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domingo, 16 de junho de 2013

João é o seu nome.-Claretianos


Segunda-feira, 24 de junho de 2013
Natividade de S. João Batista (Solenidade)
Outros Santos do Dia:Alena de Bruxelas (virgem, mártir), Anfíbalo de Verulam (mártir), Bartolomeu de Farne (eremita), Henrique de Auxérre (monge), Ivan da Boêmia (eremita), João de Tuy (eremita), Simplício de Autun (bispo), Teodulfo de Lobbes (monge, bispo).
Primeira leitura: Isaías 49, 1-6.
Eu te farei luz das nações.
Salmo responsorial: 138, 1-3. 13-14ab. 14c-15 (R./ 14a).
Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
Segunda leitura: Atos dos Apóstolos 13, 22-26.
Antes que Jesus chegasse, João pregou um batismo de conversão.
Evangelho: Lucas 1, 57-66.80.
João é o seu nome.
Celebramos a festa de São João Batista, o precursor, como todos o conhecemos, por sua vida e missão e por anunciar e preparar a chegada dos tempos messiânicos, que se cumprem plenamente em Jesus.
 No evangelho de hoje, Lucas volta às narrativas que tem a ver com João Batista, que vão ocupar os vv. 57-58 do primeiro capítulo. A narrativa se centra em quatro momentos importantes de sua vida: o relato do seu nascimento (vv.57-58), a circuncisão, a imposição do nome e a manifestação a toda sua parentela e inclusive dos vizinhos do entorno (vv. 59-66).
No nascimento de João se cumpre o anunciado a Zacarias e se torna realidade a promessa. A esterilidade dos pais, vencida pelo nascimento de um filho, é fonte de alegria, júbilo e regozijo que envolve e contagia os vizinhos e parentes, como já o havia predito o mensageiro de Deus.
Na narrativa do nascimento, Lucas matiza dois aspectos muito importantes: o da misericórdia de Deus, que se manifesta a favor do povo, ao suprimir a afronta da esterilidade que pesava sobre Isabel, precisamente sobre a esposa de um sacerdote encarregado do serviço litúrgico no templo de Jerusalém e por outra parte, o significado do nome de João (“Deus mostrou o seu favor”), com o qual se salienta a presença da misericórdia divina, que recai, não somente sobre uma pessoa em particular, Isabel nesse caso, mas que alcança a totalidade do povo.
Ao relato do nascimento de João segue o de sua circuncisão, imposição do nome, e sua manifestação pública. Pela circuncisão, João fica indelevelmente marcado com o “sinal da aliança”, sinal visível da incorporação prometida pelo Senhor a seu povo eleito; capacita-o a celebrar a Páscoa como festa da comunidade e confirma suas esperanças de partilhar, como todos os seus antepassados, a restauração futura e definitiva. O rito da circuncisão comportava igualmente a obrigação de uma escrupulosa observância da lei de Moisés.
A incorporação do precursor Moisés ao povo de Israel é muito importante para Lucas, não somente porque prefigura a incorporação do próprio Jesus a esse mesmo povo, mas também porque Lucas se esforça por demonstrar que o cristianismo é uma derivação lógica do judaísmo. Por isso tem que ficar bem claro que os pilares desse novo modo de vida possui raízes profundamente judaicas.
A imposição de um nome como o de “João” rompe radicalmente com a tradição familiar. Como era costume, os vizinhos e parentes estão de acordo que o menino se chame com o nome do pai. O acordo entre a mãe e o pai em um nome que não era familiar aparece como um sinal onde se reflete o favor de Deus. A misericórdia divina, não somente se manifesta a um casal em idade avançada, de vida intocável, mas que alcança a totalidade de Israel. Daí que na recuperação da fala de Zacarias, todos os vizinhos se interrogam sobre o futuro desse menino.
Por último, nos encontramos com a manifestação pública de João, a qual pretende deixar bem clara a efusão da misericórdia de Deus. A alegria que causa a noticia de seu nascimento é fruto e uma primeira manifestação no entorno da família e entre os vizinhos; porém imediatamente começa a correr o rumor desse acontecimento por todas as montanhas da Judéia, o júbilo é experiência de todos.
Fica assim preparado, narrativamente, o futuro do protagonista, que se resume em um versículo (80) que quase podemos considerar um estribilho: “Viveu no deserto até o dia em que se apresentou a Israel”. Dessa maneira o deserto nos prepara para a próxima aparição de João no evangelho, trinta anos depois (Lc 3, 1-3).
A primeira leitura de Isaias fala também do ministério profético diante das nações, preparando os caminhos de Deus. A leitura dos Atos que hoje lemos, é o fragmento mais explícito e também sumario sobre João Batista em seu livro.
A figura de João ficou profundamente marcada no imaginário cristão e na simpatia do povo de Deus: parente de Jesus, asceta e místico, profeta valente e denunciador, pregador ardente da conversão... João conquistou o lugar privilegiado no universo cristão. Talvez por isso sua festa foi colocada no solstício do verão boreal, a “noite mais curta do ano” no hemisfério norte (noite de São João, noite do fogo e da vigília em torno das fogueiras) ou a mais longa do ano no hemisfério sul, ou um dia insignificante na zona equatorial e tropical.
Esse acontecimento astronômico já era conhecido e celebrado na antiguidade, antes do cristianismo. Talvez o estabelecimento da celebração de João tenha acontecido como uma formas de cristianizar a data astronômica do solstício de inverno boreal, data também de celebrações pagãs e da chegada do cristianismo).
O evangelho de Lucas nos convida a refletir sobre a misericórdia, a compaixão e a generosidade divina, que caracterizam este novo período da historia da salvação que começa a manifestar com o nascimento do João Batista. Misericórdia sem limites e sem medida, que engrandece e liberta, que é sinal de vida porque resgata anciãos da morte por causa da esterilidade.
 Além de tudo isso, o evangelho nos interpela sobre nossa experiência da misericórdia de Deus, sobre a maneira como a estamos vivendo, explícita ou em gestos e atitudes: acolhida solidariedade para com os rejeitados, convite a todos aqueles que desejam um mundo novo, “segundo o coração de Deus” para comprometer-se na construção do mesmo.


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