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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

“ENTRE VÓS NÃO SEJA ASSIM...” – Diácono José da Cruz



21 de outubro – Domingo

29º DOMINGO DO TC 21/10/2012
1ª Leitura Isaias 53, 10-11
Salmo 32 (33) “Seja nos manifestada, Senhor, a vossa misericórdia, como a esperamos de vós”
2ª Leitura Hebreus 4, 4-14
Evangelho Marcos 10, 35-45
                            “ENTRE VÓS NÃO SEJA ASSIM...” – Diácono José da Cruz
O dirigente de uma comunidade de denominação cristã, deve ter sempre a prudência e sabedoria de Deus, para não acabar incorrendo no mesmo erro dos apóstolos. A exortação rigorosa de Jesus neste evangelho de São Marcos, precisa soar constantemente aos nossos ouvidos: “Entre vós não deve ser assim...”
Infelizmente, muitas comunidades cristãs vão se tornando a cada dia que passa, uma cópia autêntica das instituições do mundo, onde o modo de viver das lideranças e ministros, distoam do evangelho, porque se busca poder, prestígio, fama, sucesso e outras honrarias.
Há certas distinções e privilégios no seio da comunidade, que são uma verdadeira afronta ao evangelho de Cristo. Em certas liturgias pomposas, o carisma que deveria traduzir-se em serviço a favor dos irmãos e irmãs, acaba se tornando motivo de ostentação e até estrelismo em alguns casos, pois desde os ministros até a equipe de leitores, instrumentistas e cantores, ás vezes louva-se não a Deus, mas si mesmo.
Não podemos como Igreja anunciadora do evangelho, nos omitir e temos sim de reconhecer, com o coração dilacerado de dor, que esta é uma realidade dos nossos tempos, porque já não basta termos perdido a capacidade de nos indignar diante da falsidade de muitos políticos e homens públicos, ainda acabamos consentindo entre nós este grave pecado.
Os apóstolos Tiago e João, que posteriormente viriam a se tornar santos mártires, derramando o sangue por causa do evangelho de Cristo, naquele primeiro momento não tinham ainda entendido a proposta de Jesus com o seu reino novo.
Pois de maneira até ousada e petulante, quiseram exigir dele os cargos mais importantes, sentando-se um à sua direita e outro à sua esquerda, quando viesse o seu reino de glória. “Vocês não sabem o que estão pedindo” –censurou-lhes o Senhor.
O cálice que Jesus iria tomar era amargo como fel, e o Batismo que iria receber, seria nas águas turbulentas da rejeição e da humilhação. Tiago e João aceitaram tomar desse cálice e receber esse batismo, mas realmente, naquele momento, continuavam sem fazer a menor idéia do que aquilo iria significar em suas vidas.
Imaginavam um messias poderoso e vencedor, imbatível e implacável contra os homens maus, mas as profecias de Isaias já falavam de um homem esmagado pela dor e sofrimento; pensavam em ser os primeiros, os mais importantes do grupo, para terem dos demais o prestígio e o reconhecimento; mas Jesus ensina que devem se fazer escravos para servir a todos.
Esperavam um messias dominador que tomaria para si todos os reinados e impérios do mundo, e Jesus lhes profetiza que o Filho do Homem entregará sua vida para resgatar a muitos, sua preciosa vida, sua dignidade messiânica, suas prerrogativas de Filho do Altíssimo, tudo em seu corpo seria esmagado na cruz do calvário, para trazer a salvação àqueles que ele amou até o fim.
Jesus profetiza que os dois discípulos um dia irão experimentar a amargura do cálice das tribulações, rejeição, incompreensão e até a morte, passarão assim pelo Batismo de sangue, derramado por causa do seu evangelho, mas mesmo que façam tudo isso, que trilhem o mesmo caminho que ele irá trilhar, o lugar á direita ou a esquerda depende unicamente do Pai. Esse lugar ao seu lado, no reino de Deus, já está reservado aos homens que realmente acreditarem e mudarem a mentalidade e o coração, por causa do Reino. Antes de ser uma conquista, esse lugar é dom de Deus.
A reação dos demais, que ficaram indignados com Tiago e João, mostra como todos ainda estavam longe de entenderem a missão, a pessoa e os ensinamentos de Jesus, que com todo carinho, amor e paciência, como um professor dedicado, percebendo que a classe ainda não tinha aprendido a lição, vai repeti-la com muita calma, sem exasperar-se.
Eles sonhavam com prestígio e poder no meio do grupo, Jesus fala em serviço. Quem quiser ser grande entre vós, e ser o primeiro, seja o escravo de todos, porque o Filho do Homem não veio para ser servido mais para servir e dar a sua vida como resgate de muitos. Assim, Jesus desmonta diante deles qualquer esquema de poder, não fala em vitória mas em fracasso e derrota, não fala em tomar e conquistar o mundo, mas em dar a vida.
Comunidade cristã é por excelência lugar de serviço, de dar a vida pelos irmãos, de entregar-se a serviço do evangelho de Cristo, com toda coragem e desprendimento. Esse modo de se viver na comunidade, sempre representa a perda de algo. Quantos desistem no meio do caminho e cheios de mágoa desabafam : “Perdi meu tempo”.
Dar a vida é dar o nosso tempo que é tão precioso, porém não o façamos almejando ganhar algo, mas sim para imitar o Nosso Mestre e Senhor, Jesus de Nazaré, aquele que não é um Deus distante, mas que sabe compadecer-se de nossas dores e fraquezas, como afirma o apóstolo Paulo na segunda leitura dessa liturgia, porque ele foi provado em tudo como nós, à exceção do pecado.

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