.

I N T E R N A U T A S-M I S S I O N Á R I O S

SOMOS CATÓLICOS APOSTÓLICOS ROMANOS

e RESPEITAMOS TODAS AS RELIGIÕES.

LEIA, ESCUTE, PRATIQUE E ENSINE.

PARA PESQUISAR NESTE BLOG DIGITE UMA PALAVRA, OU UMA FRASE DO EVANGELHO E CLICA EM PESQUISAR.

domingo, 13 de abril de 2014

SEXTA-FEIRA SANTA - VÁRIOS AUTORES

SEXTA-FEIRA SANTA

Paixão do Senhor
A leitura da Paixão segundo João nos introduz no mistério pascal, que nesse dia revivemos. Jesus morre no momento em que, no templo, se imolam os cordeiros destinados à celebração da Páscoa; a sua imolação é uma imolação "real", um Sacrifício realizado uma vez por todas, porque a vítima espiritual tornou inúteis as vítimas materiais. O objetivo de João não é redigir uma crônica detalhada dos fatos, mas alimentar a fé dos discípulos e iluminá-los sobre o sentido misterioso do que aconteceu. Jesus era a "Luz", mas os homens amaram mais as trevas do que a "Luz", por isso o rejeitaram e condenaram. Eis umas características dessa narrativa: 1. Oposição entre a luz e as trevas. Jesus aparece decidido, resoluto, ciente de tudo; não fala da agonia, da luta interior. Os maus agem na "escuridão da noite". 2. O velho Anás encaminha o processo de Jesus. Ele controlava toda a atividade no templo. Personifica quem ama as trevas e não suporta a "Luz", que expulsa os vendilhões do Templo. 3. Diante de Pilatos, algumas cenas significativas: Os judeus estão fora; Jesus está dentro; Pilatos no meio... Indicações de tempo: Terminada a noite iniciada com Judas ao sair do cenáculo (traição, prisão, condenação, negações...) desperta um novo dia... Ao meio dia: quando o sol brilha com mais intensidade, Pilatos proclama solenemente a Realeza: "Eis o vosso Rei". Jesus em silêncio, aguarda a escolha de cada um... 4. A Crucificação e Morte: A Caminhada para o Calvário é breve... Dá realce à Inscrição sobre a cruz: É a confirmação solene e oficial da realeza de Jesus, pela autoridade, em várias línguas: Universal. As vestes: A túnica inteiriça é dividida em 4 partes: A roupa representa a pessoa; o número 4 representa os 4 pontos cardeais: O Sacrifício de Cristo tem um valor universal. A Mãe confiada ao Discípulo: Jesus convida essa mulher a acolher como  filho todo discípulo que tem a coragem de seguir o Mestre até a Cruz e convida a Comunidade a considerar-se filha do Povo de Israel do qual Cristo nasceu. A Morte de Jesus: Suave e serena, sem fenômenos... Cai o véu que impedia que o homem visse o rosto de Deus. Agora contemplamos Jesus na cruz, pobre, fraco, que se entrega totalmente ao homem. "Tenho sede" : Palavras exclusivas em João. Lembram a água viva prometida à Samaritana. Depois da Morte:  O Espírito foi entregue... Explicita a relação entre o "Espírito" e do dom da água viva. Do lado aberto, "manarão rios de água viva". 5. Sepultura: José de Arimatéia: aquele que fora de "noite" ter com Jesus traz perfumes abundantes usados para as festas nupciais... Não descreve um sepultamento, mas a preparação do leito sobre o qual está para ser acomodado o esposo. Concluindo: Na apresentação da paixão e morte de Jesus, no passado, se insistiu muito nas particularidades dramáticas do suplício da cruz, nos padecimentos, nos sofrimentos. Os evangelistas e sobretudo João não pretendem comover os cristãos mediante a descrição dos tormentos atrozes infligidos a Jesus, mas procura de todas as maneiras fazer entender a imensidade do seu amor. A Imagem com que conclui a sua narrativa é a da festa das núpcias: a comunidade abraça seu esposo e mostra ter entendido quanto foi amado por ele. Começa assim no Calvário a festa das núpcias que terá sua realização plena no céu. Esta será a conclusão da história de amor entre Deus e o homem.
padre Antônio Geraldo Dalla Costa


