Para
que ninguém se perca -Alexandre Soledade
Bom dia!
Preciso fazer uma ponte com a
reflexão de ontem:
“(…) Para que ninguém se
perca é preciso maior empenho e novas taticas, mas mesmo assim temos que
entender e conhecer bem as nossas limitações. Tamanha dedicação sempre estará
condicionada a vontade de quem se ‘perdeu’ em querer ‘se encontrar”.
Agora façamos uma conexão com
esse versículo: “(…) ’Todos serão ensinados por Deus’. E todos os que ouvem o
Pai e aprendem com ele vêm a mim”.
É uma perspectiva
interessante. Deus se manifesta a todos os seus filhos, mas se revela através
de Jesus. É Jesus que apresenta a salvação àqueles que se deixaram tocar pelo
pai, pois não é seu desejo que ninguém se perca, mas trazendo a reflexão de
ontem, é preciso que quem “se perdeu” também se deixe encontrar, ser tocado,
conduzido, (…).
Jesus vence a morte e de
imediato apresenta a nova dinâmica de evangelização aos seus discípulos;
novos afazeres ligados a apresentação desse reino as criaturas. Até antes da
cruz, as pessoas corriam, se acotovelavam para ver Jesus, e ao ressuscitar,
Jesus vai ao encontro das pessoas, ordenando que se faça o mesmo.
“(…) Ide, pois, fazer
discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.
(Mateus 28, 19-20)
Esse reino de Deus é dinâmico
e não estático. Esse reino inicia quando levantamos, mas não se despede ao no
fim do dia quando dormimos; esse reino tem sua primeira célula a família,
dentro de casa, perto dos nossos e se estende a comunidade, a igreja, a
paróquia,… O reino não se resume no castelo, mas em todos que vivem em torno
dele, ou seja, nas pessoas. Portanto se conclui que nenhuma pastoral ou
movimento é mais importante que a comunidade, que a família, que o coletivo.
É preciso ficar claro: Se
deixar ser encaminhado por Deus começa por um ato individual chamado de
oração. É através dela que o pastor consegue encontrar sua ovelha e é através
dela também que reconhece a voz do seu pastor. É por ela que o fraco se torna
forte, o desanimado se levanta, é através dela que se sente filho
“(…) Junto de vós, Senhor, me
refugio. Não seja eu confundido para sempre; por vossa justiça, livrai-me!
Inclinai para mim vossos ouvidos, apressai-vos em me libertar. Sede para mim
uma rocha de refúgio, uma fortaleza bem armada para me salvar. Pois só vós
sois minha rocha e fortaleza: haveis de me guiar e dirigir, por amor de vosso
nome.“ (Salmo 30/31, 2-4)
Precisamos então re-ensinar
as pessoas a rezar, a parar, a ouvir, a ter contato com o divino. A
modernidade do qual falamos durante essa semana gerou e não para de gerar
pessoas imediatistas. Uma geração “aperta um botão e liga”, ninguém quer mais
levantar para mudar o canal da TV e assim tem sido com a fé. Querem um Deus
maná, que atenda de imediato, mas que não exija compromisso
Nossas homilias, reflexões,
pregações devem ir além do contexto político, econômico,… Ela deve ser
social, abrangente e pedagógica. Nenhum bom professor se atreve a lecionar
sem preparar a aula, ainda mais hoje com a informação a um clique do mouse,
pois se assim o fizer é capaz de ficar “sem graça” ao ser corrigido por um
aluno primário.
Nenhum movimento da igreja
pode se rejeitar a ter o documento de aparecida como livro de cabeceira; não
pode fugir da missão de ir até as pessoas, não pode parar e esperar que
venham. Acreditar em Jesus é apresentá-lo e não buscá-lo apenas por
interesse.
Minha oração e minha prece
por aqueles que lutam para apresentar o reino de Deus aos que dormem nas
calçadas, aos que passam frio, aos abandonados nos asilos, aos que pagam seus
erros nos presídios, aos doentes, aos que precisam de conselho, oração e um
ombro.
Um imenso abraço fraterno
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