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terça-feira, 15 de abril de 2014

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João-Claretianos

Sexta-feira, 18 de abril de 2014
Sexta-feira da Paixão
Santos do Dia: Ágia de Mons (viúva, monja), Apolônio, o Apologista (mártir de Roma), Calógero da Bréscia (mártir), Corebe de Messina (mártir), Eleutério (bispo) e Ântia, sua mãe (mártires), Francisco Régis Clet (lazarista, mártir), Gaudino de Milão (cardeal), Gebuíno de Lião (bispo), Idesbaldo de Dunes (abade), João de Janina ou de Épiro (mártir de Constantinopla), João Isauriano (monge), Laseriano de Leighlin (bispo), Perfeito de Córdova (presbítero, mártir), Wicterp de Ausburgo (abade, bispo).
Primeira leitura: Isaías 52, 13 – 53,12.
Ele foi ferido por causa de nossos pecados.
Salmo responsorial: 30, 2.6.12-13.15-17.25.
Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
Evangelho: João 18, 1 - 19, 42.
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo João
O quarto poema do servo mostra um personagem paciente e glorificado. Trata-se da narrativa da paixão, morte e triunfo do personagem, marcada por uma introdução e epílogo que o autor coloca na boca de Deus.
O conteúdo é claríssimo. Um inocente que sofre, deixando de lado a doutrina da retribuição que considera o sofrimento como consequência do pecado, enquanto os culpados são respeitados. Mais surpreendente ainda é que o humilhado triunfe e que um morto continue vivendo. O próprio texto proclama que se trata de algo inaudito.
A biografia do servo se apresenta de uma maneira resumida: nascimento e crescimento, sofrimento e paixão, condenação e morte, sepultura e glorificação. Os que narram os acontecimentos participam deles; são transformados e dão conta desta transformação.
Deus confirma a mensagem com um oráculo. Anula o juízo humano declarando inocente seu servo. Este sofrimento do inocente servirá para a conversão dos demais. Sua vida, paixão e morte foram como uma intercessão pelos demais e o Senhor o atendeu. O triunfo do Servo é a realização do plano do Senhor.
SE depois de ler o texto nos perguntamos: quem é este personagem que sofre até a morte e continua vivo? A que lembra? Sem dúvida que a figura se parece a Moisés, ou a Josias, talvez a Jeconias o desterrado, ou ao profeta Jeremias. Alguns pensam que é o mesmo servo dos cantos precedentes, outros que o profeta Isaias II, outros o identificam com o povo judeu ou o pequeno resto. Uma coisa é evidente. Jesus, o Messias quis modelar sua vida de acordo com o servo de Isaias 53.
Cristo tinha muito clara a idéia que ele devia sofrer e morrer e estes eram elementos de sua missão redentora. Sua identificação com o servir de Javé em Mc 14,24 e seus paralelos, sacrificado por todos, é evidente. O Filho do Homem vem cumprir sua missão de Servo de Javé. A partir de que momento Jesus se reconheceu como Servo de Javé? A partir do Batismo (Mc 1,11 par. Is 42,1). Em João também aparece muito a idéia de identificação de Cristo com o Servo. Então não é uma identificação posterior que fez a comunidade cristã, mas que é anterior a ela. É possível que o autor não tenha compreendido a significação completa, total, talvez não tenha pensado em Cristo, porém sim em um personagem posterior que faria a intercessão total.
O Servo de Javé é uma personalidade corporativa. É Cristo que age pessoalmente e sua atuação repercute em toda a comunidade.
Salmo 30 (31): A ti Senhor me acolho, não fique eu nunca defraudado
Trata-se de um salmo de súplica e uma ação de graças. Em meio à angústia, o salmista mescla os gritos de socorro com as pexpressões de confiança porque está seguro de que o Senhor é sua rocha e sua fortaleza. Esta confiança do salmista no momento da prova nos convida a evocar em nós esse mesmo sentimento, certos e que Deus escutará nossas súplicas.
Hebreus 4,14-16; 5,7-9: Deus o proclamou sacerdote segundo a ordem de Melquisedec.
O autor da carta aos Hebreus apresenta Jesus como Sumo Sacerdote, não somente como o responsável do sacrifício como o era no antigo testamento, mas como o homem cheio de misericórdia, que assumiu todos os sofrimentos do ser humano até a morte, de tal maneira que se converteu em modelo para todos os homens. Sua vida esteve sempre condicionada à vontade do Pai, mesmo em meio ao sofrimento.
A este sumo sacerdote podemos aproximar-nos com liberdade, sem medo, porque em seu trono abunda a graça e por sua misericórdia conseguiremos o apoio necessário.
Cristo foi chamado por Deus da mesma maneira que Arão e segundo a orem de Melquisedec, porém já não para oferecer o sacrifício e as oblações, porque ele mesmo é a vítima. É um novo tipo de sacerdote que proporciona a salvação a quantos se aproximam dele e sua grande tarefa é conduzi-los ao Pai.