“A morte de Jesus. A vida exprime-se no amor”
1. A Liturgia deste dia celebra, com grande densidade e recolhimento, aquele que é o momento decisivo da história da humanidade. Todo o seu destino, as suas falhas e fraquezas, os seus anseios e projetos, são assumidos por aquele Homem, Jesus de Nazaré, que aceita morrer para que os homens possam viver. A Liturgia põe diante de nós o problema da atualidade da morte de Cristo. Acredito que, hoje, Cristo oferece a vida por nós, por todos os membros da humanidade? Ou a morte de Cristo é só um acontecimento do passado? Acreditamos que, ainda hoje, Cristo assume em Si o destino da humanidade?
É impossível penetrar no sentido da morte de Cristo, se não percebermos que o amor pelos outros é a mais bela expressão da vida. Viver é ser para os outros e com os outros. Jesus tinha pregado isso no seu Evangelho do Reino. “Não há maior prova de amor do que dar a vida por aqueles que se amam. Quem aceitar perder a vida, ganhá-la-á”. Esta prospectiva generosa da vida, que se pode exprimir na própria morte, não é fácil. Intuem-na aqueles que, na vida, experimentaram um amor autêntico, que os leva a sacrificar-se por aqueles que amam. Mas o que é mais comum é a defesa da própria vida como autofruição, que leva, tantas vezes, a sacrificar os outros à própria maneira de viver.
A história de Israel e mesmo a de outras religiões e civilizações estão repletas deste conceito de “substituição vicária”. Era princípio absoluto de que todo o mal devia ser expiado e restabelecida a justiça. Assim, introduz-se o hábito de que, quando não se conseguia que o culpado expiasse as suas culpas, ele era substituído por outra pessoa, ou por um animal na liturgia de Israel. Os profetas denunciam essa prática; no entanto ela manteve-se. Além de ferir, de outro modo, a justiça, esse substituto não podia realizar a redenção do verdadeiro pecador. Mas como afirma Bento XVI, “a história inteira aparece à procura d’Aquele que pode verdadeiramente intervir em nosso lugar, que é verdadeiramente capaz de nos assumir em Si mesmo e, assim, de nos conduzir à salvação”[1]. No profeta Isaías, surge a figura do Servo Sofredor, que não se limita a substituir na pena, mas assume o destino de todo o Povo, toma sobre si a culpa de muitos, tornando-os justos (cf. Is. 53,11). Esta figura do Servo vai ser identificada com o Messias. Jesus, sem rejeitar o messianismo real, toldado por conotações políticas, assume-se como Messias nessa identificação com o Servo de Israel. Porque na sua encarnação uniu misteriosamente a Si todos os homens, pode sofrer pelos pecados de todos, como se fossem eles a sofrer e a justificar-se pelo sofrimento. Ao aceitar morrer sem pecado, redimindo os pecados dos outros, Ele afirma o sentido da vida como entrega a Deus, pelos outros.
2. Hoje contemplamos esta morte por amor. Isso não diminui em nada a sua densidade dramática, mas é a afirmação de que a vida é obediência a Deus e amor aos homens que precisam de redenção. Encontramos esta densidade de amor na oração de Jesus no Jardim das Oliveiras. Cristo, o Filho, exprime na realidade humana da morte o amor infinito do Pai por todos os homens que criou. No coração de Deus, a redenção é tão universal como a criação. E esse amor redentor só se pode exprimir, ser Palavra e ser anúncio, pelo seu Verbo, por Quem também tinha criado todas as coisas. Esta morte vicária é a verdadeira causa da encarnação do Verbo eterno de Deus.
No Jardim das Oliveiras Jesus prostra-se, de rosto por terra e reza: “Pai, se Tu o quiseres, afasta de Mim este cálice. No entanto, não se faça a Minha vontade, mas a Tua” (Lc. 23,42). Desta oração de Jesus, ressaltam três dimensões: Jesus trata Deus por “Abbá”, fala com Deus como uma criança fala com o seu querido pai. É uma oração cheia de confiança e de ternura filial. Exprime o conjunto de duas vontades: a vontade de Deus, que, como Filho de Deus, Ele comunga com o Pai, e a vontade humana, que, ao assumir a vontade de todos os homens, rejeita a oblação e o sofrimento. Cristo sente ao vivo o nosso drama na busca da obediência, da fidelidade e da santidade. Em Cristo só pode prevalecer a vontade que tem em comum com o Pai. Ressalta, depois, a dramaticidade do momento. Segundo São Lucas, o sofrimento foi tão intenso, que Jesus suou sangue. A fidelidade de Jesus nunca esteve em causa. Está patente, isso sim, a densidade da redenção.
3. Pode parecer chocante que Deus não tenha atendido a oração de Jesus. Mas o próprio Jesus não o desejava; Ele queria que a vontade do Pai se cumprisse. Ele sabia que o Pai o ouviria de outra maneira, ressuscitando-o dos mortos e começando n’Ele uma “nova criação”, uma nova etapa da vida. O autor da Carta aos Hebreus dá-nos a compreensão da Igreja primitiva sobre o que se passou no Jardim das Oliveiras: “Nos dias da sua vida terrena, apresentou orações e súplicas Àquele que O podia salvar da morte, com grande clamor e lágrimas, e foi atendido por causa da sua piedade” (He. 5,7). Deus Pai atendeu-O ressuscitando-O dos mortos e tomando a sério a fecundidade da sua morte, aceitando a humanidade redimida.
Jesus trava o grande combate com as forças do pecado e da morte e fá-lo com orações, isto é, em comunhão amorosa e filial com o Pai. Ouçamos o papa Bento XVI: “Trata-se sempre do encontro de Jesus com as forças da morte, cujo abismo Ele, sendo o Santo de Deus, percebe em toda a sua profundidade e hediondez. Assim, a Carta aos Hebreus vê toda a Paixão de Jesus, desde o monte das Oliveiras até ao último brado na cruz, permeada pela oração, como uma única e ardente súplica a Deus pela vida contra o poder da morte.
Desta maneira, considera-se toda a Paixão de Jesus uma luta, na oração com Deus-Pai e simultaneamente com a natureza humana. A Carta aos Hebreus manifesta de modo novo a profundidade teológica da oração no Monte das Oliveiras. Para a Carta, este bradar e suplicar constitui a realização do sumo sacerdócio de Jesus. É precisamente no seu bradar, chorar e rezar que Jesus faz o que é próprio do sumo sacerdote: Ele leva o tormento de ser homem para o alto, rumo a Deus. Leva o homem à presença de Deus” [2].
4. A Cruz de Cristo é atual por causa da atualidade dos nossos pecados. Não estamos dispensados de travar esse combate, embora, na vitória de Cristo, esteja prometida a nossa vitória. E o aspeto crucial do nosso combate é, sem renunciar à nossa vontade, fazê-la coincidir com a vontade de Deus. É a obediência da fé. Diz o Santo Padre: “Isto é possível sem destruição do elemento essencialmente humano, porque, a partir da criação, a vontade humana está orientada para a divina. Quando adere à vontade divina, a vontade humana encontra a sua realização e não a sua destruição” [3]. A harmonia da nossa vontade com a vontade de Deus é um longo combate; só é possível participando, com Cristo, do seu combate no Jardim das Oliveiras. É a mais sólida fonte de esperança que a Páscoa nos oferece: saber que esse nosso combate esteve presente no combate de Cristo e que só Ele nos pode conduzir à vitória.
d. José Policarpo


