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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Isto é o meu corpo. – Missionários Claretianos




Quinta-feira, 7 de junho de 2012

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Santos do Dia: Antônio Maria Gianelli (bispo de Bobbio), Aventino de Bagnères (mártir), Colmano de Dromore (bispo), Deocaro de Herriedon (abade), Landulfo Variglia (monge, bispo de Asti), Licário do Egito (mártir), Meriadoc de Vannes (bispo), Meriadoc II de Vannes (bispo), Paulo de Constantinopla (bispo, mártir), Pedro, Wallabonso, Sabiniano, Wistremundo, Evêncio e Jeremias (monges, mártires de Córdova), Roberto de Newminster (abade), Vulflágio de Abbeville (eremita), Willibaldo de Eichstätt (bispo).

Primeira leitura: Êxodo 24, 3-8
Este é o sangue da aliança que o Senhor fez convosco. 
Salmo responsorial: 115, 12-13.15-18
Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.
Segunda leitura: Hebreus 9,11-15
O Sangue de Cristo purificará a nossa consciência. 
Evangelho: Marcos 14, 12-16; 22-26
Isto é o meu corpo. Isto é o meu sangue.
Situada entre dois mares, com seus portos, Corinto era o centro mais importante do arquipélago grego, encruzilhada de culturas e raças, a metade do caminho entre Oriente e Ocidente. Sua povoação estava composta por duzentos mil homens livres e quatrocentos mil escravos. Dizem que Corinto tinha oito quilômetros  de muralhas, vinte e três templos, cinco supermercados, uma praça central e dois teatros, um deles com capacidade para vinte mil espectadores. Em Corinto existiam os vícios típicos dos grandes portos.

A ociosidade dos marinheiros e a afluência de turistas, chegados de todas as partes, haviam convertido a cidade em uma espécie de capital de “Lãs Vegas” do Mundo Mediterrâneo. “Viver como um corinto” era sinônimo de depravação; “coríntia”, o termo universalmente empregado para designar as prostitutas; por aí se pode imaginar o que significava “corintizar”.

