esses “pobres” são pessoas sem cultura, atrasadas mentalmente ou que não possuem bens materiais. 

Esta bem-aventurança não é dirigida para uma determinada classe social. Não é também uma mensagem de resignação e conformismo para aqueles que não fazem parte da alta-sociedade. Com suas palavras, Jesus não quer exaltar a pobreza, não está aprovando a miséria e, muito menos dizendo que todos os pobres são bem-aventurados.

O pobre em espírito não é necessariamente aquele que não tem o que comer, nem aquele que não tem bens ou onde morar. O pobre que Jesus se refere é aquele que está ciente de sua pequenez diante de Deus. Aquele que não é arrogante, ambicioso e autossuficiente. Esse pobre é humilde, desapegado dos bens terrenos, e tem Deus como seu maior tesouro.

O espírito de pobreza não é exclusividade dos moradores da periferia. Nada impede que more em mansão quem tem espírito de pobreza. Para ser pobre em espírito, não é necessário andar maltrapilho. É preciso sim, recusar-se a viver uma vida farta sozinho, é necessário despojar-se dos excessos, é usar seus bens em favor dos menos favorecidos. Esse “pobre” sabe distribuir, paga salário justo e vive a caridade fraterna.

Jesus também chama de bem-aventurados os aflitos, os que sofrem e os que choram, pois serão consolados. Aqui se encaixam todos os bem-aventurados, pois certamente, Deus irá consolar todos os que choram, os mansos, os pobres, os misericordiosos, enfim, Deus irá consolar todos que sofrem por amor.

É muito difícil entender o que significa sofrer por amor, porque amor está relacionado com alegria, amor é sinônimo de felicidade. No entanto, dor e cruz também estão relacionados com amor, pois foi por amor que Jesus se submeteu ao martírio e se deixou crucificar. Dor, resignação e cruz, são palavras que rimam com Jesus, são caminhos que levam à Verdadeira Luz.

Felizes os misericordiosos, os mansos e puros de coração, os que promovem a paz, que têm fome e sede de justiça e que por isso, são perseguidos e injuriados. Em todas essas bem-aventuranças se encaixam os missionários, evangelizadores, catequistas, líderes classistas e, até mesmo, alguns raríssimos homens públicos e políticos que lutam por um mundo melhor e por uma justa distribuição de renda.

Hoje, Jesus dá esperança para aqueles que tiram do lixo o sustento de suas famílias e também chama de bem-aventurados os pais desempregados, as vítimas da globalização, os índios expulsos de suas terras, os favelados, os aposentados, os sem terra e sem teto. Todos serão consolados e receberão uma grande recompensa no céu. O pobre Lázaro (Lc 16,19-31) é um bom exemplo dessa verdade.

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