TRÊS SENHORES AOS PÉS DA CRUZ
Escutei o Evangelho da Paixão muitas vezes na minha vida. Sempre me pareceu demasiado largo, frequentemente estive um pouco distraído. Finalmente, vem aquele momento no qual nos ajoelhamos e, um pouco mais, e termina a grande narração começada há quase nove minutos atrás. No entanto, é preciso admitir que o drama que contêm essa narração é impressionante. Tudo isso porque Deus me ama. Maravilhoso! Da próxima vez, estarei mais atento. Também quanto à atenção e a vigilância, S. Bernardo, num sermão sobre a Paixão do Senhor, escrevia: “sede vigilantes, meus irmãos, com todo o vosso coração, para que esse tempo não se termine infrutuosamente. A benção de Deus é generosa. Disponde taças limpas, almas devotas, sentidos despertos e afetos sóbrios. Tereis que apresentar puras as vossas consciências para receber tantos dons da graça. (…) Todos os cristãos durante essa sagrada semana exercitam-se generosamente na piedade, mostram-se modestos, seguem a humildade, vivem a gravidade, para que de algum modo pareça que se compadecem com Cristo padecente”. Essas palavras me lembram, mas em sentido contrário, daqueles três senhores cujos nomes eu não pude esquecer. Como frutos que são da minha imaginação, aí permanecem me alertando, também em sentido contrário, para que eu esteja mais atento às palavras do Evangelho e àquelas antes citadas de S. Bernardo. Com relação àqueles três senhores, eu os encontrei na Sexta-feira Santa, há dois mil anos atrás. Era um dia bastante diferente, como hoje. Fiquei sabendo que Jesus de Nazaré havia morto e resolvi dar uma passadinha pelo local que me tinham indicado, o Calvário. Além de encontrar lá a mãe de Jesus e um jovem muito valioso para Jesus, que me disseram que se chamava João, vi aqueles três ditos cujos que estavam um pouco distante da cruz e faziam alguns comentários que eu, por curiosidade, não pude deixar de escutar. Lembro-me que se chamavam Sr. Perfeito, Sr. Tranquilo e Sr. Tragédia. Estavam lá, aos pés da cruz, mas indiferentes. Fiquei um pouco assustado com a atitude daqueles três homens e os escutei como grande pesar. O Sr. Perfeito tinha uma maneira curiosa de ser, parecia uma caricatura de nobres de tempos futuros, olhava para os seus dois companheiros de maneira altiva e com uma pose do século das luzes, e comentava: “Esse que morre na cruz? Bem feito. Ele não queria destruir os nossos costumes? Não foi ele quem quebrantou os nossos sábados com aquelas curas? Como ousou permitir que os seus discípulos recolhessem espigas no sábado? Assim devem morrer os malfeitores, aqueles que se fazem passar por espertinhos. Ele até chegou a dizer que é o filho de Deus. Imagine só! Nem eu que guardo todos os sábados estritamente, que faço frequentes jejuns, que ajudo a toda a plebe com as minhas possessões, que sou bom e generoso, que vou ao templo com grande devoção, que sempre vivi de maneira irrepreensível os mandamentos dados a Moisés digo essas coisas. Nem eu que dou esmola, que faço todas as minhas orações, que não sou criminoso e nem ladrão… nem eu me faço chamar “ungido do Senhor”. Eu, com todas as minhas qualidades, não ouso chamar-me filho de Deus. Agora vem esse Galileu que come com pecadores e diz que é o filho de Deus altíssimo?! Era só o que faltava!” Enfim, escutando essas palavras pensei comigo que é melhor ser pecador e humilde em processo de conversão que justo aos próprios olhos e soberbo. O Sr. Tranquilo, sem fazer demasiado esforço, escutava as observações do Sr. Perfeito, e acrescentou: “Não se preocupe. Não sei porque agitar-se com um pregador de novas ideias. Os jovens sempre gostaram das novidades. Nós, que somos pessoas que já aprendemos muito da vida, gostamos mais das tradições, da estabilidade e da paz. Tudo passará. Não se preocupe, Sr. Perfeito, tudo seguirá igual. Alguns continuarão matando e roubando, outros continuarão sendo dignos de admiração e de louvor. Eu nenhuma das duas coisas aspiro, só desejo que me deixem viver em paz e que não me incomodem, nem galileus e, muito menos, os romanos.” As palavras daquele homem me lembraram da aparente tranquilidade do egoísmo e me ajudou a pedir a Deus que eu não seja indiferente e que eu não me acostume aos mistérios de Deus e aos mistérios da vida mesma. O Sr. Tragédia estava que não aguentava mais, tinha uma vontade explosiva de manifestar-se, de dizer o que pensava: “Meus amigos, Perfeito e Tranquilo, vocês não terminam de entender o que está acontecendo. Que tempos são esses? Um agitador em nosso meio e o deixam solto por tanto tempo. Deveriam tê-lo matado antes. Desse jeito a nossa sociedade vai se acabando e os romanos acabaram por destruir-nos. Se continuarmos assim, seremos merecedores de um novo exílio ou de uma perseguição cruenta. Deus nos livre dessas autoridades que não tomam uma iniciativa mais imediata nas coisas”. Ao escutar essas palavras voltei a fixar os meus olhos no Crucificado, na sua dor silenciosa e na paz refletida no seu rosto. Houve um momento em que ele olhou para mim e para aqueles três. Percebi que os gritos, as hipocrisias, os falsos alarmes… são atitudes dramáticas que não ajudam a construir. O seguidor de Cristo também deve estar sereno, ainda que fosse crucificado. João, o jovem que estava perto de Maria, parece ter escutado algo dessas conversas, mas os seus sentidos estavam tão postos na dor de Jesus e de Maria que teve dificuldade em discernir as palavras que os três “bonachões” diziam. Continuava simplesmente agradecendo a Deus por tantas provas da sua bondade para com ele. Fiquemos perto desse jovem amigo de Jesus. Não nos esqueçamos de que João foi fiel porque estava ao lado de Nossa Senhora. Os insensatos de todos os tempos continuarão fazendo considerações vazias. Nós, não perderemos tempo: que os nossos sentidos estejam postos no Senhor, com uma verdadeira dor de amor porque somos pecadores, agradecidos pelas provas da grande caridade do nosso Deus para conosco. Os acontecimentos da cruz ficaram gravados na mente e no coração do jovem João. Anos mais tarde, ele escreveria com todo o convencimento: “Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados” (1 Jo. 4,10).
padre Françoá Costa