Em Corinto, cuja população era muito heterogênea (gregos, romanos, judeus e orientais) eram venerados todos os deuses do Panteon grego. Afrodite era a que tinha mais prestigio; seu templo era assistido por mil prostitutas. No ano 50 de nossa era chegou a essa cidade Paulo de Tarso. Depois de pregar o evangelho, fundou uma comunidade cristã. Durante 18 meses permaneceu como animador da mesma. Seus fieis pertenciam às classes populares (pobres e escravos), porém também havia nobre entre eles, por sua cultura e por seu dinheiro. Nasceu assim uma das comunidades cristãs primitivas mais conflitivas.
Quando Paulo, por exigência de seu trabalhomissionário, saiu de Corinto, surgiu no interior da comunidade uma verdadeira luta de classes que se manifestava vergonhosamente na celebração da Eucaristia. Os novos cristãos, ricos e pobres, livres e escravos, conviviam, porém não partilhavam, não eram solidários. Na hora de celebrar a Eucaristia (naquela época, era uma simples refeição lembrando o gesto de Jesus), todos se reuniam, porém cada um formava um grupo com os de sua classe social, de modo que “enquanto uns passavam fome, outros se embebedavam” (1Cor 11,17ss). (Como tudo isso é atual!).
Desde Éfeso, Paulo dirigiu a essa comunidade, através de carta, uma dura repreensão para que lembrassem o que era a Eucaristia, o que Jesus fez na noite antes de ser entregue, enquanto comiam, Jesus tomou um pão, pronunciou a bênção, partiu o pão e o deu a eles dizendo: Tomai, isto é o meu corpo...
Os coríntios estavam distorcendo as palavras de Jesus: faziam da eucaristia e  da comunhão apenas um rito sem compromisso com a vida. Rito que não serve para nada se, antes da missa, não se toma o pão, símbolo de nossa pessoa, nossos bens, nossa vida inteira e se não se reparte, como Jesus, com quem é nosso próximo de todos os dias.
Impressiona visitar as Igrejas e comprovar a presença da diversidade de classes sociais. Todas têm lugar nelas, sem que seja exigido delas uma mudança. O rico e o pobre entram e saem da mesma forma. Em circunstancias similares às nossas missas dominicais, Paulo disse aos fieis de Corinto: “É impossível participar assim da ceia do Senhor”. Em outras palavras: “a eucaristia perde a sua validade”, pois a ceia do Senhor deveria igualar a todos os comensais na vida e comungar exige, para que o rito não seja uma farsa, mas uma partilha, um repartir e compartilhar.
A luta de classes, como em Corinto, foi instalada em nossas eucaristias. E onde existe essas divergências não é possível celebrar a ceia do Senhor. Os israelitas no deserto compreenderam bem que a aliança entre Deus e o povo comprometia a cumprir o que era uma ordem do Senhor, os mandamentos. Jesus, antes de partir, celebra a nova aliança com seu povo e lhe deixa um único mandamento, o do amor sem fronteiras. Este é o requisito para celebrar a eucaristia: acabar com todo sinal de divisão e desigualdade entre os que a celebram.
É preciso recuperar, portanto, o significado profundo do rito que Jesus realiza. “O Sangue derramado por vós” significa a morte violenta que Jesus teria que padecer como expressão de seu amor ao ser humano; “beber do cálice” leva consigo aceitar a morte de Jesus e comprometer-se com ele e como ele dar a vida, se necessário, pelos outros. E isto é o que se expressa na eucaristia: esta é a nova aliança, um compromisso de amor aos demais até a morte. Quem não entende assim a eucaristia, fica no puro rito que para nada serve.
Uma má interpretação das palavras de Jesus identificou o pão com seu corpo e o vinho com seu sangue, chegando a falar do milagre de “transubstanciação ou conversão do pão em corpo e o vinho em sangue de Cristo”. Além disso, os teólogos passam apertados para explicar este mistério. Como se isto fosse o importante daquele rito inicial. O significado daquelas palavras é bem diferente: “Na ceia Jesus oferece o pão (tomai) e explica que é seu corpo (em grego soma) significava a pessoa enquanto identidade, presença e atividade; em conseqüência a pessoa enquanto identidade, presença e atividade; em conseqüência, ao convidar a tomar o pão-corpo, convida Jesus a se assimilar a ele, a aceitar sua pessoa e atividade histórica como norma de vida; ele mesmo dá a força para isso, ao se fazer pão-alimento. O mesmo efeito que produz o pão na vida humana é o que produz Jesus em seus discípulos.

O evangelista não indica que os discípulos comam o pão, pois não aderiram a Jesus, não diferiram sua forma de ser e de viver, tornando-a vida de suas vidas. Ao contrário do pão, Jesus dá o cálice sem dizer nada e, explicitamente, se diz que “todos beberam do cálice”. Depois de dar de beber, Jesus diz que “esse é o sangue da aliança derramado por todos”. O sangue derramado significa a morte violenta, ou melhor, a pessoa enquanto sofre tal gênero de morte. “Beber do cálice” significa, portanto, aceitar a morte de Jesus e o compromisso de não desistir da atividade salvadora (representada pelo pão) por temor nem sequer da morte: “Comer o pão” e “beber e cálice” são aspectos inseparáveis. Não se pode aceitar a vida de Jesus sem aceitar sua entrega até o fim, e que o compromisso de quem segue a Jesus inclui uma entrega como a sua. Este é o verdadeiro significado da eucaristia. Talvez nós a tenhamos reduzido ao mistério, aliás bastante difícil de entender e explicar, da conservação do pão e do vinho em corpo e sangue de Cristo.

Oração
Senhor Jesus, pão partido, vinho partilhado, teu corpo e sangue, nós te pedimos que a eucaristia seja o momento de renovar nossa aliança contigo. Tudo isto te pedimos na unidade do Espírito Santo.

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