Amai os vossos inimigos.
Neste Evangelho, Jesus nos pede para amarmos os nossos inimigos. E ele
baseia o pedido na frase: “Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos
céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre
os justos e injustos”. Os filhos se parecem com os pais; nós precisamos ser
parecidos com o nosso Pai do Céu. E no final deste Evangelho, Jesus fala: “Sede
perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. A nossa meta é arrojada, alta e
bonita: ter Deus Pai como modelo de vida e imitá-lo. Ser cada vez mais
parecidos com ele. E Jesus é para nós a “imagem de Deus invisível”. Imitar a
Deus é imitar a Jesus, nosso caminho, verdade e vida. Quem pensa que já
alcançou esta meta, é sinal que está bem longe dela, porque o amor de Deus é
infinito.
Todos temos inimigos. São aquelas pessoas que nos fazem o mal, que nos
prejudicam, que nos detestam, que são ruins para nós. O que faz a diferença do
cristão é o amor a essas pessoas. Amor prático, manifestado na oração por elas
e por fazer bem a elas. A própria oração pela pessoa nos acalma e desperta em
nós o amor a ela.
Em seguida, Jesus se refere à obrigação que temos de dar testemunho,
tendo um comportamento “extraordinário”, em relação ao comportamento do mundo
pecador: “Se amais somente aqueles que vos amam... E se saudais somente os
vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma
coisa?” O nosso comportamento no mundo deve ser extraordinário, porque o
comportamento “normal” do mundo pecador é amar os amigos e detestar os inimigos.
Esse comportamento diferente nos torna luz, sal e fermento no meio de Deus no
mundo.
Como os nossos inimigos geralmente não reconhecem o bem que lhes
fazemos, Deus reconhece e nos recompensará. E a recompensa de Deus nós
conhecemos: é uma medida cheia, sacudida e transbordante, quer dizer, é muito
maior do que a ação boa que fizemos.
“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis
condenados; perdoai e sereis perdoados. Daí e vos será dado. Uma medida boa,
socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a
medida que usardes para os outros, servirá também para vós” (Lc 6,37-38).
Havia, certa vez, um homem que era muito bravo e violento. Andava sempre
com um revólver na cintura, e do outro lado uma faca. Todo mundo no bairro
tinha medo dele. A esposa tentava mudá-lo, mas não conseguia. Então ela arrumou
um terço, deu para ele e disse: “Só peço uma coisa para você: Ande sempre com
este terço no bolso. Não o abandone para nada”. O homem começou a carregar o terço,
o revolver e a faca. Tempo depois, ele largou o revólver e ficou com a faca de
um lado e o terço do outro. Ele dizia para a esposa: “A faca eu carrego porque
preciso dela de vez em quando para descascar uma laranja etc”. A esposa ficou
calada e continuou rezando. Logo ele deixou também a faca e ficou só com o
terço.
Quem conta essa história é o próprio filho desse homem. E ele concluiu
dizendo: “Foi assim que meu pai morreu, como um homem pacífico e bom”. Nossa
Senhora é mãe. Devagarinho, ela vai mudando os corações dos seus filhos e
filhas. Se carregar o terço já é bom, imagine rezá-lo!
“Quem semeia ventos colhe tempestade” Quem semeia paz, colhe paz e
alegria. Maria Santíssima não semeou ventos, e sim paz, pois nos deu o seu
Filho Jesus, a própria paz encarnada. Por isso foi coroada como Rainha. Rainha
da paz, rogai por nós!
Amai os vossos inimigos.
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