Escondida debaixo da terra a semente produz frutos
Meu povo, que mal te fiz eu? Em que te contristei e ofendi?
Que mais podia eu fazer por ti? Responde-me!
Dia da comemoração da paixão e morte do Senhor Jesus, para salvar a humanidade de seus pecados. Sexta-feira santa é o dia em que, em vez de entregar o homem à morte pelos seus crimes, Deus preferiu entregar o seu Filho Unigênito à morte pelos nossos pecados. É o dia em que cada cristão deve pensar no preço do seu próprio resgate, que o Filho de Deus pagou com a própria vida na sua paixão e na sua morte. Nos tempos antigos, muita gente pensava que sexta-feira santa era o dia ideal para plantar sementes na terra para que bem frutificassem. Escondida debaixo da terra e debaixo da terra morrendo, a semente produzia frutos novos. Assim a ‘plantação’ de Jesus morto no sepulcro, na primeira sexta-feira santa, recorda-nos os frutos de salvação e de vida eterna que esta morte e sepultura de Cristo nos trazem na sua ressurreição.
Tem a humanidade tantos sinais que a fazem reviver a felicidade ou a tristeza, sinais que fazem pensar no amor ou no ódio, na bandeira nacional ou na cruz gamada, sinais de perigo, de ajuda, de alegria. Quando olhamos para uma cruz, deveríamos pensar que a cruz e a crucifixão de Jesus são o sinal, o emblema da sua angústia e rebaixamento, da sua ignomínia e falta de toda a beleza. Foi desta angústia e desta imensa dor da crucifixão que nós recebemos o prêmio da vitória da sua ressurreição. Quão importante é para nós recordarmos freqüentemente o custo enorme do verdadeiro amor. Bom seria também colocarmo-nos por instantes no lugar das personagens da paixão e da parte que elas nela tiveram. Por exemplo, no lugar de Maria Madalena e de Pedro; da Verônica e de Judas; do Cireneu e das mulheres de Jerusalém. Colocarmo-nos firmemente no lugar da Mulher forte aos pés da cruz: A Virgem Santa Maria, mãe do crucificado Salvador, com o seu coração atravessado por uma espada de dor.
Desde a primeira sexta-feira santa, aumentou para nós o ciclo da vida. Antes era: vida-morte. Desde então: vida-morte-vida. Amar sem sofrer era para Cristo falsidade. Vivermos sem amar seria para nós a contradição da vida. E na oferta, mesmo o sofrimento se torna alegria vivificante: para Cristo e para cada um de nós. “Deus eterno e onipotente, consolação dos tristes e força dos que sofrem, ouvi a súplica dos que vos invocam na tribulação, para que todos experimentem nas suas adversidades a alegria de serem assistidos pela vossa misericórdia”.
Aventino Oliveira


