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segunda-feira, 8 de julho de 2013

CONVERSÃO AOS POUCOS!-Fr. José Luís Queimado

26 de Julho de 2013  SEXTA -Evangelho - Mt 13,16-17

CONVERTER O CORAÇÃO, AOS POUCOS!
 Quem já viu uma semente de mostarda? Exatamente! Ela não é a menor das sementes! E, quando cresce, também não se torna a maior das hortaliças. Mas, então, Jesus deu informações erradas nas parábolas que contou? É isso que queremos meditar juntos, hoje.
Algo que todos os cristãos ou estudiosos independentes dos Evangelhos deveriam ter em mente é que eles não foram escritos no Brasil, em Português, alguns anos atrás, por vários sacerdotes nacionais. Os Evangelhos foram escritos há quase 1900 anos, por judeus ou gentios influenciados pela cultura judaica, numa língua Grega influenciada pelo Latim e pelo Aramaico. Portanto, estamos falando de uma cultura muitíssimo diferente da nossa.
Jesus Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, respeitou a linguagem e o conhecimento popular da época. Ele não quis revelar que, no século XX, o ser humano iria inventar uma máquina chamada computador, e que a humanidade toda estaria interligada por meio de redes (Internet), e que haveria um site que falaria, on-line, de sua pessoa. Esses exemplos servem para que nós nos conscientizemos que as parábolas respeitam a sua época e a sua cultura, e que elas não são verdades factuais, mas são formas com que Jesus encontrou para se revelar ao seu tempo e aos ouvintes daquela época.
O Reino dos Céus é revelado, aos poucos, por Jesus aos seus discípulos e à multidão. Jesus não define o que seja o Reino dos Céus (Reino de Deus, nos demais evangelistas), mas introduz os seus ouvintes na vivência desse mistério. O Reino dos Céus é como a sementinha, um grãozinho pequeníssimo, que, com o passar do tempo e com as devidas condições, torna-se uma grande e frondosa árvore. Ou seja, a nossa pregação e o nosso esforço por fazer a mensagem de Jesus conhecida parecem ser pequenos e não produzirem frutos, mas, aos poucos, os resultados da missão e da pregação da Palavra de Deus vão se revelando como uma sequoia gigantesca; um carvalho inabalável.
Assim acontece com as donas de casa que preparam um pão caseiro. Fazem a massa e põem a quantidade certa de fermento. E acontece o magnífico: a massa vai, aos poucos, crescendo. Nossa vida de comunidade, nosso ser cristão também sente isto: celebramos, festejamos, sofremos juntos, e vemos nossa união sempre maior e mais robusta. O amor é o fermento que faz crescer a massa da vida comunitária. Às vezes, encontramos pessoas prontas a fazer o mal, a estragar as nossas vidas, e nós tentamos nos aproximar e amá-las sempre mais, não percebemos, mas, aos poucos, assim como o fermento, o amor vai fazendo o seu trabalho de crescimento e superação.
Que as parábolas sejam sinais de um Deus que quer ser claro e direto com os seus amados, para que, compreendendo o amor imensurável que Ele tem por nós, possamos nos aproximar sempre mais dele. Deus não é alguém para se temer, mas alguém para se amar muito. Nosso Deus é o Deus da vida plena, do amor; não o Deus da vingança e do castigo. Por isso mesmo, vem a nós com palavras simples e reveladoras! E nós somos convidados a nos livrar de tudo aquilo que nos torna indesejáveis e insuportáveis para os irmãos. Como faremos isso? Pela quinta vez neste texto, coloco a expressão que tornará possível essa nossa mudança: AOS POUCOS!
Fr. José Luís Queimado, CSsR  (jlqueimado@ig.com.br)


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