Leitura da Paixão: João 18,1-19,42
A narrativa da paixão, segundo João, nos apresenta a imagem de Jesus que o evangelista quis forjar através de todo seu evangelho: um Jesus que é a revelação do Pai, ao mesmo tempo que nele se revela a plenitude do amor. Ainda pendente da cruz, sua vida e sua morte é uma vitória, porque “tudo está cumprido”, como era a vontade do Pai.
As orações comunitárias
As orações que a liturgia nos apresenta expressam os sentimentos que movem a comunidade cristã. A universalidade desta oração inclui ainda as pessoas que não pertencem à Igreja e que não crêem em Deus. A morte de Jesus é uma proposta para que todos unidos participemos realmente da nova historia que surge da cruz vitoriosa.
Reflexão para hoje 
A morte foi o grande mistério que preocupou o ser humano através de toda sua historia. Porque ainda que este tenha pretendido negar todas as verdades, contudo há uma que sempre o persegue e nunca conseguiu eliminar: a realidade da morte. Nem sequer os ateus mais recalcitrantes se atreveram a negar que eles também hão de morrer.
Para o pagão, a morte era uma tragédia; não tinham idéias clara sobre o mais além, por isso não obstante admitirem uma existência no além da tumba, dita existência estava rodeada de obscuridade e enigmas. Além disso, não todos admitiram uma vida depois da morte porque esta era um desaparecer total, o fim de todas as esperanças, a frustração de todos os anseios. Os próprios judeus aceitavam a ressurreição, porém a dilatavam até o fim da historia.
Para os discípulos, a situação era muito desalentadora; eles esperavam um Messias terreno que ia reviver as glórias do reinado de Davi e Salomão. Porém, suas ilusões se desvaneceram como a espuma. Essa sensação de desalento está claramente expressa em um dos discípulos de Emaús:
Nós esperávamos que fosse ele quem iria resgatar Israel, porém, já faz três dias desde que sucedeu isto (Lc 24,21).
A morte de Jesus havia sido um acontecimento trágico; seus inimigos haviam conseguido o que queriam: tirá-lo do seu meio; os fariseus, porque havia desmascarado sua hipocrisia, os sacerdotes, porque havia refutado a negação da ressurreição; os ricos porque lhes havia jogado na cara a injustiça do seu agir; os romanos porque pensaram que era um sedicioso.
Jesus morreu abandonado por todos; seus discípulos fugiram, os judeus o desprezavam; o Pai se fez surdo a seu clamor; essa tarde na cruz pendia o corpo de um injustiçado, condenado pela justiça humana e rejeitado por seu povo. Parecia que o ódio tivesse vencido sobre o amor; o poder sobre a divindade de um homem; as trevas sobre a luz; a morte sobre a vida. Aquela tarde quando as trevas caíram sobre o monte Calvário parecia que tudo tinha terminado e os inimigos de Jesus podiam por fim descansar tranquilos.
Porém, eis que no mais profundo dos acontecimentos, a realidade era diferente. Jesus não era um vencido, mas um triunfador; não o aprisionava a morte, mas que se havia libertado de seu abraço mortal; o que parecia uma ignomínia transformou-se em glória; o que muitos pensavam que era o fim, não era senão o começo de uma nova etapa da historia da salvação. A cruz deixou de ser um instrumento de tortura, para converter-se em trono de glória do novo rei e a coroa de espinhos que cingiu sua cabeça é agora um diadema de honra.
Ao morrer Jesus deu um novo sentido à morte, à vida, à dor. A pergunta desesperada do homem sobre a morte encontrou uma resposta. Porém, isto não significa que possamos cruzar os braços e contentar-nos em ver que a morte de Jesus significou uma mudança na vida da humanidade. Essa mudança deve manifestar-se em nossa existência porque ele não aceitou sua morte com a resignação de quem se submete a um destino inexorável, mas como quem aceita uma missão de Deus.
Porém, essa sua morte condena a injustiça dos crimes e assassinatos, porém nos pede para fazer algo contra a injustiça porque não somente condena a exploração dos oprimidos, mas que nos pede para melhorar sua situação; a morte de Jesus não somente é uma rejeição de abandono das multidões, mas exige  que nos aproximemos ao desvalido.
Sua morte não é somente uma lembrança que revivemos a cada ano, mas um chamado a melhorar o mundo, a destruir as estruturas de pecado; a restabelecer as condições de paz, a construir uma sociedade baseada na concórdia, na colaboração e na justiça.
Jesus continua morrendo em nossos bairros marginalizados, nos soldados e guerrilheiros que jazem nas selvas, nos sequestrados e prisioneiros, nos enfermos e nos ignorantes. A nós cabe-nos fazer que esse grito de desespero que Jesus pronunciou quando disse: “Pai, por que me abandonaste?” se converta no grito de esperança: “Pai, em tuas mãos encomendo o meu espírito”


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