Mesmo diante do secularismo da modernidade, é rara a casa dos cristãos que não ostente em lugar de destaque uma cruz. Dentre os pingentes que usamos, muitas vezes até como adereço, de longe a cruz supera todos os demais. Muitas vezes, é bem provável, nem sejamos capazes de saber com clareza as motivações para isso. Mas de uma coisa temos certeza:  JESUS VEIO AO MUNDO PARA NOS SALVAR E, PARA TAL FOI PREGADO NUMA CRUZ.
 A Bíblia ensina que o primeiro ser humano, a quem chamamos Adão, fez o pecado a partir de uma árvore. Jesus Cristo, o Deus, que se fez homem, nos garantiu a salvação a partir de uma árvore. O que era pecado é agora salvação. A longa Narrativa da condenação e morte de Jesus que lemos na celebração desta sexta feira é uma afirmação da convicção que Jesus tinha de que sua morte não consistiria num ponto final da sua missão, mas numa entrega que seria vitoriosa com a ressurreição no terceiro dia. O ato de Jesus é um convite para que todo tenha a coragem de gastar os nossos dias por causas nobres e respeitosas, por mais que esta decisão seja sofrível e cause até medo, podemos ter certeza: Na hora das provações Deus não nos abandona!
A idéia que Deus não esquece os que nele confiam está também relatada nas duas leituras do Profeta Isaias e na Carta aos Hebreus. Quem encara os desafios com lealdade pode proclamas com o salmista, como nós fizemos hoje:  Tu és o meu Deus, na tua mãos está o meu destino! Nesta celebração da Paixão coloquemos abertos às dores e provações de todas as criaturas e peçamos coragem para agir a fim de que a paixão do mundo diminua e se transforme em ressurreição e vida.
padre Elcio





Nenhum comentário:

Postar um comentário